Fix You escrita por Diana Wright, Naya Parker


Capítulo 17
E só tende a piorar...


Notas iniciais do capítulo

O céu está tão brilhante hoje, não é? Bem, eu recebi uma mensagem, de uma leitora fantasma, que fez uma recomendação para mim, e pediu desculpa por não comentar! E, caraaaa, ela recomendou! Esse é o melhor pedido de desculpas que alguém pode dar! Agora eu tenho 10 recomendações! Meu deus, meu deus, meus *-----* Tenho muitas noticias boas! Primeiro, eu estou escrevendo TODOS os capítulos de Fix You. Tipo, eu vou escrevendo até chegar no último, e vou postando de acordo com o número de leitoras, comentários, recomendações e etc. Segunda notícia: Para as leitoras que leram de The Prophecy, eu tenho o prazer de dizer que terá uma continuação!!! Isso mesmo u.u Vai se chamar The Second Prophecy. E vai ser melhor, maior e com mais aventura! Depois dizem que eu sou má, caham...
Terceira notícia: Para aquelas leitoras que tem preguiça de recomendar, eu tenho uma solução para vocês. Eu também postarei mas rápido em Fix You, se eu tiver mais comentários em Radioactive e Feelings que são as minhas outras fanfics. Se eu tiver novas leitoras nessas duas fanfics, eu posto amanhã mesmo.
E, lembram do que eu falei no outro capítulo? Então, é verdade. Eu vou narrar a fic a partir de agora. Bem, é isso. Nós vemos nas notas finais ^^



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O tempo estava estranho. Estava ventando frio, mas o sol estava lá, brilhando no meio das nuvens escuras. Uma bela confusão. Assim como a cabeça de Luce.
Ela não conseguia ver para aonde estava indo, ela estava sozinha, confusa, irritada. Não conseguia se organizar. Não conseguia parar para pensar. Ela só conseguia correr em direção ao parque.

Finalmente começou a chover. A chuva era fina, mas caia com força. Luce não se importou, ela não podia se importar, não dava. Com tantos pensamentos na cabeça, ela não conseguia sentir a chuva.

Ela se sentou em um banco, sem se importar com o fato dele estar molhado. Ela não queria chorar, não queria gritar. Ela só queria entender.

Ela queria entender porque o pai dela depois de tudo o que fez saiu ileso. Ela queria entender porque o irmão e a mãe morreram, sem ter feito nada para merecer isso. Queria entender porque a Helena sofreu tanto, sendo que ela era a pessoa mais doce que ela já conheceu. Queria entender porque isso acontecia. Talvez o problema fosse ser bom. Talvez as coisas ruins só aconteçam com as pessoas boas.

Ela juntou as mãos e apertou. Como se quisesse sentir que estava ali. Era como se ela estivesse fora do próprio corpo, conseguia ver tudo, mas não conseguia sentir nada. Só conseguia pensar.

E...lembrar.

“ – Está tudo bem com você? – Perguntou o policial, se agachando para ficar do tamanho daquela pequena menina na sua frente.
- A-acho que sim – ela sussurou, tremendo.
- Sinto muito ter que te dizer isso...- o policial parecia terrivelmente afetado. – Mas, sua mãe e seu irmão não resistiram ao acidente. Eles estão mortos. Eu sinto muito.
A menina não conseguiu dizer nada. Seus olhos ficaram vidrados. Ela não estava gritando, nem chorando. Ela estava com os olhos tristes e fixados no horizonte.
- Está tudo bem, querida? – O policial perguntou, tentando conforta-la. Mas não foi isso que ele conseguiu.
Ele não sabia. Não sabia que aquela garota não era mais a mesma, não sabia que naquele momento a vida dela mudou, a cabeça dela mudou. Não sabia que aquela era uma garota afetada, uma garota afetada.
Ela gritou e se debateu. Empurrou o policial e correu.
Ela correu para as árvores em volta da estrada deserta, a escuridão não a assustava.
Ela adentrou a floresta sem medo. O único medo que ela tinha estava longe dela.
Mas não longe da sua cabeça. Ele ficaria na lembrança dela. Essa era a sua maldição, e ela teria que conviver com ela. Para sempre.”

]

Luce estava tremendo. Ela não sabia se era de frio ou de medo. Ela olhou para os pulsos trêmulos, mesmo com a chuva ela pode ver. Os finos cortes, já cicatrizados, cobrindo todo o seu pulso.

Aquela era uma imagem horrível. Ela fez isso.

Ela estava piorando tudo. Ela sempre piorava.

Ela precisava voltar para a clínica, ela precisava ficar longe das pessoas, ela precisa sofrer. Ela precisava sofrer fisicamente. Porque é bem melhor do que sofrer psicologicamente. Mas se cortar não bastava. Não doía mais.

Se matar também não era uma opção. A morte é tranquila demais. É apenas uma passagem, uma passagem para fora de todo esse pesadelo que denominam vida.

Voltar para a clínica era a única opção. Lá ela sofreu. Não mais do que quando era pequena, não dava para sofrer mais do que aquilo. Mas sofreu bastante. As pessoas não sabiam o que acontecia lá, o que acontecia com ela. E nunca saberiam.

