Uma Garota Fora Da Lei escrita por Bia Alves


Capítulo 44
Tempestade em copo d'água.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Primeiro eu vou pedir milhões de desculpas pela demora, eu sei que eu demorei para caramba, mas eu disse que eu viajei e não teria como postar, e faz um mês que eu não atualizo, então aqui estou eu, eu prometo para vocês que não vou demorar tanto assim, se eu demorar podem me dar um puxão de orelha. rsrs. Mas também esse é o penúltimo capítulo :c
Segundo: Eu quero agradecer as duas gatas e a uma bitch por ter recomendado a historia, sério, fiquei super feliz.
Obrigada as gatas Jaquelinne e Ana Castro pelas recomendações super divas.
E claro, a little bitch Balii u.u Obrigada querida, eu amei muito a sua recomendação, sua diva (to fazendo isso pq vc pediu) tinhamu
O capítulo tá meio rápido, tipo, as falas, mas eu gostei, especialmente o final.
Capítulo para Ana, Jaque e uma ovelha ♥
Boa leitura!



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Trinta e um dias foram embora e não me trouxeram nada de bom, nada mudou, não tem nada de novo em minha vida. Apenas que finalmente daqui a um dia será o baile de encerramento das aulas do internato.

Eu achei meio idiota ter baile sendo que eles poderiam fazer apenas uma festa sem obrigar os alunos usarem uma roupa social e as alunas com vestidinhos bem arrumados. Qual é, estamos nos anos 2000, e não em 1800.

Além disso, os alunos que têm que organizar tudo, nós temos que arrumar a festa, fazer os convites, faixas e etc. Mas o bom é que ganhamos um ponto extra, o que será muito útil para mim.

Mas apesar de tudo, eu irei participar, porque foi aqui nesse internato que eu “me descobri”, eu tenho que ser grata a esse lugar, certo? Também foi o lugar que eu o conheci, foi aqui e com ele que eu deixei de ser aquela menina chata que implicava com vestidos e maquiagens, e foi conhecendo ele que tudo mudou que eu estou feliz, na verdade se não eu não tivesse vindo para cá, eu poderia estar em uma cadeia por “matar” um namorado, eu só tenho que agradecer a ele por tudo, mas meu orgulho não deixa me dizer o que eu realmente quero dizer, além de um simples “obrigada por tudo”, ele é muito maior que eu.

— Emily, vamos? – David, abre a porta do meu dormitório, sem bater, o que me deixa com raiva.

— Eu poderia estar nua, sabia? – Pergunto pouco irritada com ele. Ele me olha de cima a baixo.

— Me diga uma única parte do seu corpo que eu não vi! – Diz abrindo um sorriso safado. Mostro o meu dedo médio para ele.

Eu e o David não tivemos mais nenhum “momento intimo”, até porque não tínhamos motivos para fazer isso, mas não vou mentir em dizer que nos beijamos, e que às vezes por motivos inexplicáveis eu queria de novo, ele não tinha me dito mais nada em relação ao que aconteceu na casa dele, e eu também não tocava no assunto, apesar de que às vezes o que ele me disse ficava batucando em minha mente, mas eu não iria falar nada, e o David parece não se incomodar muito com a situação, o que é bom para mim.

— Vai se ferrar, David! – Ele ri e entra no quarto.

— Menos garota, bem menos. – Ele dá uma pausa, e como eu não disse nada, ele continua. - Então, você vai ajudar o pessoal a arrumar ou não? – Ele senta na cama enquanto eu estava de frente para o espelho arrumando aquilo que costumava chamar de cabelo.

— Bom, como eu vou receber pontos e esses pontos serão os que vão me ajudar... – Viro-me para ele. – Sim, eu vou. – Ele ri de novo.

— Sempre fazendo as coisas para ter lucro no final, hein? – Ele deita na cama.

— Claro, até parece que os outros não estão fazendo por isso também, acha que eles estão fazendo isso por que querem?

