Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Lembrar que Senhor dos Anéis pertence a Tolkien (que se lê TOLKIN, só para quem não sabe, mas estou a divagar, não é?) Grande homem!

Boa leitura!!!



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Capítulo 14

Mirkwood ou Vinte e oito anos atrás…

- Eu ainda não percebo por que razão estamos aqui, num local tão escuro. – Liz disse com a sua voz mais fina do que em adulta.

- Oh, minha linda filha, é uma coisa que tem de ser feita. – Melody falou, abaixando-se ao seu nível.

- Além disso, tu gostaste da tradição daqui, lembras-te?

- Não! – Liz falou, batendo o pé. – É muito complicada!

- Mas treinaste-a muito bem! Vais sair-te lindamente! – Ibetu sorriu para a filha e Melody ergueu-se novamente.

- Vamos! – Melody e Ibetu seguiram à frente, mas sem deixar de sentir a filha mesmo atrás de si. – Tens a certeza de que esta é a melhor solução?

- Mel, eu sei que Thranduil pode ser um pouco ambicioso, mas é um bom Elfo. Aliás, todos os Elfos são bons, não precisas de estar assim.

- Dizem que esta floresta é perigosa! – Ela disse.

- Por isso mesmo é o melhor local. – Ibetu falou calmamente. – Liz, não te afastes muito! – Ibetu virou-se para ver Liz cheirando uma flor lilás e olhando curiosamente para ela. – Ah, essa é uma Beinyar, há muitas por aqui.

- É muito bela, ada, posso apanhá-la? – Ela perguntou, olhando-o.

- Creio que não há problema. – Liz apanhou-a carinhosamente.

- Linda és, querida Beinyar de Mirkwood! Será que os donos deste reino são tão lindos como tu?

Ibetu riu sonoramente.

- Oh, Liz, minha filha, meus olhos preciosos, minha doçura bendita e eterna, sempre me alegro contigo e torço para que continues tão bela interiormente como és.

Melody sorriu, dando a mão a cada um deles e olhando-os carinhosamente.

- Amores da minha vida, temos ainda um caminho a percorrer todos juntos, e queira Ilúvatar que façamos ainda muitos caminhos ao longo desta vida!

Ibetu beijou Melody longamente na boca, enquanto Liz sorria com isso.

- Estás a ver, Beinyar de Mirkwood? Quando eu for grande o suficiente, também vou beijar assim alguém. – Ela contou para a flor.

- Não tenhas pressa, Liz! – Ibetu falou, separando-se do beijo. – Pois eu vou querer manter-te por perto ainda durante muitos e felizes anos!

Liz, Ibetu e Melody continuaram o caminho e, à medida que se aproximavam das habitações do rei Thranduil, apareciam várias pessoas que os reconheciam e lhes falavam cortesmente, embora Liz pudesse perceber que lançavam olhares desafeiçoados à sua mãe.

- Paramos aqui, por favor, e esperamos por Thranduil e seu filho. – Ibetu falou quando chegaram ao jardim em frente a uma espécie de caverna, que Liz sabia ser os aposentos do Rei.

- Por que razão não a deixámos com Galadriel? – Perguntou Melody a Ibetu. – Eu sei que ela não é a pessoa mais gentil do mundo, mas em Lórien é seguro com toda a certeza. Ou com Elrond…

- Melody, já falámos disto antes! – Ibetu sussurrou. – Agora, vamos fazer silêncio enquanto esperamos!

Liz suspirou, pousando a sua mochila no chão, pois estava um pouco pesada. De seguida, olhou em volta, vendo muitos Elfos trabalhando nos seus afazeres. Parecia não haver quaisquer crianças naquele mundo.

Passados uns bons dez minutos, Liz viu surgir do portão da caverna um Elfo loiro com uma coroa de folhas, que ela supôs ser o Rei Thranduil e, a seu lado, estava um outro Elfo, igualmente loiro, mas em seus olhos menos anos de vida, que ela supôs ser o filho, cujo nome era…

- Rei Ibetu, que bom é ver-te bem! – Thranduil abraçou-o. – Bem sei que não gostas de cerimónia, mas teria dado um banquete se meu filho não me tivesse dado o conselho sábio de me acautelar, pois sabe como és com cerimónias grandes.

- Também é muito bom ver-te, Rei Thranduil de Mirkwood! – Ele exclamou, separando-se do abraço.

- Ah, Melody, bela como sempre! – Thranduil elogiou com um sorriso, e Liz pôde ver que ele gostava realmente tanto de seu pai como de sua mãe, e isso deixou-a mais bem-disposta.

