Uma Garota Fora Da Lei escrita por Bia Alves


Capítulo 45
Para o resto da sua vida...


Notas iniciais do capítulo

É SÓ ISSO, NÃO TEM MAIS JEITO. ACABOU. BOA SORTE!

Eu sei, eu sei. Primeiro deixem eu me explicar e depois joguem pedras em mim. Mas lembrem-se: Meu ex-professor de geografia disse que quem joga pedras são doidos, então vocês que sabem.

Tenho vários motivos pela a minha ENORME demora, viagens, falta de criatividade, falta de tempo, preguiça... Vários. Eu tinha feito um capítulo inteirinho há alguns meses, mas acabou que o capítulo ficou um horror, ficou muito dramático, nada a ver com a história, o outro ficou sem sentido, o outro confuso, outros sem graça... E assim foram vários capítulos. Ou seja, mais uma das desculpas é a falta de criatividade. Desde o final do ano passado eu tenho essa ideia na mente, eu não estava conseguindo escrever, várias tentativas, mas saiu tudo muito ruim, até que finalmente eu consegui escrever algo com base na primeira ideia que eu tive para o final da fic. Eu estava tentando escrevê-la fazia tempo, até que eu finalmente consegui ou pelo menos espero que eu tenha conseguido.
Eu estou meio insegura, mesmo postando, pode ser que algumas gostem e outras odeiem, mas foi o máximo que eu consegui fazer. Dê uma trégua gente, eu estava/estou com bloqueio. Mas fiz o que pude.

Sobre o capítulo: Drama? Sim. Comédia? Talvez. Cenas Clichês? Obviamente – sou eu, gente e.e -. Se vocês vão querer me matar em algumas partes? Acho que sim. O final? Isso é você quem vai dizer.

Queria agradecer a todos os favoritos e sem esquecer-se da recomendação diva da Verônica Perez, sua recomendação valeu por todos os seus “não comentários”. Obrigada!

Bom, aí está o último capítulo de Fora da Lei, narrado pelo David.



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Finalmente.

Essa era a única palavra que se repetia várias vezes enquanto a Emily me dizia tudo aquilo. Apesar de a declaração ter sido super desajeitada, eu gostei de ouvir a Emily dizer tudo aquilo como se não tivesse mais como segurar, como se estivesse preso havia tempo e agora estava tudo escapando. E aposto que era aquilo que ela estava pensando. Com certeza ela não estava sob controle, e a qualquer minuto ela se arrependerá de ter dito isso. É da Emily que estamos falando.

Assim que ela parou de falar, sorri.

Ela estava com os olhos quase arregalados por completo e ofegando. A Emily se declarando chegava a ser uma cena engraçada de ser ver. Eu não esperava por aquilo, eu sinceramente não esperava. Ela é muito orgulhosa, dizer aquilo deve ter custado muito para ela. Mas pelo menos agora eu tenho certeza do que ela sente por mim.

— Você não vai dizer nada? – Emily pergunta, gritando. – Eu digo tudo isso para você e a única coisa que você me dá em troca é um sorriso idiota? – a voz dela continuava alterada.

Complicada. Essa palavra define perfeitamente a Moore. E palavra que define o porquê de eu ter me apaixonado por ela.

Eu gostava do jeito “rebelde” dela, quando ela se fazia de difícil e depois de poucos esforços já estava em meus braços se entregando completamente. Essa garota me deixou viciado nela, me deixou alterado e dando dor de cabeça, e o pior de tudo é que eu não me afastava dela, eu gostava de sentir tudo aquilo e eu não queria me afastar.

Ela conseguiu fazer uma coisa que nenhuma garota tinha conseguido ainda, me deixar focado apenas nela. E até agora eu não me arrependendo de nada.

— David? – ela me tira dos meus devaneios, gritando.

— Desculpe! Eu não sei o que dizer. – a única coisa que saiu naquele momento.

Eu poderia estar sendo um idiota, um completo idiota, mas eu não sabia o que dizer para a Emily, talvez se eu dissesse mais uma vez que eu a amo poderia me fazer tê-la, mas eu tenho quase certeza que ela me impediria de fazer qualquer coisa relacionada aos meus desejos sexuais.

Mas tentar não custa nada.

Aproximo-me rapidamente dela, e em piscar de olhos eu já estava com meus braços em volta de sua cintura, pronto para beijá-la, mas claro, eu estava certo em “ela me impediria de fazer qualquer coisa relacionada aos meus desejos sexuais”.

— Eu não quero te beijar. – ela fala gritando e se afastando de mim. Franzo o cenho a encarando. – Não agora... – ela sussurra, mas não o suficiente para eu não escutar.

— O que quer que eu faça? – pergunto ainda não sabendo o que fazer.

— David, eu quero apenas que você diga algo a respeito da conversa que estávamos tendo e não que me agarre só porque eu disse que gosto de você. – na verdade ela disse que me ama, mas eu não me arriscaria dizer aquilo, eu pretendo manter a conversa sob controle. – David, apesar de tudo que eu disse, eu acho que mais nada importa, não é? – mais uma vez eu franzo o cenho.

— É claro que importa... – digo com um pequeno sorriso. – Eu esperei bastante tempo por isso, eu até estava desistindo de tentar algo com você, mas com o que você disse eu tenho certeza que eu estava certo em não desistir. – continuo sorrindo.

— Não David, não importa. – eu não sabia onde a Emily queria chegar, mas eu tirei o sorriso que estava estampando, ela estava me deixando confuso, mas não no bom sentido.

— O que você quer dizer?

— Você vai embora?! – ela diz como se fosse obvio.

— E daí? – pergunto rindo um pouco.

