The Fallen Fall escrita por Beasky


Capítulo 10
Stars of the Human Race


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap amores, desculpa a demora. Espero que gostem.



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Tive que admitir. Que no fundo de meu coração havia um ponto de esperança. Afinal, Josh poderia estar vivo, pois no enterro não deixaram abrir seu caixão, falaram que seu corpo estava inteiramente irreconhecível. Poderia ser ele. Poderia ser qualquer pessoa. A voz era parecida mas, havia as mensagens também, que dizia com todas as letras, ''pequena''. Apenas Josh me chamava assim. Não. Isso é idiotice, todos sabiam que ele me chamava assim. Ele morreu e este homem no telefone é apenas um babaca tentando se passar por ele.

–Quem está falando? Será que você tem algum problema?

–Problema nenhum. Afinal, o que você está vestindo, pequena? Ainda lembro que os vestidos floridos eram os seus preferidos.- o homem falou num tom brincalhão. E lá veio aquela palavra novamente. PEQUENA. Palavra idiota, pequena, pequena, pequena. Mas quem era ele? E como sabia que eu adorava usar vestidos floridos? Seria Josh? Impossível ser.

–Botas de combate e uma jaqueta seu otário. Pare de se passar pelo meu irmão, que já não está mais aqui, e vá procurar algo decente pra fazer.

–Realmente, você mudou mesmo. Não é mais a garotinha inocente que costumava ser.- agora sua voz parecia séria.- Aonde está a antiga e feliz Melanie?

–Ela não existe mais.- me arrependi de ter dito isso. Aquela Melanie ainda existia, mas estava bem distante agora.

–Que pena. Vá até seu quarto, lá tem uma surpresa para você. Tchau pequena.- no mesmo momento, a ligação se encerrou. Como assim no meu quarto? Ele entrou aqui? Como? Agora eu estava tomada pelo medo. Esse homem poderia ser a pessoa em que atacou Beka, ou poderia ter feito coisa pior. Eu encarei o segundo andar escuro, eu não iria lá, nunca. Mas me sentia um pouco segura, Robbie estava na casa e me ajudaria com o que for preciso, ele mesmo disse.

–Robbie? Acho que não estamos sozinhos aqui- minha voz saiu trêmula e não ouve resposta.- Robbie?- repeti, e logo me vi indo até a cozinha. Meus passos faziam um barulho alto no assoalho, e a temperatura deveria ter caído bastante, me fazendo arrepiar. Quando cheguei à cozinha, descobri o motivo de ter sido ignorada, foi por que Robbie não estava lá. O apito da chaleira e a água fervente escorrendo pela panela deixava tudo mais assustador. O odor de comida queimada era horrível, e não hesitei correr até o fogão para desligar o fogo. Peguei as panelas e joguei tudo dentro da pia, queimando minha mão ao pegá-las. Aonde Robbie havia se metido? Será que foi embora quando eu estava no telefone com aquele estranho impostor? Ou, foi pego por ele? Meu coração queria sair pela boca, o medo veio a tona novamente assim que o barulho de correntes sendo arrastadas começou, junto com o barulho de arranhões na parede. Por sorte, havia uma faca sobre a bancada da pia, poderia usá-la para me defender contra o que estivesse ali. Me virei e andei alguns passos até parar no meio da cozinha, eu não tinha coragem de olhar através da porta que separava a mesma da sala de estar.

–Quem está ai? Olha, isso não tem nenhuma graça, ok?- a vontade de gritar, correr e chorar era imensa, mas algo me mantinha ali.- Robbie é você? Se for, pare, por favor.- o barulho vinha se aproximando em segundos, os arranhões misturado com as correntes no chão, eu tinha medo do que estava por vir em minha direção, e nem sequer eu corria para a porta dos fundos, que estava alguns metros distante. Segurei com força a faca que descansava em minha mão direita. Senti meu estômago se embrulhar e um calor inexplicável me possuir. Senti um sopro em minha orelha esquerda, mas quem fez isso saiu mais rápido do que entrou.

