A Verdadeira Hermione escrita por Giulia Lopes


Capítulo 3
Look what you made me do


Notas iniciais do capítulo

look what you made me do - taylor swift



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O salão se enchia com o som de risadas. O cheiro da deliciosa comida estimulava a fome de inúmeros estudantes cansados. Até mesmo os sonserinos sorriam em sua mesa.

— Sirvam-se, sirvam-se – Dumbledore disse com um sorriso maroto.

Todos estavam se deliciando com o banquete quando a porta do salão se abriu em um estrondo. O som dos passos da jovem ecoavam no salão mergulhada em silêncio devido a surpresa. Ela exibia um sorriso debochado, mas seus olhos brilhavam assustados. Apesar dos passos firmes, ela mal conseguia impedir suas pernas de tremerem. Se estômago se revirava, tanto de fome quanto de medo. Todos permaneceram calados, até que a garota alcançasse a mesa dos professores. Foi então que o salão foi tomado por uma maré de sussurros.

— Silêncio – Dumbledore gritou e todos se calaram – Pela primeira vez na história de Hogwarts um aluno fará a seleção pela segunda vez.

Dumbledore apontou para a menina que mal conseguia manter-se de pé devido tamanho nervosismo. Ela tinha perfeita noção de que todos os pares de olhos do salão estavam sobre ela. Apesar de tudo, ela conseguia manter um exterior confiante, de toda maneira falso, mas ela exalava confiança.

— Senhorita Granger, por favor – como se tivesse retomado uma lembrança antiga o diretor completou – perdão, ainda é um pouco confuso para mim. Senhorita Black, sente-se.

Nem mesmo Dumbledore seria capaz de impor silêncio ao salão. As pessoas que começaram sussurrando, agora gritavam tão alto que Hermione não conseguia ouvir seus próprios pensamentos. Ela sabia que as pessoas não aceitariam facilmente, mas não tinha ideia que causariam tamanha algazarra.

Ignorando toda a confusão presente no salão, Minerva colocara o chapéu seletor na cabeça da morena. Antes de se distanciar desejou o melhor para sua aluna favorita. A professora de transfiguração tinha algumas teorias sobre o futuro da menina e nenhuma delas a agradava.

— Granger, Granger, Granger. Ou deveria dizer Black, Black, Black. Você pode se parecer como um Black, mas ainda pensa demais como um Granger. Consigo ver muita astúcia e coragem. Fazer-se de corajosa enquanto é a pessoa mais assustada do salão prova isso. Também vejo medo e uma boa quantidade de mágoa. Sei o que você quer, Black. Nós dois sabemos que isso não é possível. Tente aceitar o mais rápido que puder. Boa sorte. Sonserina— gritou o chapéu seletor deixando todos pasmos.

Lentamente Hermione caminhou até a mesa de sua nova casa. O jantar não fora agradável. Olhares incômodos e sussurros maliciosos lhe eram direcionados a todo momento. Tudo que ela queria era chorar, mas manteve a famosa postura impassível dos Black.

Após o jantar, e com posse da senha, a menina se dirigiu até o salão comunal da Sonserina. Hermione se sente uma intrusa apenas de possuir tal informação, entrar no salão comunal não melhorou a situação. Ela se sentia como um fantasma, ali presente, mas ao mesmo tempo tão distante.

Se estomago se revirou quando Pansy Parkson, Draco Malfoy e Blasio Zabine se aproximaram.

— Boa noite, Black. Aproveitando seu novo covil?

Hermione se remexera desconfortável na poltrona onde estava sentada. Ela queria fugir ao mesmo tempo que já tinha uma resposta pronta na língua.

— Que eu saiba apenas cobras tem covis e a única cobra que eu vejo aqui é você, Malfoy – disse Hermione.

— Não é que a víbora tem presas -  Blasio comentou.

— Assim você parte o coração do nosso pobre Draquinho – Pansy disse rindo.

— Não é como se eu realmente me importasse – a morena rosnou.

