I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 24
Jantar & Uma simples frase


Notas iniciais do capítulo

Heeey gente.
Primeiro: Marta Beatriz você tem noção que quando eu li sua recomendação eu tinha acabado de ler A Culpa É Das Estrelas pela segunda vez? Eu, que já estava chorando igual uma maluca, comecei a chorar e sorrir e tipo minha família falando: “Não chore”. Só para deixar claro
foram lagrimas de facilidade ok? OBRIGADAAA por dar minha 3º recomendação *-* Capitulo dedicado a você :3
Apenas falando, desculpa se não respondi algum comentário perdido, as vezes até eu me perco.
Boa leitura!



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POV Ally

No momento em que fui tentar descansar já era mais ou menos quatro da tarde, isso me deixou muito indignada, pois bem no dia em que sai do hospital o dia passava correndo. Parei de reclamar um pouco e tentei dormir, mas no final acabei apenas olhando para o teto. Vários pensamentos rodavam em minha mente, obviamente todos voltados para Austin.

Eu realmente gostava dele, talvez não somente como um amigo. Mas, eu ficava com medo de admitir, o motivo? Era o pensamento dele só me ver como uma irmã. Por alguns minutos fiquei apenas pensando se isso poderia ser real. Não cheguei a uma resposta, acabei apenas suspirando para o quarto vazio.

Audrey havia saído falando que iria me deixar sozinha para eu poder descansar. Eu podia perceber que ela realmente havia gostado de mim, o que me deixava mais confortável nessa casa. Depois de mais alguns minutos ainda pensando sobre morar com a família Moon acabei pegando no sono.

– Ally? – Mesmo tão sonolenta reconheci a voz de Austin. Abri os olhos lentamente e percebi que ele estava sentado ao meu lado. Acho que demonstrei confusão, pois ele levantou o canto da boca em um sorriso – Já são seis e meia, dorminhoca.

– Para de me chamar de dorminhoca – Pedi irritada e sonolenta. Ele levantou os dois braços se rendendo, mas ainda sorrindo.

– Tudo bem. Audrey pediu para te acordar e te mandar tomar banho, pois ela e as meninas virão aqui te arrumar – Disse dando ombros e eu levantei as sobrancelhas. – Acho melhor você ir, Audrey é bem persuasiva quando quer – Avisou e eu acreditei.

– Okay.

– O jantar é as oito – Avisou e eu assenti. Encarei-o e o mesmo apenas continuou me observando.

– Eu vou tomar banho – Falei obviamente e ele assentiu – Saia – Disse impaciente e ele sorriu inocente.

– Você não precisa de ajuda? – perguntou descaradamente apontando para meus curativos.

– Austin - Gritei assustada.

– Estamos na minha casa agora, não no hospital – falou como se explicasse tudo. Arregalei os olhos e ele riu – Estou brincando, pequena. Tenha senso de humor – Pediu rindo e eu estreitei os olhos.

– Sei. Saia logo daqui – Falei ainda irritada e ele fez o que eu pedi, mas gargalhando.

Quando finalmente saiu do quarto revirei os olhos. Austin não era parecido com ninguém que já conheci, ninguém era fofo e depois idiota como ele. Mas, não consegui tirar o sorriso bobo da cara enquanto ia tomar banho.

Acho que as meninas já deviam estar impacientes comigo por minha demora no banho. Isso porque não era nada fácil tomar banho com vários curativos espalhados pelo corpo e meio tonta. Depois de um demorado banho relaxante sai do banheiro enrolada em uma toalha e cambaleando devido ao esforço. Fique assustada quando encontrei três garotas espalhadas na minha cama.

Audrey estava deitada espalhada na cama e olhando para o teto. Mary estava meio deitada encostada na cabeceira. E reconheci Trish sentada de costas para mim.

– Trish – Exclamei alegre e ela se virou para mim surpresa. Ela estava do mesmo jeito que eu me lembrava, nada de diferente.

– Oh Ally – Falou sorrindo e veio até mim rapidamente. Nós nos abraçamos como velhas amigas. – Estava com saudades – Reclamou enquanto nos separávamos. Eu apenas ri e dei ombros.

– E eu? Não estava com saudades? – Ouvi a voz de Mary decepcionada. Ri e revirei os olhos a abraçando também.

– Claro que estava – Disse rindo.

– Ok, todas com saudade, mas temos que arruma-la logo. Temos apenas uma hora – Audrey avisou.