— E daí? – ela repete a pergunta. – David, eu não sei se você ouviu, mas você vai embora, o que importa agora? – ela se aproxima. – Nada. Eu decidi falar o que eu sinto tarde de mais para você. Você vai embora e tudo vai acabar agora.

O problema era aquele, eu iria embora. Era de esperar que ela arranjasse qualquer desculpa para não ter nada de mais sério entre a gente, mas aquilo realmente não tinha nada a ver. Não custava nada tentar um relacionamento à distância, mas obviamente ela se lembraria de quem eu era antes, o David que fica com todas, e o relacionamento poderia ir de mal a pior.

— Não, nada acaba agora. – Aproximo-me também. – Emily, olha só o que você disse. Isso é o inicio de tudo. Quando é que uma coisa acaba quando uma pessoa diz que ama a outra? – Coloco minha mão entre no seu rosto olhando nos olhos dela.

— Acaba quando a outra vai embora. Eu decidi falar isso porque você vai, eu não quero que você vá e eu fique com isso preso aqui. – Ela tira a minha mão do rosto dela. – E eu não quero te impedir de ir, mesmo eu querendo fazer isso. É importante para você e nós dois sabemos que eu só vou causar problema. Então eu não quero começar nada. Só quero pôr um ponto final e que você siga sua viagem em paz. – Ela se afasta.

Fico alguns segundos em silêncio, repetindo na mente tudo o que ela havia dito.

— Um ponto final? – Solto uma risada sem graça e passo a mão pelo rosto, suspirando.

Não era justo, eu fiquei com a Emily por vários meses, fazendo tudo o que ela precisou para ficar bem, e tudo que ela quer me dar em troca era um ponto final... Nada justo da parte dela.

— Qual o seu problema? – Pergunto. – Emily, eu ir embora não tem nada a ver, a gente pode muito bem ter algo... – ela me interrompe.

— À distância? – ela ri. – Fala sério, David. Somos nós dois, você sabe que isso nunca daria certo.

— A gente pelo menos tentou? – Eu já ia responder a minha própria pergunta, mas ela é mais rápida.

— E precisa? – Ela revira os olhos. – Não, não precisa. Eu, você, todos sabem.

— Emily, você pelo menos ouviu o que você disse há alguns minutos? – Aproximo-me dela. – Você disse que me ama que sente ciúmes, que não quer que eu vá para Londres porque vai me perder para qualquer uma. – Aproximo-me mais. – Mas é você mesmo quem está fazendo isso. Você está fazendo você mesma me perder. – Talvez isso, em algum lugar, faça sentido. Mas era apenas a verdade.

— Exatamente. – Ela se aproxima. – Eu já perdi alguns, mais um não faria diferença.

— Mais um? – Sorrio. – Então eu fui apenas mais um?

— Não é isso. Eu sempre perco o que mais gosto, eu não te perdi para a morte por um milagre, mas eu vou perder você, porque você vai para outro país. David, eu já me acostumei em amar e perder depois.

— E você não faz nada para impedir que se machuque não é? – Reviro os olhos. – Emily, você mesma quer se machucar. – Falo sério dessa vez. – Qual o seu objetivo com isso? – Ela franze o cenho. – Fazer a mesma coisa que você fez comigo?

— Do que você está falando?

— A pessoa que você diz amar, no caso, eu, vai embora e você fica triste, se fazendo de coitada, dá uma de rebelde porque perdeu quem ama, faz a pessoa se apaixonar por você e depois repete tudo de novo? – Ela entreabre a boca e me encara, como se estivesse surpresa pelo que eu disse. – Eu acho que você faz isso de propósito, porque é a única coisa que eu posso ver agora.

— Eu nunca faria isso de propósito. – Ela revira os olhos. – Eu não tenho culpa se perdi o Guilherme, você sabe muito bem como foi toda a história. Se ela se repetiu mais uma vez, eu não tenho culpa! – Ela grita a última frase.

— Você! – Grito também. – Você quer que ela se repita.

— Não, eu não quero. – Ela continua falando alto.

— Então por que não impede isso? Emily, você sabe que eu gosto muito de você e você acaba de falar que também sente o mesmo. Por que quer destruir tudo assim?

— É o amor, David. No fim ele sempre acaba sendo destruído.

— Não, isso não é o amor. – Mantenho o tom da minha voz calmo. – Você não tem ideia do que seja isso. – Ela franze o cenho. – Você não entende do amor, porque você nunca teve.

— Do que é que você está falando David? – Ela pergunta quase gritando. – É claro que eu já amei, acho que conhece a minha história não é? – Bufo.

— Você sempre tem uma desculpa para que nós não fiquemos juntos. Sabe o que eu acho? – Aproximo-me dela.

— Não, eu não sei. – Ela revira os olhos.

— Que todo esse amor que você disse sentir… é mentira sua. – Logo ela faz cara de surpresa, mas não do jeito bom, quando ouviu aquilo.

— Você é um idiota, David. Um belo idiota. Você sabe de tudo e ainda acha que eu estou mentindo? – Ela pergunta gritando. – Você sabe muito bem que eu não estou mentindo, foi difícil falar aquilo. – Reviro os olhos.

Eu não aguentava mais aquela história, sempre a mesma coisa, sempre o passado dela tinha que entrar no meio, eu estava cansado de ouvir aquilo sempre quando falávamos de nós dois, todo esse tempo depois que eu disse que a amava, a coisa que eu mais ouvia era “Eu não quero isso, eu posso me machucar novamente”. Aquilo se tornou insuportável.

— Para com essa droga de desculpa. – Grito. – Emily, por tudo que é mais sagrado nesse mundo, inventa outra. Cansei disso!

— Então sai daqui, sai David. Esquece tudo que eu te disse, vai para Londres viver sua vida. Esqueça-me. – Ela grita dessa vez.