— Bom, alguns sim. – Ele diz pouco pensativo.

— Eu desisto! – Pego uma presilha qualquer e prendo o cabelo em um rabo de cavalo.

— O que você fez ao seu cabelo? – Ele pergunta se divertindo com a minha desgraça.

— Deixei sem pentear por três dias. – Isso foi a pior coisa que eu pude fazer.

— Seus cabelos têm muitos motivos para estarem rebeldes!

— Sim, muitos motivos... – Não digo nada, fico olhando para ele, ele levanta e anda até mim e para poucos centímetros de distância.

Eu não entendi o que ele queria, ele só estava parado me encarando e sorrindo, mas eu não sabia se ele ia me beijar, me jogar contra a parede ou talvez me matar, os seis segundos olhando fixamente para alguém têm vários significados.

— Eu estou com medo de você. – Digo me afastando e ele ri.

— Fica tranquila, só quero um beijo de bom dia. – Reviro os olhos.

— Que fofo! – Sorrio – Mas não sou eu quem vai te dar! – Digo e dou as costas saindo do quarto, escuto ele dizer algo, mas não deu para decifrar.

Eu sei que talvez eu esteja abusando da boa vontade do David persistir tanto em mim, eu sei que um dia ele pode simplesmente cansar de insistir em ter algo comigo, eu não corresponder e ir embora, acho que seria nessa situação que eu acordaria, mas eu não sei o que eu tenho, eu não sei por que eu não consigo dizer o que eu quero, talvez eu seja mesmo dramática, ou não quero passar por cima do orgulho, e deixar de lado o que eu tanto disse antes de conhecer o David. “Nunca mais vou me apaixonar”, eu tenho problemas.

Chego ao salão que seria realizado o baile, vários alunos andavam de um lado para o outro trazendo e levando mesas, colocando cartazes e os mais espertos colaborando com a iluminação e mesa de som.

— Oi! – Encontro Renata arrumando o balcão que ficaria as bebidas (sem álcool, o diretor é um homem correto).

— Oi, a princesinha decidiu acordar e vim ajudar? – Ela pergunta sorrindo, olho para trás e David estava entrando, então volto para Renata.

— Eu já estava vindo, só estava presa arrumando o cabelo.

— Lamento te dizer isso, mas ele está mesmo um horror. – Ela diz e depois ri da cara de desaprovação que eu fiz. – O baile é amanhã, trate de dar um jeito nessa fera.

— Acha que eu não estou tentando? – Ela ri.

— Boa sorte! – Ela pega uma cadeira e vai andando para colocar em algum lugar.

Sinto alguém me cutucar e me viro.

— Olá querido! – Refiro-me ao Luther.

— Como está? – Ele sorri.

— Estou bem! – Digo e me escoro no balcão – Está aquilo pelos pontos não é?

— Correto! – Ele fica ao meu lado – Mas é legal ajudar.

— Então não deveria está parado.

— Eu fiz a maioria aqui, sabia? E você, o que fez?

— Marquei presença, não é isso que conta? – Rimos.

— Tem razão, se eu soubesse eu teria só ficado parado observando eles trabalharem.

— Trabalhem escravos. – Grito e alguns me encaram com o cenho franzido, Luther ri e eu ignoro.

Sento em uma das cadeiras, Luther fica um tempo me fitando e depois vem para perto de mim.

Em relação a mim e ao Luther, estava tudo na mesma, apesar de que enquanto eu e o David estávamos fora ele e a Renata tiveram alguns momentos juntos, nenhum dos dois levou muito a sério e acabaram sem drama de ambas as partes. Luther não tocava mais no assunto de ficar comigo desde o hospital, estava feliz por ele ter desencanado, mas às vezes parece que ele ainda quer algo, mas vamos combinar que o Luther merece algo melhor do que eu.

— A madame já tem companhia?- Luther pergunta e depois sorri sem mostrar os dentes.