– Tá – Mary disse irritada.

– Vocês todas já se conheciam? – Perguntei curiosa vendo o jeito delas se tratarem.

– Claro – Mary exclamou – Trish conhecia Audrey, porque ela e Austin são amigos faz tempo. Eu vi Trish apenas algumas vezes. Mas, conhecia Audrey faz tempo, quando ainda estudava no colégio ela também estudava – Mary explicou.

– Quantos anos você tem? – Perguntei ainda curiosa.

– Você não sabe? – Mary perguntou ofendida – Então, não...

– 23 – Audrey a interrompeu. Vi Mary mandar um olhar irritado para Audrey e Trish assim como eu, apenas ria. Era divertido ficar com aquelas garotas.

– Vamos logo, apenas uma hora – Trish se pronunciou nos lembrando.

Foi quando eu percebi que elas já estavam vestidas para o jantar informal que seria aqui mesmo. Trish usava uma calça preta colada, uma regata branca rendada na parte de trás e uma simples sapatilha branca também. Mary usava um vestido verde agua solto, mas marcado na cintura e de alças, e também uma sandália de salto alto verde escura aberta nos dedos. Audrey estava com um vestido roxo desenhado com rendas e de alças, um cinto fino marcando a cintura, e também uma sapatilha preta. Enquanto eu estava de toalha.

– Para deixar bem claro – Audrey começou – foi Mary que comprou a lingerie – Ela esclareceu e eu arregalei os olhos em direção a Mary. Esta apenas sorriu maliciosamente e Audrey continuou – Eu escolhi o vestido com ajuda de Mary e Trish comprou o sapato. – Terminou sorrindo orgulhosamente assim como as outras duas.

– Primeiro – Falei – Porque você comprou uma lingerie para mim? – Perguntei confusa e indignada.

– Porque você vivia com aquelas roupas de hospitais merecia algo melhor – Explicou inocente e eu revirei os olhos.

– Segundo: Porque vocês todas compraram algo para mim? – Perguntei confusa.

– Porque somos suas melhores amigas e decidimos dar um presente de boas vidas – Trish explicou.

– E não reclame porque você vai ficar perfeita – Mary acrescentou sorrindo. Eu apenas suspirei e fiz tudo que elas pediram.

POV Austin

Depois de passar a tarde inteira brincando com Melissa e arranjar coragem para falar aquilo para Ally, fui finalmente me arrumar. Entretanto, não consegui tirar Ally de meus pensamentos sequer um segundo. Aquela garota realmente mexia comigo, mas a questão era eu mexia com ela? Escolha de palavras estranha, mas demonstrava tudo o que eu queria dizer, incerteza.

Suspirei e desci as escadas para encontrar Dez. Minha roupa era uma simples calça jeans, um tênis Vans cinza e uma camiseta também cinza. Dez estava encostado na parede da sala olhando para o nada.

– Ei cara – Chamei sua atenção e ele me olhou sorrindo.

– Faz tempo que não te vejo – Falou enquanto me cumprimentava.

– É verdade – Concordei. – Onde está Trish?

– Entrou no quarto de Audrey com Mary e nunca mais voltou – Disse dramático e eu ri.

– Então vai demorar. Quer sentar? – Perguntei e ele concordou.

Nós sentamos no sofá da sala e começamos a conversar sobre coisas nada importantes. À medida que o tempo foi passando já estava na sala junto com nós, Adam, Andy e meu pai. Logo depois Harry chegou também. Pois é, Harry e eu havíamos virados amigos quando Ally continuava no hospital. Quando eu, sem intenção, tive um, pode se dizer ataque de ciúmes ele me explicou que queria ser apenas um amigo de Ally. Nós conversamos bastante e acabamos amigos.

A conversa entre nós estava animada até que a campainha tocou. Minha mãe foi abrir a porta e olhou para mim com um mínimo sorriso.

– Kira está aqui – Avisou e eu suspirei pesado.

Fazia tanto tempo que eu não via essa garota que até tinha esquecido que ela existia. Escutei encorajamentos de todos os homens daquela sala enquanto levantava. Eu apenas atravessei a porta de vidro e fui para o pequeno jardim dos fundos. Vi que Kira veio atrás de mim. Mais vulgar que ela era impossível, parecia que tinha saído de uma balada, ou provavelmente estava indo para uma. Usava um vestido vermelho tomara que caia curto e muito justo.

