She Will Be Loved escrita por Carol Munaro


Capítulo 6
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Notas iniciais do capítulo

Hello! Boa leitura :3



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- Vai beijar a Mendler? - Peter perguntou me enchendo o saco enquanto voltávamos a pé pra casa depois da escola. Alice não foi hoje.

- Já te respondi isso.

- Sim, mas ela não estava cheia de sorrisinhos pra você antes. - Ri. Peter viaja.

- Você nem viu a menina depois daquilo.

- Você não falou que ela estava sorrindo?

- E ela estava. Mas não pra mim. - Seria um milagre se ela tivesse realmente sorrindo pra mim. Abri a porta de casa. - Vai querer comer o que? - Joguei a mochila no sofá, aproveitando que não tinha ninguém. O casal meloso estava trabalhando e a Bia na escola. Só ia chegar mais tarde.

- Pizza? - Peter sugeriu. Olhei pra ele enquanto eu abria a geladeira.

- A essa hora? - Perguntei.

- E o que tem? Ou você liga pra sua mãe dar uma ajuda. - Ri.

- Você tá delirando. - Disse ainda rindo. - Minha mãe mora do outro lado da cidade. Ela nunca viria aqui só pra isso. - Tocaram a campainha. - Vê aí se tem alguma coisa pra gente comer. E tenta não atacar fogo na minha casa. - Ele resmungou alguma coisa que não ouvi. Quando abri a porta, arqueei uma sobrancelha.

- Olá, senhora Mendler. - Ela estava chorando. - Aconteceu alguma coisa com a Alice?

- Vai lá em casa? Por favor? - O tom de voz dela estava suplicante. Alice fugiu de casa? Tentou se matar? Tentou botar fogo na cozinha?

- Claro. Peter! - Chamei. - Vou ter que sair.

- Vai demorar? - Ele perguntou.

- Não sei. - Ele pegou a mochila dele e saímos os três de casa. Eu e a senhora Mendler entramos na casa dela.

- Ela está no quarto. - Ela disse. Assenti adentrando na casa. A porta do quarto da Alice estava fechada. Bati na porta. Ela não respondeu.

- Alice? - Chamei. Ela não respondeu de novo. Girei a maçaneta e vi que a porta estava aberta. Entrei no quarto.

- Vai embora. - Ela disse com a voz abafada por causa do travesseiro. Alice estava deitada na cama e chorando como uma condenada. Entrei, fechei a porta e sentei na cama, do lado dela.

- O que você tem? - Perguntei. Ela estava com a cabeça enterrada no travesseiro.

- Eu quero ficar sozinha. - Tentei tirar o travesseiro da cara dela. Depois de um esforço, consegui. Ela bufou. - Minha mãe que mandou você vim?

- Não. - Resolvi mentir. - O que aconteceu? - Insisti. Ela virou pro outro lado, ficando de costas pra mim.

- Nada.

- Você chora por nada, então?

- Não quero te contar. - Respirei fundo. Ela é mais complicada do que eu pensei.

- Tudo bem. - Encostei as costas na cabeceira da cama. Ela ficou quieta por uns minutos.

- Você não vai embora? - Ela perguntou ainda de costas pra mim.

- E te deixar sozinha chorando? - Ela virou de frente pra mim de novo.

- E o que tem? Isso não tem nada a ver com você. - Me fiz de ofendido.

- Eu tenho coração ok! - Ela sorriu de canto. Sorri também. - Ainda quer ficar sozinha?

- Quero.

- Que pena. Levanta daí. A gente vai sair. - Disse me levantando.

- Mas eu não quero.

- Eu não perguntei se você quer. To te esperando na sala. Te dou 20 minutos.

- Só?! Isso é um absurdo! Eu tenho que tomar banho ainda! - Olhei no relógio.

- Perdeu um minuto reclamando. To na sala. - Saí e fechei a porta do quarto dela.

- Ela ainda tá chorando? - A senhora Mendler me perguntou assim que entrei na sala. Ela tinha parado de chorar também.

- Não. A gente vai sair. - Ela sorriu.

- Obrigada. - Sorri.

- Não precisa agradecer. Ahn… Isso tem a ver com um tal de Will? - Perguntei receoso. A senhora Mendler ficou olhando pra mim. Achei que ela ia dar um ataque que nem a Alice tinha feito. Mas a sua voz estava calma como sempre quando me perguntou:

- Ela te contou sobre ele?

- Não, mas… Eu fiquei sabendo sem querer.

- Pra não piorar as coisas, é melhor ela mesma te contar. - Assenti um pouco irritado. Parece que a vida da Alice gira em torno desse menino e ele parece não estar nem aí pra ela. Se tivesse, já teria vindo aqui e a mãe dela chamaria ele e não eu.

A senhora Mendler se levantou e saiu da sala, me deixando sozinho. Um tempo depois, Alice aparece já arrumada.

- Tá dez minutos atrasada. - Disse e ela revirou os olhos.

- Eu tinha que ficar “aceitável" pra aparecer, não acha?

- Você não precisa de maquiagem.

- Que pena. - Ela disse do mesmo jeito que eu disse a alguns minutos atrás.

- Essa fala é minha. - Ela riu.

- E daí? Tchau, mãe! - Saímos da casa dela e entramos no meu carro. - Onde a gente vai?

- Comer. Eu to morrendo de fome. Você comeu? - Ela fez que não com a cabeça. - Quer comer lanche?

- Pra mim tanto faz. - Antes de ligar o carro, vi que ela carregava um pacote nas mãos.

- O que é isso? - Apontei.

- Ontem você me fez um favor, então resolvi retribuir. - Ela me entregou. Tirei o embrulho e sorri.

- Reeducação musical? - Perguntei rindo e olhando pro CD do Green Day.

