(...)

Numa casa distante dali, Thiago Potter estava sentado em sua escrivaninha, olhando alguns relatórios do ministério. Vasculhando alguns papéis, ele encontra seu velho álbum de fotografias. Elas eram ainda do tempo de Hogwarts. Remo, Pedro, Lílian, Severo, Sirius e Thiago sorriam e acenavam para ele. Fazia muito tempo que não parava para olhar seu velho álbum. Ele deu uma espiada na esposa, que dormia sentada na poltrona. Sua gravidez, já bem adiantada, a obrigava a dormir sentada nesses últimos dias. “Pobre Susana” ele pensou. Voltou sua atenção às fotos e começou a recordar o tempo em que aquelas fotos haviam sido tiradas.

Aquela primeira, havia sido no terceiro ano, depois de seu primeiro jogo como capitão da equipe de quadribol da Grifinória. Ele havia pego o pomo com apenas um minuto e meio de jogo, trazendo a vitória contra a Corvinal.

Achou uma outra, em que ele, Severo e Sirius estavam com vestes tradicionais, ao lado de Lilian, Marlene e Maya Creevey, que era seu par no baile de inverno. Foi apenas dois dias depois de Severo e Lilian começarem a namorar. Hoje Thiago não conseguia entender como, mas ele nutria uma paixão meio que em segredo pela amiga. No fim, ele resolveu aceitar que ela e Severo se amavam de verdade e ele acabou esquecendo a ruiva.

Na outra fotografia, estava ao lado de Susana, em Hogsmeade. Thiago se recordava do primeiro dia em que a viu, adentrando o salão comunal, em seu quinto ano. Ele amava tanto a sua morena... Ficaram amigos logo de cara. Era a sua alma gêmea, ele sabia disso, e hoje não via mais um futuro que não fosse ao seu lado.

*Flash Backs ON*

Thiago estava entre Sirius e Lupin, de um lado da mesa da Grifinória no salão comunal. Do outro lado, estavam Snape, Lilian e Pedro.

Armando Dippet, que era o diretor de Hogwarts, pedia a atenção de todos.Em suas mãos, o velho chapéu seletor.

-Meus queridos, eu queria lhes avisar que vamos ter uma situação atípica este ano. Temos o prazer de receber aqui, uma aluna vinda da escola de magia da Índia. Ela vai passar a estudar conosco a partir de agora. Eu quero que a recebam muito bem e a façam sentir em casa. Como é de costume, nós faremos a seleção da casa que ela vai fazer parte daqui pra frente. Então, é com prazer que lhes apresento a senhorita Susana Amish. Ele apontava para a garota que vinha timidamente até o diretor. Ela tinha os cabelos escuros e lisos, soltos ao vento, seus olhos de um azul piscina. Thiago imediatamente parou o que fazia e olhava de boca aberta para a menina. Sua boca cheia do bolo que el comia.

-Não é, Pontas? – Sirius lhe chutava a canela.

-Ahñ... É. É sim...

-Não! – Sirius dizia entre os dentes, girando os olhos. – Era pra você dizer que não, seu babão idiota!

-Shiu! Eles estão fazendo a seleção! – Thiago enfiava um pedaço de torta na boca de Sirius.

-Grifinória! – o chapéu anunciava, enquanto a mesa da Grifinória fazia festa.

-Thiago apontou sua varinha para Sirius e os afastava mais para o lado, oferecendo o lugar a menina que vinha sentar-se com os novos colegas.

-Sou Thiiago Potter!  Mas pode me chamar de Pontas – ele dava um sorriso noventa-e-sete-dentes, beijando a mão da garota.

-Estes são Sirius Black, o almofadinhas, Remo Lupin, o aluado, Pedro Pettigrew, o rabicho Severo Snape, o Sevinho e Lilian Evans, a ruiva – ele apontava os amigos.

-Muito prazer. Sou Susana Amish. – a garota sorria, um pouco corada, cumprimentando a todos.

*Flash Backs OFF*

(...)

Thiago sorria, passando para a foto de sua formatura em Hogwarts. Foi na mesma noite em que ele pediu sua amada Susu em casamento...

*Flash Backs ON*

Thiago tinha o mapa do maroto nas mãos, parado no meio de um corredor deserto. Apenas a luz de sua varinha iluminada.

-O seu amor está vindo pela retaguarda... – ele sussurava solenemente, enquanto a namorada o abraçava pelas costas.

-Maldita hora que vocês inventaram esse negócio. – ela fazia biquinho – Eu nunca consigo te fazer uma surpresa....

-Vamos. Slughorn está vindo pra cá. – ele apontava no mapa e ia puxando-a pela mão.

-E onde estamos indo? – ela ria.

-Ver as estrelas! – ele corria de mãos dadas com a morena. Foram até os jardins, ao lado do lago. Thiago parou e se deitou na grama, um dos braços atrás da cabeça e o outro já estendido. Abraçou-a assim que a morena deitou ao seu lado.

