Mais tarde, Kate foi à livraria a fim de conversar com o Sr. Christopher Burgerston. Também queria atualizar a Lanie dos fatos emocionantes que estavam acontecendo em sua vida, antes tão sem graça. Em seguida, iria se reunir com o Gerente de Vendas para falar sobre o livro do Rick que já estava em falta na livraria, fato que não poderia acontecer, jamais, ainda mais no dia seguinte ao lançamento. Uma falha terrível. A própria Editora falhara neste quesito. Mas tudo bem. Ela providenciaria para que nada desse errado.

Assim que chegou à livraria, quem primeiro avistou foi a Lanie.

— Menina, soube que você passou mal ontem ao final do lançamento do livro do ‘bonitão’. Desmaiou quando viu o ‘bonitão’, Kate? – Provocou a amiga - É tanta beleza assim, menina, que você não aguentou, é? Oh, querida, eu estou brincando para você espairecer, mas, falando sério, amiga, o que foi que aconteceu? Li o livro de ocorrências lá no posto médico e, ao ver o seu nome, fui checar o seu prontuário e nele não há nada que leve a qualquer problema ou doença, meu bem. – Lanie falou, realmente sem saber do que tinha acontecido no lançamento do livro de Rick, pois ninguém da livraria estava presente somente Kate e Christopher Burgerston e este não tinha aproximação ou intimidade nenhuma com ela para conversar sobre este tipo de assunto.

— Lanie, não posso conversar nada com você agora. Tenha um pouco de paciência, amiga. Tenho que falar primeiro com o Sr. Christopher Burgerston. Como você leu no meu prontuário e está vendo aqui pessoalmente, eu estou ótima, eu não tenho nada. Não se preocupe. Não estou doente. Não tem nenhum medicamento que eu preciso tomar. Não vou morrer, não tão cedo, espero. – e deu uma risada e piscou para a amiga - Quando eu sair do escritório do Sr. Burgerston, passarei no posto médico para te ver e depois, se você não tiver com nenhum paciente vamos juntas para a lanchonete a fim de colocarmos o papo em dia. O que é que você acha, amiga?

— Ok. Combinado.

— Outra coisa, o Sr. Christopher Burgerston me deu uns dias de folga para eu resolver um problema que surgiu...

— Kate, você não vai fazer isso comigo, vai?. Conta ai, vai..., adianta ai, amiga....

— Dra. Lanie Parish, - interrompeu Kate - Passarei no posto médico para te ver assim que eu sair do escritório do Sr. Burgerston. Nós já não combinamos isso, linda?

— Ok. Combinado – disse Lanie, resignada.

Kate seguiu para a sala do Sr. Christopher Burgerston e contou todas as novidades acerca do seu relacionamento com o Rick, excluindo, obviamente, os detalhes reservados, pois, por mais que eles se amassem e se respeitassem como pai e filha, era um assunto muito íntimo.

— Kate, minha querida, fiquei muito feliz com essa notícia. O Rick telefonou para mim hoje, muito cedo – frisou a expressão ‘muito cedo’, dando a entender que o Rick estava ansioso para falar com ela, sorriu e piscou para ela – contou-me esta novidade maravilhosa e pediu-me o número do seu celular. – Tornou a sorrir de alegria.

— Ontem, - continuou Burgerston - antes mesmo da chegada dos homens do Departamento de Imigração, eu, um homem muito vivido, estava analisando vocês conversando, fazendo birra e sorrindo, olho no olho. Vocês, mesmo sem perceber, já estavam impressionados um com o outro, mal tendo se conhecido e reparei também que vocês combinam muito bem. Eu até fiquei imaginando o porquê de não tê-los apresentado antes. – Deu uma sonora gargalhada - Mas Deus tratou de corrigir o meu erro e colocou aqueles cavalheiros para ajudar. Na verdade, eu acho que eles nem trabalham na Imigração, eles trabalham no Departamento da Providência Divina.

Ambos sorriram muito. Ele se levantou da sua poltrona e a abraçou, parabenizando-a pela notícia e deu um beijo na sua testa.

— Você já vai embora, não é? Vai providenciar as coisas do casamento - Perguntou Burgerston, dando mais uma gargalhada e piscadela para Kate.

— Não.

— Pensei que eu tinha te dado licença até você resolver estas coisas de casamento, Kate. Querida, se você não correr com essas coisas agora, talvez não tenha mais jeito e BUUUM!!! Você terá que retornar para a Croácia. Se estiver preocupada com o seu emprego aqui na livraria, ou com as suas tarefas, etc, etc, ete, fique tranquila, você treinou todos os gerentes, Kate. Eles vão conseguir fazer tudo sem você. É como se você estivesse de férias. Qualquer coisa eles pedem socorro e você vem, combinado?

— Eu sei, só que quando eu tiro férias, eu os reúno com antecedência e passo orientações e distribuo metas e agora é totalmente diferente. Este fato me pegou desprevenida. Além do mais, eu estou preocupada porque não consegui enviar o e-mail para a Gerência de Vendas, tampouco falar com ninguém de lá, por isso, vim falar pessoalmente com o gerente para que seja providenciado, junto a Central de Distribuição ou o Depósito, mais caixas do livro “A Bloody Storm”, pois todo o estoque que estava aqui na livraria foi vendido ontem à noite. Quero que eles deem uma reforçada também no resto da COLEÇÃO A DERRICK STORM e no restante da coleção dos livros do Richard.

