Katherine Narrando:

Não sabia onde estava quando acordei, mas estava deitada sobre algo macio. Tapei o rosto com as mãos ate que me acostumasse com a claridade que penetrava pela janela, suspirei, estava de ressaca e também com a sensação de que minha cabeça ia explodir. Ao virar para o lado e perceber que estava deitada na cama de Damon, que estava com o corpo colado ao meu e me abraçando possessivamente pela cintura, foi que me lembrei da noite anterior. Havíamos bebido juntos na praça,( eu mais que ele, diga-se de passagem) depois que eu disse a Damon que ele falava demais e de o ter agarrado, voltamos pra mansão e bebemos mais um pouco, acabamos dormindo juntos e agora minha cabeça estava a ponto de explodir.

–Katherine? – chamou ele. Ao olha-lo, percebi que continuava dormindo, mas me chamava durante o sono.

–Damon, acorda. – falei o cutucando, sua respiração apenas mudou de tom, passando pra um sono mais leve. –Damon. Damon!!!

–Droga!!!Bom dia pra você também. –resmungou ele levantando, tinha caído da cama por causa do susto que provoquei quando gritei em seu ouvido. Revirei os olhos, com um meio sorriso no rosto:

–Vá se vestir, precisamos ir atrás de Stefan e da sua namoradinha. –disse friamente a ele, o mesmo não me respondeu, mas foi se vestir e eu corri pra meu quarto numa velocidade inumana, peguei uma jeans assim como uma regata azul marinho, a jaqueta e os saltos. Vesti-os rapidamente e desci para beber algo. Não era algo fácil de acontecer, mas eu estava nervosa... E com raiva, muita raiva. Há muito que não via Markos, toda a raiva que um dia senti dele, voltou como um furacão e tomou conta de mim. Respirei fundo, tentando me acalmar e peguei algumas bolsas no estoque de Damon, abri-as rapidamente e as devorei ,estava morrendo de fome.

Se eu fosse humana, teria tido um ataque cardíaco ao encontrar Klaus e Elijah ali na sala, além do fiel escudeiro Marcel, mas como felizmente não sou mais humana apenas me assustei um pouco.

–Bom dia! – desejou uma voz animada do topo da escada, logo pude ver Damon surgindo com sua habitual jaqueta de couro preta, uma blusa branca, jeans e tênis, ele ficava absurdamente sexy vestido assim. Parecia contente e fora eu que o havia deixado assim, sorri.

–Bom dia, por que tanta animação? – perguntou Marcel que usava jeans e tênis escuros junto de uma camisa azul marinho, já Elijah estava com seu impecável terno preto. Damon sorriu sacana e me lançou um olhar sapeca que passou despercebido, mas não respondeu em vez disso desceu ate seu estoque me deixando novamente sozinha com os dois Originais e Marcel.

–Bom dia, Katerina. - desejou Klaus se aproximando de mim cautelosamente, como se eu fosse sair correndo a qualquer minuto, eu apenas continuei ali parada olhando para ele. Havia um meio sorriso em seu rosto. Klaus estava diferente hoje, seu olhar tinha um brilho especial e ele usava uma jeans clara, sapatos escuros, uma camiseta azul clara e um medalhão no pescoço.

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–Bom dia, Niklaus. –devolvi, sabia que ele gostava que o tratassem pelo apelido, mas eu também não gostava que me tratassem por ‘Katerina’. Ele franziu o cenho, mas deu-me um beijo no rosto, foi então que levei a mão ate a corrente em seu pescoço e a puxei para ver o relicário dourado. -É lindo.

–Obrigado. –disse ele, mas eu não estava ouvindo, estava com a cabeça longe.

Flashback on

–É lindo. –disse Elijah referindo-se ao medalhão em meu pescoço, estávamos deitados numa colina de onde podíamos ver toda a aldeia e as estrelas no céu. Corri os dedos pelo pingente, passando-os por cima dos desenhos gravados no ouro e dei um meio sorriso.

–Obrigada, foi da minha irmã. – respondi suavemente lutando pra manter os olhos aberto, pois estava com muito sono, ele franziu o cenho mas a expressão relaxada logo voltou ao seu rosto e ele acariciou o meu tal qual eu fizera com o pingente, do modo mais delicado e devagar que conseguiu. Sorri levemente quando seu indicador contornou meus lábios que ele beijou em seguida.

–Você nunca me contou sobre sua família. –disse ele com cara de cachorrinho, suspirei. Queria poder contar a ele, mas estava tentando recomeçar, queria esquecer por pelo menos um tempo.

–Sei que não, é só que... A morte da minha irmã ainda é muito recente pra mim, Elijah e... –fui interrompida quando ele colou seus lábios aos meus num beijo breve, ao nos separamos ele limpou as lágrimas que eu nem percebi que estavam escorrendo por meu rosto.

–Sinto muito, eu... Realmente, sinto muito, não sabia que ela... –pausa- Minhas condolências.

–Um dia, ainda vou te contar como vim parar aqui, mas...

–Ainda não está pronta pra me dizer. –completou ele me abraçando, coloquei meus braços ao redor de seu pescoço e deixei que minha cabeça repousasse em seu peito largo.

–Sim. –confirmei baixinho, ele apenas beijou o topo de minha cabeça e sussurrou:

–Quando seu luto tiver passado, se é que um dia irá passar, e quiser me contar, eu estarei aqui por você.