— Por que você não esquece o passado? – Continuo com a voz mais alta. – Por um minuto você poderia esquecer que o Guilherme existiu? Que agora ele não está mais aqui? Que somos nós dois, Emily. Pensar nele e em todo o passado só atrapalha o futuro. – Pela sua expressão, ela não estava gostando do que escutava.

— Não posso! David, ele foi tão importante quanto você. – Eu queria mesmo de ouvir aquilo. – Ele me ajudou tanto quanto você, ele me fez feliz, eu era muito feliz com ele, e não importa o que acontecer, eu não vou esquecê-lo só porque você quer.

— Uau. – Digo, ainda estava tentando acreditar no que eu escutei. – Então o que eu fiz não valeu nada não é? – Ela abre a boca, mas eu a impeço de falar. – Não importa, nada importa não é? – Eu continuo, antes que ela falasse mais alguma coisa. – Tudo bem, ele fez tudo para você, foi ele quem ficou com você todo esse tempo, ouvindo todos os seus dramas, aguentando seus choros, te fazendo entregar um criminoso, porque senão você que iria ser presa, foi ele quem te ajudou todo esse tempo, foi ele quem te fez passar por cima de todo esse orgulho e dizer o que sente por alguém, foi ele quem te deu atenção quando nem sua mãe te deu, foi ele o único que acreditou em você, foi ele quem... – Ela me interrompe.

— Para! – Emily grita. – Você não sabe de nada, você não o conheceu. Você não me conhecia antes dele, só depois, só depois do desastre e de todos os problemas que eu consegui passar por cima.

— Com ajuda de quem mesmo? – Pergunto. – Ah, do Guilherme?! – Ela fecha os olhos respirando fundo, eu só esperava não estar pegando pesado, mas ela me deixou estressado, e agora vai ter que aguentar. – Você só consegue pensar em quem não pode mais te ajudar e se esquece de pensar em quem te ajuda.

— Eu reconheço que você me ajudou, e muito. Dá pra parar com isso? – Ela pergunta já um pouco triste. – Eu só quero que você aceite que eu não quero NADA mais sério com você.

— Tudo bem, quer jogar tudo o que tivemos fora né? – Eu estava mesmo me humilhando o máximo que eu podia.

Eu estava no meu limite de “humilhação” querendo algo com uma garota. Foi para ela que eu disse às coisas que eu não diria para uma garota em sã consciência, eu fui tão doce com a Emily que a todo minuto eu parava para pensar se aquele era mesmo eu.

— David, por favor, você me ajudou sim, mas o que tivemos de mais? Beijos e depois uma transa? – Ela grita.

Eu cansei de discutir com a Emily, eu não iria falar mais nada para tentar convencê-la, se era daquele jeito que ela queria, seria daquele jeito que ficaria. É bom para mim, eu vou para Londres, vou seguir minha vida e ela se arranjará como puder aqui, pois eu não vou fazer nada.

— Tudo bem, Emily. – Respiro fundo. – Só não se esqueça do que eu te disse naquele dia, nunca fui tão verdadeiro com uma garota. Mas você quis assim. – Olho nos olhos dela, mas ela desvia o olhar. – Do mesmo jeito que você ignorou tudo que aconteceu, eu vou ignorar também.

— Eu não estou ignorando. – Ela começa a chorar, reviro os olhos. – Eu só não quero algo sério com você.

— Se é assim que você chama, eu também não quero. – Afasto-me, me direcionando a porta do quarto dela. – Só tenha certeza de que um dia não vai se arrepender de nada.

— Eu me arrependeria se eu quisesse ter algo. – Solto uma risada sem graça olhando para ela.

— Certo. – Eu havia chegado ao meu limite. – Só não se esqueça que foi você que quis assim. – Chego à porta e olho para ela.

Eu estava sendo um idiota, já era para eu estar fora do quarto, xingando a Emily de todos os nomes existentes e inexistentes, mas não, eu estou aqui a encarando esperando que ela diga que errou que ela quer. Mas isso não acontece, ela apenas fica me encarando com os olhos lacrimejando.

— Foi muito bom te conhecer Moore. – Dou um soco na porta e a abro depois, saio do quarto batendo a porta e com tudo que eu encontrava pela frente.

Foi assim que ela quis, e é assim que será.

E esse é o nosso fim.

Eu acho.

[...]

— Fala!

— Não!

— Fala logo, David.

— Eu não vou falar.

— Para com isso, desembucha cara.

— Vai pra merda, Luther. Eu não vou falar.

Estávamos em meu quarto tendo uma discussão sobre o “fala” e “não falo”. Ele queria que eu contasse o motivo por eu estar enfiado no quarto desde a noite passada. Eu não queria falar sobre aquilo, eu não queria pensar em nada relacionado aquilo. Eu só queria esquecer, e fingir que isso nunca aconteceu. Afinal, se eu fazia aquilo com as outras garotas, eu poderia fazer com ela também.

— Cara, você está parecendo àquelas meninas que levam um pé na bunda e ficam de depressão, trancadas no quarto. – Reviro os olhos. – Eu estou falando sério. Se você puser uma peruca e colocar uma caixa de lenços ao seu lado, eu diria que esse tempo todo eu fui amigo de uma menina.

— Para com isso, eu só quero ficar quieto aqui.

— Eu acho que você deveria ir ficar com alguma garota para ver se essa depressão passa, que tal a Emily?

— Eu te amaria para sempre se você não tocasse nesse nome.

— Você está tão gay, David, eu espero mesmo que você tenha um pênis ai em baixo. – reviro os olhos novamente.

— Vai lá se arrumar para o baile e me esqueça. – Tento mudar de assunto. Luther que revira os olhos dessa vez.