QUEM ESTÁ AI?- gritei. Ergui a mão que segurava a faca até a altura da cabeça, em posição de ataque. Então mais outro sopro, desta fez em minha nuca. Com toda força que tinha, ataquei o que sequer estava atrás de mim com a faca, um corte rápido, de cima para baixo, que até eu senti em mim, mas para minha surpresa, não havia ninguém lá.- VOCÊ QUER BRINCAR, É ISSO?

Eu estava aflita, ainda mais com medo por não saber onde Robbie estava. Senti a sensação de observação e em questão de segundos, todos os armários da cozinha se abriram, voando pratos, copos e pacotes de comida no chão, tornando a cozinha um caos. Assim que as coisas coisas começaram a voar para o chão, e algumas em direção a mim, me agachei no meu instante, protegendo minha cabeça com as mãos e gritando até não conseguir mais.

O QUE VOCÊ QUER?– gritei, agora lágrimas escorriam pelo meu rosto, e o que eu mais queria era sair dali. Agora tudo fazia mais sentido, ''sua amiga foi a primeira, você é a próxima''. Eu era a próxima a ser torturada? A ser morta? Mas Beka não estava morta, então eu fico com a primeira opção.

–Você não queria brincar?- finalmente uma resposta. A voz era masculina e bem rouca, diferente da voz do estranho impostor no telefone. Era uma voz que eu nunca havia ouvido na vida. O barulho de arranhões e correntes haviam parado, mas de passos haviam apenas começado. Passos vinham em direção a cozinha, em direção a mim. Em minha frente estava a porta do porão, ou eu corria para lá e tentava sair pelas janelinhas que tem, ou esperava a morte chegar. Primeira opção era melhor, corri até a porta, me jogando para dentro dela, eu à tranquei, desci devagar e encarando-a, apenas a espera de alguém começar bater nela ao ponto de conseguir derruba-la. Mas não esperei muito para começar a olhar um lugar bom em que eu pudesse sair, havia as pequenas janelas que por azar estavam trancadas e eram difíceis de abrir, eu queria algum lugar em que eu não precisasse quebrar nada e fazer algum tipo de barulho. Eu queria que aquela pessoa que estava rondando a casa pensasse que eu ainda estava ali, no porão, escondida.

–Melanie, saia saia de onde você estiver.- aquilo me fez arrepiar. Eu estava de pé em cima de algumas caixas de madeira, tentando abrir uma daquelas janelinhas empoeiradas do porão quando algo chamou minha atenção. No fundo, entre algumas pilhas de jornais velhos e uma escada estava o que parecia ser uma montanha negra, ela tremia pelo que pude perceber. O monte de penas pretas no chão tremiam. Me lembrei do sonho, no qual Robbie estava nele. Desci de cima das caixas, e comecei a seguir em direção a montanha preta, não conseguia distinguir o que era. Eu me sentia atraída por ela. Assim que cheguei perto o bastante para saber o que realmente era aquela ''montanha'', me deu vontade de gritar. Era uma montanha de penas pretas igual as do meu sonho. E assim aconteceu, as penas pairaram no ar, e um corpo de levantou. Cabelos negros jogado nos olhos e sangue escorrendo pelas suas costas.

–Robbie?- sussurrei. Comecei a dar passos para trás, e eu chorava que nem uma criança.

–Mel, você tem que sair daqui.- definitivamente era Robbie, ele tinha asas e era isso que mais me assustava. Agora ele havia levantado seu rosto e pude claramente ver seus olhos, estavam negros e vazios.- SAIA DAQUI OU VAI ACABAR SENDO MORTA.– ele gritou.

–Você vai me matar?- indaguei. Robbie não segurava nenhuma faca, como no sonho. Ele deu um sorriso maléfico.- O que você é?

–Você faz perguntas de mais.- ele se aproximou e agarrou meu braço. Sua mão estava fria, e sua força era inexplicável, com certeza meu braço ficaria roxo. Ele me guiou até a janela na qual eu estava tentando abrir.- Pegue.- um monte de chaves caiu sobre minha mão.- Pegue o porsche e vá para bem longe.- agora os olhos de Robbie voltaram para o verde lindo que eram. Sua voz estava calma agora e seu jeito não era mais bruto. Sem muito esforço, ele abriu a janela, e assim me ajudou a subir nas caixas.