— Bom, eu acredito que aquilo vai querer me acompanhar. – Aponto para o David e ele ri.

— É uma pena, gostaria de vir com você. – Sorrio.

— Hm, hm... Do que está falando? – Pergunto, mas na verdade eu só queria que ele acordasse para a vida e percebesse o que ele estava falando.

— Que foi? Só quero uma companhia, estou solteiro. – Ele diz sorrindo.

— A Renata também está. – Seria legal se os dois ficassem juntos, então não custava nada tentar.

— Não, eu tenho uma “política” de não ficar mais com a ex, a menos que ela seja gostosa... – Ele olha para Renata – E não seria uma má ideia ficar com ela. – Ele diz e eu começo a rir.

— Aposto que ela ainda não tem companhia, vá logo, vários gaviões deve está de olho na nossa Renatinha.

— Não tenho pressa, se ela tiver companhia o dispensará muito rápido, sou eu baby, todas me querem. – Começo a rir de novo.

— Eu não quero. – Digo me divertindo com a situação.

— Alguém já te disse que você tem problemas? – Ele arqueia uma sobrancelha e depois a abaixa de novo.

— Eu mesma sei disso, baby! – Digo e ficamos em silêncio.

O Luther era um cara legal para qualquer pessoa ter uma amizade saudável, o único mal naquele garoto era que ele deu uma vez em cima e não conseguiu, insistirá até conseguir o que quer.

— O David te falou sobre Londres? – Franzo o cenho.

— Londres?

— Sim, ele te disse? – Pergunta sério.

— Do que você tá falando? Eu não sei de nada sobre Londres que envolva o David. – Luther franze o cenho e fica um tempo em silêncio, acho que ele acaba de soltar algo que não deveria. – O que é que tem Londres?

— Nada, só curiosidade. – Diz depois de um tempo.

— Você mente muito mal. – Ele assente.

— Mas vocês estão namorando? O David te pediu em namoro?

— Não, só disse que me ama, mas nada de namoro.

— Agora faz sentido.

— Do que é que você tá falando, Luther? – Ele ia falar, ele ia sim.

— Desculpe, mas eu não tenho nada a ver com isso, quem tem que te falar coisas é ele, não eu.

— Você começou então termine.

— Você sabe que às vezes eu falo coisas sem pensar! – Ele levanta – Vou ajudar o pessoal – Ele completa e sai.

— Luther, volte aqui! – Ele apenas me ignora e continua o caminho.

Eu não me lembrava de nada do David sobre Londres, ele não tinha me dito nada sobre esse assunto, não que eu me lembre, tantas coisas acontecendo ultimamente e eu vou me lembrar de coisas sobre Londres, só espero que não seja algo ruim. Mas o David iria me contar. Ah, ele vai.

Levanto da cadeira e procuro por ele, ele e mais um garoto estavam ajudando algumas garotas a colocar uma faixa enorme pendurada na parede. Fico esperando ele terminar.

— Obrigada, David! – Uma garota diz.

— Precisar é só chamar! – Ele sorri, e quando me vê vem até mim. – No que você está ajudando hein? Por que desde a hora que entrou aqui o que fez foi conversar.

— Eu sei, eu vou começar a ajudar agora! – Digo e fico o encarando sem dizer mais nada.

— O que foi? – Ele pergunta pouco confuso com o meu olhar estranho.

— Nada! – Digo.

— Certeza? Você está meio... Estranha. – Apenas sorrio. – Tudo bem, me diga o que é! – Ele cruza os braços.

— Por que eu teria algo para te dizer? – Sorrio – Eu só queria te ver, eu não tenho nada para falar, você tem algo de novo, alguma novidade para me dizer? – Ele semicerra os olhos, acho que ele chegou à conclusão de que eu sou maluca. Mas ele teria apenas que me dizer o que é que tinha Londres.

Talvez seja algo idiota que o Luther tenha dito e eu que esteja fazendo tempestade em copo d’água.