– Até que enfim consegui te achar, amor – Disse com uma voz irritante.

– Não me chame de amor – Pedi já irritado.

– Austin não fale assim comigo – Disse se aproximando de mim.

– Porque está aqui Kira? – Perguntei querendo ser rápido.

– Durante todo esse tempo você esqueceu-se de sua namorada – Disse parecendo ofendida e magoada.

– Não tenho namorada – Falei confuso.

– Claro que tem. Sou eu – Esclareceu e se aproximou mais de mim.

– Eu terminei com você há muito tempo – Falei com raiva e sem paciência.

– Não terminou não - Falou com um sorriso maldoso.

– O qu... – Oh droga.

No momento em que ia terminar com ela me ligaram avisando que Ally sofreu um acidente. Mas, mesmo assim ela deve ter entendido e estava apenas se fingindo de boba, ou talvez ela realmente fosse boba.

– Kira você sabe que terminamos há muito tempo. Que tipo de namoro você fica dois ou três meses sem ver a namorada sem nem se lembrar de que ela existe? – Falei grosso, mas ela precisa desse choque de realidade. – Você está apenas se iludindo. Além disso, mesmo que tivéssemos namorando já saberia que você me traiu durante esse tempo. – Ela se fez de ofendida, mas eu e ela sabíamos que era verdade – Eu não a amo. Na verdade não sinto nada por você – Todos que estivessem ouvindo essa conversa poderiam achar que eu sou um monstro mais foi neste momento em que Kira se transformou.

– Você é um idiota Austin Moon. Ainda bem que você sabe que eu o traí, pois posso achar coisas muito melhores que você. Ao contrario de você, ninguém é melhor que eu – Falou convencida e eu ri falsamente.

– Eu já encontrei alguém bem melhor que você. Eu sinto por ela algo que eu nunca senti por você em todos esses anos. Ela sim é uma pessoa única – Falei verdadeiramente e os olhos de Kira brilharam de ódio.

– Eu sei que você está falando da Dawson. E vocês dois iram se arrepender de tudo isso – Ameaçou e eu franzi a testa. Ela só poderia estar louca. – Não deveria ter dito isso Austin Moon – Disse com raiva. – Desejo todo o mal do mundo – Disse enquanto saia do jardim. Ela deveria ter fumado algo. Ela saiu como... Hm... Sabe aquele desenho dos 101 dálmatas? A Cruella De Vil? Igual ela, rindo igual uma psicopata.

Entrei em casa mais confuso do que nunca. Encontrei todos da minha família, menos as meninas, olhando para a porta com um olhar curioso e confuso.

– O que foi isso? – Meu irmão, Adam perguntou para mim.

– Nem eu sei – Falei estreitando os olhos em direção à porta. – Então mãe, ainda apoia nosso namoro? – Falei divertido, mesmo naquela situação. Lembro que minha mãe era a que mais apoiava nosso namoro, adorava nós juntos. Ela se encolheu constrangida e me olhou pedindo desculpas. – Tudo bem – Disse dando ombros. E então teve um silencio constrangedor entre todos nós que só foi quebrado por Andy.

– Apenas eu estou com fome? Elas vão demorar muito? – Ele perguntou impaciente.

– Se quiser posso chama-las – Dez se ofereceu. Entretanto, antes que pudéssemos decidir elas desceram as escadas.

Devo admitir todas estavam lindas. Mas, sinceramente Ally tinha toda a minha atenção. Ela usava um vestido que combinava muito com seu jeito. O seu vestido era azul escuro rendado, justo até a cintura e depois ficava mais rodado. Mas, o vestido era considerado por mim muito curto e também havia a transparência em seus ombros até suas costas. Ela usava também uma sapatilha da mesma cor que o vestido. Seu cabelo estava preto em uma trança de lado.

Percebi que não era apenas eu que estava babando por ela. Meus irmãos só faltavam atacar as garotas que desciam as escadas. Trish descia com Mel nos braços e Ally descia apoiada em Audrey e Mary, mas mesmo assim com muita dificuldade. Por isso me adiantei quando elas chegaram ao final das escadas. Mary e Audrey se afastaram dela para que eu pudesse passar um braço em sua cintura. Senti os músculos de Ally relaxarem quando eu fiz isso.

– Você sabe que não pode fazer esforço – Lembrei preocupado.

– Eu não iria te chamar para apenas me pegar no colo – Ela se justificou, mas eu sorri.