–Por que está fazendo isso? Me ajudando.

–Por que é meu dever. Agora vá logo Melanie.- ele disse, me empurrando para que eu passasse logo pela janela.

–Qual chave é? Tem milhões aqui- ironizei- E quanto a você?- ele pegou as chaves de minha mão, e escolheu uma bem diferente, e logo me devolveu. Meus olhos não sabiam se encaravam os olhos de Robbie ou as asas. Asas negras, com um brilho intenso, que prendia qualquer olhar.

– É está. Quanto a mim, não se preocupe, vou estar atrás de você.- ele não esperou uma resposta, e me lançou um beijo. Eu ainda chorava, mas com Robbie perto de mim, era tudo mais seguro.- Quando nos encontrarmos, eu respondo suas perguntas, prometo. Agora vá.- o barulho da porta sendo derrubada me assustou. Não retruquei a ordem de Robbie e sai pela janela com facilidade. Corri o máximo que pude, até chegar no porsche. Ouvi sons altos de coisas quebrando vindo do porão da casa, mas sabia que não podia voltar. Destranquei e entrei no carro, coloquei a chave na ignição e a girei. O ronco do porsche parecia mais alto do lado do motorista. E o coloquei em movimento, esse carro era realmente incrível.

Eu não sabia para onde iria, então resolvi ir visitar Beka no hospital, talvez ela já estaria melhor e poderia me dizer o que havia acontecido com ela. Deixei o porsche no estacionamento do Hospital Delahils Jobs, um dos hospitais mais caros da cidade. Quando adentrei ao local, fui direto falar com a recepcionista.

–Boa tarde, que horas acaba o horário de visita?- perguntei com uma voz inocente. A mulher que aparentava ter uns 40 anos, de pele um pouco mais escura que a minha, e cabelos enrolados presos em um coque, se aproximou para me atender.

–Boa tarde querida, acaba as 16h30.- ela respondeu num tom doce, e ajeitando seu óculos de grau hb sicily. Percebi que agora eram exatamente 14h37, daria para conversar com Beka bem tranquila.

–Eu gostaria de visitar minha amiga. Rebekah McClain.- a mulher foi conferir em seu computador o nome de Beka, e logo se voltou até mim.

–Sim, ela deu entrada aqui. Preencha seu nome, idade e o que você é dela aqui.- ela me passou uma folha branca, com alguns escritos.- E é só eu te dar o cartão de visitante, e você já pode ir.

–Tudo bem.- preenchi rapidamente a folha e logo entreguei para a mulher que se chamava Abigail, li seu nome no crachá em sua roupa.- Você sabe em que quarto ela está?

–230, fica no terceiro andar. Aqui.- ela me entregou o cartão de visitante, que eu logo o grudei em minha blusa.

–Obrigada.- falei, e começando a andar em direção ao elevador. Ouvi Abigail gritar algo, mas não entendi o que era, eu estava desnorteada e precisava logo falar com Beka.

Cheguei no terceiro andar, e logo avistei o sr. McClain falando ao celular no corredor. Assim que me viu, deu um grande sorriso e abriu a porta do quarto de Beka, como se estivesse me convidando para entrar. Retribui o sorriso. Passei pela porta, e logo vi Beka deitada na cama do hospital, lendo uma revista Vogue, parecia bem. Ouvi a porta se fechar atrás de mim, e o olhar de Beka se encontrar ao meu.

AMIGAAA.- ela gritou, e abriu um enorme sorriso. Fiquei feliz com isso, saber que Beka estava bem me deixava menos preocupada.- É verdade?

–É verdade o quê?

–Que você tá com o lindo do Robbie e deu um trato na Olívia.– seu olhar dizia, ''por favor, fala que é verdade''.

–Não me olhe assim, é verdade. Acho que quebrei o nariz dela.- eu ri.

–Mas que droga, queria ter visto.- Beka fez biquinho.