— Eu não tenho nada para te dizer! – Diz depois de um tempo.

— Tem certeza? – Aproximo-me dele – Absoluta certeza? – Fico mais perto ainda, olho em seus olhos, mas era difícil olhar exatamente em seus olhos para intimida-lo, ele tinha que ser alto.

— Tudo bem, Emily. – Ele suspira – Diz o que é.

— Eu já disse que não tenho nada para dizer, só estou perguntando se você... – Ele me interrompe.

— Eu te conheço Moore, eu sei que quer que eu diga algo que eu não sei o que é para você ter o prazer de dizer no final que estava certa. – Talvez ele estivesse certo, mas eu só queria comprovar que ele estava me escondendo algo.

— Tá, você não tem novidades! – Dou as costas, mas sou impedida de continuar o caminho por causa do maldito costume do David de puxar as pessoas pelo braço. Assim que ele me puxa para perto fixa seu olhar em mim.

— Você não vai mesmo dizer?

— Eu disse que eu não tenho nada para falar! – Puxo o meu braço. – Agora eu vou fazer a minha parte na arrumação. – Sorrio e dou as costas para ele, que dessa vez não me impede de continuar.

Talvez eu esteja mesmo fazendo uma tempestade em copo d’água, se o David tivesse algo muito interessante para me contar ele teria contado, eu contei tudo para ele, ele me diria se tivesse algo de errado, mas se ele não tem... O Luther é um idiota.

Apenas ignoro a situação e começo a fazer a a minha parte na arrumação.

— Tudo bem, por onde eu começo? - Pergunto para a Renata.

— Se quiser ajude aquelas pessoas a colocar as placas, estão todas tortas.

— Ótimo! - Digo e me afasto de Renata. — Vocês estão cegos ou o quê? Você quer que a pessoa quebre o pescoço para tentar ler o que está escrito ai? Vamos gente, isso está mais torto que a torre de pisa.

[...]

Horas e mais horas depois terminamos com a arrumação, passei o resto da manhã e da tarde ajudando, eu merecia muitos pontos por isso, parecia que a cidade toda viria para a festa de tanto trabalho que tivemos, mas no fim, o cenário ficou perfeito. E seria a festa de despedida perfeita. A menos que o universo voltasse contra nós.

Não troquei uma palavra com o David, passávamos um pelo outro e só trocávamos olhares, o que me incomodava, maldito orgulho! Não sei como passar por cima disso.

— Tudo bem, terminamos! – Abro os braços olhando tudo em volta.

— Finalmente! – Renata diz.

— Eu estou morta, eu preciso deitar, eu não vou aguentar amanhã. – Passo a mão pela cabeça.

— Você ainda tem tempo, para de drama. A festa é amanhã à noite.

— Sim, mas eu sou uma pessoa que não descansa tão rápido, e eu não sou dramática! – Reviro os olhos.

— Não! Nem um pouco. – Ela sorri – Só espero que tenha sentido a ironia.

— Você vai sentir é meu tapa. – Digo e dou as costas para ela, sim, eu sou dramática, mas está na genética, não posso tirar isso.

Assim que saio do salão eu vou para os corredores que me levariam mais rápido para o meu quarto, precisava mesmo deitar, nunca trabalhei tanto em minha vida, na verdade trabalhei sim, com os serviços comunitários, mas fazer o que né, ser cúmplice do Félix não é para qualquer um.

Eu não tinha recebido nenhuma noticia dele, não sabia se estava vivo, se ainda estava preso e não tinha mais pedido para falar comigo, o que é bom, já que eu não tenho mais nada para tratar com ele, ninguém sabe do que ele me disse, mas ninguém precisa saber daquilo, foi apenas um curto período em que ele estava fora do normal e me amou, apenas.

Encontro o Luther enquanto passava por um dos corredores.

— Ei, Luther? - Ele se vira, vou até ele.