- Rei Thranduil! – Liz saudou-o com uma vénia e deu um passo ao lado, encarando o outro Elfo. – Príncipe…

Ela corou, dando-se conta de que não se lembrava do nome do filho de Thranduil. Ela mordeu o lábio inferior, fechou os olhos, bateu com o pé e tentou lembrar-se. Abriu os olhos quando se deu conta que não conseguiu. Ele olhava-a divertido e, ajoelhando-se, disse:

- Legolas. – Ele sorriu docemente e a menina respirou profundamente.

- Claro! – Ela sorriu, batendo com a mão na testa e voltando para a frente do Rei. – Rei Thranduil! – Ela fez uma vénia e deu um passo ao lado. – Príncipe Legolas! – Ela fez outra vénia e depois pegou em uma mão de cada um e disse: - Êl síla ned lû e-govaded vín!

- Êl síla ned lû e-govaded vín! – Disseram os dois ao mesmo tempo com um sorriso.

- Thranduil… - Ibetu falou suavemente. – Podemos falar a sós contigo? Quero dizer, Legolas poderá vir, claro!

- Ele só não quer que eu ouça! – Liz esclareceu para os dois. – Deve achar que é conversa de adultos.

- Vamos os três! – Thranduil disse, sorrindo divertido. – Legolas faz companhia à pequenina, pode ser? – Perguntou ele.

- Sim, claro! – Legolas sorriu cordialmente e os três foram para dentro

Legolas focou o seu olhar em Liz e surpreendeu-se por vê-la deitar-se no chão, olhando diretamente para o sol enquanto acariciava uma flor.

- O que se passa? – Perguntou Legolas sentando-se ao seu lado e Liz prestou-lhe atenção.

- Estava a tentar decifrar por que razão todos vocês têm os cabelos loiros. – Ela respondeu simplesmente. – Ibetu, meu pai, também tem cabelo loiro, mas em Noergiell há muitos Elfos de cabelos pretos. Aqui não, são todos loiros! – Ela falou. – Eu gostava de ter o cabelo loiro…

- Mas o teu cabelo é tão belo… - Legolas sorriu abertamente. – Parece fogo! E o fogo aquece.

Liz sentou-se na relva, colocando o seu cabelo para longe do rosto, enquanto percebia que Legolas olhava o seu anel de ouro branco.

- Costumas usá-lo sempre no dedo? – Perguntou-lhe ele e Liz ficou aliviada, pois não via cobiça alguma no olhar dele.

- A maior parte das vezes! – Liz respondeu. – Não há muita gente que perceba que Anel é este! Pensam que é um mito criado para que não tenham tanto medo! Isso acontece muito entre os Humanos, os Elfos são bem mais crentes. – Ela olhou para o Anel que brilhou intensamente. – Oh…

- O que foi? – Perguntou ele, surpreendendo-se com aquela luz. – Isso não era suposto acontecer?

- O meu Anel brilha muito poucas vezes. – Ela explicou. – Ele brilhou, porque reconheceu que, em teu coração, não o cobiças. Só acontece isto quando o uso no meu anelar direito. O meu pai aconselhou-me a fazê-lo aqui, pois sabe que eu preciso de me sentir em segurança entre vós. – Ela formou um triângulo com os seus dedos polegar e indicador. – Penso que eles me vão deixar aqui sozinha por um tempo.

- Não estarás sozinha aqui! – Legolas levantou-se e puxou-a. – Há muitas crianças da tua idade com quem podes brincar, e podes aproveitar o tempo que vais passar aqui para aprender mais.

- Sim, tens razão! – Ela exclamou, sorrindo abertamente. – Legolas, eu quero saber toda a História de Mirkwood, toda a tradição e conhecer todas as plantas e suas propriedades específicas! – Ela falou, mostrando a flor lilás. – Tens que me ensinar tudo isso!

- Eu? – Ele sorriu, apontando para si mesmo. – Bem, eu creio que posso dar-te as aulas sobre as plantas e flores e falar ao mesmo tempo sobre a História e a Tradição da minha terra.

- Obrigada! – Ela entrelaçou as suas mãos fortemente. – Sabes… O meu Anel não brilhou só porque tu não o cobiças, ele também brilhou porque ele percebeu que tu acreditas realmente que eu vou cumprir a minha missão.

- Claro que vais, Liz, a Guardiã. No entanto, não penses nisso agora. – Ele falou seriamente. – Tens que ser feliz durante o tempo que podes.