— Eu cansei, eu estou aqui faz meia hora tentando fazer você contar qual foi à merda que aconteceu e ao invés disso você fica agindo como uma menina de doze anos que levou o primeiro fora. – Ele levanta da cadeira e começa a andar pelo quarto. – Lembrando que você já vai fazer 19.

Eu não estava agindo feito uma garota, o Luther que não estava entendo que eu não queria falar sobre aquilo. Tá, talvez isso seja mesmo coisa de garota, mas aquilo nunca tinha acontecido comigo, desde o meu “eu te amo” até a briga com a Emily. Oh, garota complicada.

— Eu apenas briguei com a Emily, beleza? – Ele sorri. – Mas agora foi sério e eu acho que não tem mais volta. – Ele começa a rir.

— Você e a Emily brigarem e não voltarem a se falar? – Ele continua rindo. – É mais fácil nevar no inferno, cara.

— Luther, dessa vez eu e ela demos um fim mesmo. Ela disse que gostava de mim, mas depois falou que não queria mais nada, que queria que eu fosse para Londres e esquecesse tudo. Acabou! – Ele arqueia uma sobrancelha e começa a andar pelo quarto de novo.

— Vocês ainda transam essa noite. – Ele dá as costas para mim.

— Dá para você levar isso a sério? – Ele volta a me encarar.

— Tudo bem. – Ele respira fundo. – Eu não sei o que dizer cara, eu sempre soube que a Emily era complicada, e você deveria saber disso também. Ainda bem que isso aconteceu com você e não comigo.

— Obrigado! – Semicerro os olhos. – Isso é realmente o que eu esperava ouvir.

— O que você quer que eu faça? – Ele revira os olhos. – Quer que eu comece a agir como uma garota também? Tudo bem. – Ele se aproxima de mim. – Ah, amiga. Não fique assim, ele é um babaca, ele não merece uma garota como você, ele fica com todos e você era apenas mais uma das vítimas, mas levante a cabeça, coloque uma lingerie sexy, com um vestido de dar inveja e mostre para aquele idiota o que ele perdeu. Só não se esqueça de mostrar os peitos, eles amam isso.

Eu mereço mesmo o amigo que eu tenho.

— Vamos David, pare com isso cara. Eu estou realmente começando a pensar que você é gay.

— Dá para você parar com isso?

— O que quer que eu faça?

— Sabe? – Ele começa a prestar atenção no que eu estava dizendo. – Isso tudo é culpa sua.

— Minha? – Ele franze o cenho.

— Sim, sua. – Ele continua com o cenho franzido. – Se você não tivesse inventado aquela aposta idiota, nada disso teria acontecido. A Emily seria uma garota que me deu um chute em uma balada e frequenta o mesmo internato que eu. Mas não, você tinha que ter a ideia da aposta.

— David não me culpe por a Emily não sentir mais tesão por você. – Ele suspira. – Você vai viajar amanhã, tem que se divertir hoje à noite. Beba muito, vai ter muitas gostosas sozinhas hoje, aproveite e curta. Esqueça isso.

— Eu não quero ir à festa, eu acho que eu vou para casa. – Ele ri.

— Você prefere ir à festa, ou vai ficar aqui no quarto chorando igual a uma menininha? Se quiser eu compro Titanic para você, é superdramático. – Reviro os olhos com o comentário idiota do meu amigo.

— Eu tenho que arrumar as minhas coisas para a viagem de amanhã. Eu vou para casa. – Levanto-me da cama e ando até o guarda-roupa, pego uma camisa e visto.

— Eu não estou acreditando nisso. Cara, pensa bem no que você está fazendo, até a Julia está ai. Lembra? A filha do diretor.

— Pouco me importa.

— Voltou loira e gostosa. – Reviro os olhos. – E eu sei que você curte loiras.

— Passei a odiar. – Pego uma mala que tinha em cima do guarda-roupa.

— A Emily chamou o amigo para ir ao baile. – Deixo a mala cair sobre meu pé.

— Que merda! – Começo a pular com um pé só segurando o outro. Sento-me na cama. – Eu não ligo para isso.

— É, não liga e quase perdeu o pé quando ouviu isso. – Ele fala se divertindo com a minha situação.

— Qual foi o amigo? – Olho para o Luther que estava colocando a mala em cima do guarda-roupa de novo.

— Acho que o nome é Pedro. – Arqueio uma sobrancelha.

Era o amigo que vivia com ela, mas eles se afastaram durante todo esse tempo, e agora que ele vai chamá-lo novamente? Ela é muito idiota.

Se a intenção dela era me mostrar que está bem mesmo depois do nosso “término”, eu vou fazer a mesma coisa. Mesmo eu não estando tão bem assim, mas ela não precisa saber, e a última coisa que eu quero que ela pense é que eu estou parecendo um idiota trancado no quarto como uma garota. Tá, eu estava mesmo parecendo uma garota.

— Eu vou para esse baile. – Sorrio.

— Oh, minhas preces foram ouvidas! – Ele levanta os braços. – Certo, eu vou colocar uma roupa, perdi muito tempo convencendo minha amiguinha a ir ao baile depois de terminar o namoro. – Sem dizer mais nada, ele sai do quarto.

Levanto da cama, ainda mancando por causa dos meus dedos e fecho a porta que o Luther fez o favor de deixar aberta.

É hora de o “antigo” David, mostrar que ainda está em boa forma.

[...]

Garotos com ternos, garotas com vestidos de todos os tamanhos e jeitos.

Música alta, pessoas andando e dançando para todos os lados. Esse era o jeito do baile, uma festa como qualquer uma. Todos ali só estavam esperando os professores começarem a chamar seus nomes e entregar o diploma de “você passou, agora caia fora daqui”.

Menos eu.