– Eu não me importo com isso – Falei dando ombros e ela estreitou os olhos para mim.

– Você está linda – Confessei ainda encantado com ela. Vi suas bochechas ganharem mais cor e ela abaixou o olhar.

– Culpe Mary, Audrey e Trish – Se justificou.

– Eu não concordo – Falei sorrindo e a deixei confuso. Par mim ela era bonita o tempo todo. Ok, ficou clichê.

– Vocês estão lindas – Minha mãe falou alegre.

– Estão mesmo – Meu pai concordou. Todas sorriram e agradeceram.

– Podemos comer? – Andy se pronunciou.

– Sim – Minha mãe afirmou rindo.

Andei ao lado de Ally até a mesa de jantar, ela não parecia se importar com braço em sua cintura. O jantar foi bem calmo comparado com o que aconteceu antes. Minha mãe contava várias histórias de quando estudava com a mãe de Ally. Helen também perguntou sobre como Penny e seu pai eram. Vi que aquilo trouxe lagrimas aos olhos de Ally e no mesmo momento apertei forte sua mão e fui retribuído. Mel que estava ao nosso lado não falou nada apenas nos observava, mas apenas em seus olhos dava para perceber sua felicidade de ter Ally ao seu lado.

Todos daquela mesa já pareciam ter se acostumado a ter Ally por perto, ela realmente conquistou a todos. Quando já tínhamos terminado de comer e estavam apenas conversando minha mãe fez uma pergunta que chamou atenção de toda a mesa.

– Ally você pretende fazer faculdade de que? – Helen perguntou curiosa e todos a olharam em expectativa. Ela se encolheu ao meu lado por causa de toda atenção, mas respondeu:

– Fiz inscrição na faculdade de musica – Disse e todos arregalaram os olhos. Ela se encolheu ainda mais, provavelmente pensando que íamos julga-la. Até que meu pai quebrou o silencio rindo.

– Ela com certeza é da nossa família – Falou ainda rindo. Todos concordaram sorrindo e ela me olhou confusa.

– Eu falei que minha família inteira é envolvida com música – Esclareci dando ombros.

– Então toca algum instrumento? – Meu irmão Adam perguntou tentando puxar assunto. Eu já sabia a resposta dessa pergunta, ela respondeu quando estávamos no carro com Lucy. Acho que quase ninguém se lembra mais de Lucy, não falamos muito com ela depois do acidente.

– Sim. Violão, guitarra e violino – Responde tímida.

– Canta e compõe – Acrescentei e ela estreitou os olhos para mim.

– Uau – Meu irmão exclamou impressionado. Pois é, agora não era só nossa família que tocava vários instrumentos de uma vez.

O resto da conversa foi os meus irmãos tentando convencer Ally a mostrar suas musicas a eles, enquanto ela negava até a morte.

– Nós precisamos ir – Dez avisou e Trish concordou.

– E eu também. Ainda trabalho – Lembrou Mary e nós sorrimos para ela. Meus pais saíram da mesa para arrumar a cozinha e todos nós continuamos na mesa.

– A antes de irmos preciso lembrar umas coisas. Ally se lembra de Lucy e sua “turma”? – Trish perguntou e Ally negou confusa. – Ok. Vou te lembrar. Lucy a minha prima. A turma do “bem”: Lucy, Josh e Kate. Turma do “mal”: Ian, Ruby, Kira e Dallas – Ela explicou fazendo todos caírem na gargalhada com sua escolha de palavras e eu fiz uma careta com os últimos nomes. Vi Ally assentir provavelmente se lembrando do dia na praia, um dos melhores dias que já tive.

– Lembro sim – Ally concordou.

– Lucy vai dar uma festa de aniversario na casa da minha tia e quer todos lá. Mesmo estando furiosa com todos vocês por terem a esquecido – Disse sorrindo.

– Até mesmo nós? – Adam perguntou animado. Ele adora festas.

– Podem ir – Trish afirmou.

– E eu? – Mary perguntou tímida. Ser tímida não era seu jeito.

– Obvio – Trish falou revirando os olhos.

– Quando? – Perguntei.

– Hoje é sexta? – Perguntou e todos afirmaram – É na quinta da próxima semana – Falou com um mínimo sorriso – É que meus tios vão viajar nesse dia – Deu ombros.

– Vamos estar lá – Audrey que não falou muito no jantar, se pronunciou.

