Doce Ilusória escrita por RoBerTA


Capítulo 12
Você será meu


Notas iniciais do capítulo

Oooooooooooi!!
Então, ameeeeeeeeeei os reviews *-* Vocês são incríveis!
Capítulo curtinho, maaaas prometo compensar no próximo. E se vocês forem legais eu posso fazer uma maratona de capítulos nas férias (19/07 - 02-08)!
E ah, espero que gostem ^^



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Sonhos geralmente são estranhos. Mas por favor, tem que haver algum limite. Por exemplo, sonho nenhum tem o direito de projetar braços masculinos ao teu redor, como se estivessem te aninhando. Isso é muito invasivo, e a nossa mente deveria saber disso.

— Samara, você está me escutando? Por favor, responda.

Parece que algum idiota derrubou um pote de mel em cima dos meus olhos. Sequer me esforço para abri-los visto que não conseguiria.

— Hnmm. — Resmungo.

— Graças a Deus! Fiquei tão preocupado. Não sabia o que fazer...

Sua voz morre.

Por tudo que há de mais sagrado, por que diabos eu estou sendo importunada por alguém no meu próprio sonho? Será que vou ter que processar o meu subconsciente?

— Ei, olhe para mim.

Sinto um par de mãos envolverem o meu rosto. Estão quentes, e eu poderia derreter nelas. Solto um suspiro de deleite.

— Samara, abra os olhos, por favor.

Faço uma careta.

— Não me chame... de... de Samara. — Minha boca parecia cheia de areia conforme tentava falar.

Uma risada rouca enche o lugar. Inferno, agora iria rir de mim também? Sério, esse sonho é simplesmente ridículo.

— Só você mesmo para reclamar em um momento como esse.

Talvez se eu me desligasse disso tudo voltaria a dormir.

— Se você não abrir os olhos agora serei obrigado a tomar medidas drásticas.

Ignoro a ameaça, e sinto suas mãos puxarem meu rosto para frente. Uma respiração quente chega até mim.

— Eu te avisei...

Sou tomada pela surpresa quando sinto delicados lábios se unirem aos meus. Parecem plumas, e se movem sobre mim como uma brisa de verão, quentes e suaves. Suas mãos abandonam meu rosto para em seguida eu me sentir abraçada. Sem que eu perceba estou correspondendo ao beijo, e não só com a boca, mas com o corpo também, embora me sinta dolorida e cansada.

Esse com certeza é o melhor sonho que já tive. Esqueçam minhas reclamações, e dane-se a ousadia do meu subconsciente.

Meus olhos se abrem de súbito, a curiosidade queimando tanto quanto o desejo que parece se acumular no meu ventre.

O meu susto faz com que eu paralise no lugar, feito uma estátua.

Pedro se afasta alguns centímetros de mim com um olhar confuso.

— O que foi? Você está bem?

Olho ao meu redor, e percebo que a única iluminação vem de um celular aberto perto de onde estamos meio sentados, meio deitados. Aperto meus olhos enquanto tudo começa a fazer sentido.

Estamos no elevador.

Papai do céu, acho que vou cair mortinha agora mesmo.

— Samara, está tudo bem. Não precisa entrar em pânico. Já liguei para o meu pai, vai dar tudo certo.

Assinto com a cabeça, sem realmente acreditar. Engulo em seco.

— O que aconteceu?

A pouca luz ilumina seu rosto de modo que ele parece uma espécie de anjo. Um anjo vingador terrivelmente belo.

— A cidade inteira está sem energia. Ainda não se sabe com certeza o que aconteceu. Meu pai chamou os bombeiros, mas eles podem demorar um pouco, já que parecem estar muito ocupados.

Jogo minha cabeça para trás. Perfeito.

— E se a gente morrer por asfixia até que eles resolvam aparecer?

Pedro balança a cabeça.

— Isso não vai acontecer. Eles vão chegar antes.

Mordo o lábio. Certo, nada de pânico. Você é a Samara Aguiar, e não vai ser um elevador emperrado que vai te derrotar.

Olho para ele.

— E agora, o que fazemos?

Sua resposta é um dar de ombros.

— Esperamos.

Fico em silêncio por uns cinco segundos, que é mais do que se pode esperar de mim.

— Por que você me beijou?

Minha pergunta parece surpreendê-lo.

— Não sei.

Rolo os olhos. Esse garoto tinha uma capacidade incrível de me irritar com poucas palavras.

— Como assim não sabe? — De repente me sinto muito melhor, como se não tivesse desmaiado e tido um ataque de pânico.