— Tudo bem, faça isso. Mas, me diga uma coisa, você vai fazer isso como a Diretora da Livraria ou como a futura esposa do escritor? – e soltou uma risada muito gostosa, piscando maliciosamente para ela.

— Sr. Christopher Burgerston. – Kate falou fingindo chateação, mas depois não conseguiu prender o riso e ambos riram até quase não aguentar mais.

Despediram-se e Kate foi procurar o Gerente de Vendas.

Em menos de dez minutos o assunto foi resolvido Kate seguiu para o posto médico e encontrou a Dra. Lanie Paris sem nenhum paciente. A médica a viu, levantou-se e foi em sua direção.

— Querida, já está na hora do lanche. E ai, vamos? Já está livre para sua amiga?

— Sim, vamos Lanie.

Lanie dirigiu-se para a auxiliar de enfermagem que ficava na recepção do posto médico.

— Sra. McLyn, vou tomar um café com a Srta. Beckett. Qualquer emergência é só ligar para o meu celular. Eu não demoro.

— Sim, Dra. Parish. Pode ficara tranquila.

Quando chegaram à lanchonete, fizeram os pedidos e sentaram em uma mesinha bem reservada.

— Kate, o que você está esperando? Conta tudo. Hummm – falou Lanie fingindo-se de chateada.

Kate, se fez de desentendida e, para dar um suspense, resolveu provocar um pouco a amiga. Fingiu arrumar o cabelo, jogando-o para um lado, para o outro. Tomou um gole do café com creme. Depois, como quem não entendeu a pergunta de Lanie, respondeu a com outra pergunta - Contar o que, Lanie? Sobre as vendas do livro? Sobre...

— Kate Beckett, não se faça de desentendida. Alguma coisa aconteceu para você ter desmaiado e ter sido levada ao posto médico. No seu prontuário não tem nenhum problema de saúde, eu o li inteiro de cima para baixo de baixo para cima.

— Mas eu falei para você, querida, lembra-se? Eu estou em perfeito estado de saúde. Melhor, impossível!

— Então conta logo ou então...

— Então o que, Lanie?

— Então, nada, amiga, mas conta, por favor.

— Ok – Kate resolveu contar, mas ia contar aos poucos, senão não ia ter graça. Tinha que fazer um pouco mais de suspense. – Lanie, eu vou mudar de nome. Pronto falei.

— O que. Não estou entendendo. O que deu em você? Você desmaiou por causa disso. Passou mal por causa disso? Eu não entendo mais nada. Kate você está me escondendo alguma coisa. O que há de errado com o seu nome, Kate. Vai mudar qual nome? O Katherine? Você vai tirar uma letra ou acrescentar outra. Não estou alcançando aonde você quer chegar ou o que você quer falar. Aliás, acho que não estamos falando a mesma língua. Conta, Kate, por favor, daqui a pouco a Sra. McLyn vai me chamar para qualquer emergência, você vai embora e eu vou ficar sem saber? Ah, não, amiga, fala sério!

— Ok. Eu vou mudar de nome.

— Kate Beckett, você já disse isso e esta conversa já está ficando repetitiva, chata e você também já está ficando chata.

— Tudo bem. Obrigada pelo “chata”, amiga.

— Oh, Kate, desculpe, é que você me tira do sério.

— Ok, sabe qual vai ser o meu nome?

— Kate, eu não estou achando graça, diga logo.

— Calma. Meu nome será Sra. Katherine Beckett Rodgers-Castle, simplemente porque vou me casar com ‘o bonitão’ Richard Alexander Rodgers, o meu autor preferido, o lindo e maravilhoso Richard Castle, o dono dos olhos azuis mais luminosos deste planeta, e, como ele mesmo disse, vou ser a mãe dos Castle's babes. Pronto. Falei. Satisfeita agora, Dra. Lanie Paris? Você agora já vai poder trabalhar tranquila?

— Não. Quem vai passar mal agora sou eu. Leve-me para o posto médico. – disse brincando e se abanando com as mãos e ambas começaram a sorrir. – Menina, você é rápida, eih, parabéns! Mas você não vai me escapar. Vai me contar todos os detalhes, até os sórdidos, os indecentes, os íntimos. Tudinho.

— Dra. Lanie Paris. Você acha mesmo que eu vou contar os detalhes íntimos, pessoais e picantes que aconteceram entre eu e o Rick ontem? Pois eu me recuso, Lanie, pois como o próprio nome disse, o assunto é “pessoal”. – Provocou Kate rindo, piscando para a amiga.

— O que? Kate, Você conheceu ‘o bonitão’ não tem nem 24 horas e já teve detalhes íntimos, pessoais e picantes? Ai, meu Deus. A coisa é mais séria do que eu pensava. Você é rápida no gatilho, amiga. Para quem estava sem nem mesmo querer conhecer um pretendente, você foi muito rapidinha – e não paravam de sorrir, e sussurrar, parecendo adolescentes.

— O que aconteceu ontem, é uma coisa de louco, Lanie e estou completamente apaixonada. Aliás, estamos completamente apaixonados.

— Calma. Respira. Foco, Kate. Concentre-se e conte-me do início senão não vou entender nada. – e então Kate começou a contar desde o início quando eles dois se esbarraram na entrada da livraria, até o momento em que ela respondeu SIM ao pedido de casamento de Rick, não deixando de relatar, inclusive, que Rick se deixou esbarrar de propósito.