– Todas nós – Mary completou olhando sugestivamente para Ally. A mesma abriu a boca para reclamar, mas Mary a cortou – É apenas você não dançar igual uma doida – Avisou.

– Deixo isso para você – Ally se defendeu. Nós gargalhamos enquanto Mary e Ally discutiam.

– Vou avisar que todo mundo vai – Trish cortou as reclamações. Ouvi Ally choramingar ao meu lado de um jeito muito fofo. Sorri para ela e esta retribuiu. Foi quando eu lembrei de outra pessoa.

Tive uma vontade imensa de rir quando vi Mel dormindo desconfortável na cadeira. Como ela era muito pequena em comparação a mesa, nós não percebemos que ela continuava ali. Ela estava praticamente dormindo sentada com a cabeça tombada para um lado. Sorri carinhosamente e peguei a menina com cuidado. Ajeitei-a com calma no meu colo enquanto continuava dormindo. Todos continuavam falando sobre a festa e apenas Ally me encarava com um sorriso bobo.

– Agora vamos mesmo – Dez falou nos tirando dos sorrisos bobos trocados.

Antes de ir Dez me puxou em um canto e falou que eu deveria tomar uma atitude logo, depois saiu rindo igual um louco me deixando com cara de tonto. Mary fez todos prometerem que iam à festa. E foi um sacrifício tirar Trish de perto de Ally. Quando todos finalmente foram embora, Andy e Adam subiram juntos para o quarto que dividem e Audrey foi ligar para alguém. Meus pais já haviam subido depois de nos desejar boa noite. Portanto sobrou Ally, eu e uma Melissa dormindo. Sentamos no sofá e começamos a falar sobre o jantar, era visível a animação de Ally.

– Obrigado – Agradeceu sorrindo.

– Você tem que parar de me agradecer – Falei divertido.

– Então pare de ser tão fofo e atencioso – Ally falou. Fiquei surpreso e acho que até mesmo ela ficou surpresa. Sorri divertido e muito feliz.

– Hm... Bom saber o que você pensa de mim – Falei sorrindo de orelha a orelha. Ally ficou mais constrangida, pois seu rosto ficou vermelho e ela abaixou o olhar. Era impossível aumentar mais meu sorriso – Você fica linda corada – Observei sorrindo. Ally abriu um pequeno sorriso ainda vermelha. Aproximei-me de Ally, mas antes que pudéssemos fazer qualquer coisa ouvimos um choramingo baixinho.

Sim, Mel continuava conosco, pois Ally e eu estávamos conversando e não queríamos subir. Eu e Ally sentamos lado a lado no sofá, com Mel deitada ao nosso lado com a cabeça em meu colo.

– É, ela não quer dormir no sofá – Disse rindo da situação e Ally fez o mesmo.

– Vamos subir? – Perguntou cansada e eu concordei.

– Você consegue subir as escadas? – Perguntei desconfiado e preocupado. Ela apenas assentiu enquanto a ajudava a levantar e depois pegava Mel.

Segurei a menina com um braço e coloquei seu rosto em meu ombro, com o outro braço ajudei Ally. Começamos a subir as escadas e percebi que Ally estava se esforçando muito mais do que deveria.

– Espere apenas um pouco – Pedi e andei rapidamente com Mel até o quarto de minha irmã. Coloquei-a na cama de um jeito temporário e corri para as escadas novamente. Ally permanecia parada no começo da escada, confusa. Desci até ela e a peguei no colo cuidadosamente.

– Você deveria parar de fazer isso – Avisou encostando a cabeça em meu peito.

– Você deveria parar de reclamar. Porque já disse que gosto de fazer isso – Admiti sorrindo.

Naquele momento me lembrei do dia que passamos na praia, quando a peguei no colo porque ela tinha medo de entrar sozinha no mar, aquele dia era apenas ela e eu. Ally sorriu sem graça, mas não reclamou mais. Quando entrei no quarto de Audrey a senti suspirar e fechar os olhos. E sim, haviam me avisado que Ally estava no quarto de Audrey. Soltei apenas as pernas de Ally quando chegamos perto da cama, mas continuei a abraçando. Ela enterrou o rosto em meu peito e ficamos assim um tempo, até que senti suas lagrimas molharem minha camiseta.

– Ei, o que aconteceu? – Perguntei preocupado.

– Sinto falta deles – Respondeu com a voz embargada por causa do choro, e também abafada por minha camiseta.

