Hanna II - The Dreams Can Be True . escrita por Chars


Capítulo 34
A Casa na Praia - Parte I




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Continuação P.O.V Josh

Não foi bem assim que aconteceu, alguns meses se passaram e eu ainda não havia tido coragem e muito menos um tempo a sós com a Hanna depois daquele dia. Ela passava muito tempo fora, imagino que por conta da banda, gravações, etc.

E como estávamos em época de provas, quando ela não estava com a banda, estava na biblioteca com o Matheus e os meninos tentando estudar. Já eu nunca tive muita paciência para estudo, mas ia bem nas provas, o suficiente para passar.

Estava me focando bastante nos treinos de futebol, e alguns dos meus amigos estavam estranhando meu comportamento recente, mas para não dar motivo para zoação eu colocava a culpa nas provas e no futebol.

Fazia mais ou menos uns quatro meses que eu não transava com mais nenhuma garota. Beijar sim, pois nos meses anteriores ainda rolaram as noites de verdade ou desafio, o que sempre resultava em pegação, mas não passava daquilo, e meus amigos estavam estranhando, principalmente o Victor.

— Eai, Josh? Qual a boa pra hoje, sexta-feira, final da semana de provas, eu to solteiro, pra onde vamos? – Victor perguntou, me trazendo de volta pra Terra

Sim, Victor e Valy tinham terminado, de novo, mas era sempre assim, daqui umas duas semanas eles voltam

— Podemos chamar os meninos pra ir pra alguma balada, sei lá, final de semestre, temos que comemorar né – falei e ele sorriu

— Seus pais estão na cidade? – perguntou e eu fiz que não, meio que sem entender a pergunta – Podíamos ir pra aquela sua casa na praia né

— Não é meio longe pro pessoal ir até lá? – perguntei e ele deu de ombros

— Ah, podemos chamar só os mais chegados, passar o final de semana, sei lá – ele falou e eu até que achei uma boa ideia, e é claro que já sabia quem seria a primeira pessoa a ser chamada

— Bom, beleza, manda uma mensagem ai no grupo dos moleques, e fala que podem chamar alguém se quiserem. Tirando a Valy e a Cat, qualquer um pode ir – falei e dei risada em seguida

Deixei Victor meio que falando sozinho, porque sabia que se eu quisesse chamá-la tinha que ir agora, que era um dos poucos horários em que ela ficava no quarto sozinha. Depois da aula de dança.

Cheguei correndo, ainda um pouco ofegante, no quarto

— Hanna, convidei o pessoal para passar o final de semana na minha casa de praia, vamos sair hoje a noite para comemorar o final do semestre. Quer ir? – perguntei rápido, e ela sorriu e concordou na hora

P.O.V Hanna Blanco

 Estava terminando de me arrumar, depois de tomar banho, quando Josh entra em disparada no quarto, falando super rápido sobre passar o final de semana com todo mundo na casa de praia dele.

Como esse final de semana estava de “folga” dos ensaios, não havia mais gravações e por enquanto não tínhamos shows marcados, eu topei. Seria ótimo passar um tempo relaxando com meus amigos.

— Posso chamar umas amigas? – perguntei e ele sorriu – Ei, seu malicioso – falei brava, mas dei risada.

Ele disse que não tinha problema, que tinha espaço o bastante, então logo mandei mensagem para Alice e Giu, e elas toparam na hora. Me encontrariam no colégio umas 18h que era mais ou menos quando estaríamos saindo.

— Não esquece do biquíni – ele sorriu de lado, e eu dei risada.

Não estava mais passando tanto tempo com Josh, e não pude descobrir o que ele queria me dizer aquele dia no cinema. As provas aqui eram super puxadas, e com os ensaios da banda e as gravações do CD tudo ficou meio fora de controle. Mas eu sentia falta dele, dos nossos papos durante a noite até pegar no sono, do jeito que ele me deixava confortável mesmo com situações ridiculamente desconfortáveis, e de como ele me fazia rir de mim mesma, e dele. Matheus era meu melhor amigo, mas Josh com certeza era uma das pessoas que eu mais gostava no mundo.

Durante os ensaios da banda, as coisas com o Tyler estavam amenas, ele não puxava outros assuntos comigo e eu muito menos com ele. A uns dois finais de semana atrás, Maya soltou em uma conversa que ele estava saindo com a tal da Clara, e pareciam sérios. Na hora doeu, como uma facada no peito, mas deixei passar e só chorei quando cheguei no dormitório. Sozinha.

Quando Josh chegou eu tentei me segurar, mas não consegui, ele não perguntou e nem falou nada, só me abraçou e segurou minha mão até eu conseguir dormir. Ele era um cara legal.

Luiz e Luli finalmente começaram a namorar, e estavam tão felizes juntos, que as vezes dava até nojinho. Bruno continuava na mesma, apaixonado pela Cat, sem ela nem ao menos dar bola pra ele. Mas eu tinha esperança de que nesse final de semana, longe dela e de qualquer rastro, ele se interessasse por alguém, ou talvez até por ele mesmo para esquecê-la.

