I'm Here For You escrita por Winger


Capítulo 5
Capítulo 4 - Eu tinha planos


Notas iniciais do capítulo

Olá, voltei *o*
Quero dedicar esse capítulo à SaGaúcha porque eu estava muito triste e quando li os comentários hilários dela comecei a rir que nem uma louca e esqueci por um momento os meus problemas. Obrigada linda!



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Não seja covarde, Annabeth. Você pode fazer isso.

Acho que aquela era mais ou menos a décima vez que eu repetia isso para mim mesma. Mas eu tentava não me culpar muito, afinal, faziam apenas poucas horas que tudo aquilo havia acontecido.

E agora aqui estou eu. A poucos centímetros da porta do quarto do hospital de onde Paul se encontrava. Dei um longo suspiro. Se não fosse agora, não seria nunca mais.

Girei a maçaneta levemente, torcendo por dentro para que ele ainda estivesse desacordado. Mas, para o meu azar, lá estava ele.

Assim que entrei, ele virou o rosto na minha direção. Por um instante sua expressão demonstrava surpresa, e logo depois voltou a ser a expressão do Paul de sempre. O legal. O carinhoso. O Paul que pareceu não existir a horas atrás. E nós dois ficamos assim, por um bom tempo, nos encarando, apenas esperando que algo  acontecesse.

- Annie. – ele sussurrou, finalmente quebrando o silêncio.

Eu, sem ter pensado nada melhor para dizer, apenas disse baixinho:

- Paul.

Ele me fitou por mais alguns segundos e em seguida desviou o olhar. Ainda estava deitado na maca do quarto, e agora encarava o teto. E então tomou ar, preparando-se para falar.

- Os médicos me contaram o que aconteceu. – ele pronunciou, mansamente. – E            u não lembrava de nada.

Acho que ele esperou que eu falasse alguma coisa, mas naquele momento até observar meus pés era preferível a olhar nos olhos do garoto à minha frente. Como não me manifestei, ele continuou:

- Eu te amo. – ele disse. - Você sabe que eu nunca faria isso em sã consciência, não é?

Senti seu olhar sobre mim, e finalmente tive coragem de encará-lo nos olhos.

- Mas fez. – eu disse do modo mais frio que pude.

Acho que nunca tive que controlar tanto o choro como agora. Mas eu tinha que segurar. Não ia chorar. Não aqui. Não agora. Não na frente de alguém. Não na frente de Paul.

- Annie, - ele se sentou abruptamente. Pude ver seu rosto se contorcer de dor, mas logo ele estava olhando para mim de novo. – acredite em mim. Tinham posto drogas no copo de refrigerante. Eu nunca faria mal à você. – agora se aproximava de mim lentamente, e em poucos passos. – Por favor, Annabeth. – Sua voz agora tinha um tom levemente choroso. Engoli em seco. Ele nunca me chamava de Annabeth.

- Paul, sinceramente, eu...

- Por favor! – ele me interrompeu. Seu tom era quase de desespero. – Eu não sou um monstro! – agora ele gritava, o que me assustou.

Pousei a minha mão em seu ombro, e tentei acalmá-lo.

- Paul, calma. – eu disse. – Eu estou bem, tá legal?

- Eu sinto muito.  – me abraçou antes que eu pudesse demonstrar qualquer reação. – Eu entendo se nunca mais quiser me ver. Eu vou  entender se não me amar mais, se quiser quer eu me afaste e...

- Calma, Paul, não é nada disso. – tentei pará-lo.

Ele me olhou sorrindo. Um sorriso tão grande que pensei que não ia caber no rosto dele.

- Então você não vai terminar comigo? – ele disse, ainda sorrindo, e me abraçando de novo.

- O quê? – eu disse, levemente surpresa. – Não eu...

- Ah, Annie, obrigado! – ele me girou no ar. – Prometo que eu não vou desperdiçar essa última chance, eu vou...

- Na verdade... – tentei dizer, mas ele me interrompeu novamente.

- Eu te amo, tipo, bastante. – ele me pousou no chão, ainda com o enorme sorriso, e me puxou para um beijo. Não sei o que deu em mim na hora, mas não vi outra saída a não ser corresponder ao beijo.

Então ele arregalou os olhos e parou o beijo de repente, encarando o relógio. Eram 3h da manhã.

- Ei, você tem escola! – ele me olhou. – Tem que ir pra casa dormir! – em seguida, me deu um beijo na bochecha e saiu me empurrando para a porta. - Te vejo amanhã, Annie, você tem que descansar. Deve estar com o humor péssimo.

- Mas eu...