Eu ainda estava procurando pela Julia, mas na verdade eu só queria encontrar a Emily. Eu nunca fui tão idiota por uma garota. Mas eu não sei mais controlar isso. Com certeza essa vontade de tê-la vai passar logo quando eu chegar a Londres, como ela mesmo disse, eu vou conhecer novas garotas.

Nem o Luther havia aparecido ainda, eu estou começando a achar que eu estou na festa errada. Continuo bebendo e olhando para todos os lados. Algumas garotas e garotos passavam e falavam comigo, mas eu não dava muita atenção…

Eu estava distraído quando algo rouba totalmente a minha atenção.

Uma loira, linda e que eu estava esperando chegar fazia tempo.

Julia Smith estava ali.

Ela estava deslumbrante, como ela nunca foi antes, posso dizer que esse tempo fora foi muito bom para ela, porque ela estava muito linda, e como o Luther disse “gostosa”. E eu não posso deixar isso passar em branco, certo?

Deixo meu copo em cima da mesa e ando no meio de todos ali o mais rápido possível para chegar até ela. Até que eu chego até onde ela estava. Cutuco seu ombro e ela se vira, quando ver que é eu, sorri para mim.

— David! – Ela fala em um tom surpreso. – Quanto tempo. – Sorrimos.

— Muito tempo mesmo. – Digo sorrindo ainda, nos abraçamos rapidamente. – Como você mudou, hein? – Digo a examinando de cima a baixo. Ela ri. – Você está... Uau! – Ela ri novamente.

— O mesmo eu digo de você. Uau. Está um gato. – Levanto uma das sobrancelhas rapidamente.

— O que te trouxe aqui? – Ela me observa e depois responde.

— É a festa do internato do meu pai, eu não poderia faltar.

— É verdade. – A examino mais um pouco, ela tinha mudado de mais. E foi para melhor. – E como vai em Londres?

— Muito bem, fiquei sabendo que você vai para lá também.

— Amanhã! – Digo entusiasmado.

— Sério? Eu também estou indo amanhã. – Sorrio. Isso vai ser muito legal.

— Poderíamos ir juntos.

— Você poderia ir comigo e o meu namorado. – Tiro o sorriso do rosto.

— Namorado? – Pergunto e solto uma risada sem graça depois.

— Sim. – Ela diz sorrindo. Ela aponta para onde o garoto estava. – Ele é lá de Londres, um amor de pessoa. – O garoto acena para nós dois.

Nada está indo como eu quero! Eu só posso ter jogado pedra na cruz, porque esse é o único motivo para tudo estar indo tão mal assim.

Primeiro a Emily, e agora a Julia arranja um namorado e leva tudo que eu tinha pensado ir por água a baixo. Eu sou uma pessoa muito sortuda.

— Ah, parabéns! – Digo sem graça.

— E você? – Franzo o cenho. – Está namorando também? – Sorrio.

— Eu tive uma briguinha ontem, então eu acho que não mais. – Eu sei, ela não é minha namorada, mas eu não deixaria a Julia pensar que eu fiquei sozinho todo esse tempo.

— Quem é a sortuda?

— É... – Eu não poderia falar aquilo, era loucura minha, eu não mentiria tão descaradamente. – A Emily.

— Ah... – Houve alguns segundos de silêncio entre nós dois. Era obvio que ela não gostava da Emily, mas ela era a única que veio a minha mente. – Boa sorte! – Ela olha para o namorado. – Eu vou indo. Até depois. – Ela dá um beijo rápido em minha bochecha. E sai.

E fim!

Eu vim a esse baile idiota com a intenção de ficar com a Julia, mas não, ela tinha que arranjar um namorado e jogar meu plano de “superar a Emily” fora, agora eu vou ter que esperar o Luther aparecer, eu quero ter uma conversa séria com meu amigo idiota, que por acaso não apareceu ainda.

Viro-me para a porta de entrada, e toda minha raiva passa quando eu o vejo entrando, mas talvez não passou por completo, porque a Emily entrou com ele, de braços cruzados e os dois sorrindo.

Franzo o cenho observando aquela cena fora do comum, Luther me vê e fala algo com a Emily, ela nega com a cabeça e fala algo no ouvido dele e sai andando em direção a Renata.

Luther vem em minha direção. Eu quero matá-lo.

— David, meu amigo. – Ele bate em meu ombro.

— Eu quero te matar! – Digo revirando os olhos.

— O que foi?

— Primeiro: a Julia está acompanhada. Do namorado ainda por cima. Segundo: a Emily veio ao baile, mas não com o amigo, com você.

— Ah, isso! – Ele ri. – Eu só falei do amigo para te convencer a vim.

— O quê? Cara, você é um idiota.

— Calmo aí, cara. – Ele sorri. – Funcionou. – Reviro os olhos.

— Eu vou embora daqui. – Passo pelo Luther. – Na verdade, eu nem deveria ter vindo.

— Eu tenho uma boa notícia para você. – viro-me o encarando sem nenhuma surpresa.

— O quê? – bufo – Vai dizer que a rainha da Inglaterra está aqui? – ele ri.

— Não, melhor que isso. – arqueio a sobrancelha.

— Se você for mentir novamente, vá mentir para outra pessoa. – Ele ri de novo, qual é, eu to vestido de palhaço?

— Não é mentira, é algo que você vai gostar. – Reviro os olhos. – Aproxime-se meu amigo. – Ando até ele bufando. – Sabe aquela gatinha ali? – Ele aponta para trás. Olho e era da Emily que ele estava falando, bufo novamente.

Eu não podia negar que ela estava realmente bonita, mas aquilo não me importava mais.

— O que é que tem? – Pergunto sem demonstrar meu interesse.

— Eu conversei com ela. – Ele sorri.

— Que bom! – Digo sem animo.

