She Will Be Loved escrita por Carol Munaro


Capítulo 37
Metaphor


Notas iniciais do capítulo

Ooi, gente! Boa leitura!



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– Ele vai tentar me beijar, não vai? - April me perguntou. Era sexta. Já estávamos em casa. Ela estava enrolando pra ir se arrumar.

– Quer a sinceridade? - Ela choramingou.

– Olha, é que… Eu não curto caras no meu pé. É chato. Ele tem mais chances sendo só meu amigo do que dando em cima de mim. Odeio gente grudenta. E se tivesse um prêmio por isso, Peter ganharia fácil!

"Não fica no pé dela. Age só como amigo que aí sim seu plano vai dar certo"

Mandei mensagem pra ele assim que ela parou de falar.

"E o que eu vou fazer com esse colar e o champagne que roubei da coleção da minha mãe?"

"O colar eu posso até comprar de tu pra dar pra Alice"

"Nem fodendo, Andrew! Eu posso vender por bem mais que eu paguei. E vc é meu melhor amigo. Eu ia ter que fazer um preço justo"

"Me dá o champagne, pelo menos"

"Tá. Ela já foi se arrumar?"

"Tá sentada aqui na sala vendo seriado"

"Posso aparecer aí?"

"Não fode com tudo, Peter"

"Espero que ela esteja bem gata hoje. Quero beijar a April"

"Considere que eu esteja revirando os olhos"

"Considere que eu esteja lhe mostrando o dedo do meio"

"Considere que eu esteja mandando você se foder"

"Amo isso"

"O que?"

"Amor entre amigos"– Ri. April olhou pra mim.

– O seriado é de terror. Tá rindo de que?

– Li uma coisa no celular.

– Você não contou pro Peter, né? Tipo, tudo bem que eu falei a verdade, mas não to afim de magoar ninguém.

– Não contei nada. E mesmo se contasse, duvido muito que ele se sentiria ofendido.

– Eu não sei que roupa colocar!

– Não sou uma menina, April.

– Mas você conhece o Peter melhor do que ninguém. Me ajuda?

– Isso é sério?

– É.

– Empurra minha cadeira, pelo menos. - Aí lembrei de algo. - Mãe, já recolheu o milho?

– Que foi, menino?

– Já recolheu o milho pra fazer a pipoca? Tá demorando.

– Não reclama! Já to indo. - April empurrou minha cadeira e parou com ela em frente ao guarda-roupa.

– Espera aqui. Rapidão. - Ela saiu do quarto.

"Responde logo: Quer a April de vestido ou o que?"

"Virou consultor de moda agora?"

"Responde logo, infeliz! Mas lembre-se que ela não é que nem as meninas que você costuma sair"

"Foda-se. Vestido. Mas colado de preferência"

"Não esquece que ela é minha meia-irmã agora"

"Tem ciúmes dela agora? Poupe-me"

”-‘-“

"Isso é feio, muito feio"

– Voltei. Tinha esquecido o livro em cima do sofá.

– O que tem?

– Não sou que nem você que só não deixa roupa suja jogada na sala porque tem um pouco de bom senso. - Fiz uma careta.

– Nem ligo.

– Claro que não liga. Não é você que ajuda sua mãe a limpar a casa!

– Eu lavo a louça do jantar.

– Nossa. Vai cair a mão. - Agora que perdeu a vergonha tá ficando folgadinha. - Vestido ou calça?

– Vestido. Acho que vocês vão jantar. - Chutei. Apesar que é bem provável de ser isso mesmo que eles vão fazer.

– Qual?

– Deixa eu ver aquele branco com flores.

– Nem sei se me serve ainda.

– Não custa tentar. É bonitinho. - Ela tirou do cabide.

– É… Tá. Obrigada.

– Só isso?

– Quer escolher qual a cor da minha sombra também?

– Como assim?

– Maquiagem, Andrew.

– Ah… Eu não sou gay!

– Eu vou me arrumar.

– Já to saindo. Não precisa me expulsar. - Saí do quarto dela e voltei pra sala.

– Aqui sua pipoca. - Minha mãe apontou pra uma tigela em cima da mesa de centro.

– Obrigado. Você é o amor da minha vida.