- Pois é… - Ela separou-se dele e foi buscar a sua mochila, que abriu. – Eu fiz uma coisa para ti, que eu não tinha certeza se te iria dar. O meu pai disse que tu eras muito bom em arco e flechas, e eu fiz esta flecha. É feita de carvalho. – Ela mostrou-lhe a flecha. – E a ponta é de prata! Eu queria que fosse de ouro branco, mas ainda não sei manusear muito bem e não me queria queimar.

- É muito bela! Obrigada! – Ele aceitou a flecha. – Mas por que razão não tinhas a certeza de ma ires dar? – Ele ergueu a sobrancelha.

- Bem… - Liz fechou a mochila. – Eu pensei: Se ele for muito bonito, eu dou-lhe a flecha! Se ele for mais bonito que eu, eu não lhe dou!

- É impossível ser mais bonito do que tu! – Falou Legolas quando conseguiu parar de rir.

- Mas as pessoas só dizem isso, porque Doe disse que eu iria ser a mais bela de todas as criaturas… - Ela aproximou-se de Legolas e, séria, fez-lhe sinal para que ele se baixasse ao seu nível e, quando ele o fez, sentando-se no chão, sussurrou-lhe ao ouvido. – Eu estou sempre a encontrar-me com Doe, e sei muito bem que ele é um maluco, não sei se deviam acreditar tanto nele!

Legolas riu-se mais divertido que nunca, olhando-a. Liz riu com ele, abraçando-o, o que o surpreendeu.

- Ainda bem que gostam da companhia um do outro.

Ambos pararam de rir assim que ouviram a voz de Ibetu. Junto a ele, estavam Thranduil e Melody.

- Ada, Nana! – Liz correu até eles, abraçando-os ao mesmo tempo. – Não me deixem sozinha! Levem-me com vocês! – Ela pediu, chorando. – Eu prometo que não atrapalho e que não faço nenhuma asneira! Eu prometo!

- Mas filha, não é por isso que nós não te vamos levar connosco! – Melody disse docemente. – Nós precisamos de fazer uma coisa só os dois.

- Mas, nana…

- Liz, tu gostas daqui, não gostas? Tu gostas das pessoas daqui… – Perguntou-lhe Ibetu, separando-se do abraço e vendo as lágrimas da filha.

- Mas eu só conheci este bocadinho! – Liz parecia desesperada. – E só conheci ainda Legolas.

- Mais uma razão para o que estou a dizer. Se ainda só conheceste tão pouco e já gostas daqui, quando conheceres mais, vais gostar ainda mais! – Ibetu sorriu docemente.

- Sê sincero, Ada! – Liz chorava mais fortemente. – Achas que, depois de Legolas, eu vou conhecer outras coisas ou pessoas de quem vou gostar mais? Legolas é um Elfo muito simpático!

- Iell, melinyel! – Ibetu falou, ajoelhando-se e abraçando-a. – Amo-te com tudo o que traz este amor. Quero-te segura, percebes? Sou teu pai, e pai algum deve ver seu filho morrer.

- Eu prometo não morrer, mas levem-me convosco.

- Nós amamos-te! – Melody falou, ajoelhando-se também e abraçando os dois fortemente. – E não ficaremos afastados por muito tempo…

- Nana, é claro que ficaremos, e tu sabe-lo muito bem. Não és um Elfo, contas o tempo que passa na perfeição. – A voz de Liz era agora um fio.

- Vamos ver-nos em breve. – Os dois ergueram-se e deram as mãos.

- Conta as folhas que caem! – Disseram-lhe os dois. – Namarië!

Liz virou-se para Legolas assim que os pais saíram do seu alcance de visão e pegou na sua mochila.

- Podes levar-me até um quarto? – Ela perguntou tristemente, sem esconder as lágrimas. – Preciso de descansar, pois foi uma longa viagem.

Legolas acenou, começando a andar e Liz seguiu-o.

- Com o tempo, vais sentir-te melhor aqui. Eu prometo! – Falou Legolas, deixando-a sozinha no quarto.

Não foram precisos muitos dias para que Liz andasse com Legolas de um lado para o outro, procurando saber o nome de todas as plantas e flores do reino.

*Cinco meses depois*

- Acho que já sabes tudo, Liz! – Legolas falou um dia. – Muitos parabéns, aprendes muito facilmente! Passaram-se somente cinco meses desde o dia em que chegaste.

- Obrigada! – Ela sentou-se no chão. – Legolas, é verdade que um Necromante já habitou aqui, nesta floresta?