— Não é só bom, é ótimo.

— Vai ficar fazendo suspense ou vai falar do que se trata?

— Eu conversei com ela e eu a convenci de falar com você antes de ir embora. – Posso dizer que um sorriso surgiu em meus lábios, mas logo desapareceu quando eu absorvi o que ele tinha dito.

— Eu falaria, se eu tivesse o que conversar com ela.

— Cara, é claro que vocês tem o que conversar, e é muita coisa.

— E daí? – Pergunto quase gritando. – Se você ouvisse o que ela me disse ontem à noite, você nem teria ido conversar com ela insistindo para conversar comigo, eu não quero mais nada com a Emily, só distância.

Por mais que no fundo, bem no fundo eu quisesse conversar com a Moore, eu queria evitar contato com algo que me prenderia aqui, e eu pretendo ir embora, é o melhor, e eu não quero mais ver drama, já basta o que eu tive que aguentar antes, eu não mais ouvir as desculpas idiotas da Emily.

— Você está louco? – ele ri involuntariamente. – Foi difícil eu convencê-la de falar com você.

— Eu sinto muito por ter perdido seu tempo à toa. – ele ri de novo.

— David, é a Emily.

— Eu sei, mas eu não quero conversar com ela, e quando for dar essa notícia triste para ela, diz que eu quero que ela se ferre.

Dou as costas ao Luther saindo do salão, mas antes trocando um olhar bem tenso com a Emily. Ela tenta dar um mínimo sorriso, mas eu me poupo de fazer isso. Não valia a pena.

— David, volte aqui cara. – escuto o Luther gritar.

— Luther, eu não quero brigar com você, sério. – viro-me para ele. – Então faça o favor de não insistir nisso. – ele para em minha frente.

— Por que está fazendo isso?

— Eu não quero criar expectativas e no final ter uma grande decepção. – ele revira os olhos. – por favor, não insista.

— Então você vai mesmo ir embora sem dar pelo menos um tchau para a Emily?

— Esse “tchau” não vai mudar a minha vida nem a dela. Eu tenho que ir para casa, tenho que arrumar as coisas... – ele me interrompe.

— Mas... – e eu o interrompo também.

— Nos vemos amanhã no aeroporto? – ele revira os olhos.

— Tá! – Assinto.

— Até amanhã. – dou as costas mais uma vez e vou andando para o quarto, dessa vez sem interrupções.

Era difícil lutar contra seus próprios desejos, eu queria a Emily, mas eu também não queria mais, eu queria conversar com ela e pôr um ponto final de um jeito certo, mas eu também queria deixar do jeito que estava. Ela quer seguir a vida sozinha, sem termos nada mais sério. Eu quero. Temos desejos diferentes, desejos que não se batem. Esse foi o final “feliz” que ela quis para nós dois.

E assim será...

[...]

Acordo com a minha mãe batendo na porta do meu quarto. Eu havia vindo para casa depois que chamaram os alunos para receber os diplomas, depois que saí só voltei para pegar o que me interessava e vim para casa.

— Querido, você vai tomar café antes de ir para o aeroporto? – Ela entra no quarto e eu coloco o travesseiro na cabeça. – David, me responda, eu mando a Paulina fazer o seu café.

— Eu estou dormindo.

— Não, não está. E trate de levantar logo, você vai para o aeroporto daqui a meia hora.

— Eu não faço questão de chegar no horário certo.

— Mas eu faço. Adiante David, você sabe que eu não posso me estressar com você. Quer um irmão saudável ou não? – Era chato ouvir a minha mãe sempre desculpando as coisas com “eu estou grávida”. Bufo e sento na cama.

— Tá, eu já vou descer. – Ela sorri e sai do quarto.

Levanto, ainda estava morrendo de sono, mas ou eu obedecia a minha mãe, ou eu morreria de verdade.

Depois de poucos minutos me arrumando, saio do quarto indo para a cozinha.

— Bom dia filho, ansioso para a viagem? – Sento-me à mesa e olho para o meu pai.

— É, mais ou menos. – Começo a comer o que minha mãe havia colocado para mim.

— É claro que está. – Minha mãe diz. – É uma ótima faculdade, com ótimas pessoas que terão um ótimo futuro assim como o seu. – Assinto.

— É... – continuo comendo.

— Você vai voltar para cá quando tiver férias, não é? – Paulina, que estava em pé pouco longe de nós, pergunta.

— Vou sim, eu não vou conseguir ficar muito tempo longe das suas comidas. – Ela sorri.

— Avise, eu prepararei um banquete daqueles para você.

— Ótimo! – sorrio e pisco para ela.

— Você está bem? – Meu pai pergunta. Franzo o cenho.

— Sim, por quê?

— Parece triste, cadê a Emily? – Reviro os olhos e a minha mãe bufa.

— Eu não estou triste, e eu não faço questão de saber onde a Emily está. – Ele arqueia uma sobrancelha.

— Tem algo que queira nos contar, David? – Minha mãe pergunta.

É claro que eu não iria contar sobre a minha vida “amorosa” para os meus pais, principalmente para a minha mãe, ela iria querer matar a Emily se soubesse da conversa que tivemos, e meu pai me faria ir conversar com ela antes de ir, obviamente.

— Não, nós só decidimos não ter nada, eu vou embora, é o melhor. – Ela sorri.

— Até que enfim. Pensei que eu teria que mandar matar aquela garota. – Franzo o cenho olhando para a minha mãe, o mesmo fazia o meu pai. – Não que eu faria isso, claro que não. – Ela ri. – Ela não é tão ruim assim, só quando ela está com você, quando está longe, eu a adoro. – Reviro os olhos e continuo comendo em silêncio.

[...]