– Eu sei – Apenas disse sabendo que falava de seus pais e continuei a afagar seus cabelos. Ouvi seus soluços, que só fizeram eu a abraçar com mais força. Não sei quanto tempo ficamos assim, mas quando seus soluços sessaram ela me encarou com os olhos ainda cheios de lágrimas e com o rosto vermelho.

– Obrigada por estar aqui – Falou sincera e uma lágrima escorreu por seu rosto.

– Vou continuar aqui – Afirmei – Vá colocar um pijama enquanto arrumo sua irmã dorminhoca – Falei sorrindo e arranquei um pequeno sorriso de Ally. Ela concordou e foi trocar de roupa mancando.

Fui até a cama onde Mel dormia com um vestido e com o cabelo preso de qualquer jeito. Puxei-a para meu colo, com esta parcialmente acordada. Coloquei seu pijama da Minnie, como fazia todos os dias e desprendi seu cabelo. A pequena deu um bocejo e dormiu de novo ainda no meu colo. Coloquei-a na cama e ajeitei os cobertores ao seu lado. Beijei sua testa e a porta do banheiro se abriu.

Ally vestia um pijama fofo preto com bolinhas brancas e seus cabelos estavam novamente soltos. Algumas lágrimas ainda escorriam por seu rosto, mas ela abriu um sorriso fraco ao olhar sua irmã.

– Não ouse agradecer – Falei apontando um dedo para ela. Ally deu ombros e veio andando cansada em minha direção. – Tomou seus remédios? – Lembrei e ela fez uma careta.

– Coloquei em cima da minha bolsa – Disse suspirando. Peguei seus remédios e observei-a tomar dois comprimidos com a agua que Audrey deixava na cômoda. Ela andou até a cama e eu encarei isso como um recado para ir embora, então me virei para a porta.

– Austin? – Ally me chamou como havia feito no hospital – Pode ficar aqui? Até eu dormir? – Vi uma expressão assustada em seu rosto marcado pelas lagrimas. Era impossível negar, pois eu queria estar a todo momento ao lado dela.

Não falei nada, apenas fui até a cama que ela agora se deitava. Sentei ao seu lado enquanto ela tentava achar uma posição confortável para não sentir dor, no lado esquerdo da cama. Ela abraçou a irmã como se fosse uma boneca. Sorri involuntariamente ao ver as duas pessoas que tinham mudado completamente minha vida ao meu lado. Ally beijou a testa de Mel como eu havia feito. Do jeito que estava mesmo deitei ao lado ficando mais alto que as duas garotas. Ally me observa intensamente e eu também a fitava carinhosamente. Coloquei a mão no rosto dela expulsando seu cabelo de seu rosto e ela fechou os olhos com meu toque. Fiquei mexendo em seu cabelo e às vezes no de Mel vendo suas expressões pacificas. Ally tinha a respiração lenta, quase dormindo quando me surpreendeu sussurrando:

– Eu te amo.

Sua voz praticamente não existia por isso meu pensamento foi: isso foi realmente foi real? Mas, não foi o suficiente para impedir meu coração de acelerar. Minha respiração se tornou falha e eu fiquei parado. Tentando recobrar a sanidade eu levantei cuidadosamente e dei a volta na cama para depositar um beijo no rosto de Ally.

Ainda pensando em sua frase andei até a porta. Sai do quarto depois de constatar que elas continuavam dormindo. Mal tinha terminado de fechar a porta quando fui abordado.

– É bom você cuidar dela e não a magoar – Fui ameaçado por minha própria irmã.

– Não precisa nem falar e nunca magoaria Ally – Falei verdadeiramente e minha irmã assentiu.

– Boa noite – Apenas disse sorrindo e entrou no quarto.

Eu te amo.

Essa simples frase não sai da minha cabeça a noite toda, apenas fazendo mais confusão com meus sentimentos. Mas, certamente a resposta para isso seria um simples eu também te amo.


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Notas finais do capítulo

O vestido Ally foi mais ou menos esse : https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn1/q71/1526819_605229412882658_1635421549_n.jpg
Capitulo gigante neh? Que orgulho. Erros? Capitulo bom? Muito sentimental, eu sei, culpa do John Green.
E como foi o natal de vocês? Ganhei 7 livros AAAHHH (okay metade é das minhas irmãs, mas ninguém precisa saber).
Gente provavelmente vocês não se vocês lembram de alguns nomes citados no capitulo, mas vou relembrar tudo sobre eles nos próximos capítulos okay?
Comenteeem *-*