I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 25
Esconde-Esconde & Beijos


Notas iniciais do capítulo

Heeey pessoas!! Gente alguém percebeu que eu respondo os comentários às vezes sem terminar de escrever? Kkk Isso é sem querer okay? Desculpa kkkk :3 Pessoas, só para lembrar, a irmã de Ally, Mel, tem dois anos okay? E falta uns dois meses para Ally completar 18 anos ok?
Quem viu a capa nova ae? Gente fico meio ruim, mas é melhor que a outra. Créditos a minha irma! kk
Quem acha que está faltando um beijo Auslly ai? uhuul
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/392813/chapter/25

POV Ally

Um choro baixo me acordou. Sem nem abrir os olhos sabia que era Mel. Desde que nasceu ela tinha a mesma mania, choramingar para acordar alguém e receber atenção. Pelo visto ela continua fazendo a mesma coisa. Ela os olhos preguiçosamente e sorri vendo sua carinha de choro. Eu continuava abraçada com ela, do mesmo jeito que dormi. Virei-me procurando um certo loiro, mas era obvio que já havia saído. Achei estranho Audrey não estar no quarto, portanto olhei no relógio da cômoda que marcava, 09:13.

Suspirei e toquei o rosto de Mel. Ela abriu os olhos instantaneamente, me encarando sonolenta. Ela choramingou de um jeito fofo e sorri novamente. Sentei sentindo uma leve pontada nas costelas, nada para me preocupar, e depois puxei Mel para sentar em minhas pernas.

– Bom dia minha menina preguiçosa – Beijei sua bochecha e ela riu ainda com sono. – Quer tomar banho antes de descer? – Perguntei para a menina e ela assentiu. – Mel você tem que falar mais – Pedi rindo de seu jeito tímido.

– Tá – Disse infantilmente emburrada. Essa garota não parecia ter apenas dois anos.

– Vamos lá, bebê – Falei pegando-a no colo e levantando da cama. Antes de dar ao menos um passo a voz de Austin veio a mim:

– Você não pode carregar peso – Não era apenas a voz dele que veio. Segundos depois Mel estava sendo arrancada de meus braços pelo loiro.

– Isso é muito injusto – Reclamei, mas ele ignorou.

– Bom dia pequenininha – Falou beijando a testa da minha irmã que riu, assim como fiz com ela – Bom dia pequena – Ele disse e beijou minha bochecha.

Fiquei sem fala pela ação. Mesmo todos os dias ele colocando o braço em minha cintura ou me abraçando meu coração se acelera toda vez com seu toque. Mesmo sem saber o que fazer era impossível conter a careta para o apelido. Não pude reclamar porque minha irmã falou:

– Austin – Ela gritou feliz. Revirei os olhos irritada.

– Isso você fala – Resmunguei e Austin gargalhou.

– Ela me ama tanto quanto você me ama – Falou convencido. Abri a boca mais não saiu nada. Fiquei confusa com sua fala, mas antes que perguntasse, acabei lembrando.

O meu maior medo era admitir aquilo para Austin e também qual seria sua reação. Mas, com Austin tão atencioso ao meu lado era impossível conter esse sentimento e essas palavras. Quando falei aquilo eu quase não estava consciente, mas sabia o significado daquelas palavras. Mas, acabei não sabendo sua reação e estava com muito medo ainda por isso apenas abaixei meu olhar. Mesmo assim meu rosto ficou quente.

– Não vamos tomar banho? – Mel perguntou quebrando o clima. Ri nervosamente e concordei ainda sem olhar para Austin.

– Vamos – Respondi e minha voz saiu mais como um sussurro. Suspirei tentando me controlar, acho que estava parecendo um psicopata agindo daquele jeito, portanto neste momento eu estava me odiando. – Vou apenas trocar de roupa – Acrescentei tentando fugir dali.