— Tem certeza que pegou tudo, querido? – Minha mãe pergunta mais uma vez quando estávamos tirando as malas e outros pertences de dentro do porta-malas.

— Sim, eu tenho. – Eu e meu pai pegamos algumas malas e vamos levando para dentro do aeroporto, minha mãe vinha atrás.

— Eu vou conferir se está tudo certo com a passagem. – Ele sai de perto de nós. Minha mãe olha sorrindo para mim.

— O que foi? – Pergunto não entendendo. Ela se aproxima de mim e coloca as mãos em minha bochecha.

— Eu estou tão orgulhosa de você, meu filhinho virou um homem e agora está indo morar em outro país. – sorrio sem graça, esperava que ninguém visse aquilo. – Vou sentir tanta saudades de você.

— Eu também, mas pelo menos você tem... Essa criança aí. – aponto para a sua barriga.

— Eu sei, mas ainda vai demorar um tantinho para nascer, e eu só tenho você, meu filho teimoso que só me deu trabalho e mais trabalho, mas eu o amo assim mesmo. – e estou preparado para ouvir os chamegos da minha mãe.

— Mãe, eu sei que é chato, mas pelo menos eu estou indo para um lugar bom, eu vou me formar, arranjar um bom emprego e como você disse, ter um ótimo futuro.

— Sim, seu estou muito orgulhosa.

Apesar da minha mãe não ser uma das melhores, eu até sentiria falta dela, às vezes é legal conviver com alguém doido como ela, as crises, ela não gostar da maioria das minhas namoradas e por aí vai.

— Está tudo certo, o voo é daqui a dez minutos, você tem que levar suas malas para pesar. – meu pai fala quando volta.

— Ok! – Pego novamente as malas e as levo junto com meu pai. Deixamos todas lá e ficamos esperando tudo ficar pronto.

A primeira chamada para o voo já havia sido feita, e cada minuto que passava eu ficava mais nervoso. Eu estava indo embora sem dar tchau a uma pessoa que foi importante para mim, eu estava fazendo a maior merda. Eu disse que aquela garota me deixava confuso, eu não sabia se a queria, ou se com o que aconteceu desejo bem longe.

Eu estou indo embora, e não nos veremos por um bom tempo, isso é tão complicado...

[...]

A segunda, e penúltima chamada, foi feita.

— Eu acho melhor você ir para o avião. – meu pai diz. Assinto. – Eu vou sentir a sua falta. – Sorrio.

— Eu não vou morrer. – eles riem. – Fiquem tranquilos, eu volto logo. – sorrimos.

— E tem que voltar mesmo, quem é que vai escolher o nome do irmão, ou irmã comigo?

— Verdade! – sorrio mais uma vez, e abraço os dois. – É melhor eu ir indo. – olho para os lados, eu não queria ver ninguém em especial, mas era só aquilo que eu procurava.

— Vamos. – minha mãe me abraça e vamos até o portão de embarque. Paro de frente para ela e meu pai.

— Bom, até logo. – Digo e sorrio para os dois.

— Até! – Os dois dizem. Abraçamos-nos mais uma vez, e eu dou as costas,

Esse era o fim, porque realmente agora não tinha mais como voltar atrás.

Já estava caminhando para o portão, para ir embora...

— David, espera! – viro-me surpreso por ouvir aquela voz, ainda mais agora, de última hora.

— O que você quer aqui e agora? – Pergunto dando um passo a frente.

— Eu sei que cheguei tarde, mas eu não deixaria você ir embora sem antes falar com você.

Luther estava suado e ofegante, como se tivesse vindo correndo. Encaro a expressão estranha do meu amigo.

— Seja o que você queira falar, fale rápido. Já vão fazer a última chama e eu não quero perder o voo. – Ele se aproxima de mim.

— Não sou exatamente eu quem quer falar com você. – franzo o cenho.

— O quê? – ele se aproxima mais e estende o celular para mim. – Luther, eu não tenho tempo para ligações.

— Pega logo esse celular.

— Eu vou perder o voo.

— Você só está perdendo tempo. – olho para o relógio e pego o celular da mão do Luther. – É importante.

Levo o celular até o ouvido e digo um “alô?!” e meu corpo congela por completo quando escuto aquela voz.

— Só ouça.

Era ela. Tarde, mas era ela.

— Eu sei que está com raiva de mim, eu estou com raiva de mim. David, eu sei que é tarde, mas não tanto como pensa. Como já me disseram muitas vezes, precisamos perder para dar valor. Eu tive que perder muitas coisas e pessoas para dar valor, você sabe e já está cansado de ouvir que é o Guilherme, você já sabe como foi muito ruim perdê-lo, e eu acho que não mereço passar por isso novamente, e não quero que uma das pessoas mais importantes para mim passe por isso também. Sim, essa pessoa é você...

— Emily... – eu tento falar, mas ela não deixa.

— Eu sou uma garota tão orgulhosa, tão chata, tão complicada que eu realmente não sei como conseguiu ficar todo esse tempo comigo. Eu realmente esperava que você se afastasse de mim, depois que ganhasse aquela bendita aposta, eu queria que você fizesse isso, porque estava tudo virando de cabeça para baixo, estava chegando o dia mais complicado, eu não tinha ninguém e você chegou para me ajudar. Você foi capaz de me aguentar, de me ouvir, coisa que nem minha própria mãe aguentava fazer, e se eu pudesse te agradeceria eternamente por isso. Mas eu não posso. Eu só posso fazer uma pequena coisa...

Ela fica em silêncio, assim como eu estava.

— David, eu só liguei para dizer que eu amo... Eu amo o seu jeito, eu amo o seu sorriso, eu amo quando está comigo, eu amo quando me faz sorrir que nem uma idiota, eu amo quando te deixo com raiva porque você fica engraçado estressado... – não deixo de soltar uma risada. – Eu amo tudo em você, eu amo como cuida de mim… e não posso deixar uma pessoa que eu amo ir embora...