- Bem por aí. - Abri o CD e coloquei no rádio, ainda rindo.

(…)

Parei o carro na frente do Mc Donald’s. Saímos de lá e entramos na lanchonete. Fizemos nossos pedidos e sentamos a mesa.

- Achei totalmente injusto você pagar tudo sozinho. - Alice disse abrindo o lanche.

- E o que tem? Come logo e para de reclamar. - Disse rindo e ela sorriu também.

- Vai ser lá em casa ou na sua na sexta? - Ela perguntou.

- Pode ser na sua? - Ela assentiu. Continuamos comendo até eu ver duas garotas entrando. Não lembro o nome delas, mas eram do colégio. Olharam pra mim e acenaram. Acenei de volta. Alice riu.

- Que foi? - Perguntei.

- Você nem sabe o nome delas. - Dei de ombros.

- Conheço de vista. - Ela olhou pras duas meninas.

- Elas parecem me odiar. - Realmente. As duas encaravam a Alice, que encarava-as do mesmo jeito.

- E por que elas odiariam você? - Disse pegando um pouco da batata frita dela. Ela olhou pra mim.

- Porque elas são do colégio. Não é óbvio? E para de afanar minhas batatas! Ninguém mandou pegar o tamanho médio!

- Eu não ia pegar a grande.

- Aí pega as minhas.

- É lógico. - Ela revirou os olhos.

(…)

- Trouxe seus jogos também, né? - Alice perguntou quando abriu a porta pra mim. Ela estava bem melhor do que hoje antes de irmos no Mc.

- Oi pra você também. E eu to legal. Obrigado por perguntar. - Ela revirou os olhos. - Trouxe meus jogos. E uma caixa de chocolate. - Disse entrando na casa.

- Pedi pizza. Daqui a uns 15 minutos chega. - Os pais dela estavam na sala.

- Oi. - Disse e eles me olharam.

- Oi, querido. Alice, pode deixar que eu abro a porta quando a pizza chegar.

- Obrigada, mãe. Vem. - Fomos pro quarto dela. Ela pegou a minha sacola com os jogos e viu quais eu tinha. Vi os jogos dela.

- Acho que a gente deve começar pelo Mortal Kombat. - Sugeri.

- Quero ver você ganhar de mim. - Ri.

- É lógico que eu vou ganhar de você.

- Você vive num mundo de ilusões, Andrew.

- Não mais do que você. - Abri a caixa de chocolate e peguei um. Ela pegou o jogo e colocou no vídeo game. - Quem ganhar no final de tudo, ganha o que?

- Nada ué. - Ela disse franzindo a testa

- Nem um prêmio de consolação? - Alice riu. - Eu pensei em um. Quem ganhar, além de ser o rei do vídeo game…

- Ou rainha. - Ela disse me interrompendo.

- Certo. Ou rainha, ganhará também um CBO com direito a coca cola e batata frita grande.

- Fechado. - Ela concordou ainda rindo.

- Tá rindo de que?

- Nada não. - Ela me entregou o controle.

(…)

- Como você disse mesmo? "É lógico que eu vou ganhar de você". - Alice disse numa imitação fajuta da minha voz. Sim, ela ganhou. Mas somente a primeira luta.

- Além de você ter me confundido, aquilo foi golpe baixo.

- Você perdeu pra uma menina! Aceita logo.

- Você passa o dia jogando isso. Tenho certeza.

- Lógico que não. Eu sou melhor que você. - Revirei os olhos.

- Foi a primeira luta! Tem várias ainda.

- É, mas pode marcar aí no papel: Alice 1 X 0 Andrew. - Coloquei um risquinho do lado do nome dela. Abriram a porta. Era a mãe dela com a pizza.

- Eu pedi as mais tradicionais possíveis. Não sei do que tu gosta. - Ela disse abrindo a caixa. Era metade de muçarela e metade de calabresa.

- Gosto das duas.

- Se não gostasse, ia ter que comer do mesmo jeito. - Meiga como uma porta. Ela pegou um pedaço e passou outro pra mim.

(…)

- Isso é totalmente injusto. - Alice disse pela terceira vez. Ri.

- Eu te disse que aquela era a primeira luta ainda.

- Eu perdi por uma luta de diferença!

- Vai ter que me pagar o lanche do mesmo jeito. - Ela estava com um bico do tamanho do monte Everest. 

- Eu devia pagar só o CBO! - Alice disse inconformada.

- Nada disso! Nem pense em tentar me enrolar. - Ela bufou.

- Vai ficar sem o seu último pedaço de pizza também. - Ela levantou indo até a caixa. Levantei também indo atrás dela.

- Eram quatro pedaços pra cada um! Eu só comi três! - Ela pegou os dois últimos pedaços da caixa, me impedindo de pegar o outro. Fui atrás dela.

- Para de me seguir, garoto. - Ela falou comendo e correndo pelo quarto, comigo atrás dela. - E outra, você pegou minhas batatas hoje mais cedo. Eu tenho direito.

- Tem nada. - Tropecei no tênis dela e caí pra frente, levando ela junto comigo. Caí em cima dela e meu nariz bateu no dela. Fui pro lado com a cabeça latejando de dor.

- Acho que você quebrou meu nariz. - Ela disse com uma mão no rosto.

- Digo o mesmo pra você.

- Quando isso acontece nos filmes se torna uma coisa romântica, não dolorida.

- Eu preferia o romântico. - Disse rindo.

- Por incrível que pareça, eu também. - Olhei pro lado, onde ela estava deitada no chão do meu lado. - Que foi? - Ela perguntou depois de um tempo.

- Nada não. - Pelo jeito vou ter que ficar mais tempo com a minha vontade de beijá-la.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo! Xoxo :3