— Oi, vi que você trabalhou bastante hein? - Ele pergunta rindo.

— Sim, mas isso não importa agora.

— E o que você quer?

Olho para os lados.

— Quero saber sobre o que você me disse mais cedo.

— Sobre David? - Assinto.

Já que o David não me disse nada, o Luther teria que dizer, a menos que agora ele decidiu ser totalmente correto e não contar segredos dos outros.

— Eu não vou contar nada.

— É algo sério? Por favor, Luther, me diz.

— Se você quiser saber de algo, tem que falar com o David, não comigo, Emily.

— Pensava que gostava de mim.

— Não adianta, não vou contar. - Ele dá as costas, mas volta - Mas fica tranquila, não é nada muito sério, mas vai impedir que fiquem juntos.

— E isso não é sério? - Grito.

— Estou indo! - Ele acena e sai.

Agora sim eu fiquei curiosa, tinha minhas suspeitas, mas não iria tirar conclusões precipitadas. Continuo meu caminho para o quarto.

— Emily? – Olho para trás e David que me chamava, era incrível como ele conseguia ficar sem falar comigo...

— Sim...? - Pergunto como alguém que não quer nada.

— Vamos conversar? – Assinto. Ele se aproxima de mim, abro a porta do quarto e deixo que ele entre depois que eu entro fecho a porta. – Está tudo bem entre a gente? – Pergunta esfregando uma mão na outra.

— Sim, por que não?

— Não sei, é que você me perguntou se eu tinha coisas para te contar e eu não tenho, achei que estava com raiva por achar que eu estava mentindo.

— E você está mentindo? – cruzo os braços.

— Não!

— Então não temos motivos para ficar sem se falar.

— Então tudo bem?

— Sim! – Sorrio e ele também.

— Que bom! – Ele diz e se aproxima de mim.

Não que eu não acreditasse no David, mas o que o Luther disse deveria estar envolvido em algo, nada de muito sério, já que David não me disse nada.

A cada passo que ele dava a distancia diminuía, ele não estava imitando uma lesma, apenas estava se aproximando de mansinho, acho que o tempo suficiente para ele ver se eu vou reagir ou irei impedido-lo.

Assim que estávamos a uma distancia curta, seu braço envolve minha cintura e ele me puxa contra seu corto, ele sorri e depois beija meus lábios, por motivos óbvios eu correspondo ao seu beijo, que não demorou muito para deixar de ser calmo.

Ele coloca as duas mãos em minhas costas me prensando o máximo que podia contra seu corpo enquanto eu brincava com seu cabelo.

Ele começava a dar passos para trás, eu sabia exatamente o que ele queria, porque eu também queria, mas ao mesmo tempo não queria.

Mesmo ele sendo tão irresistível, eu tinha que resistir.

— David, eu acho melhor não! – Digo o empurrando para longe de mim. Quando ele se separa de mim me fita confuso.

— O que?

— É, aqui não, é... Sei lá. – Digo e passo a mão pelo meu rosto.

— Aqui não? – Ele franze o cenho. – O que é que tem?

— Eu só não quero. – Digo e sento na cama. Ele fica um tempo em silêncio.

— Tudo bem Emily, vai dizer o que é ou não? – Ele pergunta pouco irritado.

— O que é David? – Levanto da cama – Acha que tem algo só porque eu não quero fazer isso com você?

— Não, você tá estranha desde cedo, o que você queria me falar? – Ele pergunta com calma.

— Eu disse que não é nada. – Cruzo os braços e reviro os olhos.

— Emily, eu te conheço e muito bem, vai falar ou não? – Ele fica sério.

Talvez eu esteja fazendo muito drama para pouco caso, então é melhor eu dizer logo que é bom que eu tiro essa duvida do que é e paro de pensar bestagens.

— Vai falar? – Ele pergunta mais uma vez, reviro os olhos e digo:

— É que o Luther... – Ele me interrompe.