- Sim, é verdade, mas foi expulso! – Ele respondeu. – Não te contei já essa história?

- Sim, mas queria ter a certeza de que não iria aparecer um Necromante por aqui. Estamos muito longe dos outros!

- Podes sentir-te segura, Liz! – Ele sorriu. – Bem, o que queres saber agora?

- Ah, podes falar-me sobre como é o tradicional casamento de Mirkwood? – Ela perguntou, olhando-o.

- Porquê?

- Porque faz parte da tradição.

- Bem… Vai haver um casamento amanhã, posso ensinar-te melhor se estivermos presentes.

- Ótimo! – Liz levantou-se. – Agora, quero ir ter com os meus amigos!

- Eu pensava que era teu amigo! – Legolas levantou-se com a sobrancelha erguida.

- Sim, és, mas és muito velho, e eu estava a falar dos amigos da minha idade. – Liz pegou na mão de Legolas e levou-o com ela para longe dali. – Ali estão eles!

Ela juntou-se a mais sete crianças e todas começaram a brincar alegremente.

- Ah, então as noivas casam-se com um vestido da cor que mais gostarem? – Ela perguntou a Legolas enquanto eles andavam vindos do casamento. – E tem de ser um Mago a fazer a cerimónia? Eu pensei que os Magos fizessem coisas mais importantes…

- Na verdade, não é realmente um Mago! – Legolas esclareceu, sentando-se num banco e Liz sentou-se no chão, olhando-o. – Esse é o título dele, mas temos o costume de escolher um Elfo-Feiticeiro. No entanto, eles escasseiam aqui. E um dos últimos que havia foi fazer uma grande viagem sem regresso.

- Ouviu o chamado do mar? – Ela perguntou.

- Sim.

- Tu ainda não ouviste o chamado, Legolas?

- Não. – Ele respondeu seriamente.

- Ah, quando eu ouvir o chamado eu não vou! – Liz falou decididamente. – Eu quero ficar na Terra-Média para sempre! E vou até à beira do mar com a minha melhor roupa e vou fazer-lhe uma careta e dizer que não vou!

- Que tonta! – Ele riu suavemente e Liz riu junto com ele.

- Vejo que vocês se divertem na companhia um do outro. Quem sabe acabarão casando um dia! – Thranduil sugeriu aparecendo.

- O quê? – Liz perguntou seriamente. – Não, Thranduil, o Legolas é demasiado velho para mim! – Ela olhou para Legolas. – Quantos anos tens?

- Ah, sabes, eu…

- Ah, claro, tu não sabes, os Elfos são muito desleixados com a sua idade. – Liz falou. – Eu não sou assim! Eu gosto de contar todos os meus anos. Eu tenho sete anos de vida!

- Que tonta! – Legolas riu suavemente. – Eu sei a minha idade muito bem… Mas não ta vou dizer, porque tenho a certeza que me vais achar muito velho, porque sei como tu és com a idade. Tens uma parte Elfo, mas também tens uma parte Humana, que faz com que valorizes muito o tempo.

- À medida que o tempo passa, o nosso mundo envelhece. E, assim, chegará ao fim. Os Elfos como tu podem ser eternos, mas o nosso mundo não é.

- Liz, és muito madura para quem tem apenas sete anos. – Thranduil sorria docemente.

- Ah, mas eu não sou uma Elfo, Rei Thranduil, eu sou de uma outra raça, logo, atinjo a maioridade numa idade diferente à dos Elfos, logo, isso faz com que eu amadureça de maneira diferente à vossa! – Ela disse com ar inteligente.

- Então e quando atinges a maioridade se és a primeira e única da tua raça? – Perguntou Legolas, olhando-a.

- Ah, mas essa é a melhor coisa de todas. Como sou uma pessoa única de uma raça, eu é que decido quando atinjo a maioridade!

Todos se riram francamente divertidos.

- Gosto francamente de ti, Liz! – Thranduil falou quando conseguiram parar. – Trazes muita alegria para dentro destas paredes.

- Obrigada, Rei Thranduil! – Ela agradeceu, beijando-lhe a mão.

- Tens que parar com essa cerimónia toda, Liz! – Ele sorriu-lhe. – Quando te dou um elogio não precisas de me beijar a mão. Tu já fazes parte da nossa família.

- Obrigada! – Ela pegou na mão de Legolas. – Agora, vamos contar as estrelas, Legolas! Está na hora de falarmos sobre os meus pais!