Ela não contaria.

Não importa quantas vezes teria que ser espancada pelo médico. Ele não sabia que a dor física ajudava. Ele na verdade estava ajudando.

[...]

- Ela não atende o celular! – Gritou Diana frustrada.

Todos estavam na sala preocupados, sem saber o que fazer. Não podiam ir a lugar nenhum, porque não faziam ideia de onde Luce poderia estar.
- Eu vou ir atrás dela. - Alex se levantou, e pegou as chaves do carro. 

Helena, que estava incapacitada por estar tendo problemas no parto, gemeu de dor. A preocupação e a tensão não faziam bem para ela. Diana e Ian seguraram as mãos dela.
- Alex, você não pode ir. - Ele olhou para Jake. - Pelo menos não sozinho.

Ele sorriu agradecido para o amigo. Eles já estavam saindo quando Diana segurou a mão de Jake.

- Eu vou com vocês. - Ela parecia estar decidida.
- Não, você vai ficar aqui. - Jake se soltou de Diana, e foi caminhando até a porta para ir embora.
- Não! - Ela gritou. Alex e Jake se viraram, surpresos. - Eu preciso contar uma coisa para vocês.
- Não pode ser em outra hora, Di? - Perguntou Alex estressado. - Se não deu para perceber, a Luce sumiu. - Ele estava irritado. A cabeça dele estava longe, pensando no que Luce podia estar fazendo. Pelo amor de Deus, que ela não faça nenhuma loucura, ele pensou.

Diana estava confusa, ela não sabia se contaria ou não. Ela jurou que guardaria segredo. Mas e se Luce estivesse fazendo alguma loucura? E se ela procurasse pelo pai para se vingar? E se ela tentasse se matar?

- A Lu...ela...- Diana estava com vontade de chorar. Era difícil falar sobre aquilo, mesmo que não tenha acontecido com ela. Pensar que as suas suas irmãs, Helena e Luce, passaram pela mesma coisa, ela se sentia mal. Era muita coisa para duas garotas. - Eu não sei se devo dizer.

Ian olhou para ela como se ela estivesse enlouquecendo. Jake também.
- Se você sabe de alguma coisa que pode ajudar a Luce porque você não pode contar? - Ian perguntou nervoso, mas ainda segurando a mão de Helena.
- Porque eu jurei para ela que não contaria! É o horrível demais! - Ela já estava chorando. Luce sumiu, ela poderia estar morta agora. Com tudo que ela passou, não seria nenhuma surpresa se ela se matasse. Helena admitiu que faria isso, se não fosse pelo bebê.
- Eu sei do que você está falando, Diana. - Disse Alex que parecia tão afetado quanto ele.
- Ela te contou? - Diana perguntou, surpresa. Ele assentiu.
- Calma aí, do que vocês estão falando? O que estão escondendo da gente? - Perguntou Jake, sem entender nada. Diana e Alex se encararam, sem saber se deveriam contar ou não. Por fim, Diana falou:
- A Luce tem alguns...problemas...- Diana olhou para Alex, vacilando. Ele percebeu que ela não conseguiria terminar. Duas irmãs que passaram pelas mesmas coisas.
- Jake, é complicado cara. - Jake revirou os olhos. - Ela foi...abusada pelo pai. Por anos. E o mesmo acontecia com a mãe e o irmão. E os dois morreram em um acidente de carro, e a Luce acha que foi ela que provocou.

A sala ficou silenciosa de repente. A boca de Ian e Jake estavam abertas. Eles estão perplexos...Helena soltou um grito de pavor. Ela sabia como era. Ela sabia como era horrível...imagina ter que passar por isso por anos...ainda mais com o próprio pai. 

Helena não conseguiu evitar as lágrimas, Diana também não. 
- Ela pode estar morta agora...- Diana tentava controlar o choro. - Ela disse que estar viva era uma agonia, ela disse que viver só servia para lembrar do que ela passou. Ela pode ter...s-se matado.

A verdade pesou. Todos sabiam que Luce tinha algum problema....mas aquilo? Aquilo era terrível demais. 

As pessoas estão sempre se destruindo. Os seres humanos não tem direito de se referir a ninguém como "monstro", porque perto dos humanos, monstros são fadas. Os humanos são piores. Bem piores.

Alex saiu, com raiva e batendo a porta com força, sem falar nada. Todos se encararam, Jake levantou pronto para segui-lo. Mas Diana segurou seu braço novamente, ele até gritaria com ela, se ela não estivesse chorando.

- Por favor Jake, me deixe ir...eu tenho que encontrar ela...é minha culpa...eu não contei...p-por favor...- Ela estava tremendo. Parecia que iria morrer de culpa. Ela sabia que Luce pensava em se matar, mas não contou a ninguém. Na cabeça dela, era ela a única culpada.

Jake olhou para Diana por um momento e abraçou ela. Ela desmoronou e começou a soluçar. Depois começou a soca-lo, mas não doía, porque ela estava derrotada demais para fazer esforço.