Fui até o guarda-roupa ainda ignorando Austin que provavelmente devia estar me encarando. Peguei um short jeans rasgado e uma simples regata branca e andei rapidamente até o banheiro. Fechei a porta rapidamente e encostei-me à porta fechando os olhos respirando fundo. Uma memoria veio a minha cabeça, o que estava acontecendo muito esses dias, quando Austin tinha me deixado em casa depois de um dia na praia e fiz como estava agora.

Mas, com certeza eu estava bem mais confusa e talvez com medo de um possível relacionamento. Suspirei novamente enterrei a cabeça nas mãos. Porque a minha vida tem que ter coisas tão difíceis? E Austin é uma dessas coisas difíceis, mas acho que vale apena. Decidi parar de divagar sobre a vida e suas dificuldades e trocar de roupa logo.

Coloquei a roupa que escolhi e sai do banheiro com receio. Mas, sorri quando encontrei Austin sentado na cama com Mel e os dois gargalhando de algo.

– Austin? – Chamei e ele me olhou ainda rindo – Traga Mel aqui – Pedi já não tento forças para ficar andando o tempo todo.

Ele fez o que eu pedi e com muita reclamação a colocou em meu colo. Abracei a menina que tinha um sorriso gigante estampado.

– Vou te dar um banho e depois vamos comer tudo bem? – Perguntei e a garota assentiu. – Austin? Pode pegar uma roupa para Mel? – Perguntei enquanto entrava no banheiro com Mel.

– Claro. Vou colocar em cima da cama e descer para preparar algo para nós okay? – Perguntou já fora de minhas vistas.

– Tá – Gritei.

O banho de Mel demorou, e muito. Desde que nasceu Mel é uma criança muito difícil, acho que pelo menos para mim. Talvez ela goste de me irritar. Muitas vezes meu rosto foi atingido por sabonete ou água, ela teve o bom senso de não jogar em minha roupa. O problema é que Mel adora brincar com água, e como sempre fui a dar banho nela, isso sobrava para mim. Eu estava ajoelhada para ficar do tamanho de Mel, portanto isso ajudava em seu trabalho de molhar meu rosto.

– Mel colabore, eu não estou podendo mexer muito – Reclamei e ela riu da minha cara.

Mas, ela deve ter intendido o recado, pois depois me deixou terminar seu banho. Claro que meu rosto foi molhado mais umas duas vezes, nada muito preocupante. Sai do banheiro com Mel enrolada em uma toalha e ela tinha um sorriso sapeca. A roupa que Austin tinha pegado para ela era um pequeno short preto com detalhes rosa e uma camiseta, do mesmo conjunto, rosa com um lacinho da mesma cor, no meio da roupa.

Com um pouco de dificuldade coloquei a roupa e também uma sandalinha rosa. Penteei o pouco cabelo de Mel e quando terminei sorri para ela.

– Até que enfim – Suspirei – Está com fome? – Perguntei e ela acenou freneticamente. Ri e coloquei-a no chão.

Eu não aguentava mais segurar peso, minhas costelas já reclamavam. Portanto, fomos andando lentamente. Isso porque os passos de Mel eram pequenos e ela cambaleava para todos os lados. Segurei-a pela mão e fomos até as escadas. Fiquei com medo de ela descer as escadas assim, mas a garota é esperta. Foi pulando cada degrau como se fosse para brincar, ela apetava meus dedos enquanto eu ria sem parar descendo ao lado dela. Ela pulou o ultimo degrau e sorriu para mim orgulhosamente. Austin estava ao nosso lado também sorrindo carinhosamente.

– Você desceu a escada sozinha? – Perguntou surpreso e dramático. Ele abaixou do lado dela enquanto ela assentia ainda sorrindo. Ele riu e beijou sua testa. Ele se levantou novamente e ficou de frente para mim. Fiquei confusa quando ele começou a rir novamente.

– Ela faz isso comigo também – Disse rindo, mas eu continuava confusa – Parte do seu cabelo está molhado – Explicou. Grunhi irritada e constatei que metade do meu cabelo estava mesmo molhada.

– Pensei que era apenas comigo – Falei prendendo o cabelo rapidamente.