Quanto a Drake, fazia tempo que eu não o via. No inicio, realmente cumpri minha promessa e não paramos de nos falar, continuávamos amigos, mas com toda a loucura das provas e tal, acabamos nos afastando um pouco. Só via ele nos ensaios de dança, ao qual nas ultimas duas semanas ele não apareceu. Tentei mensagem, mas ele não respondia. Ninguém sabia dele.

Arrumei minha bolsa, deixei tudo pronto e tirei um cochilo a tarde, para estar descansada caso eles quisessem fazer algo durante a noite.

Senti um sopro no ouvido, e acordei, até estranhei, só quem me acordava assim era o Andy, mas ele não estaria ali.

Quando olhei para cima, era o Josh, e então eu sorri, e ele sorriu de volta.

— Suas amigas já chegaram, e nós já pedimos um carro, você está pronta para o melhor final de semana da sua vida? – ele perguntou e eu dei risada.

Ele pegou minha mochila que estava no chão e colocou nas costas. Eu continuava com a mesma roupa que estava de tarde, de short jeans e camiseta, mas estava um pouco frio, ventando. Josh tirou a jaqueta e me entregou, e então lembrei de algo que ele disse pouco tempo depois de nos conhecermos, quando eu reclamei do uniforme

“Não se preocupa gata, quando nós namorarmos você não vai mais precisar usar, pode usar o meu”

E isso ficou martelando na minha cabeça, conforme seu cheiro de sândalo, perfume masculino, entrava nas minhas narinas.

Ele é um cara bonito, né?

Tentei afastar esses pensamentos da minha cabeça, pois não sabia se eu estava pensando nisso por estar sozinha a mais de três meses, ou porque realmente estava começando a pensar em Josh de outro jeito.

Quando chegamos no portão, encontramos os garotos e algumas meninas, Alice e Giu estavam entre elas. As abracei e Giu deu uma piscadinha pra mim.

— Então quer dizer que seu colega de quarto carrega suas coisas? Que cavalheiro. – ela zombou e Alice concordou com um sorriso

Eu revirei os olhos, pensando que aquilo não era nada demais

— E essa jaqueta? Que cheiroso... Está esquecendo de nos contar alguma coisa Han? – Alice perguntou e eu dei risada, fazendo que não com a cabeça.

Respondendo como se eu tivesse certeza, sendo que sabia que não tinha

Nos dividimos em alguns carros, eu e as meninas fomos juntas, com o Matheus no banco da frente

— Então quer dizer que tá rolando? – ele perguntou e eu sem entender nada respondi

— O que?

— Você e o Josh, ué – ele respondeu como se não fosse nada

As meninas riram, mas eu fiquei toda sem graça, e disse “é claro que não”, tentando mais convencer a mim mesma do que a eles.

— Para né Hanna, ainda que demorou bastante. Desde o primeiro dia eu estranhei o jeito que ele agia perto de você. Agora, armar toda essa viagem só pra passar um tempo com você, e te dar a jaqueta dele, coisa que ele nunca fez com outra garota, e ficar carregando suas coisas. Tá na cara demais, só você que não percebe

— Essa menina é muito sortuda mesmo né – Giu falou e eu lhe dei um tapa no braço, pra que ela ficasse quieta

— Para gente, não tem nada a ver, ele não criou essa viagem com pretexto. E eu e o Josh somos só amigos, ele nunca sequer tentou nada comigo, e quando rolou o beijo vocês sabem que ficou tudo super estranho depois. Não tem nada rolando, ele é um cara legal, só isso, e somos amigos.

Fiquei repetindo aquilo mentalmente como se fosse encaixar na minha cabeça que “nós somos só amigos” e nada mais.

Quando chegamos na casa do Josh, todos correram para colocar suas coisas nos quartos.

— Você e as meninas podem ficar lá em cima se quiserem. Pra ninguém quebrar nada eu vou ficar no quarto dos meus pais, vocês podem ficar no meu. – Josh falou e eu agradeci.

Ele então pegou as coisas dele e minha mochila, não me deixou carregar, para levar para o terceiro andar, onde ficava o quarto dos pais e o dele. Alice e Giu foram nos seguindo, ele colocou as coisas dele na porta do quarto de seus pais e foi nos guiando para o quarto dele, abriu a porta e colocou minha mochila em cima da cômoda que havia no canto. Realmente o quarto era a cara dele, eu sorri com esse pensamento.

— Obrigada, Josh, é bem legal! – agradeci, e ele com um pequeno gesto, me fez um carinho na mão, que eu acho que ninguém mais percebeu.