E em poucos segundos eu estava novamente parada à porta, do lado de fora. E                agora, o que eu ia fazer? Não vejo mais nenhuma saída. Provavelmente vou me encontrar com Percy amanhã na escola, e quando ele perguntar sobre Paul... O que eu vou dizer? Que voltei a namorar o cara que quase tinha me estuprado no dia anterior?

Ah, deuses.

~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~

A cada passo que eu dava, parecia que minha mochila ia ficando mais pesada.

Sabe aquela hora que você simplesmente queria sumir do mundo apenas para se ver livre dos seus problemas, porque você não tem coragem de enfrentá-los? Pois é.

E ao ver Percy vindo correndo em minha direção, parecia que tinham finalmente pego uma bigorna e socado na minha mochila.

Eu pensei em dar meia volta. Deixar ele lá com cara de bocó, só para não ter que explicar toda a situação. Mas quem disse que eu fiz isso?

- Annie. – Percy pronunciou meu nome de maneira alegre, parado na minha frente. Ele já estava se aproximando para me dar um selinho, mas eu o impedi com a mão.

- Percy, não. – eu falei, o que saiu quase como um sussurro. – Preciso falar com você antes. Algo extremamente sério.

Ele me encarou confuso, mas acabou dando de ombros.

~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~ ° ~

- Você o quê?! – Percy exclamou quando já havíamos encontrado uma sala vazia.

- Você ouviu. – eu disse, fitando-o. – Desculpa, Percy. Não foi porque eu quis.

- Não foi porque você quis? – ele me encarou indignado. – Annabeth, ele quase te estuprou! – ele berrava agora.

- QUER FALAR MAIS BAIXO? – segurei as lágrimas, sentido que elas já estavam vindo. – Eu não soube o que fazer. Ele parecia tão feliz e ele também não me deixou falar e...

- Papo furado! – Percy me encarou novamente. A mágoa estava evidente em você. – Qual é o seu problema, Annabeth?

- Qual é o meu problema? – eu disse, indignada.

Fervi de raiva por dentro. Ele não entendia. Eu tinha passado por muita coisa em menos de 24 horas. Era muita coisa para absorver.

- O MEU PROBLEMA É QUE EU FUI QUASE ESTUPRADA HÁ POUCAS HORAS E TUDO O QUE VOCÊ SABE É GRITAR COMIGO! – não ligava mais se alguém ia ouvir ou não. Que se dane.

- AH, FOI QUASE ESTUPRADA, - Percy me fitou com um olhar cortante. – E AGORA TÁ NAMORANDO COM O CARA QUE FEZ ISSO!

Senti meus olhos marejarem. Não, pensei. Eu não vou chorar.

- Percy, para.

Suspirei fundo e vi Percy passando as mãos pelos cabelos em sinal de nervosismo.

- Eu sabia que isso não ia dar certo. – eu disse.

- O quê? – ele me olhou confuso, já mais calmo.

- Eu e você. – bufei antes de continuar. – Eu te amo, Percy, mas você não vê? Nós nem sequer começamos a namorar e já “terminamos”. – fiz aspas com as mãos. – Uma década de amizade, Percy! Ou até mais do que isso! A gente não pode estragar tudo isso de uma hora pra outra. A gente não ia dar certo mesmo.

Percy pareceu frustrado. Por um momento apoiou os dois braços na carteira e encarou o chão. Logo depois retomou a postura e voltou a me fitar.

- Você tem razão. A gente não ia dar certo. – ele falou, e se dirigiu à porta. Ainda com a mão na maçaneta, ele me olhou de novo. – Eu tinha planos para a gente, Annabeth.

Encarei o teto, afim de deixar as lágrimas finalmente escorrerem, quando me encontrava sozinha.

Ele me chamou de Annabeth, pensei. E não de Annie.


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Notas finais do capítulo

Olá leitores!
Antes de tudo: por favor, não me matem! Eu sei que passei muito tempo sem postar, e eu peço desculpas. É porque finalmente o mês da feira de Ciências da minha escola chegou, e eu sou a coordenadora do meu grupo, então eu tento me dedicar ao máximo. Sem falar que essa semana é semana de prova! Só pra vocês terem uma ideia, tô deixando de estudar pra prova de Biologia de amanhã pra estar aqui, kkkkkk.
Agora vamos ao capítulo: Só eu estou odiando a Annabeth?
É como eu disse anteriormente: vão haver muitas reviravoltas.
Ah, um último aviso: eu vou postar amanhã uma one-shot James Potter/Lily Evans, de HP. Quem curte o shipper poderia dar uma olhada? Diz que sim *u*

E é isso.
Mais uma vez desculpem pelo atraso. Vou tentar postar com mais frequência.
Deixem reviews, ok?
Beijos e amo muito vocês,
Camila Rocha.