— Luther? – Ele solta uma risada nasal. – Já vi que tem mentiras. – Ignoro o comentário desnecessário dele e digo.

— É o que o Luther me perguntou se você tinha me dito sobre Londres... – Digo e ele fica quieto, ele estava bem longe. – E você não me disse nada sobre Londres, é algo importante? – Pergunto com calma.

— Ah! Isso... – É o que ele diz, e volta a ficar quieto.

— Sim, isso! – Fico encarando David esperando alguma reação. – Diz logo. – Falo quase gritando.

— Calma! – Ele fala baixo.

— Não, você insistiu para que eu falasse então fale também! – Falo quase gritando.

— Ok! – Ele diz e fica mais um tempinho em silêncio. – Você se lembra do jogo? De mais ou menos uns dois meses atrás. Do campeonato que tem todo ano? – Penso um pouco.

— Sim, o time que ganhasse iria selecionar os alunos do time com notas mais altas para ir para a faculdade em Nova Iorque. – Digo obvia.

— Ou Londres... – Ele não precisou dizer mais nada.

Então era isso que ele tinha para me dizer, só pode ser brincadeira. A minha vida já é muito boa, agora então. Digamos que houve um aperto no coração quando eu ouvi aquilo.

— Você vai para Londres, David? É isso? – Fico esperando uma resposta dele.

— É... – É o que ele diz. Eu não digo nada, eu não tinha o que dizer. – Eu fui selecionado para Londres e mais alguns. Meus pais querem que eu vá, é uma boa faculdade.

Agora sim eu posso confirmar que minha vida é um lixo, perdi todos que realmente se importavam comigo e agora estou perdendo mais um, e logo o que mais fez por mim, eu só posso ter jogado pedra na cruz.

— E você vai mesmo? – Qual é, eu tinha a esperança de que ele iria ficar aqui.

— É o meu futuro, Emily. – Suspiro e mantenho a calma, então aconteceu tudo entre nós para nada. – E eu quero um bom futuro.

— Tudo bem, desejo tudo de bom para você, que tenha um ótimo futuro com uma boa mulher, que mereça a ótima pessoa que você é, parabéns. A porta é essa ai! – Aponto para a porta.

— O que? O que é isso? Você tá chateada por que eu vou ter um bom futuro?

— Não to chateada David, eu estou desejando parabéns, não está ouvindo? – Sorrio. – Agora sai.

— Claro que não, você está com raiva por que eu estou indo embora. Eu preciso de algo bom futuramente, não acha?

— Vá David, e jogue tudo que tivemos pro ar. – Levanto os braços. Ele arqueia uma sobrancelha.

— Agora que você se importa com o que tivemos?

— O que é? Acha que eu sou do tipo que tem algo com alguém e anota em uma lista se deve ter algo novamente e depois esqueço?

— Você nunca disse que se importava com o que tínhamos e agora que eu estou indo embora que diz que se importa?

— Sim, eu me importo, eu tenho que me importar, mas pode ir. Que seu futuro seja brilhante com uma brilhante mulher ao seu lado. – Sorrio, o sorriso mais falso que alguém poderia estampar nos lábios.

— Agora que você vai se importar comigo? – Fico perplexa. Eu não ouvi aquilo, ele não disse aquilo.

— Agora? Eu sempre me importei com você. – Digo indignada.

— Sério? Por que não demonstra? – Respiro fundo, muito fundo, a sorte dele é que eu estou aprendendo a ter autocontrole.

— Não demonstro? Como quer que eu demonstre? Indo para cama com você? – Ele revira os olhos. – Eu me importo com você, David. Vá e seja feliz, não é o seu futuro? Então.

— Você não precisa ir para cama comigo, só demonstre, diga Emily.

— David, eu estava louca quando você levou o tiro, eu estava quase surtando para poder acabar com tudo aquilo, para acabar com os serviços e ir ficar com você, eu estava preocupada. – Começo a gritar.