— Se precisarem de qualquer coisa, estou no final do corredor – ele falou e as meninas agradeceram

Assim que saiu do quarto, elas começaram a gritar

— Meu Deus, Hanna!!! Ele tá caidinho por você – Giu falou, ainda gritando

— Fala mais baixo sua louca, vai que ele escuta. – Alice disse – Mas é verdade, Han, se você não pegar eu pego. Ele é todo fofo, romântico e atencioso.

— Ele faz esse joguinho com as meninas, Alice. É típico dele. Mas comigo é só cuidado mesmo, somos amigos

— Como é sonsa – Giu zombou e deu risada.

Eu ri também, mas sem achar muita graça. Será que elas estavam certas? Se sim, porque ele nunca demonstrou ou tentou nada? Não, nada a ver.

Mais ou menos uns vinte minutos depois, alguém bateu na porta. Eu e as meninas ficamos conversando, colocando as fofocas em dia.

— Pode entrar – gritei, e a porta se abriu. Era o Matheus.

— O pessoal está todo lá em baixo, vamos fazer uma fogueira, cantar umas músicas, querem vir? – ele perguntou e as meninas levantaram em um pulo.  – Você não vem Hanna?

— Vou sim, só vou colocar uma calça, tá meio frio lá fora. – falei e ele concordou

— Nós vamos descendo, está bem? – Alice falou e eu concordei.

Já tinha reparado em como Matheus estava olhando pra ela desde a viagem de carro, então seria bom para ela que ficassem mais tempo conversando para se conhecerem.

Giu desceu junto com eles.

Enquanto eu me trocava, alguém bateu na porta de novo. Terminei de abotoar a calça e gritei

— Pode entrar – e então Josh entrou, meio procurando para ver se estavam todos vestidos

— Vai descer também? – ele perguntou e eu concordei com a cabeça

— Só estava trocando de roupa, tá frio. – eu disse e ele me olhou sorrindo, eu ainda estava com a jaqueta dele – Ah, desculpa, sua jaqueta..

— Pode ficar, como você mesma disse, tá frio. E eu já to de blusa. – ele falou e eu assenti

Nós descemos juntos, e encontramos o pessoal no quintal, que já ficava na areia da praia, eles já com a fogueira acessa, com um violão, e Matheus cantando uma música que eu não reconhecia.

Ele cantava bem.

Josh sentou, e me deixou um espaço para sentar ao seu lado e perto de Giu, em volta da fogueira. Josh entrou no meio da música com o Matheus, e até que as vozes deles combinavam.

Como eu não conhecia a música, não me meti, mas todos batíamos palmas ao ritmo da musica. A noite estava linda.

Cantamos mais algumas músicas, até do RBD o Victor tocou, o que foi bem divertido, pois até Alice e Giu cantaram. Estavam se enturmando.

Além de nós três, haviam mais quatro meninas, duas eu não conhecia, e Luli e Luana estavam lá também.

Luana encarava Josh como se fosse devorá-lo. Eu sabia que eles já tinham ficado, mas não que ela era canibal.

— Vamos brincar de alguma coisa? – Bruno sugeriu, e eu impressionada pela iniciativa dele, concordei

— Que tal, Eu Nunca? – Giu sugeriu e eu arregalei os olhos, que garota safadinha.

Josh topou na hora, correu para dentro da casa paga pegar uns copos de bebida e duas garrafas de tequila.

— Se é pra ficar louco, vamos de tequila – Josh falou e Matheus concordou.

Onde se escondiam essas personalidades alcoólatras dos meus amigos?

— Todos sabem jogar? – Bruno perguntou e todos assentiram – Então eu começo – já com o copo na mão, ele falou – Eu nunca transei – jogou assim na lata.

Ele não bebeu, o que significava que ele nunca tinha transado. Assim como Giu e Alice. Todo o resto bebeu.

— Eu nunca fiquei com alguém do mesmo sexo – Victor falou.

Luana, Luli e mais uma das meninas que eu não conhecia, beberam, o restante não.

Por enquanto eu estava a salvo.

— Eu nunca fiquei com o Josh – Matheus caçoou, e infelizmente era chegada minha hora

Todas as meninas, exceto Giu e Alice, beberam.

— Eu nunca menti que não gostava de alguém – Josh falou, e as meninas sorriram olhando pra mim.

Todos beberam, exceto Bruno e Alice.

O jogo continuou, e eu já tinha perdido a noção de quantas doses eu havia tomado, mas tinha certeza que eu já não estava sóbria.

Alguns não aguentaram e foram dormir, como Giu e Alice, que me abandonaram.

— Pra mim deu, eu já não enxergo mais nada – Bruno falou, todo embolado, se levantando. Matheus foi atrás dele.

E só sobramos Luiz, Luli, eu e Josh

— Eu te desafio a beijar o Josh, Hanna – Luli falou, completamente bêbada.

— Mas a gente tava brincando de Eu Nunca – Josh falou rindo, e Luiz o acompanhou

Eu nem me importei, virei para o lado, o peguei pela nuca e tasquei-lhe um beijo.


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