Ela falou tudo aquilo, mas eu não podia mais ficar.

— Sendo que eu não vá junto para deixar todas as vadias longe do que é meu.

A voz não estava mais no telefone, e sim atrás de mim. Antes mesmo de eu me virar para ter certeza se era mesmo ela, involuntariamente um sorriso toma conta de todo o espaço em meu rosto.

Ocupa mais ainda quando eu me viro e a vejo lá, sorrindo para mim.

Eu já disse que essa garota me deixa muito confuso?

Até algumas horas atrás eu queria ela bem longe de mim, mas é inacreditável como ela me deixa tão rendido com algumas palavras e só com um sorriso.

— Eu te amo. – ela anda até mim, deixando as malas no chão e vem me abraçar. – Desculpa por tudo, David. Eu fui tão idiota e precisei quase te perder de novo para perceber o quanto é importante pra mim, desculpa. Eu sei que te machuquei com todas aquelas palavras, mas não era a minha verdadeira intenção, eu só estava desesperada porque você estava indo embora e eu não sabia lidar com isso, eu... – eu não deixo que ela termine de falar, beijo aqueles lábios que estavam tão convidativos, mais do que o normal.

Todos os problemas sumiram naquele minuto, aquela garota era incrível. Deixava-me tão rendido que era até inacreditável como posso mudar de opinião sobre ela em segundos.

Separa-nos quando ouvimos a última chama para o voo.

— Por que se faz de difícil para mim? – pergunto e ela ri.

— Porque eu sei que você gosta de me deixar fácil para você. – sorrimos.

— Tudo bem, o voo já vai sair logo, logo. Então deixem para transar em Londres. – Luther diz.

Rimos do comentário desnecessário do meu amigo.

— Ah, mas eu vou sim. – ela dá um tapa em meu ombro.

— Acho melhor vocês irem logo. – Luther avisa mais uma vez.

Olhamos mais uma vez um para o outro e rimos. Ela pega sua bolsa e vai para a porta.

— Boa viajem! – Luther diz. – Ah, usem camisinha. – rimos e ele dá as costas, mas e vira novamente. – Duas, porque eu acho que o negocio vai ser muito bom. – ele ri, assim como eu e a Emily. – ele acena e vai andando com as mãos no bolso.

— Vamos? – Ela pergunta, pego a minha mala e ando até ela.

Foi tudo muito rápido, até difícil de acreditar que tudo aquilo estava mesmo acontecendo, ela era imprevisível, eu achei que tudo tinha acabado no momento que sai do quarto dela, mas não, ela fez o favor de me surpreender indo comigo, e eu terei que aguentar essa garota por um bom tempo, mais brigas e ciúmes. Mas nada que um beijo bem dado não conserte, então... Lá vamos nós. Recomeçar a nossa “história de amor”.

— Você vai fazer eu me arrepender disso. – ela ri.

— Para o resto da sua vida.

Esse sim é o nosso fim.

Na verdade, esse é o nosso para sempre.

Agora eu tenho certeza


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Notas finais do capítulo

Oi ‘-‘

Eu não sei como vocês estão.

Eu não sei o que esse capítulo causou em vocês.

Não sei se odiaram, se amaram. Mas, sei que poderia ter sido beeeeeeeem melhor.

Mas gente, aquela criatividade minha sumiu, eu não sabia mais escrever essa história. Eu fazia e simplesmente odiava, não que eu tenha amado esse capítulo, porque eu sei que vocês esperavam um final mais “WOW”, então para vocês que esperavam um final mais “WOW”, desculpe! Culpe a minha (não) criatividade.

E eu vou assumir, não iria existir um final feliz nessa história, os dois não ficariam juntos, mas não seria um final triste, apenas um final... Legal.

Mas como eu fui ameaçada de morte se eles não ficassem juntos, tá aí né. Mesmo ficando isso aí, o típico clichê da Bia. Mas oooooh, sou eu. Claro que teria clichê, gente. É a Bianca aqui.
Mas já superando esse final...

Obrigada a todas vocês que comentavam sempre, que recomendaram e adicionaram a história aos favoritos. Obrigada por terem ignorado todos os erros de português, os capítulos sem graça, sem sentido, e tudo que ruim que teve nessa história. E principalmente... Obrigada por ter aguentado a minha demora de cinco meses para postar.

Meu Deus, eu achei que iam me abandonar, mas o número de leitoras só aumentou. Isso é surreal, mas... Obrigada vocês ♥

E aqui encerramos “Uma Garota Fora da Lei”.

Conversem comigo, eu juro que sou uma pessoa super amável. Comente qual foi seu capítulo preferido, qual você menos gostou, a fala de um personagem que você não esqueceu, o que você esperava que acontecesse… tudo.

Sobre novos projetos de fics, eu estou com duas em processo. Mas, sem data para postar e principalmente SE vão ser postadas, então pessoas que gostam do que eu faço, não crie muita esperança, mas se quiser saber mais, manda uma MP, eu não deixo pessoas no vácuo e como já disse, sou um amor de pessoa u.u

Bom, gente. Terminamos por aqui. Amei isso tudo. Obrigada! ♥

Se quiserem me acompanhar ainda, estou lá em Criminal.

Leitoras fantasmas, custa dar um “tchau” para a Bia? ahsuahsa.

Beijo e até a próxima!

Ps.: Se quiserem saber das próximas fics, mande uma MP.

Ai gente, me deixa, eu não quero encerrar a fic.
Tá, agora eu vou...
Meu coração dói.
Não quero finalizar.
Hmmm.
Tá.
Vai doer, mas me consolem nos comentários.
Beijos ♥