Liz puxou juntamente com ela e ambos foram ver as estrelas para a varanda do quarto de Legolas, que Liz sempre achara ter a melhor vista.

- Olha! Sessenta e duas! Consegues vê-la? – Legolas apontou-lhe com o olhar e Liz focou.

- Sim, já a vi! – Liz sorriu abertamente. – Nunca pensei que pudesse haver tantas estrelas em tão pouco espaço…

- Mirkwood tem pouca luz à noite, por isso, nota-se melhor as estrelas. – Legolas explicou.

- E a lua continua sempre a mesma. Tem brilho, mas as estrelas são muito mais brilhantes. – Ela suspirou. – Legolas, e se eu for como a lua? E se eu não conseguir brilhar o suficiente para cumprir a minha missão?

- A missão da lua é iluminar o caminho durante a noite e ela cumpre-a na perfeição…

- Não quando há lua nova! – Liz contrariou-o. – Eu tenho medo de…

- É impossível que venhas a ser uma lua nova! – Legolas deu-lhe a mão.

- Só por eu ser a Guardiã da Última Esperança de Paz…

- Não é isso, sua tonta! – Legolas riu suavemente. – É claro que não me esqueço que és a Guardiã, mas tu és tu, Liz! E tens um brilho único!

- Obrigada! – Liz sorriu abertamente. – Como estarão os meus pais?

- Muito bem, tenho a certeza! – Legolas respondeu, olhando as estrelas e a lua, tal como Liz.

- Achas que vão demorar muito a voltar para me levar com eles? – Ela perguntou, apoiando a sua cabeça na pedra da varanda.

- Com certeza que não, Liz.

- Os meus pais são os melhores do mundo, Legolas. Se eu perdesse qualquer um deles, ou os dois, eu acho que não aguentaria. – Liz tinha algumas lágrimas nos olhos, mas a sua voz não era chorosa. – Às vezes, penso que a minha mãe é mortal, e vai acabar por morrer, e eu nunca mais a poderei ver. Por que é que eu também não sou mortal?

- Liz, tens de aceitar a dádiva que Ilúvatar deu aos Humanos como a tua mãe. – Legolas falou seriamente.

- Eu logo verei se a morte é realmente uma dádiva. – Ela respondeu simplesmente, limpando as lágrimas. – A noite é tão bela!

- Sim, é! – Ele respondeu, olhando-a. – Hey, eu percebo que estejas triste, não precisas de desviar a conversa.

- Eu só quero falar de coisas alegres! – Ela sorriu. – Falar do grande amor que existe entre meus pais, maior que o amor de Beren e Lúthien, segundo o que Doe disse, pois eu sou a criatura mais bela de todas não só devido ao meu anel, mas também devido ao amor que existe entre eles.

- Tens razão, não podes pensar em coisas tristes! – Legolas sorriu. – Sim, Doe disse que o amor entre os teus pais é o maior que alguma vez existiu.

- Mas não é isso que invalida todos os outros amores! – Liz disse. – Eu não sei como se mede o amor dessa maneira… O meu anel é construído pelo amor e com amor, e eu não conheço todos os tipos de amor, mas penso que é um bocado tonto medir-se o amor.

- Bem, o melhor é dormir agora, Liz. Está a ficar muito tarde. – Legolas falou.

- Tens razão! – Ela olhou-o com um sorriso. – Boa noite, Legolas! – Ela saiu do quarto e foi dormir.

*No dia seguinte*

- Liz, tu tens a certeza de que sabes o que estás a fazer? – Perguntou a menina loira e pequena que lhe fazia pequenas tranças.

- Claro que tenho a certeza, Foenewn! – Liz passou um batom rosado nos seus lábios. - Olha! Já está! – Ela mostrou-lhes dois pequenos anéis, com algumas flores azuis pequeníssimas. – Anéis de Meloier.

- Sabes, isso não faz parte da tradição. – Disse uma menina, que fazia uma trança no seu cabelo loiro.

- Eu sei, Felesriel, mas eu acho que estes anéis são perfeitos, porque esta é a flor do amor. – Liz sorriu, levantando-se e olhando-se ao espelho.

- Estás linda! – Falou uma outra rapariga que parecia mais velha, vendo a ruiva com várias tranças no topo do cabelo, que estava apanhado num coque e cheio de flores de Meloier.

- Obrigada, Miluiewn! – Liz sorriu para a rapariga. – Mas eu preferia ter o cabelo da vossa cor, ficava muito mais bonita.

- Não, o azul condiz perfeitamente com o teu cabelo.

