Carlisle

Uma semana depois do acontecido no bosque, eu já estava em casa. Eu estava vendo um jogo quando a campainha tocou. Fui até a porta e a abri, me deparando com Bella.

— Oi. — falei surpreso, fazia um tempo que estávamos um pouco afastados depois de tudo o que vinha acontecendo.

— Oi. — ela sorriu e entrou. Fechei a porta e fomos para a sala de TV, onde eu estava anteriormente. — eu vim por que... Eu quero que você me conte a verdade. — sentei-me ao seu lado no sofá.

— Eu te conto a verdade.

— O que você sente pela Esme? — olhei-a e seu rosto parecia o de uma criança que segurava o choro.

— Nada, Bella. Agora vamos parar de falar...

— Você ainda a ama Carlisle. — e então ela começou a chorar.

— Não! Claro que não! Ela me traiu Bella, eu agora estou com você! — segurei suas mãos.

— Carlisle... Por favor... Não nega. Eu sei que você com certeza sente algo e a Esme também sente.

— Não sentimos nada um pelo outro. — ela soluçou mais e se levantou do sofá.

— Eu não quero atrapalhar sua vida. Se você gosta dela me fala, por favor... — me levantei e segurei seus pulsos, os apoiando em meu peito.

— Quando você vai entender que eu não gosto dela?

— Eu sei que você e ela mentiram sobre o bosque. — ela abaixou a cabeça e a abracei.

Como ela suspeitava? Emmet? Não. Ele não podia ter contado, eu sabia que não. Mas... Ele podia ter contado a Rose sem querer. E ela podia ter contado a Bella. Mas não... Se Rosalie soubesse ela viria até mim ao invés de plantar discórdia entre o irmão e a melhor amiga.

— Bella. — chamei e ela levantou a cabeça. — não precisa ficar assim. Eu nunca vou te largar pela Esme. Eu não sinto nada pela Esme. Entendeu?

— Mas... Mas...

— Chega de mas. Você e eu estamos namorando e eu sei que você confia em mim. Isso é o que importa. — limpei suas lágrimas e ela deitou a cabeça em meu peito. Apertei-a em meus braços.

Apesar de realmente não entender mais o que eu sentia pela Bella ou pela Esme, eu não iria magoa-la. E se nós realmente terminássemos eu esperava que fosse da forma mais amigável e verdadeira possível.

Jasper

O expediente terminou e esperei todos irem embora. Alice era a última a sair sempre. Tomara que isso não mudasse agora. Ainda um pouco medroso, caminhei até sua sala e depois de ter certeza que ela realmente estava lá, entrei.

— Alice? — chamei e ela se virou.

— Oi. — ela sorriu e foi involuntário sorrir de volta.

— Aquilo que me falou sobre o James e o acidente de carro...

— Era verdade. Ele morreu dirigindo de madrugada. Eu estava do lado dele. Por isso não dirijo mais àquela hora da noite.

— Entendo... Desculpe se fui muito invasivo, foi só uma duvida. — falei já colocando minha mão na maçaneta.

— Espere. — parei onde estava e virei-me para ela. — Jasper até quando vai me torturar?

— Te torturar? Como assim? — menti. Eu sabia muito bem o que ela estava querendo dizer.

— Foi só um beijo e você estava precisando, admita. O pior de tudo Jasper é que eu gostava de você. — falou ela, semicerrando os olhos para mim.

Era inadequado pensar assim, mas fiquei mexido com o “gostava”. Eu era passado? De todo jeito, eu não podia culpa-la. Eu mereci, afinal.

— Ah Alice... Aquilo... Eu não queria te magoar nem nada assim.

— Eu sei que você não queria. — só então percebi que estávamos próximos.

Eu imaginei um milhão de possibilidades do que poderia acontecer e abaixei a cabeça, envergonhado por meus pensamentos.

— Jasper. — ela chamou firme e encarei-a. Péssima ideia. Fui me aproximando devagar e quando dei por mim, tudo estava acontecendo de novo.

Fiquei irritado comigo mesmo, mas não o bastante para afasta-la. Eu a queria perto e percebi que ela também me queria perto, na verdade ela sempre quis.

— Vai ser tudo de novo não é? — ela perguntou quando nos afastamos, apoiando as mãos em meu peito.

— Eu nunca quis te fazer isso.

— Eu já sei Jasper. — falou ela num tom carregado, como se já tivesse falado a mesma coisa um milhão de vezes.

— Mas eu não posso namorar um funcionário, não é certo...

— Será que poderia trocar o não por sim de vez em quando? — ela se afastou e senti sua falta.

— Eu preciso da sua ajuda... Não sei o que fazer.

— Jasper, você só precisa se ouvir mais. — disse ela sorrindo.

— Você tem razão. — sorri.

— Então, o que você quer falar? — me aproximei devagar e peguei sua mão.

— Dane-se meu regulamento antiquado. Desculpe por tudo. Eu quero ficar com você Alice.

— Você... — ela sorria de orelha a orelha. — eu também quero, Jazz.

Sorrimos um para o outro e nos abraçamos. Pela primeira vez em muito tempo, eu estava realmente feliz.

Bella

Fiquei caminhando pelo bosque, tentando imaginar o que realmente aconteceu entre Carlisle e Esme aqui. Ele não me trairia, eu acho. Só de pensar tudo o que estava acontecendo comigo e com todos nós, comecei a chorar de novo, sem soluçar nem nada.

Quando resolvi voltar para casa, encontrei Edward dentro de seu carro que estava ao lado do meu.

— Oi. — ele falou saindo do carro e vindo me cumprimentar.

— Oi... Anda me seguindo ou algo assim?

— Não, não. — rimos um pouco. — você está bem? Parece estranha.

— Eu... Eu posso confiar em você Edward?

— Claro...

— Posso desabafar?

— Pode... — comecei a andar em direção ao bosque e o chamei com a mão. — então, o que foi?

— Eu nem sei se é certo falar isso, mas... Você acreditou no que a Esme falou?

— Sinceramente, tenho minhas dúvidas. Mas acho que não deve ser tão grave assim.

— Você promete que não vai falar a ninguém o que estamos conversando?

— Você é minha melhor amiga naquela turma Bella. Pode confiar, esqueceu?

— Tudo bem. Então eu não sei se é tão fácil assim. E se tiver acontecido algo grave e Esme não quer falar? O pior é que o Carlisle concordou... Eu tenho medo. Medo de que isso acabe mal.

— Bella... Eu preciso te dizer a verdade. O Carlisle e a Esme foram muito apaixonados sim. Mas o Carlisle está com você, ele vai ser sincero.

— Eu sei que ele vai, mas... Eu não sei o que vai ser de amanhã, eu não sei o que esperar.

— Não espere, então. Se lembre de que eu estou aqui para qualquer coisa, viu? — ele falou e tudo ficou silencioso.

Edward com certeza não era um cara qualquer para mim e só agora eu conseguia entender.