O celular despertou e logo me levantei. Mas não pra começar a me arrumar, mas pra ler o que ele havia me mandado. Sim. Ele tinha me mandado uma mensagem de madrugada.

“Vou te mandar agora um poema cuja inspiração vem do que penso e sinto por você”

O que? Como assim? Mesmo com o coração quase saindo pela boca, respirei e continuei lendo as mensagens que continham o poema.

A mesma desconfiança que eu tenho de um tempo pra cá ele expressou no poema: Será que tá acontecendo de novo? Será que eu to gostando dele de novo. Não pode. Ele vai embora estudar. Não pode ser.

[...]

Chegando a escola, esperei ansiosamente Natalia. Eu precisava mostrar isso pra alguém...

– Bruna, isso é sério?

– É claro. Não tá vendo.

– Ele tá gostando de você Bruna.

– Não. Não pode ser.

– É sim. Isso aqui prova. Não tem como ser outra coisa.

– Ele deve tá brincando com a minha cara. Devia tá bêbado.

– Ou deve tá gostando de você. Você tem que dar uma chance pra ele.

– Não. De jeito nenhum.

– Bruna, aquilo é passado.

– Aquilo ainda dói Natalia.

– Pelo menos conversa com ele.

– Não sei.

– Eu tenho que entrar. Pensa no que te falei. Beijo.

Ele gostando de mim. Essa é boa. Não tem como. Há pouco tempo atrás ele dizia que amava a outra lá. Não. Não dá.

[...]

Quase o horário do almoço. Uma mensagem chegou no meu celular. É dele.

Gustavo: Bom dia.

Bruna: bom dia.

Gustavo: o que achou do poema?

Bruna: gostei.

Gustavo: eu tava sem sono e aí eu lembrei de você. Então resolvi escrever.

Bruna: hm. Me explica a primeira mensagem.

Gustavo: o que? Eu fiz o poema lembrando de você.

Bruna: só isso?

Gustavo: é. Eu tava lembrando de você. Do que a gente passou e resolvi escrever.

Bruna: ok. Eu vo almoçar. Depois conversamos mais.

Gustavo: tá...

De repente, encontrei Natalia.

–E então, conversou com ele?

– Conversei. E ele não me falou nada sobre gostar de mim.

– Você não tá acreditando né?

– Não.

– Eu vou te contar uma coisa. Ontem quando você me falou que tinha ficado com ele, eu encontrei ele no face e fui falar com ele. Chamei ele de safado e perguntei porque ele te beijou sendo que ele falou que não gostava de você. Ele disse que aconteceu que vocês estavam brincando e aconteceu. Eu disse pra ele ser sincero. Disse pra ele me dizer se gostava de você ou não. Ele disse que sentia algo, mas não sabia o que. Eu perguntei se tinha pelo menos atração. Ele disse que sim. Falei pra ele dar uma chance pra vocês. Ele disse que era melhor não porque tava indo embora e que se fosse pra sofrer era melhor nem começar. Bruna, ele sente algo, mas tá confuso assim como você.

– Não acredito que foi falar com ele. – disse não acreditando no que tinha acabado de ouvir.

– Mas eu fui. Dá uma chance. Eu sei que você tá insegura quanto a isso. Mas acho que é questão de vocês conversarem. Ele vem amanhã de novo pra ver a apresentação do grupo. Acho que vocês tem que conversar.