- Bem, agora temos de esperar! O Maerthîr já deve estar à tua espera, mas é sempre bom fazer esperar os rapazes. – Felesriel falou.

*Entretanto, lá fora, entre os meninos*

- Maerthîr, tens a certeza do que estás a fazer? – Perguntou um Elfo loiro de sentado na relva. – Tu nem és maior de idade para estares a casar! Além disso, não temos nenhum Elfo-Feiticeiro para celebrar o casamento.

- Hannelas, eu sei, mas por isso mesmo é que eu acho que é uma boa ideia. Eu gosto de Liz, e ela é a Guardiã, logo, este casamento deve funcionar. E ela é diferente das outras meninas.

- É verdade, ela é ruiva, e mais bonita, mas são ambos muito novos. – Disse um outro rapaz elfo.

- Angrenes, não é só por ela ser ruiva ou mais bonita, mas é também mais madura.

- Tu tens dez anos, Maerthîr, lá sabes o que é maturidade… Além disso, a Liz não é uma Elfo como nós. E tu és muito novo para querer algo definitivo.

- A Liz também não quer algo definitivo. É só uma brincadeira, um faz de conta! – Ele explicou, não muito convicto.

- Tu és quem sabe!

- Ela já está pronta! – Miluiewn veio acompanhada pelas outras três. – Está quase a chegar! Ah, Maerthîr, ela quer-te dar este anel, é feito pela flor do amor, e diz que simboliza muito o casamento.

- Ok! – Ele falou, pegando no anel e olhando-o longamente.

- Já cá estou! – Liz exclamou, chegando com um enorme sorriso e dando um beijo na bochecha de Maerthîr. – Estás pronto?

- Não! – Maerthîr respondeu. – Liz, isto não é a sério, e eu não quero casar-me contigo. Toma! – Ele deu-lhe o anel e foi-se embora, sendo seguido pelos rapazes.

Liz sentou-se com o ramo de flores na mão e começou a chorar.

- Liz…

- Não me digam nada, meninas! – Ela falou, irritada. – Eu não quero ouvir nada! Eu sei que tenho alguma coisa de errado.

- Não é isso, nós é que somos ainda todos muito novos, demasiado novos para casar… - Felesriel tentava acalmá-la.

- Deixem-me sozinha, por favor! – Ela pediu-lhes, e as meninas saíram apressadas atrás dos rapazes.

Liz limpou as lágrimas, fitando longamente os anéis e as flores que ela cuidadosamente apanhara. Pouca gente sabia, mesmo os Elfos de Mirkwood, que as flores de Meloier duravam para sempre, por isso eram chamadas de flores do amor, pois o amor dura para sempre.

- Sou mesmo estúpida! – Ela afundou-se num monte de flores que ela juntara para que lhe atirassem as flores.

- Mas o que…? – Liz conseguiu ouvir a voz de Legolas e os passos dele, imaginando-o a olhar cuidadosamente as flores espalhadas e o altar que ela preparara com tanto carinho.

- Legolas… - Ela falou, afundada nas flores. – Eu fui abandonada no altar.

- Liz, onde é que estás? – Ele ajoelhou-se ao pé do monte de flores e ela mostrou-se.

- O que se passou? – Ele sorriu, tirando-lhe algumas flores que estavam penduradas no cabelo ruivo dela. – Tentaste casar-te com quem?

- Com o Maerthîr. – Ela respondeu. – Legolas, eu nunca vou encontrar o amor. Eu fui abandonada ainda antes de a cerimónia começar!

- Ainda és muito nova, Liz! – Ele disse-lhe. – E o amor não vem apenas porque tu o queres.

- Mas, Legolas…

- Ouve, eu também ainda não encontrei o amor e sou bem mais velho que tu. – Ele interrompeu-a.

- Tu estás sempre com a Rosez, eu acho que não me estás a contar tudo. – Liz parecia chateada. – Não precisas de me mentir para me consolares.

- Não estou a mentir. – Ele afirmou seriamente. – Eu não te minto, Liz! Eu e Rosez somos muito amigos, mas não apaixonados.

- A vida é uma treta! – Ela exclamou.

- A vida é linda, Liz! – Legolas sorriu. – E tu estás muito bonita. Agora percebo porque é que querias saber a tradição do casamento de Mirkwood, mas penso que referi que ele era só para maiores de idade.

- Sim, referiste. – Ela mordeu o lábio inferior.

- Tira esse batom, Liz! – Legolas disse-lhe, apontando para os lábios da ruiva. – Não gosto dessa cor.