–Eu te amo, Elijah. – sussurrei fechando os olhos, estava sonolenta e mal conseguia manter os olhos abertos agora.

–Eu também te amo, Tatia.

Flashback off

–Katerina? – chamou uma voz familiar, uma voz que não reconheci a principio. O que diabos essa... Lembrança está fazendo na minha cabeça? Por que ela parecia ser minha sendo que era a Petrova usada para selar a maldição dos híbridos? - Katerina?

–Sim? – perguntei erguendo o rosto ate meus olhos se encontrarem com os de Klaus, mal percebi que ainda segurava o pingente e com força.

–Vire-se. –pediu ele tirando minha mão do pingente e colocando as suas em meus ombros de modo que ele pudesse me fazer virar de costas, estranhei o porquê do pedido, mas mesmo assim me virei. Segundos depois, a corrente de ouro estava envolta de meu pescoço e o pingente encostava-se suavemente em minha pele, o metal estava um pouco frio em contato com minha pele, mas ignorei.

–Ficou lindo em você. –elogiou Elijah assim que me virei novamente para Klaus contemplar o pingente em meu pescoço.

–Obrigada. –respondi me sentindo corar um pouco, o olhei por uns dois segundos a mais tentando descobrir o porquê de ter aquela ‘lembrança’ dele com Tatia na minha cabeça, mas parecia que somente olhar pra ele não iria me ajudar a descobrir o por que.

–Preciso concordar. –falou Klaus tocando o pingente com a ponta dos dedos, sorri forçadamente ainda remoendo a ‘lembrança’. –Gostou?

–O quê? – perguntei sendo tirada de meus pensamentos. –Ah, sim. É muito bonito.

–Podemos ir? – perguntou Damon aparecendo de repente, ele ainda sorria. Assenti e Marcel foi encaminhando-se para o carro de Damon junto de Elijah, estava prestes a segui-los quando Klaus segurou-me levemente pelo pulso me fazendo ter que me virar para ver o que ele queria.

–O que foi?

–Pertenceu a Tatia. –disse ele sobre o colar que ainda estava em meu pescoço

–Ela tinha bom gosto. –comentei, não sabia onde ele queria chegar com aquilo. Levei as mãos ate o fecho do medalhão, mas ele me impediu de tirá-lo do pescoço e devolver a ele.

–Quando ela morreu, Rebekah o pegou... Acho que ela queria ter uma lembrança dela, não sei ao certo. Ela me deu um século antes de eu conhecer você. –explicou ele

–Ainda não entendi o porquê de você estar me dizendo isso.

–Eu a amava muito, Katerina. E... Amo muito você. –disse ele.

PERAÍ... PARA TUDO, COMO É QUE É? EU OUVI ISSO MESMO?

–Ãhn, eu acho que não entendi a ultima parte. –disse o olhando como se ele fosse um alien. Qual é? Olha a quantidade de coisas que esse cara já me fez passar:

1-matou minha família

2-me perseguiu por cinco séculos

3-me fez ter de deixar Damon e Stefan

4-quando finalmente me achou me torturou por dias ate dizer que eu poderia ir quando Damon precisava de seu sangue.

–O que é tão absurdo? – perguntou ele - É o fato de que eu posso amar? Você não devia se surpreender com isso, já que eu disse que te amava antes.

–Você só pode estar brincando comigo, Klaus. –disse ainda o encarando como se ele fosse um alien. Ele suspirou alto, estava começando a se irritar.

–Enfim... Queria que ficasse com o colar, foi dela e como deve saber, ela significou muito pra mim assim como você significa hoje mesmo que não esteja acreditando, por isso quero que fique com ele. –disse ele ignorando o meu comentário, olhei dentro de seus olhos claros e tive a certeza de que ele não mentia pra mim e foi ai que desmoronei.

Eu havia passado a noite com Damon... Merda, como ele iria reagir a isso? Irritado, provavelmente, não chegaria nem perto da fúria que ele jogaria sobre o Salvatore mais velho.

–Eu... Obrigada, Klaus. – agradeci meio sem jeito, ele sorriu e colou nossas testas.

–Existem formas melhores de se agradecer, Katerina. –disse ele antes de puxar-me mais para perto ainda do que eu já estava dele e me beijar. Foi... Estranho, digamos assim, pois a ultima vez em que nos beijamos foi nos anos 20 (uma ótima época alias). Foi um beijo cheio de saudade, fogo (que fogo) , carinho e... Amor. Pela primeira vez senti que ele já não mentia pra mim, que tinha deixado sua máscara cair nem que por alguns minutos, eu tive total e absoluta certeza de seus sentimentos por mim. Eu também gostava muito dele e de Damon também (posso dizer que estou muito ferrada? ~para pra pensar~ Não, ferrada é pouco pro que eu estou). Ambos eram sexy, quentes, maus e apaixonados. Eu tinha visto o amor de Damon por mim sobreviveu nesses cento e quarenta e cinco anos, pude ver isso na noite passada e correspondi a isso como acho que nunca fiz com ninguém... Exceto Klaus.

Mas isso não é importante agora, a única coisa que sinto no momento é que:

1-Estou ferrada

2-Os braços fortes do Hibrido ao meu redor

3-Sua boca na minha e...

–KATHERINE? QUE PORRA É ESSA?