–Acho que gravaram.- ironizei.

–Estou louca pra ver esse vídeo então.- ela riu. Me aproximei, e sentei na beirada da cama, eu precisava achar as palavras certas para falar sobre aquele assunto.

–Beka, o que realmente aconteceu com você? Você é minha amiga, e pode me contar tudo, mesmo se for segredo.-Beka me encarou mas logo desviou o olhar, ela queria contar algo, e logo vi lágrimas saírem de seu rosto.

–Eu não sei como te contar amiga- ela chorava sem parar, eu me aproximei e à abracei, eu queria chorar também.

–Conte, não importa o jeito. O que aconteceu, e quem fez isso com você? Como que foi, aonde você estava?- ela enxugou as lágrimas mas, continuava chorando.

–Eu liguei várias vezes para o seu celular, mandei mensagens, mas você não respondeu nada. Então fiquei preocupada e fui até sua casa para saber o que tinha acontecido, mas você não estava lá...

–Como você entrou lá?- indaguei.

–Havia uma chave embaixo do carpete. Então eu entrei, fui até seu quarto, achando que você estivesse lá, mas não estava... outra pessoa estava.

–Outra? Quem?- minha voz saiu trêmula, e pude ver nos olhos de Beka que ela estava assustada, só de a lembrança voltar.

–A pessoa er... a pessoa era Josh. Ele estava procurando algo em seu quarto. Era ele, eu tenho certeza. Só o cabelo que estava mais curto, mas era ele. Josh está vivo esse tempo todo Mel.- Beka chorava descontroladamente, eu fiquei sem fala. Então a pessoa no telefone era Josh? Meu irmão? Não podia ser, ele nunca faria isso com nenhuma de nós duas. Eu não chorei com a resposta de Beka.

–Não pode ser, ele nunca faria mal a você.

–Não foi ele. Assim que o vi, senti uma pancada forte em minha cabeça, e desmaiei. Quando acordei, eu estava na cabana abandonada que tem no meio da floresta.

–Meu Deus. Nós vamos descobrir quem fez isso com você, e se Josh está mesmo vivo, iremos descobrir também. Agora tenho que ir. Desculpe.

–Pra onde?- Beka perguntou, não chorava mais.

–Eu não sei, mas pra casa é que não é. Amanhã eu volto aqui.

–Tudo bem.

–Fique bem amiga, amo você.- falei, agora eu estava determinada a descobrir se Josh estava mesmo vivo.

–Também amo você.

Sai do hospital, e corri para o porsche. Assim que entrei, levei um susto, Robbie estava sentado no banco de trás, talvez à minha espera. Mas não demorou muito para ele passar para o banco da frente. Eu não conseguia encará-lo nos olhos. Robbie não estava mais machucado, e suas vestes eram outras.

–Não vai perguntar nada?- Robbie indagou.

–Vou, mas agora eu não consigo nem encará-lo.

–Não precisa olhar pra mim se quiser, apenas, faça as perguntas.

–O que você é? De onde veio? O que quer comigo? E quem estava na minha casa, tentando me matar?- perguntei bravamente.

–Como você pode ver, sou um anjo. Não caído, mas, vim do céu com uma missão. Essa missão? Proteger você. E o que eu quero de você? Sua confiança e amor. E quem estava na casa? Nem eu sei.- essas palavras me fizeram tremer, mas Robbie queria apenas minha confiança e amor? E me proteger de que?

–Me proteger de que? Do mundo? Isso não pode estar acontecendo.-

–Você não está preparada para saber o resto. Mas prometo que vou lhe contar tudo. Mel, olhe pra mim.- ele segurou meu rosto e o virou para encará-lo. Seu olhar era sincero, e a sensação que ele me trazia era tão boa.- Eu prometo, sempre vou te proteger.- ele se aproximou de mim, e me lançou um beijo ardente, perigoso, violento e rápido. Apenas retribui. Ele deu mais um beijo em minha testa e sussurrou em meu ouvido.

–Eu sou seu anjo Mel, pra sempre.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do cap? O final ficou bom? Reviews? ♥



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