Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim escrita por Suzy Cullen


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que gostem e comentem, por favor...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/392922/chapter/24

Esme

Não foi tão ruim quanto pensei. A vermelhidão do meu rosto tinha passado e a maquiagem escondeu bem as marcas. O batom vermelho escondeu a ferida da minha boca e Edward só me achou diferente, mas nem suspeitou de nada.

No trabalho, as energias já estavam mais acalmadas e já haviam se acostumado comigo. Claro que, eu ouvia meu nome vez ou outra, mas era bem menos do que quando eu entrei. Emily já tinha milhões de ideias para nossa matéria que estava mais que atrasada e no final das contas tivemos que ficar até tarde na empresa para escrever a matéria definitiva.

— Você escreve muito bem. — comentou Emily quando saímos.

— Obrigada. — respondi sorrindo. — Você também. Fizemos um bom trabalho.

Já era tarde da noite e as ruas estavam desertas. E eu lógico, estava apavorada. Todo ruído que eu ouvia era como se eu estivesse na areia movediça sozinha. Mas Emily estava do meu lado, e parecia nem se importar.

Meio caminho andado e eu já estava um pouco mais relaxada. E justamente quando eu consegui me convencer de que não havia perigo, um grito passou por nós. Eu e Emily nos olhamos assustadas. Outro grito. Era de um homem e eu sentia que já tinha ouvido uma voz parecida. Por isso, comecei a andar em direção a voz.

— Esme. — chamou Emily atrás de mim. — o que está fazendo?

— Precisamos ajudar.

— E se for uma armadilha? Ou coisa pior?

Continuei andando e vi um carro revirado de cabeça para baixo. Acelerei o passo e vi um homem deitado de barriga para baixo no chão. Era o autor dos gritos. Corri até ele sem pensar em mais nada, eu só queria ajudar aquele garoto. Emily me seguiu. Ele estava ensanguentado, machucado e quase desacordado.

— Menino. — chamei, me ajoelhando ao lado dele, com medo de toca-lo e o machucar, afinal ele parecia já tão machucado.

— Me ajuda. — ele falou com grande esforço. A luz dourada do poste refletia em seus cabelos castanhos dourados.

Virei-o com cuidado e meu coração quase saiu pela boca.

— Edward! — gritei, colocando a mão em sua cabeça.

— Esme... Por... Favor... — ele tentava falar, mas notei que além de estar quase desacordado, ele não conseguia respirar direito.

— Você o conhece? — perguntou minha colega com a voz trêmula.

— É meu irmão — falei, jogando minha bolsa para Emily, que agora estava em pé ao meu lado. — liga para a emergência.

Sem falar nada, ela obedeceu e logo já estava dando as coordenadas de onde estávamos. Comecei a chorar quando Edward começou a ameaçar ficar inconsciente. O chamei diversas vezes e ele até despertou um pouco, mas eu sabia que não me entendia.

Foram trinta minutos de angústia e a ambulância chegou. Os paramédicos tiveram dificuldade para levantar Edward, pois ele gritava de dor sempre que tentavam, o que indicava que tinha quebrado alguma coisa. Então, eles ignoraram de uma vez seus urros e o levantaram. Por mim, eles continuariam tentando delicadamente, mas eu sabia que precisavam chegar ao hospital o mais rápido possível.

Eles me deixaram ir na ambulância. Emily disse que precisava mesmo ir para casa e me pediu para liga-la quando pudesse. Era constrangedor chorar num lugar pequeno com outras pessoas te olhando ou tentando não te olhar com pena. Mas eu não liguei, chorei calada.

Quando chegamos ao hospital, percebi os olhares de algumas médicas e só então me dei conta de que estava no hospital onde Carlisle trabalhava. Ótimo. Fui obrigada a esperar na recepção até que eu pudesse ao menos conversar com o médico sobre estado de saúde do meu irmão.

Carlisle

Fui chamado para atender um jovem na emergência, acidente de carro. Até então, eu já estava preparado. Eu apenas não sabia que o jovem era um dos meus melhores amigos. Sim, Edward estava lá, machucado e inconsciente depois de um acidente.

Claro que eu pensei em Esme. Será que ela sabia? Se soubesse ficaria arrasada. Tentei ser profissional, mas era um pouco exigente demais. Depois da bateria de exames, fiquei ainda mais nervoso. Edward havia entrado em coma.

— Ele está com responsável? — perguntei.

— A irmã dele está aí. — disse uma enfermeira.