— Eu estava preocupado com você, satisfeita?

Engatinho até estar próxima dele. Tento não pensar em quantos pés cheios de micróbios que já passaram por esse chão onde estou me arrastando.

— Preocupado, é? — Digo com a voz rouca. — Admita, Pedro.

— Admitir o quê? — Sua confusão é genuína.

— Que sente algo por mim. Que me quer.

Sua boca se comprime em uma linha fina.

— Você está maluca. Não te quero em absoluto.

Sorrio de lado.

— Mentiroso.

Ficamos nos encarando, até que a pouca luz oriunda do celular simplesmente some.

— Bateria idiota. — Pedro xinga baixinho.

Na escuridão total me torno ainda mais consciente dele, da proximidade dos nossos corpos, de como me sinto.

— Pedro...

— Por favor, Samara. Não torne as coisas mais difíceis para nós.

Minha vontade de esbofeteá-lo é imensa, mas isso iria contra o meu plano, sem falar que não enxergo porcaria nenhuma. Provavelmente acertaria o tapa em mim mesma.

Sento de uma maneira confortável, e sem querer meu joelho encosta nele.

— Você já se apaixonou antes?

Acreditem se quiserem, mas não fui eu a autora dessa pergunta capciosa. Encaro o nada, pensando se deveria responder com sinceridade ou fazer alguma observação sarcástica. Opto pela primeira, em parte por que preciso ganhar a confiança dele.

— Já.

— E o que aconteceu?

Suspiro. Será que eu deveria continuar com isso?

— Não deu certo. Éramos parecidos demais.

Ele não diz nada.

— E você, — começo, antes que pergunte algo que eu não possa responder — já se apaixonou?

— Não sei.

Sua sinceridade me emudece. Como alguém poderia não saber algo assim?

— Você nunca namorou?

— Não.

Deus, ele já tinha dezoito anos e sequer namorara ou se apaixonara. Como eu poderia continuar com isso? Fazê-lo gostar de mim para depois magoá-lo só para se vingar da minha mãe? Eu não era tão baixa assim, era?

Mas já sabia a resposta. Eu era.

Uma pessoa que não tem muito a perder igualmente não possui escrúpulos.

Solto um suspiro. Melhor fingir não ter consciência. Muito melhor.

Tateio no escuro até sentir seu ombro rijo sob a minha palma. O resto é instintivo. Nossos corpos estão praticamente colados.

— Se você quiser, eu posso mudar isso. — Sussurro contra o seu pescoço. Sinto-o estremecer.

Não deixo espaço para respostas, simplesmente o beijo.

Pedro obviamente corresponde.

Subo em seu colo, e me entrego completamente ao momento. Pelo menos ele não iria sair completamente prejudicado dessa história.

O tempo parece se enrolar ao nosso redor, de uma densidade doce, nos prensando um contra o outro, tornando o mundo um lugar surreal.

Quando sinto seus dedos nos botões da minha camisa quase tremo de desejo.

De súbito as luzes se acendem. Meus olhos ardem, e eu pisco repetidamente. Quando minha visão se estabiliza vejo um Pedro vermelho e bagunçado sob o meu corpo.

De uma forma surpreendente ele consegue sair debaixo de mim, bem na hora que o elevador se abre. Afasta-se de mim como se a minha simples presença o queimasse.

— Por favor, pare com isso. Você precisa me deixar em paz!

Continuo sentada no chão do elevador enquanto ele grita comigo do lado de fora. Ergo meus olhos para que possa ver seu rosto.

— Você vai ser meu, sabe disso, não é? Vai ser tão meu que vai implorar pelo meu beijo. Tão, mas tão meu, que quando não restar uma única peça de roupa entre nós vai pensar estar no paraíso.

Ele arregala os olhos, e dessa vez as pontas das suas orelhas também estão vermelhas. Então Pedro sai correndo como o diabo foge da cruz.

Levanto silenciosamente e pulo para fora do elevador antes que ele resolva despencar.

Essa resistência por parte do Pedro somente me fazia querer ainda mais fazê-lo se apaixonar por mim.

Talvez eu conseguisse chatear o Antônio também, além da minha mãe, quando essa história terminasse.

Sorri para mim mesma. Certamente um certo alguém ficaria muito orgulhoso se me visse agora.


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Notas finais do capítulo

Então, como eu adoro conversar vou começar a fazer perguntas em cada capítulo e quem quiser responde. ^^
P¹ Livro favorito?
P² Alguém já leu As Crônicas Arcanas??
BjxxxX



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