-Eu não queria que isso acabasse. – ela dizia melancólica.

-Não vai acabar. – ele lhe beijava a testa.

-Eu sei que vai. Amanhã estaremos indo embora. E cada um vai seguir o seu caminho. – a morena sentava-se e ficava olhando para as mãos.

-Nada impede que agente siga o mesmo caminho, querida. – ele levantava o rosto dela pelo queixo com uma das mãos, até seus olhares se encontrarem. Com a outra mão, ele conjurava uma flor no colo de Susana. Quando ela sentiu a flor tocar-lhe as mãos, olhou instantaneamente para o colo, levantando a flor na palma da mão. Thiago tirava de dentro da flor um par de alianças.

-Susana Amish. Você quer ser minha esposa? – e colocava o anel na mão da moça.

-Mas é claro que eu quero! – ela pulava em cima dele, abraçando-o e cobrindo-o de beijos enquanto rolavam pela grama dos jardins de Howarts.

*Flash Backs OFF*

Thiago passou então pelas fotos de seu casamento. Foi uma cerimônia no mínimo excêntrica, em que tiveram que conciliar uma festa tradicional com os costumes indianos, para agradar a mãe se Susana. Tudo muito colorido, com panos e pedrarias para todos os lados. A noiva vestida cor-de-rosa-shock. Sirius e Marlene foram seus padrinhos. Na foto, os amigos sorriam muito. Embora estivessem em plena guerra, o bom humor dos amigos rendia-lhes muitas alegrias quando se reuniam assim.  

Achou perdida entre as últimas, a foto dele e Susana com o pequeno Draco. Ele era muito apegado ao afilhado, apenas não se conformava com o fato de os amigos terem se casado depois deles e já terem o seu menino. Mas, embora Lilian estivesse grávida novamente, sua Susu também estava e ele logo teria seu garotinho. Ou garotinha, ele se rendia a cogitar. Sua amizade com Severo sempre fora de uma profunda sinceridade e eles agora seriam padrinhos um do filho do outro. Mas também, com suas esposas quase como irmãs, isto já não era surpresa para ninguém. As duas mulheres não passavam um dia sem se visitar. Thiago só estranhava que não tivesse sido assim quando a ruiva estava grávida do afilhado, já que ela se isolou de tudo e de todos por mais de quatro meses. Mas agora, tudo estava bem. Quer dizer, nem tão bem assim. Na última semana, uma ala inteira de Askabán acabou fugindo, entre eles, Bellatriz Lestrange. A maioria já havia sido capturada de volta, mas assim mesmo era um período de muita cautela. Num canto, perto dos livros e anotações de Susana, estava a foto da Ordem da fênix. Das seis mulheres que se destacavam na frente, Thiago se admirou ao perceber que quatro delas teriam seus filhos em épocas muito próximas. Molly já tinha seu caçula Rony com uns poucos meses; Susana e Lilian ganhariam logo e Alice, mais no final do ano.

-Thiiago! – Susana berrara de onde estava.

-Já estou indo, meu bem. – ele apagava o abajur e acendia as luzes, correndo até a esposa.

-Fala, meu bombomzinho!

-Está-na-hora! – ela berrava com dificuldade.

-Na hora de que? – ele pegava um copo no criado mudo.

-Na-hora-Thiago! – ela dizia entre os dentes, apontando nervosamente para sua barriga.

-O bebê! – O moreno derubara o copo. – E-eu tenho que-e falar com o Severo... ttemos que arrumar suas coisas e... t-te levar pro Hosp-pital. – ele ia de uma coisa para outra, nervosamente.

-Thiago!

-Oi!? – ele entrava em pânico.

-Faz alguma coisa!

-Agora, amor?

-Não! Semana que vem! – ela gemia alto de dor.

-Tudo bem, mas não se estresse. Você tem que ficar calma. – ele tremia muito, andando de um lado para outro da sala, como uma barata tonta, derrubando tudo por onde passava.

Você tem que se acalmar! – Lilian berrava, respirando curto.

-Ok amor. – ele ia até ela. – Repete comigo. Respira, inspira... – ele fazia movimentos exagerados.

-É fácil falar! Além do mais, é EXPIRA e inspira, seu trasgo!

-Er.. calma Su. Você quer um chocolate?

-Eu-quero-que-você-me-leve-AGORA-pro-hospital !!!

-Ok. Respira Thiago. O que eu faço primeiro? Severo! Ele sabe o que fazer! – ele dizia para si mesmo.

-Esqueça o Snape! Pegue a minha mala preta lá em cima e vamos para o hospital, sim? – a morena já estava furiosa.

-Tá. – ele subia correndo as escadas. Alguns segundos depois, ele já descia com a mala nas mãos, suado dos pés à cabeça pelo nervosismo.