- Não gosta de cor-de-rosa? – Ela perguntou. – Eu pensava que os Elfos gostavam de todas as cores.

- Não, eu gosto de cor-de-rosa, mas prefiro ver os teus lábios naturais. – Legolas esfregou os lábios dela com suavidade. – Exatamente assim. – Ele olhou-a longamente.

- E depois eu é que sou a tonta! – Ela sorriu, olhando as flores espalhadas. – Eu tinha tudo preparado, Legolas!

- Liz, ainda és muito nova para sofrer por amor! – Ele pegou numa flor.

- Eu sei… Mas eu quero encontra-lo, Legolas! – Ela pegou numa Meloier e começou a entrançá-la. – Nós os dois vamos encontrá-lo, Legolas! – Ela falou seriamente, metendo-lhe o anel feito por ela no seu dedo anelar esquerdo. – Aqui faço um compromisso contigo, Legolas! – Ela colocou o anel no seu dedo anelar esquerdo. – Quando encontrarmos este tipo de amor que buscamos, colocamos o anel aqui! – Ela puxou Legolas para o pé de uma árvore, apontando para um pequeno buraco. – E esperamos um pelo outro aqui para contar como é que encontrámos o amor, ou, se não pudermos esperar, deixamos uma carta a contar. Uma carta escrita em Quenya!

- Liz…

- É um desafio, Legolas! – Ela sorriu. – Achas que podemos gravar os nossos nomes aqui nesta árvore? – Ela perguntou, tirando um pequeno punhal da sua coxa.

- Tu usas sempre esse punhal? – Ele perguntou surpreendido.

- Quando viajo com os meus pais, escondo-o sempre aqui, para o caso de precisar dele. Hoje apeteceu-me. – Ela explicou. – Mas podemos? Eu gravo o teu nome e tu gravas o meu.

- Podemos fazê-lo. – Ele respondeu com um sorriso, pegando no punhal e começando a escrever cuidadosamente o nome da menina. – Liz Nármdroel.

- Muito bem, Legolas Greenleaf! – Ela escreveu o nome cuidadosamente. – Aceite o desafio, está na hora de recolher estas flores para o meu quarto. As Meloier durarão para sempre e as outras podemos dar de alimento aos cavalos. Ah, e podemos fazer licor! E pomada para queimaduras!

- Ainda te lembras das aulas que te dei, pelos vistos! – Legolas e Liz começaram a recolher as plantas, para depois fazerem o que quisessem com elas.

***Algum tempo depois***

Liz olhava tristemente o céu estrelado que a sua pequena varanda lhe permitia ver. Legolas não havia aparecido em todo o dia e, três meses depois do seu casamento falhado com Maerthîr, ela raramente via os seus amigos, de maneira que aquele dia havia sido muito solitário. Logo aquele dia… Thranduil fizera-lhe companhia durante um longo tempo e ela realmente se divertira com ele, e encantara-se com as histórias antigas que ele lhe contava pormenorizadamente.

No entanto, Liz sentia saudades de seus pais, que nunca mais chegavam e as saudades intensificavam-se naquele dia.

- Nana, preciso tanto de ti. E de ti também, ada! – Ela verteu algumas lágrimas.

- Posso entrar? – Ela virou-se, encarando a porta fechada do seu quarto e, limpando as lágrimas, abriu-a.

- Olá, Legolas! – Ela sorriu para o loiro. – Está tudo bem? Pareces estranho…

- Ah, ouvi-te chorar, apenas isso. – Ele respondeu. – Anda! – Mandou ele, dando-lhe as costas e começando a andar.

- Aonde vamos?

- Vamos até ao Salão. – Ele respondeu simplesmente.

- Mas porquê? – Ela perguntou sem entender nada.

- Por causa disto! – Ele abriu a porta do Salão, que estava completamente iluminado.

- SURPRESA!

Liz abriu um enorme sorriso quando viu alguns Elfos no Salão e, ao centro dele, um bolo de aniversário enorme e feito de chocolate.

- Mas…? – Liz não percebia nada daquilo.

- Oh, Liz, somos Elfos, mas sabemos muito bem que fazes oito anos e claro que quisemos fazer-te uma festa. – Legolas respondeu à confusão da menina. – Vá, vai ter com os teus amigos! Eles têm prendas para te dar.

Liz correu para as crianças da sua idade e começou a receber alguns presentes, com um grande sorriso nos lábios.

- Olá, Legolas! – Ele virou-se para uma Elfo já adulta e sorriu-lhe abertamente.