Assenti e fui para a recepção, encarar Esme e dize-la da melhor forma possível que seu irmão quebrou a costela e estava em coma.

— Carlisle? — ela chamou se levantado.

— Oi Esme, eu estou cuidando do Edward. — falei nervoso.

— Como ele está?

— Podemos ir para minha sala para falar disso? — pedi e ela assentiu, pegando sua bolsa e me seguindo pelo corredor.

Tranquei a porta e me sentei na cadeira ao seu lado e não na do outro lado da mesa, afinal eu sabia que precisava ser o mais amigável.

— Como ele está?

— Ele quebrou uma costela. — falei olhando para minhas mãos.

— Eu posso visita-lo, não posso? — ela havia ficado um pouco mais feliz com a hipótese.

— Esme... O Edward sofreu um acidente...

— Eu sei. — ela rebateu sorrindo nervosa.

— Ele... — respirei fundo. — entrou em coma.

— Ele... — foi tudo o que ela disse antes de desabar. Senti uma agonia em vê-la chorar tanto e não poder fazer nada. — o Ed... — ela sussurrou entre soluços. Apesar de tudo, eu não resisti a segurar suas mãos pequenas.

— Eu vou cuidar dele, mas só podemos espera-lo acordar.

— E ele pode passar até anos em coma, não é? — ela apertou minhas mãos.

— Olha, ele vai sair dessa. O Edward é saudável e jovem.

Esme se aproximou e colocou a cabeça em meu ombro, chorando ainda mais. Eu não podia culpá-la por querer se sentir um pouco acolhida. Passei meus braços pelos seus ombros e ela passou os seus pela minha cintura.

Esme amava muito o irmão e eu não podia dimensionar o que podia estar sentindo. Só pensar em perder Rose já era demais para mim.

Por conta disso, liguei para ela apenas para deseja-la boa noite, afinal, apesar de estarmos brigados depois do que ela fez com Esme ela era minha irmã caçula e eu precisava agradecer por ela estar sã e salva.

Edward então era quem estava ajudando Esme em tudo e eu realmente não sabia como ela iria ficar sem ele.

— Eu não posso perder meu irmão. — ela disse quando parou de soluçar e ainda estava abraçada a mim.

— Precisa ter fé nele. — sussurrei.

— Obrigada mais uma vez. — ela se afastou para me olhar. — se não fosse você eu não sei o que faria.

— Eu não fiz mais do que minha obrigação.

— Mesmo assim. Você está sendo incrível. — sorri. — como sempre. — ela completou sorrindo também.

(...)

Minha noite foi marcada por choro. Esme chorava, a mãe de Esme que veio correndo quando soube chorava também, por rever a filha e por Edward. Eu só ficava dando olhares de conforto para as duas, afinal eu não podia garantir nada, ele estava em coma e ninguém saberia quando ele acordaria. Esme queria ficar no hospital aquela noite.

— Esme, o Edward está na UTI por causa do coma. Você não pode dormir hoje, lá não tem lugar para isso. — falei, quando ela pediu para ficar.

— Você não me disse que meu irmão estava na UTI. — ela falou limpando as lágrimas.

— É só por que ele acabou de entrar em coma. Logo, ele deve sair de lá.

— Ok, mas por favor, é meu irmão... Eu prometi a minha mãe que ela podia voltar para casa por que eu ficaria aqui... E agora?

— Nem se fosse sua mãe, enquanto ele estiver na UTI, é melhor você não dormir lá. Olha, eu sei que você quer ficar com ele... Eu também sou o irmão mais velho, lembra? Mas, realmente, hoje não, Esme. A equipe de enfermeiros que ficaram comigo também são responsáveis por ele e vão monitorá-lo o tempo todo.

— Do que vai adiantar ir para casa se eu não vou conseguir dormir?

— Eu só estou tentando facilitar. — disse eu, calando-a por uns instantes.

— Eu nem sequer tenho como voltar para casa, entende?

— Eu posso te levar, quem sabe. — falei sem pensar, mais uma vez.

Só depois que comecei a pensar sobre minha resposta. Eu estava sendo amigável com Esme, amigável demais. Eu não podia me aproximar dela assim, era loucura e burrice. Eu estava sendo formal e queria continuar sendo, mas as coisas com Esme eram sempre tão difíceis. Era ruim se eu ficava longe demais, mas eu também não podia me aproximar muito.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para quem sentia falta do Ed ou queria mais Carlesme...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.