— Hermione, se você continuar jogando veneno por aí uma hora perde o efeito. Veja o Weasley. O melhor bote é o silencioso, como a da serpente.

Sem saber como agir, a ex-grifinória perguntou:

— Vocês sabem como ir para o salão comunal da Grifinória?

Pansy lhe explicara o caminho. Fora uma simples explicação com poucas palavras ditas, mas fora a primeira interação com o grupo sem que farpas fossem trocadas. Não era muito, mas já era um resultado animador. Tantas mágoas e insultos não seriam esquecidos da noite para o dia, e o fato deles serem gentis com ela apenas quando descobriram seu sangue puro pesava no coração da morena. Porém Bellatrix confiava nessas pessoas, os pais deles eram seus amigos e ela queria deixar sua mãe orgulhosa.

Hermione não sabia como descrever seus sentimentos quando se aproximou do quadro da mulher gorda. Era um misto de medo, com esperança e nervosismo. Seu coração batia forte e quase explodiu quando entrou e deu de cara com seus amigos.

— Sonserina, Hermione, seriamente – Harry disse desapontado.

— Uma Black? Black? Como você ousa? Há quanto tempo você está do lado deles? Há quanto tempo os ajudo? – vociferou Rony.

— Sirius é um Black e vocês nunca o acusaram de traição – Hermione disse entrando na defensiva.

— Claro, claro. Mas ele nunca guardou nenhum segredo desses da gente! – gritou Rony irritado.

— Eu não guardei nenhum segredo de vocês. Acham mesmo que se eu soubesse disso eu não teria contado para vocês?

— Me desculpa se eu tenho dificuldade em acreditar em você agora - respondeu o ruivo seco.

— Eu nunca pedi para que isso acontecesse – berrou Hermione- eu não queria que meu mundo virasse de pernas pro ar.

— Aposto que também não pediu para se filha de uma louca psicopata – disse Harry fazendo todos rirem.

Hermione parou em choque. Ela sabia que Harry estaria triste e com raiva, mas as palavras do menino saíam de sua bocas duras como pedra e com toda a intenção de apedreja-la. O choque aos poucos transformou-se em raiva e ela conseguia sentir seu sangue ferver. Ela entendia que eles gritasse com ela, que lhe acusassem de traição, mas mesmo que uma pequena parte dela concordasse com o moreno, ninguém, nem mesmo o menino que sobreviveu, tinha o direito de falar assim sobre a sua mãe.

— Não ouse falar da minha mãe desse jeito – ela disse agarrando Harry pelo colarinho – Ela pode ter cometido alguns erros no passado, mas ela está aqui, presente na minha vida e tentando repor o tempo perdido. Onde está a sua, Potter? Ah, é mesmo. Ela se explodiu em algum lugar por ai – respondeu Hermione cuspindo as palavras.

A sonserina não tinha mais o que falar. Já havia escutado demais e não daria o prazer ao seus amigos de vê-la ser punida caso passasse do limite. Aproveitando a confusão, subiu até seu dormitório. Pegou todos os itens que precisava. O quarto estava quieto e sua antiga cama era quase tentadora demais. Tudo que ela queria era se enrolar nas cobertas e descobrir que tudo não passara de um sonho, de um pesadelo. Esquecer que seus amigos eram capazes de gritara e a insultara daquele jeito, esquecer que seus pais mentiram para ela durante toda sua vida, esquecer que sua verdadeira mãe não havia lhe abandonado mesmo que por amor, esquecer que ela não tinha ideia de quem era seu verdadeiro pai. Esquecer de tudo e só dormir. Contudo, ela sabia que se ficasse ali mais um momento não conseguiria encarar mais ninguém sem chorar, por isso se levantou.

Estava prestes a sair do salão comunal da Grifinória quando ouviu Gina gritar:

— Assim você até parece uma sonserina.

— Você só se esqueceu de uma coisa, Ginevra, eu sou uma sonserina – disse Hermione e saiu do salão.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?



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