PDV Esme

Eu estava ao lado de Charles na fila de embarque. O aeroporto não estava tão cheio e chegamos rápido no portão para embarcar. Rapidamente estávamos no avião. 

Estava calada desde que saímos do escritório do advogado do Carlisle, o Jason. Aquilo havia sido... horrível. Hoje no estacionamento eu senti toda a raiva que Carlisle sentia de mim.

Ele me odiava agora. Me senti mal. Eu não queria magoa-lo. Eu só... não o amava mais daquela forma. Já que, estávamos afastados. Nesse último ano, ele não parava em casa direito. E quando parava, estava tão exausto...

Eu precisava de alguém que me colocasse em primeiro lugar. Eu queria ser amada, sentir alguém cuidando de mim. Embora eu ainda não estivesse segura que esse alguém era Charles.

Mas daria tudo certo. E agora, sentada ao lado da janela do avião, com os dedos entrelaçados aos de Charles, lembrei de cinco anos atrás, quando estava aqui com Carlisle.

Rumo à nossa lua de mel. Aquela noite foi tão boa, ele foi tão carinhoso e amoroso, tão apaixonado... Mas eu me separei e não podia pensar nele agora. Eu estava com outro.

Será que meu ex-marido encontraria outra também? Senti algo estranho ao pensar nisso. Era como se me sentisse roubada. Mas... eu não sinto mais nada por ele. Por que deveria pensar assim? 

- Você está bem? - Charles perguntou, finalmente acordei de meus pensamentos.

- Estou. - o olhei. Ele parecia intrigado. - é só que... me sinto mal pelo... Você sabe.

- Você só descobriu que quem você realmente ama sou eu!

- Eu sei, Charles, mas... Mesmo que eu não sinta mais nada... Me sinto culpada, por ele. Deve estar pensando que o traía bem antes. Mas eu não queria deixa-lo daquela forma.

- Não teria como poupar o sofrimento dele. Você ama outro. Isso acabaria assim de qualquer forma. - virei o rosto, mas ele puxou meu queixo com força, mesmo comigo tentando desviar, ele selou nossos lábios.

PDV Carlisle

Ouvi a campainha. Que droga. Eu só queria ficar sozinho, não precisava de ninguém me enchendo o saco. Saí da cama sem nenhum entusiasmo e fui em direção à porta.

Nem me dei ao trabalho de olhar o olho mágico, abri sem pensar. 

- Finalmente. - Rosalie disse sínica.

- Ah, você tinha mesmo que vir? - perguntei sonolento.

- Claro que eu tinha, maninho. Você está mal?

- Não, imagina. - me joguei no sofá e ela fechou a porta. - Rosalie, quero ficar sozinho, por favor.

- É assim que você trata sua irmã? - ela perguntou indignada. 

- Desculpa, Rose, eu só... - não consegui terminar. Ela se sentou ao meu lado no sofá e me abraçou.

- Shhh. Tudo bem, maninho. To aqui. - ela disse. Deitei a cabeça em seu ombro e ela começou a fazer carinhos em meu rosto. -  I know your eyes in the morning sun... - ela começou a cantar. Rosalie sempre foi ótima cantando, sua voz era linda. - I feel you touch me in the pouring rain   - ela continuou e fui fechando os olhos lentamente.

PDV Rosalie

Carlisle adormeceu abraçado a mim enquanto eu cantava para ele, assim como quando eramos menores.

Lentamente o fiz se deitar no sofá e fui até o armário pegar um cobertor. Achei um bem aconchegante e cobri meu irmão. Ele estava tão frágil. Parecia que havíamos voltado no tempo. Ele agora era uma criança que queria um colo quente e amoroso. 

Eu queria tanto poder tirar tudo aquilo que ele estava sentindo... E acabar com Esme. Sorte que ela foi embora, porque se ainda estivesse aqui, eu provavelmente teria a deixado tonta de tanto apanhar. 

Eu era feminina até que o assunto fosse Carlisle. Mexer com meu maninho era a mesma coisa que me xingar dos piores nomes. Ele também era assim.

Quando tive minha primeira decepção amorosa, quando meu primeiro namorado terminou comigo e beijou sua ex na minha frente e os dois riram quando me viram chorar, Carlisle quase matou o garoto. Se não fosse por mim, o menino já teria ficado inconsciente.

O mais engraçado foi no final, quando a menina que havia ficado com ele na minha frente veio para Carlisle e cantou ele. Não era novidade aquilo. Ele sempre foi um dos meninos mais bonitos e mais cobiçados da escola, todas queriam ficar com ele.  Já eu, sempre fui muito tímida e namorei pouco. Ficava triste quando via outras meninas namorando e eu sozinha. Mas ele me dizia que se ainda não havia namorado ainda, era porque eu era bonita e especial demais para qualquer um, e um dia o cara que realmente me merecesse apareceria. E eu ainda esperava.

Mas Carlisle deu um fora na garota tão bem dado que me segurei para não rir alto demais. Agora quem precisava ser consolado e mimado era ele, e eu sempre amei mima-lo. 

Fui para cozinha e comecei a preparar o almoço. Não demorou muito para fazer o prato favorito dele: macarrão com queijo e bacon. Desliguei o fogo e me aproximei lentamente até o sofá onde ele dormia calmo.

- Ei. - chamei calmamente acariciando seu cabelo. Ele abriu os olhos e me olhou sonolento. - o almoço está pronto. 

- Você não precisava ter se preocupado com isso. 

- É claro que eu precisava. Vamos. - o puxei para fora do sofá e ele passou um braço pelo seu ombro, se apoiando em mim. 

Ele arrumou a mesa e o servi. Comemos tranquilamente, conversando banalidades e até consegui arrancar um riso dele. Terminamos e coloquei os pratos na pia.

- Se arrume que mais tarde vamos ao Shopping. - disse batendo em seu braço.

- Shopping? Rose, ah não...

- Você vai sim, deixa de fazer birra.

- Mas Rose...

- Você vai. - ele bufou e sorri. 

O acompanhei com o olhar até ele entrar no quarto. Me levantei para lavar a louça, apenas pensando em como fazer meu pequeno feliz de novo.