– Não – Negou rindo. – Vamos tomar café – Austin chamou.

– Vem bebê – Puxei Mel pela mão para ela andar. Nós tínhamos chegado à cozinha que percebi estar vazia – Onde estão todos? É sábado não é? – Perguntei confusa.

– É sábado, mas meus pais vão trabalhar agora de manha e visitar uns amigos deles de tarde. Audrey vai passar o dia vendo coisas da construção de sua escola. Adam vai passar o dia dando aulas de guitarra, porque precisa de dinheiro. E Andy saiu, não sei para onde e nem com quem – Terminou despreocupado com a situação do irmão. Apenas uma coisa chamou minha atenção naquela explicação.

– Audrey está construindo uma escola? – Perguntei curiosa.

– Sim. Uma escola inicialmente de música, mas agora vai ser de todas as artes – Explicou e eu sorri animada.

– Isso é muito legal – Falei feliz.

– Ally? – Uma mãozinha agarrou minha perna me assustando. Mel tinha uma expressão chorosa novamente. Ela também fazia isso quando estava com fome.

– Desculpa bebê – Falei a pegando no colo e sentando-a em uma das cadeiras da bancada.

A cozinha era um dos maiores cômodos da casa. As paredes eram feitas de azulejos brancos e os móveis eram feitos de madeira clara. Havia uma bancada planejada com quatro cadeiras altas.

– Fiz panquecas – Austin falou orgulhos e colocou dois pratos em cima da bancada.

– Você? – Perguntei desconfiada.

– Sim – Falou ofendido. Dei ombros e sentei ao lado de Mel.

Ele colocou uma travessa com muitas panquecas, arregalei os olhos com a quantidade, mas peguei uma sem falar nada. Desconfiada peguei um garfo e comi um pedaço da panqueca. Aquilo era realmente bom. Sorri para Austin me olhava orgulho e convencido. No resto do café da manha trocamos apenas algumas palavras e algumas risadas, quando Mel derrubou o pedaço que havia lhe dado.

Esse silêncio era principalmente por minha parte, porque estava tentando evitar o assunto de ontem. Sou muito covarde quando o assunto é amor. Meus namorados, apenas um, não era muito confiável. E quando minha irmã nasceu eu me dediquei totalmente a ela, por isso nem entrei em alguma faculdade.

– Ally? Vou arrumar a cozinha. Se quiser pode ir com Mel lá na sala, já vou – Garantiu.

– Posso te ajudar – Ofereci e ele negou rapidamente.

– Em cinco minutos estou lá – Falou sorrindo. Revirei os olhos contrariada e desci Mel do banco.

– Vem – Chamei-a e peguei sua mão a incentivando.

Nós sentamos no sofá da sala esperando Austin.

– Vamos brincar de esconde-esconde? – Minha irmã perguntou animada e com a voz fina, que a deixava mais infantil. Soltei um muxoxo desanimada, essa nunca foi uma das minhas brincadeiras preferidas. Não pude nem começar a reclamar, pois Austin surgiu na sala do nada.

– Vamos – Concordou como uma criança – Vamos lá Ally, não vai estragar a brincadeira de uma criança não é? – Perguntou desconfiado e indignado.

– Não eu não vou acabar com a brincadeira das crianças – Murmurei olhando Austin, irritada. – Você vai achar Austin – Falei rapidamente – E eu vou me esconder com Mel – Acrescentei me levantando.

– Tudo bem – Concordou. – Vou contar aqui no sofá – Disse se sentando.

– Folgado – Resmunguei.

– Não vou demorar nem dois minutos para achar vocês – Desafiou sorrindo.

– Duvido – Rebati e Mel nos observava animada.

– Vamos ver – Disse convencido, o que era muito seu jeito.

Austin fechou os olhos e colocou a mão em cima do rosto. Franzi o cenho e vi Mel correr a minha frente, pulando de animação. Revirei os olhos e fui atrás da menina que ia em direção aos quartos. Em silencio peguei seu bracinho, sabendo que lá não era um bom esconderijo. Em silencio a guiei em direção ao jardim dos fundos. Nunca tinha ido lá, mas tive uma ideia repentina.