- Rosez, que bom ver-te! – Ela sorriu, olhando para Liz.

- A Guardiã é uma figura e tanto, não é? Parece Humana, e é toda uma mistura… - Rosez suspirou. – Por vezes, penso se fazemos bem em depositar a nossa esperança nesta criatura.

- Claro que fazemos, Rosez. – Legolas afirmou segura e seriamente. – E não devias duvidar dos desígnios de Ilúvatar, ou das decisões de Doe.

- Eu sei…

- Rosez! – Liz abraçou a Elfo fortemente e olhou-a com um sorriso. – Está tão bonita a festa, não está? Eu faço oito anos! O que é muito pouco, comparado com a vossa idade, mas estou muito feliz! Obrigada, Legolas! Bem sei que foste tu quem preparou a festa! Rosez, vai dançar! És a mais bonita daqui e toda a gente te quer ver dançar! – Ela estava entusiasmada.

- Está bem, eu vou! – Rosez concordou com um sorriso e foi para o centro dançar junto com outros Elfos e Elfas.

Liz sorriu, vendo a enorme festa que era feita por causa dela, e vendo a alegria genuína dos presentes. Os Elfos realmente sabiam viver o espírito de uma festa, embora fosse o povo mais triste que existia.

- Vai dançar com a Rosez, Legolas! – Liz falou, empurrando-o para a pista.

- Não! – Legolas sorria divertido. – Quero dar-te o presente. – Ele estendeu-lhe um frasco cheio de flores vermelhas. – Rosas de Mirkwood, duram para sempre, Liz! São rosas que só se pode apanhar nesta terra. Quero que fiques com elas para nunca nos esqueceres.

- É impossível esquecer-vos, Legolas! – Ela aceitou o presente, abrindo o frasco. – Tem o cheiro dos teus cabelos… - Ambos riram, divertidos. – Nunca me falaste destas rosas…

- Porque ficam num local muito escuro e perigoso. – Ele respondeu prontamente. – Estive fora este dia só para as apanhar para ti.

- Tu és espetacular, Legolas! – Liz abraçou-o fortemente. – Obrigada por seres meu amigo!

- Agora vou dançar com Rosez, como tu sugeriste! – Falou ele, indo para o pé de Rosez e ambos começaram a dançar.

No fim da festa, Liz e Legolas foram os últimos a restar. Liz comia uma grande fatia de chocolate e Legolas observava-a com um sorriso tranquilo.

- Tu não vais conseguir dormir se continuares a comer assim. – Ele avisou, sentando-se. – Já fizeste uma vez isso… Lembras-te como ficaste?

- Aquela vez em que fui a meio da noite ao teu quarto? – Liz perguntou, mastigando o chocolate. – Como é que eu podia adivinhar que não estarias lá? Para mim, que durmo como se deve dormir, de noite as pessoas estão sempre nos seus quartos.

- Bom, mas eu não estava. – Legolas respondeu. – E apanhei um susto quando te vi a dormir na minha cama.

- Oh, e então? Se tu não dormes por que te haverias de importar?

- Talvez porque seja a minha cama. – Legolas respondeu como se fosse demasiado óbvio, a sobrancelha erguida.

- Boa sorte a tentar explicar o problema de ser a tua cama a uma criança como eu. – Ela retorquiu simplesmente, fazendo-o rir, divertido.

- Eu só estou a dizer que, se era para dormir, podias ter ficado a dormir no teu quarto. – Legolas falou depois de se recompor.

- Eu precisava de estar com alguém, estava indisposta. O teu quarto tem o teu cheiro. Fechando os olhos, pude imaginar que estavas lá. – Ela levantou-se. – Acabei!

Legolas fitava-a, o olhar surpreendido.

- O que foi? – Ela perguntou.

- Nada! – Legolas respondeu por fim. – Vamos! – Ele deu-lhe a mão. – Se quiseres, podes dormir no meu quarto hoje.

- Para quê se não dormes? – Ela perguntou, entrando no seu quarto.

- Eu durmo pois. – Legolas ripostou, com as costas encostadas na parede ao lado da porta, sem entrar no quarto.

- Sonhos élficos não é dormir, Leggy! – Liz sorriu, olhando-se ao espelho.

- Não me chames de Leggy, Lizzie! – Ela ouviu ele dizer.

- Não me chames de Lizzie, Leggy! – Ela falou, corada, saindo do quarto, já vestida para dormir.

- Só quando parares de me chamar de Leggy, Lizzie!

- Hum… - