Hereafter escrita por Suzana Alves


Capítulo 18
1º Extra: Ela é minha existência.


Notas iniciais do capítulo

Surpresa!! Aposto que não esperavam por mais um cap tão rápido. Hahah’
Bem, ele é um extra como o titulo mesmo diz, e será o ponto de vista do nosso Nate. Cap pequeno, mas com muito sentimento.

Espero que gostem.

Então boa leitura, e sorry pelos errinhos.



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Desde o dia em que a morte me deu um “oi”, a minha existência foi simplificada em apenas acompanhar a vida da Juh. Aliás, se ser um fantasma que passa o dia atrás da sua melhor amiga possa realmente se considerado existir.

Os seis anos que estive morto, nunca vi nenhum fantasma além de mim, nenhuma voz me mandando seguir, nenhuma luz no fim do túnel. Para mim era como se fosse apenas a Juh e eu.

Aquilo era como um castigo, não por só estar com a Juh, mas por estar morto. E talvez fosse um castigo merecido. Por eu ter cindo tão fraco. Fui derrotado pelo meu próprio corpo. Eu não tive força suficiente para lutar contra mim mesmo, e mesmo que eu acreditasse em uma falsa fé na qual eu iria sobreviver, o mundo deu um soco em meu estomago – literalmente – e me tirou dos braços das pessoas que eu mais amei.

Não pude ter uma vida como um adolescente normal, - mesmo que misteriosamente eu ainda de certa forma crescesse como se ainda estivesse vivo no mesmo ritmo em que acompanhava o desenvolvimento e as claras mudanças na minha amiga.

Tudo bem que eu tenha tentando fingir não ver essas mudanças. Afinal uma nerd que vive isolada do mundo do nada fez amigos. Trocou os velhos óculos quadrado, por lentes. Soltou os velhos cachos loiros, e os cachos ficaram mais lisos que o normal. Mas o brilho azul de seus olhos sempre continuou o mesmo, ou melhor, não só isso. Mas o fato dela não ter me esquecido.

Vê-la ir ao meu túmulo todos os dias era meio deprimente, o que às vezes me fazia me odiar ainda mais por ter morrido e não ter sido nem ao menos capaz de dizer que a amava, - mesmo que isso eu tenha descoberto um pouco tarde. Mas ver que o seu jeito não mudará mesmo que em todos os dias ela continuasse a conversando com um “nada”, me fazia ter ainda mais certeza que eu amava aquela louca. E como ela mesma dizia, isso era o que eu mais amava nela.

Todos em nossa antiga escola apenas a via como a nerd estranha, que se sentia superior aos outros, mas que a qualquer ofensa dirigida a ela se desmanchava em lagrimas. Mas eu sabia que esse era só o lado que todos viam não o que só eu via.

A Jullie que eu via não era estranha, mesmo que ainda fosse nerd e um pouco superior. E eu tinha orgulho nisso nela, e ainda mais por poder presencia a magnitude de sua mente. Mas, além disso, era ela a garota que corria para meus braços quando nada parecia bem, era a garota que eu sempre chamei de minha melhor amiga, era a louca, louca por filmes de terror, era a loira mais linda que eu já virá em meus doze anos mesmo que a mesma não se achasse a tal. Ela era a garota que eu amava, mesmo antes de realmente saber que a amava. E foi a ela que prometia quem ficaríamos sempre juntos, e não seria a lamentável situação mortificada que eu me encontrava que me faria quebrar essa promessa, mesmo que ela ache que eu tenha mentido quanto a isso.

Mas de certa forma como eu não tinha a abandonado, ela também não me abandonou e todos os dias que ela me dizia que tinha conversando com alguém diferente, tinha feito novas amigas, tinha beijado um garoto e estava feliz, eu também ficava feliz, mas ao mesmo tempo tinha inveja. Inveja dos que podia estar fisicamente presente com ela, inveja dos que podia conversa abertamente com ela, inveja por não ser eu o motivo de cada sorriso e inveja de não ter sido meu o seu primeiro beijo.

Eu sabia que não tinha superado a minha própria morte, mas como superaria vendo a garota por qual você mais se importava vivendo feliz enquanto você não podia esta verdadeiramente ao seu lado. Ser um fantasma que a segue é mais uma assombração para mim do que para ela. Então como alguém poderia achar que eu um dia mentiria para aquela loira louca? Como podiam me acusar de privar a vida da garota que eu sempre quis proteger? Como alguém pode ter a audácia de se sentir ao direito de tomar meu lugar?

Desde que ela me viu pela primeira vez foi algo mais chocante para mim do que talvez até mesmo para ela, afinal já era norma vê-la sempre. Em casa, na escola, na biblioteca, nos jogos, nas festas. Mas saber que ela me via fez com que me sentisse vivo novamente. Como se ao contato daqueles olhos azuis com os meus cinzas transmitisse uma fonte elétrica que acordava o meu coração há seis anos morto. - Não ele não voltou a bater, mas eu sentia como se tivesse.

Era impossível não ficar feliz naquela situação. Poder conversa e tocar a minha melhor amiga de tanto tempo. E ainda mais ver que de igual forma ela também estava feliz. Nada importava.

Sei que todos os segundos que ela perdia com um morto era segundo que ela poderia esta usando para vive, mas eu sempre fui egoísta, e nunca ligava para mais nada a tendo comigo.

Mas nem tudo eram flores afinal o Adam também me via – como agora me acusa de mentir. Eu sei que no inicio achava uma ótima idéia a Juh se tornar amiga dele, pois eu sabia que não era nada normal o fato dele me ver, ainda mais ela.

O plano era descobrir porque ele me via, arrumar mais um amigo para Juh, e no fim eu e ela continuarmos juntos. Mas eles começaram a ficar mais amigos do que eu esperava e mesmo ele às vezes a ignorando eu sabia que ele gostava mais dela do que demonstrava afinal eu também gostei dela dessa forma -e ainda gosto- e sabia quando olhavam para a Juh não apenas como um amigo, pois afinal eu sempre tive esse olhar e nunca percebi.

A cada dia ele se apaixonava pela Juh, e ela ficava mais próxima dele. Eu não podia continua vendo isso. Ainda mais depois daquele beijo.

“Droga, só eu que nunca pude beijá-la!”

Só que ela sempre foi teimosa, e como quando éramos crianças, ela sempre me encontrava.

E por impulso eu a beijei.

Eu sabia que não era a coisa certa a se fazer. Que tinha que ir embora, que tinha que deixar o Adam a conquistar. Mas eu não consegui abrir mão disso. Desse momento, desse beijo e dessa garota. Mas uma vez fui fraco, fraco o bastante para fazer o que era melhor para mim – mesmo que ela dissesse que era escolha dela ficar comigo, eu sabia que isso era mais para mim do que para ela. E acima de tudo eu sabia que se ela dissesse aquelas palavras que eu sempre quis dizer a ela,eu iria, quer dizer, eu não tinha certeza, mas era algo mais forte do que eu, eu sentia que essas palavras iriam me libertar e não poderia deixar que ela me libertasse, não enquanto não estivesse realmente pronto.

E agora estou aqui, deitado em sua cama enquanto ela ainda esta com o Adam em algum lugar depois da louca consulta com uma médium que incrivelmente pode me ouvir, não só o que eu digo, mas até mesmo o que eu penso.

Eu rezo para que aquele garoto não faça a cabeça da Juh contra mim, com aquela conversa de novo que estou mentido, afinal nem eu sei se estou ou não mentido. Eu sei que nunca mentiria para ela, mas sinto que sei o porque continuo aqui, só não tenho certeza, como se faltasse algo a ser lembrado ou dito... Mas como eu bem conheço a Juliie, eu seu que ela vai tentar descobrir - com ou sem incentivo do Adam- vai tentar tirar de mim o que eu sei, mesmo que não seja muita coisa. E no fim não irei resistir, e talvez possa até mesmo dizer coisas que até mesmo eu não tenha certeza apenas para vê-la sorrindo, só para sentir novamente seus lábios aos meus, mesmo que seja a última vez.

Seus lábios... É talvez se eu pudesse falar com John poderia dizer que ela não me babou nem um pouquinho, e ainda mais, o meu primeiro beijo não poderia ter sido melhor do que foi. Droga por que eu amo tanto essa garota para nunca conseguir dizer adeus?

Acho que na verdade não sou eu que tenho que ser liberto, mas sim ela... De mim.


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Notas finais do capítulo

Serio, eu tenho tanta peninha do Nate, não sei vocês, mas eu fico com o coração na mão ao escrever o ponto de vista dele. E como deu para notar sendo esse o 1º, terá mais um que será de muita importância a história.

Se gostaram, comentem. Se não gostaram, também cometem. Se amaram, favorite. E se acharam tudo de bom... Recomendem... Até mais.

Beijos