O jardim era cheio de plantas e arbustos. Arbustos inclusive maiores que Mel. Fui atrás de um quase nos fundos da casa. Abaixei atrás dele tentando ficar o máximo coberta e puxei Mel para meus braços. Sabendo que não conseguiria ficar na mesma posição por muito tempo, sentei na grama quase dentro do arbusto e fiz Mel sentar em minhas pernas de frente para mim. Nós estávamos entre um arbusto gigante e uma parede, bem escondidas.

Sorri para a garotinha feliz no meu colo e coloquei o dedo indicador em mus lábios indicando silencio e ela assentiu. Ficamos assim por um bom tempo, com certeza haviam se passado dois minutos. Se fosse uma aposta eu tinha ganhado. Coloquei minha testa na testa de Mel, que não perdia a animação.

Suspirei, sem fazer qualquer barulho. Fechei os olhos cansada e um barulho me fez pular assustada. Um rosto conhecido surgiu em nosso esconderijo. Fiquei mais assustada ainda quando Mel reagiu antes que eu, ela gritou infantilmente demostrando seu susto, mas se recuperou antes de mim. A garota se levantou do meu colo e saiu correndo rapidamente.

Antes que eu pudesse sequer mexer um musculo a mão de Austin agarrou meu braço me ajudando a levantar. Cansada de ficar na mesma posição encostei-me à parede recuperando o folego. Percebi que os braços de Austin me cercavam na parede, provavelmente para eu não fazer a mesma coisa que Mel. Nossos rostos estavam bem perto, portanto era impossível não encarar Austin. Quando encontrei seus olhos, nós gargalhamos em sincronia. Talvez por causa da ação de Mel, ou por causa da própria brincadeira.

Ainda na mesma posição, eu me recuperei e encarei Austin. Ele assim como eu tinha um sorriso divertido e feliz no rosto. Nos observamos atentamente novamente. Era impossível sair daquele lugar, e eu não queria. Seus dedos foram para minha bochecha a acariciando levemente. Um arrepio involuntário passou por meu corpo.

– Ally... – Ele sussurrou meu nome de maneira carinhosa. Meu coração estava acelerado, como sempre, quando estou perto de Austin. Nossos olharem não se desviaram em nenhum momento – Eu também te amo – A voz de Austin continuava um sussurro. Ele estava contando um segredo apenas para mim.

Era impossível meu coração bater mais rápido. Acho que até Austin poderia ouvir ele. Austin... Nunca pensei que um nome pudesse causar tantos sentimentos em mim. Mas o que eu mais sentia no momento era amor. Ele realmente me ama. E ele se declarou, assim como eu fiz ontem. Essa era sua reação então. Naquele momento eu não poderia estar mais feliz, esse sentimento explodia em meu peito enquanto ele aguardava minha reação.

Demonstrei tudo que eu sentia aproximando nossos rostos e colando nossos lábios. Uma única palavra para o beijo: inacreditável ou incrível. O beijo demostrava tudo ao mesmo tempo, carinho, desejo, amor. Aprofundamos o beijo com nossas línguas se entrelaçando. Seus braços estavam em minha cintura me segurando firme e demostrando segurança. Minhas mãos se moviam em seu cabelo o trazendo mais próximo, o que quase não era possível. Nosso beijo foi interrompido pela falta de ar.

Encostei minha testa na de Austin, ainda de olhos fechados e com a respiração ofegante. Podia sentir sua respiração pesada em meu rosto. Era quase um crime conter um sorriso. Sorri contra a boca Austin enquanto ele fazia o mesmo. Suas mãos acariciaram minha bochecha novamente, como um incentivo para abrir meus olhos.

