Divagações De Uma Pessoa Confusa escrita por Sayu


Capítulo 5
Responsabilidade




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Viver em conjunto é algo realmente complicado. É como ser responsável pelos sentimentos de outra pessoa e isso deixa tudo pior. Se mal consigo ser feliz, como farei outra pessoa feliz? Sendo a fugitiva que sempre fui, já tive horas que simplesmente quis deixar tudo isso e ficar solitária.

Sei que meu pensamento é muito prático. “Se está ruim, basta parar de fazê-lo”. Eu sei que viver em sociedade é algo que eu devo me acostumar, mas é difícil. Existe alguém que me sinto responsável por seus sentimentos mais que tudo e desde que eu era pequena.

Se ela estava sorrindo ou chorando, eu sentia que tudo isso era por minha causa. E grande parte era. Sua terrível sensibilidade fazia com que eu sempre tivesse que me limitar e tentar ao máximo fazê-la sorrir. Mas sempre que ela chorava, eu sentia como parte de mim estivesse chorando também e eu simplesmente não sabia o que dizer para acalmá-la... Porque eu também estava tão triste quanto.

Se eu não passo muito tempo com ela, se eu não converso com ela, se eu não fico sempre próxima dela, se eu quero apenas viver no meu mundo. Tudo isso a machucava, e eu nem sei direito o que dizer. É só que eu não sou perfeita, tem horas que eu simplesmente não sei o que falar, como qualquer ser humano.

Acontece que isso não é aceitável para ela, porque cairá em lágrimas e depressão sempre que eu falar algo que não deveria. É a melhor pessoa que eu já conheci e mesmo assim a pessoa mais complicada que eu conheci.

Mas hoje mesmo, eu descobri que as pessoas que sofreram mais eram as que se tornaram melhor. Não sofreram algo grande como um trauma, mas também eram pessoas responsáveis pelos sentimentos, saúde ou vida de alguém.

Pessoas que precisavam cuidar de sua mãe doente, pessoas que precisam viver para fazer alguém depressivo sorrir, pessoas que devem ficar sempre ao lado de alguém que desmoronaria sem elas. Esse tipo de pessoas se sacrificam bastante, algumas nem percebem, algumas nem se cansam disso.

Então, por que diabos eu deveria estar cansada de algo que nem exige tanto de mim? Ao invés de querer me deixar triste ou pensando em mim como uma vítima, eu deveria começar a pensar que eu estou fazendo algo realmente importante. Fazendo uma pessoa muito importante para mim ser feliz.

Mesmo que seja difícil, eu ainda quero fazer isso. Além do mais, não é como se eu também pudesse sobreviver sem ela.


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Notas finais do capítulo

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