Aqueles bichos estavam jogando lava em mim, até que eles me levantaram e me jogaram no meio da lava.

                Eu senti todo meu corpo ardendo em chamas, eu estava quase desmaiando, mas a dor me trouxe de volta, até que ela subitamente parou e eu não estava mais sentindo nada. Antes tudo estava vermelho, agora estava tudo preto, era estranho como eu não estava assustado com toda essa escuridão, até que eu vi um vulto.

                Um vulto no meio da escuridão.

                Até que escuridão se dissipou e a luz voltou, não era bem uma luz, mas sim um branco que não acabava mais. Até que aquele vulto de antes estava á uns dois metros de mim e eu pude nota-lo melhor.

                Ele aparentava ter uns trinta anos, possuía uns cabelos brancos, não um branco de velho, mas sim um branco de neve e seus olhos eram de um negro ébano, como se a própria escuridão em si estivesse naqueles olhos, eles deveriam ser intimidantes, mas para mim eram extremamente reconfortantes.

                Como os olhos de um pai que olha orgulhoso para seu filho.

                - Q-Quem é você? – eu perguntei.

                - Meu nome é Tânatos, todos me chamam de Deus da Morte, mas você pode me chamar de pai.        

                - O-O que? – eu respondi como um idiota assustado.

                - Isso mesmo você é meu legítimo filho.

                - N-Não eu sou filho de Poseidon!

                - Somente de Poseidon?

                - O que você quer dizer com isso?

                - O que quero dizer é que quando sua mãe conheceu Poseidon ela já estava grávida de mim.

                - Mas minha mãe conheceu meu pai meses antes de ela se apaixonar por ele!

                - Acontece que meus filhos semideuses demoram o dobro de tempo para nascerem do que filhos de outros deuses, mesmo filhos dos três grandes, mas parece que o DNA de Poseidon influenciou o tempo da gravidez de sua mãe.

                - Mas como que eu nunca apresentei habilidades como seu filho e muito menos me pareço com você!

                - Bom parece que o DNA de Poseidon conseguira sobrepujar o meu. Mas felizmente não conseguira elimina-lo. Então Percy você gostaria de aceitar sua herança como um filho de Tânatos?

                - Tenho três perguntas: Como minha mãe pode ficar com Poseidon sabendo que estava grávida de você, que lugar é esse e como cheguei aqui?

- Sua mãe não sabia que estava grávida de mim, pois somente no décimo quinto mês da gestação de um filho de Tânatos a gravidez fica visível, esse é um lugar de transição entre o submundo e o mundo dos humanos e Percy você morreu no meio de sua missão no Monte Santa Helena.

Com a revelação de que ele não mais estava vivo ele ficara com lágrimas nos olhos.

                - -Então estou feliz que pelo menos pude conhecer você pai...

                - Mas você não vai morrer.

                - Como assim! Você acabou de dizer que eu estava morto!

                - Pelo que passou desde que nascera, pelos desafios, pelo sofrimento, por tudo que você já teve que passar até chegar aqui, você é mais que merecedor da chance de voltar á vida e terminar a sua missão.

                - Sério?!

                - Sim, e também quero lhe dar essa espada para que possa despertar meu DNA subjugado em você, assim você terá alguns de meus poderes como o controle das sombras, vai poder sentir quando uma pessoa está morrendo e vai poder sentir se houver monstros ou pessoas vivas no raio de um quilometro. – Uau, as vantagens de ser um filho de Tânatos são enormes. – Mas em compensação você terá que desistir de seus poderes de filho de Poseidon.

                 O que eu faço, se eu desistir dos meus poderes de filho de Poseidon eu não poderei mais respirar em baixo d´água e nem falar com os cavalos, mas se eu não desistir vou morrer e perder poderes que são poucos, mas com certeza é o bastante para superar os de Poseidon.

                Minha decisão está tomada.

                - Sim, eu aceito pai. – Eu disse pegando a espada e a examinando, o cabo dela encaixava perfeitamente no meu punho e parecia feita de pedra, a lâmina era totalmente prateada, mas não parecia prata.

                Quando peguei no cabo eu me senti diferente como se meus ossos estivessem sendo esmigalhados e logo depois reconstruídos, meus músculos queimados e refeitos mais densos e mais fortes, cabelo ficou maior e mudou para um branco como os do meu pai, meus caninos viraram presas e por um momento eu não pude ver nada, mas logo depois minha visão ficou mais aguçada.

                - O que aconteceu comigo? – Eu disse assustado, afinal quem aqui gostaria de ter toda sua estrutura genética modificada?

                - Meu DNA foi despertado e sobrepujou o de Poseidon, está pronto para voltar à vida filho? – Ele me disse entregando a bainha da minha espada.

Embainhei a espada e disse – Mais pronto impossível pai.