- Eu preciso ir! -Ela gritou em desespero. - Me deixe ir Jake! Eu preciso encontrar ela!

Jake olhou com pena para ela, e acenou com a cabeça para que Ian a tirasse dali. Ele saiu de perto de Helena, que chorava em silêncio. E puxou Diana que se debatia e gritava.

- Fique com a Helena e com o Ian, Diana - disse Jake. - Nós vamos encontrar a Luce.

[...]

MÚSICA IMPORTANTE: Amsterdam - Imagine Dragons.
 

Luce estava tropeçando nos próprios pés. Ela sabia muito bem para onde estava indo, mas estava cansada. Ela andou sozinha, por horas, meio descontrolada e tendo as suas alucinações no caminho. 

As vezes ela parava e se jogava no chão para chorar e gritar. Ela estava tendo alucinações de novo. E as vozes. Aquelas malditas vozes que gritavam os seus erros.

As alucinações mostravam minha mãe dizendo para eu ir para a casa depois da escola, e eu dizendo que teria que ficar lá por mais tempo.

Me desculpe, mãe

Me desculpe, eu te magoei

Bem, ultimamente eu tenho passado bem

Ultimamente eu tendo a mentir

Mostravam meu irmão dizendo para o meu pai que eu estava doente, e que não conseguia levantar da cama.

Me desculpe, irmão

Me desculpe, eu te magoei

Bem, ultimamente você está bem

Ultimamente você tende a mentir

Mostrava Emma, Ally, Diana, Helena, Tyler, Jake, Ian...Alex.

Me desculpe, amor

Me desculpe por ter te magoado

Ultimamente eu tenho tentado

Ultimamente eu tendo a mentir

Mostrava monstros, sem rosto que espalhavam sombras e trevas pelo mundo, esmagando os mais fracos e puros. Estragando a vida deles, destruindo seus sentimentos, roubando sua felicidade.

Mostrava os verdadeiros monstros, nós mesmos.

Eu meio que pensei que foi um mistério, e então pensei

que não era para ser

Você disse para si mesmo fantasticamente

"Parabéns, você está sozinho"

Ela estava quase na clínica, faltava tão pouco...mas alguma coisa parecia empurrar ela para longe. Alguma coisa dentro dela dizia " Fuja, você não precisa correr atrás dos seus problemas"

Ela fechou os olhos e sussurou:
- Não posso fugir...eu não estou correndo atrás dos problemas, eles estão correndo atrás de mim.

Ela olhou para frente. Já estava na clínica. Abriu a porta com as mãos tremendo, entrou e sentiu uma onda de calor passar pelo seu corpo. Ela estava com medo.

A sua antiga enfermeira a encarou, surpresa. 
- Luce? - Ela perguntou. - O que está fazendo aqui?
- Eu...- ela fez uma pausa para respirar. - Eu preciso ficar aqui. Não estou bem, Clare. Será que eu posso voltar?
- Claro que sim, querida - ela respondeu. - Você sabe aonde é o seu quarto. - Luce sorriu. - Como está tarde, amanhã eu ligo para a sua tia...
- Não! - Luce gritou, e Clare se assustou. - Ela...não pode atender...ela me deixou aqui. Ela vai ter que viajar. Ela vai organizar um desfile em Paris.

A sorte de Luce, era que Clare se iludia facilmente. Ela sorriu de um jeito doce e assentiu.
- Obrigada.
- De nada, querida - Clare disse. - Você vai ficar melhor.

Luce não tinha muita certeza disso.

É difícil, acredite em mim, eu tentei 

Mas a chuva não vai cair para nós dois

O sol não brilhará pra ambos

Acredite quando eu digo

Que eu não tinha escolha

Ela subiu as escadas correndo. As lágrimas atrapalhavam a sua visão. Ela sabia que era um caminho sem volta, sabia que ninguém encontraria ela ali. Nunca pensariam que ela podia estar no lugar que mais odeia. 

Ela sentiu o estômago doer. Só de pensar que ela teria que ficar aqui de novo...ser machucada sem poder reclamar. Sem poder contar a ninguém. Ela estremeceu mais continuou subindo. Ela podia estar na pior das situações, mas sempre daria mais importância aos outros. Ela não era nada. 

Seu dia chegará

Se você esperar por ele, se esperar por ele

É difícil, acredite em mim, eu tentei

Mas ele não esperará muito tempo, porque essas paredes

Estão desmoronando

Ela estava regredindo, desmoronando. Precisava se afastar para não atingir ninguém.

E eu não vou esperar muito tempo porque essas paredes

Estão desmoronando

E eu continuo ficando pra trás...


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Notas finais do capítulo

Cara, juro que eu estou triste por ter que fazer isso! Me desculpem, mas foi necessário. Juro que foi. Eu estou realmente triste por isso. Mas eu vou ser boa no fim, prometo. E...eu vou ter que admitir que estou feliz também. Porque mesmo o capítulo sendo triste, eu fique super feliz em escreve-lo. E com essa música do Imagine Dragons...♥
Beijos, deixem os recados, e " Me desculpe, eu te magoei...(8"