Abri meus olhos me deparando com um Austin muito feliz. Seu sorriso perfeito me deixou ainda mais encantada do que estava. Os olhos de Austin brilhavam e sua boca estava vermelha e um pouco inchada. Dei um sorriso torto, envergonhada.

– Só para confirmar eu ouvi algo ontem. Estou certo? – Perguntou divertido, sua voz era rouca. Com uma grande coragem olhei nos olhos de Austin e falei:

– Sim. Eu te amo. Nunca pensei que iria amar alguém tanto assim – Admiti encorajada.

– E você realmente mudou minha vida – O loiro disse sorrindo.

Trocamos um selinho demorado e depois no abraçamos. Suspirei sentindo seu cheiro viciante. Nunca pensei ter coragem de admitir o amor que eu sentia por ele. Mas realmente era muito bom estar envolta nos braços dele, me sentindo protegida, algo que eu nunca senti. Queria poder continuar ali para sempre, mas eu sabia que não era possível. Minha irmã tinha corrido para sei lá aonde. Afastei-me lentamente de Austin, mas o sorriso bobo era impossível conter.

– Não pense que fugirá tão fácil de mim okay? – Austin perguntou ainda me envolvendo em um abraço firme.

– Okay. Mas é o que eu menos quero – Confessei agora olhando em seus olhos. Como eu era mais baixo que ele, eu era obrigada a inclinar a cabeça.

– Bom saber – Disse sorrindo.

Trocamos mais alguns beijos antes de relutantes, nos afastarmos. Caminhamos pelo jardim de mãos dadas e entramos na casa do mesmo jeito. Mel estava sentada no sofá com seu pequeno coelho de pelúcia, lugar que foi o inicio da brincadeira. Ela nos olhou sorrindo alegremente.

– Eu ganhei – Pronunciou orgulhosa. Arregalei os olhos assentindo. Soltei minha mão da de Austin e sentei ao lado da criança.

– Sim, você ganhou meu amor – Falei carinhosamente e a puxei para meu colo. Coloquei suas pernas de lado e sua cabeça em meu braço. Mesmo animada ela tinha uma carinha cansada, sorri carinhosa. – Depois brincamos de novo, que tal descansar? – Perguntei e ela deu um mínimo aceno.

Coloquei-a mais confortável em meus braços e puxei suas pernas. Beijei sua testa e ela fechou os olhos abraçando seu coelho de pelúcia. Senti Austin sentar ao meu lado. Virei-me para ele e sorri percebendo que ele fazia o mesmo. Ele estava bem próximo de mim e segurava as pernas de Mel.

– Você é tão atenciosa com Mel – Observou.

– Sim. Eu cuidei dela desde seu primeiro mês de vida – Expliquei.

– Sua mãe não cuidava dela? – Perguntou confuso. Era tão doloroso e ao mesmo tempo trazia um conforto lembrar-se de minha mãe.

– Cuidava um pouco, amamentava. Mas, a maioria era eu que fazia, pois na época que Mel nasceu meu pai já ficava muito no hospital, doente. Meu pai morreu pouco depois dela completar um ano de vida – Dei ombros relembrando de tudo que passamos. Foi muito difícil quando meu pai morreu, pois minha mãe entrou em depressão.

– Queria estar ao seu lado quando passou por tudo isso – Austin disse sentindo minha dor.

– Você está aqui agora – Disse com um pequeno sorriso e entrelacei nossas mãos, segurando Mel apenas com a outra mão. Olhei para Mel com os olhos cheios de lagrimas.

– Minha menina já tem dois anos – Falei emotiva.

– Sim – Austin concordou - E você? – Perguntou curioso.

– Faltam dois meses para 18 anos, faço em novembro e Mel em julho. – Falei me sentindo velha.

– As garotinhas estão crescendo – Disse divertido e dramático, colocando uma mão no peito.

– Não fala nada, velhote – Retruquei e ele me olhou ofendido.

