- O que está fazendo aqui? - Jane estava na porta do quarto de Alec

Eu não consegui responder, a dor era muita. Tive que me apoiar em algo, mas mesmo assim, caí. Lembro de ter visto um copo quebrando e minha mão sangrando. Os olhos de Jane mudaram.

Alec entrou no quarto nessa hora, o copo quebrado havia caido na minha mão. Ele afastou Jane rapidamente, a dor parou. Mas agora havia uma dor pior, na minha mão, não, não era pior, a dor de Jane era horrível. Alec voltou, lembro de ter perdido os sentidos.

Só voltei a sentir quando minha mão já estava enfaixada. A dor tinha melhorado um pouco, mas nem tanto.  Eu já estava no meu quarto, Heidi estava olhando suas unhas em uma cadeira no canto. 

- Bom dia, flor do dia! - Olhei rapidamente para o relógio, 19:00.

- Onde está Alec?

- Fico feliz em te ver também.

- Desculpe, Heidi. "Bom dia pra você também". - Fiz aspas com a mão, a que não estava enfaixada.

- Ele está no quarto da irmã dele.

Levantei rapidamente, meu estômago me dedurou, roncando, pela primeira vez na semana, estava com fome. Heidi saiu e voltou com uma pêra. Como ela sabia que eu adorava pêras? Ah é, eu contei.

Não demorou muito para eu estar de barriga cheia e vestida. Vestida com meu pijama e enrolada no edredom.  Saí por aí assim mesmo, abri a porta do quarto de Jane, Alec e ela estavam brigando baixinho. Senti a dor de novo. 

- Jane! - A dor parou - Você pode parar de...

Ele nunca terminou a frase, só me levou de volta ao quarto e saiu de novo. Eu estava me sentindo como uma criança que não conseguia dormir, ele chamou Heidi e falou baixo para ela não me deixar sair do quarto. Eu ouvi, obviamente. 

                                                                  ...

Acordei no outro dia com a mão boa, mas uma dor horrível, não, cansei da Jane, sem brincadeira.  Ela estava na porta, droga. 

Fui fraca e covarde, mas gritei. Ouvi Heidi arrastando Jane, não vi, fechei os olhos. Levantei da cama em um salto e fui tomar banho, me  vesti (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=91344183&.locale=pt-br), hoje estava frio, mas nem tanto. Entrei no quarto de Alec, ele estava deitado em sua cama, lendo um livro, de pijama.  Era sábado, mas não é motivo para alguém que não dorme usar pijama.

- Oi. - Sua voz era fria

- Olá. Que roupa é essa? - Respondi, de forma mais animada

- Pijamas.

- Por quê?

- Eu gosto de pijamas.

Deitei ao seu lado, ele me tescou um beijo, um beijo quente, delicioso, sincronizado. E aquilo se tornou mais que um beijo.

                                                                    ...

Acordei ao lado de Alec, nós estávamos abraçados, ele estava acordado, obviamente. Meu corpo doía muito, os hematomas se alternavam entre roxo e vermelho. Era uma dor que valia realmente a pena. Estava de noite. Ele me beijou. 

Levantei e ele viu os hematomas, sua cara era de horror. 

- Dói muito? 

- Quer a verdade?

- Sim.

- Dói.

- Desculpe-me.

Eu já tinha fechado a porta do banheiro. Entrei no chuveiro e deixei a água escorrer pela minha pele. Vi que tinha uma caixa com meu nome no canto do banheiro, abri. Era um vestido azul tomara que caia, sapatos de salto alto e um batom vermelho. Confesso que fiquei linda com aquela roupa. Abri a porta do banheiro, Alec estava vestindo um terno :

- Vamos sair?

- Para aonde? - Ideias loucas, típicas de Alec.

- Não sei, vamos andar por aí.

Saímos pela bela Volterra. Era sábado a noite e tinha muitos jovens pela rua, jovens bêbados, mas jovens. Jovens drogas, mas jovens.  Meu corpo ainda doía, mas estava com o terno de de Alec, então os hematomas não estavam visíveis. Depois parei para pensar, a guarda inteira tinha ouvido tudo. Meus pensamentos foram interrompidos :

- Sophie.

- Oi?

- Case-se comigo - Eu não sabia o que dizer, fiz sim com a cabeça. Ele colocou o anel na minha mão.

                                                                  ...

Entramos no castelo, todos estavam nos olhando. Principalmente Jane e Kallen. Senti uma dor forte e me apoiei no ombro de Alec. Ele e sua irmã se entreolharam e a dor passou rapidamente. 

Fui para o meu quarto, mas dormi abraçada com Alec. 

                                                                   ...

No dia seguinte, fomos até a sala do trono. Aro ficou lendo meus pensamentos, não sabia o que ele estava vendo. O pedido de casamento ou as coisas que realmente não deveriam ser vistas por ninguém. Eu estava com um casaco bem largo, para ninguém ver os hematomas, que permaneciam.

No corredor, indo para o quarto, eu e Heidi paramos para conversar, o casaco caiu. Droga de casaco largo.

- Não me pergunte o que houve, pois certamente não irei responder.

- Não preciso perguntar , eu ouvi tudo.

Corei totalmente. Fomos para o meu quarto e Heidi me obrigou a contar todos os detalhes, nunca me senti mais envergonhada. 

Dormi enquanto Heidi ficava reclamando da vida.