— Sim, eu também estava, e eu soube demonstrar. Emily, eu sempre estive com você, eu te ajudei em tudo nos últimos tempos. – Ele abaixa o tom de voz. – E como você me agradece?

— Fazendo você levar um tiro? É isso? Pode dizer, já aguentei coisas piores do que isso.

— Não tem nada a ver, já falamos sobre isso. – Ele começa a falar alto novamente.

— Como quer que eu demonstre então? Quer que eu diga o quê?

— Só diga Emily, para de se esconder da verdade com medo de se machucar, quando vai aprender isso? Quando perder mais uma pessoa que ama?

– O que é que você quer que eu diga? Eu te amo? É isso? Eu posso dizer, mas eu não quero dizer enquanto ele não for realmente verdadeiro.

— De novo com essa historia de não se apaixonar? – Ele bufa. Reviro os olhos.

— Talvez.

— Eu já cansei disso, eu cansei dessa sua desculpa ultrapassada, invente outra, por favor!

­— Inventar? – Eu realmente não estava acreditando no que ele estava dizendo, depois de tudo e ele ainda entende como desculpa.

— Sim, sempre isso “eu não quero me apaixonar, eu posso me machucar”, quem você está machucando é quem fica igual a um idiota atrás de você, achando que um dia você abra essa boca e diga algo diferente. Sempre será essa desculpa? – Ele gritava e aparentava estar com muita raiva.

— Talvez seja, mas o que importa, eu não posso mais evitar mesmo não é? – Pergunto gritando.

— O quê? – Pergunta confuso.

— É, o que eu posso fazer? Nada, eu não posso fazer nada. Não tenho mais controle sobre minhas escolhas, agora aquela coisa que vive batendo dentro de mim que manda, não é?

— Do que você tá falando Emily? – Ele abaixa o tom de voz.

— O que é? Não sabe? – Eu estava enlouquecendo. – Quer mesmo que eu diga? Eu não posso mais evitar, certo?

Eu estava louca, muito louca, eu estava a fim de bater no David e ao mesmo tempo pular no colo dele, talvez ele esteja mesmo certo, eu me escondo com medo de me machucar, mas se eu não posso mais evitar, o que eu posso fazer?

O jeito é entregar o jogo e deixar o David ter o gostinho de vitoria. E é isso que ele quer, é isso que ele vai ter, até porque eu não estarei mentindo.

— Não pode evitar o que? – Ele franze o cenho. Respiro fundo.

— Eu te amo, eu te amo David, tá, eu estou apaixonada por você, eu quero você, eu desejo você, eu te amo. Eu me preocupo com você, eu sonho com você, eu tenho ciúmes de você, aquele dia em sua casa foi um dia perfeito, eu não quero que vá para Londres, porque eu vou te perder. Tá? Quer mais provas? O que quer que eu faça? Grite? EU TE AMO DAVID.


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Notas finais do capítulo

Oi, quem começa a puxar a orquestra para para o "aleluia"? - nem sei o que eu disse, mas tá.
Então, eu disse que estava meio rápido, tipo, as falas tudo muito rápido, mas eu estava com bloqueio de criatividade e só saiu isso, eu prometo que o último fechará com chave de ouro. Mas então, já estava na hora da nossa garotinha se declarar para o nosso príncipe gostoso, certo? u.u

Eu não tenho muito o que falar, o próximo é o último, sem epílogo, dessa vez vou deixar vocês imaginarem o final feliz, haha.
Sobre os reviews eu vou respondê-los assim que eu ler os capítulos atrasados das fics que eu acompanho, mas eu vou responder todos, certo?

Bom, é isso ai. Espero que tenham gostado disso, e o próximo eu vou caprichar u.u

Mais uma vez obrigada a Ana e Jaque, e também a cabrita da montanha little bitch

Favoritem, recomendem e principalmente comentem, não cai os dedos, eu juro.

Até o próximo.
Beijos