– Ei, apenas dezoito okay? – Disse cerrando os olhos. Ri e dei ombros. Encaixei minha cabeça em seu ombro e ficamos um tempo apenas assim, em um silencio confortável. – Você vai mesmo fazer faculdade? – Perguntou novamente curioso. Encolhi-me lembrando do meu sonho, em que minha mãe dizia para não esquecer a resposta da inscrição. Não entendi o significado disso e nem mesmo sabia que ela viu minha inscrição.

– Sim, talvez de música, se for aceita – Falei em um tom baixo.

– Como toda a minha família e você vai ser aceita sim – Falou orgulhoso – Meu pai havia me dado esse ano para pensar, já que não estava tão certo qual curso fazer. Mas, tenho certeza que vai ser música também – Sem nem mesmo olhar sabia que ele sorria.

– Sabia que meu pai adorava música? – Perguntei.

– Lembro que você falou para mim – Austin concordou e ficou pensativo – Lembro também que você falou que ele te ensinou a tocar piano. Mas, você nunca fala isso para ninguém. Nem mesmo ontem – Observou. Suspirei. Ele realmente prestava atenção em mim. Virei meu rosto para ele, fazendo nossos rostos ficarem bem próximos.

– É que era apenas uma coisa nossa. – Admiti lembrando-me de todos os momentos que passamos juntos, em frente a um piano – Nunca mais toquei piano desde sua morte. Era tão desolador não o ter por perto, chamando minha atenção para as notas tocadas erradas – Falei com lágrimas nos olhos – Sei que tenho que seguir em frente. Mas, você não sabe o quão difícil é ter sua irmã menor perguntado pelo pai a cada cinco minutos. Ou sua mãe chorar o tempo todo, não querendo viver sem o amor de sua vida – Terminei já com as lágrimas escorrendo por todo meu rosto.

– Por favor, meu amor, não chore – Austin pediu carinhoso e limpou minhas lágrimas – Vai ficar tudo bem. Estou aqui com vocês. Vamos superar tudo juntos – Prometeu beijando minha testa de forma protetora.

– Ally? – A voz infantil chamou. Limpei minhas lágrimas o mais rápido que pude. Virei-me para ela. Seus olhinhos estavam entre abertos demostrando seu cansaço. – Onde está mamãe? – Perguntou curiosa e deu um pequeno bocejo.

Mary tinha conversado comigo sobre Mel. Explicou que, obviamente Mel iria perguntar sobre a mãe e eu teria que falar a ela da forma mais sutil possível que nossa mãe havia ido para o céu. Mesmo tendo entendido tudo que ela falou, eu não estava preparada para isso, mas mesmo assim comecei a explicar:

– Mel? – Perguntei chamando sua atenção e ela me olhou concentrada – Mamãe está com o pai agora, lá no céu. Ela ama muito o pai e decidiu ficar com ele e cuidar de nós de lá. Disse para eu cuidar de você e que te ama muito. Quero que saiba que sempre estarei aqui para você, tudo bem? -Perguntei demonstrando confiança.

– Nós dois estaremos, pequena – Austin acrescentou apertando minha mão.

– Eu amo a mamãe – Confessou com a voz baixa e os olhos cheios de lágrimas.

– Ela sabe meu amor – Assegurei sentindo as lágrimas voltarem, mas me recusei a chorar na frente de Mel. Seus olhos se fecharam deixando escorrer uma lágrima, que eu limpei carinhosamente. Ela se aninhou mais em meus braços e escondeu seu rostinho. Mel é muito esperta, mas queria acreditar em minha versão. Abracei-a com todas as minhas forças até sua respiração ficar calma, indicando que ela havia dormido.

– Vai ficar tudo bem – Austin garantiu e eu aninhei minha cabeça em seu ombro novamente. Também escolhi acreditar em sua versão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente não sei se ficou como vocês esperavam, mas de todo jeito comentem!!! Muitos erros?
Mesmo estando antes da hora: FELIZ ANO NOVO! Desejo a vocês tudo de bom em 2014, que ele seja especial a vocês. Obrigada por acompanharem essa história e que venham muitas outras fanfics haha *-* Bjos :3