-Agora. Aparate certo desta vez. Pelo amor de Merlin! E acalme-se homem! A grávida aqui sou eu! – ela segurava as mãos trêmulas do marido e eles aparatavam.

(...)

Os dois casais desaparatavam na sala de espera do St. Mungus ao mesmo tempo. Susana e Lilian começaram a rir da situação, enquanto Thiago suspirava debilmente, sem saber o que fazer. Severo se recompunha e ia calmamente atrás de uma enfermeira no guichê. Ele voltou em dois segundos, com uma enfermeira que já conjurava duas cadeiras de rodas e ajeitava as mulheres nelas com magia, enquanto fazia as anotações do que Severo ia dizendo.

-Me acompanhem, por favor. – a enfermeira ia dizendo, andando na direção de um corredor. As cadeiras iam flutuando na frente. Thiago ainda parecia meio perdido mas pareceu acordar um pouco mais, quando puxado por Snape.

-Vocês esperam aqui. – ela dizia ríspida, entrando pela porta da maternidade.

-De jeito nenhum! – Thiago ia dizendo.

-Dê um jeito no seu amigo. Se for preciso, peça por uma poção calmante para a balconista da ala. – a enfermeira fechara a porta.

-Sente-se, Potter. – Severo fazia o amigo desabar na cadeira da fila de espera, com uso de magia. – Você quer que eu te traga uma poção?

-Não precisa. Já estou melhorando, Snape. – ele dizia com rancor.

-Tudo bem, Pontas. Mas vá até o banheiro, tome uma água, e lave o rosto, tome uma r, sei la. Apenas acalme-se. Essas coisa demoram um pouco.

O moreno assentiu com a cabeça e foi tomar um ar próximo da janela.

Segundos depois, Roinck desaparatava com Draco próximo de onde Snape estava, deixando a criança no colo de Snape, enquanto era convidado pelo patrão à sentar-se ali com eles.

-Tudo bem com a senhorinha? – o elfo perguntava, com sua vozinha aguda.

-Oh, sim. Acredito que sim. – Snape dizia, com um suspiro.

-Roinck fica muito feliz pelos seus senhores, ah ele fica. – o elfo sorria, agitando as mãozinhas. -Ah, ola senhor Potter! – o elfo fazia uma reverência exagerada para Thiago que agora se juntara a eles.

-Ahn... Ah, oi Roinck... – Thiago sorria.

Passado algum tempo, Thiago acabou por se acalmar, mas não ficava muito tempo sentado. O pequeno Draco, que já estava acordado no colo do pai, brincava com um hipogrifo de pelúcia, desatento sobre o nervosismo do pai e do padrinho pela demora excessiva. O loirinho ria gostosamente no colo do moreno, agitando o brinquedo até vê-lo cair no chão. Roinck o juntava numa fração de segundos e o menino ria muito quando este lhe devolvia o bichinho. Severo suspirava pesadamente, tirando a atenção do filho da brincadeira. Draco ignorou o brinquedo e voltou a atenção ao rosto magro de Snape. A criança colocou as duas mãozinhas sobre o rosto de Severo e o encarava com seus olhinhos azuis acinzentados.

-Mama... – ele tentava dizer.

-A mamãe está bem querido. Logo, logo nós vamos estar lá com ela. – ele abraçava a criança.

O próprio Draco se soltou do abraço do pai e estendia as mãozinhas para Roinck.

-Leve ele para brincar um pouco, ok? – ele dizia para o elfo, que acentia com a cabeça e o levava dali. Ficou um silêncio constrangedor entre os dois quando Roinck saiu dali. Thiago começara a cantar uma musica um tanto quanto irritante.

-Era uma vez um elfo encantado que morava num pé de caqui...

-Potter...

-...em cima morava um duende safado que vivia...

-POTTER!!

-Ahn? Que foi?

Snape apenas girava os olhos, batendo com a mão na testa.

-Que foi? Eu to nervoso, pô. – ele sentava emburrado.

-Ta ok você estar nervoso. Mas isso já é demais.

-Hun.. desculpa Sevinho.

-‘Tá, ‘tá ‘tá. – ele girava os olhos. Ficaram mais alguns minutos em silêncio, até que Thiago não aguentou mais.

-É, Snape. Quem diria que estaríamos juntos aqui... esperando pelo nascimento dos nossos pimpolhos...– o moreno tinha um sorriso débil.

-Ah, cale essa boca Potter! – o dos cabelos mais compridos girava os olhos e ralhava com o amigo. – A situação já é bastante ruim para que você fique me aborrecendo com essas asneiras sentimentais!

A enfermeira voltava sorridente.

-Nasceram as duas crianças! Uma menina, Sr. Snape e um menino, Sr. Potter!

**FIM DO CAPÍTULO 1** {n/a finalmente... XD