– Você também. Mas não precisa puxar meu saco, Andy. - Olhando pra pipoca, eu sorri que nem uma criança quando vê um doce.

(…)

Acordei com alguém mexendo nos meus cabelos. Não abri os olhos. Estava tão bom…

– Andy. - Ouvi a voz da Alice me chamando. Não abri os olhos ainda. Puxei-a pela cintura rapidamente, fazendo-a subir em cima de mim, e ela soltou um grito. - Você quase me matou do coração. - Ri.

– Não exagera. E eu mereço um beijo por você ter me acordado cedo.

– Cedo? São quase uma da tarde. E as duas você tem consulta com o médico. Esqueceu?

– To com preguiça. - Alice colocou a cabeça no meu pescoço.

– Eu até fiz uma coisa bonitinha pra você.

– O que?

– Trouxe seu café da manhã na cama.

– Tá querendo alguma coisa?

– Que horror, Andy! Se não quiser, eu levo de volta.

– Não! Eu acordei com fome. - Ela saiu de cima de mim e me entregou a bandeja.

– Caiu um pouco de suco de laranja do copo.

– Metade do copo.

– Que mentira!

– Pra mim é metade.

– Metade de um copo é quase cheio ou quase vazio pra você?

– Metáfora? - Ela deu de ombros. - Já que é, depende.

– Exemplo.

– Se uma pessoa ama outra e recebe só metade desse amor é como se fosse um copo quase vazio.

– Mas a pessoa continua te amando. Independente da intensidade.

– Continua sendo um copo quase vazio.

– Indireta pra mim, Davis? - Ela parecia realmente irritada. Muito irritada, na verdade.

– Não. Você pediu um exemplo e eu dei, Mendler. - Ela continuou me olhando com cara de brava. Fingi que nem reparei e continuei comendo. - Come um pedaço do bolinho. Tá bom.

– Hm… - Ela resmungou. - Comprei na padaria lá perto de casa.

– Do senhor Russo?

– É.

– São os melhores bolinhos que eu já provei! E olha que minha mãe cozinha bem.

– Tá. Só não esquece que temos que estar lá as duas.

– Para de ser chata. Não é nem uma hora ainda. E eu to em fase de crescimento. Tenho que me alimentar bem. - Ela revirou os olhos e deitou do meu lado. Quando terminei de comer, tomei banho e me sequei. Saí do banheiro e abri meu guarda-roupa. Alice ainda estava esparramada na cama. Até que ela levantou e veio até mim.

– Você fica uma tentação assim, sabia? - Me sentia um idiota por sentir minhas bochechas quentes. Que tipo de cara fica corado na frente da namorada? Ah, é… Eu!

– De toalha?

– É. - Ela beijou meu pescoço.

– Alice, eu vou me atrasar desse jeito.

– Quero te deixar na vontade. - E tá conseguindo.

– Para de chupar meu pescoço! - Virei, ficando de frente pra ela e a beijei.

– Andy! Assim você vai se atrasar! - Ela disse quando paramos o beijo. - To te esperando na sala.

– Eu te odeio, Alice!

– Também te amo. - Escutei ela dizer do corredor.

(…)

– Você já pode tirar o gesso. - Escutei We are the Champions quando o médico falou isso. - Mas vai ter que usar bota. - A música travou na minha mente.

– Sério, doutor? - Perguntei.

– Sim. - Merda!

– Pensa pelo lado positivo. Ninguém vai ter que arrastar a tua cadeira de rodas pra cima e pra baixo. - Alice falou.

– Ajudou muito. - Resmunguei irônico. A porta abriu e uma enfermeira entrou.

– Me chamou? - Ela perguntou.

– Sim. Leve o paciente pra tirar o gesso e colocar a bota no pé quebrado. - E lá fomos nós até uma salinha. Bom, pelo menos agora eu posso andar. Não preciso ficar sentado numa cadeira de rodas e ficar com a bunda doendo.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu amei escrever esse cap. Sério mesmo. Espero que vcs tenham gostado de ler. E... Amanhã eu vou pro jogo e depois vou pra casa da minha vó. Mas tem um problema: o wifi de lá não tá querendo pegar no meu note. E minha irmã usa o note de lá pra trabalhar. Então, não sei se vou conseguir postar. Mas prometo tentar. Não garanto nada .-. Bye!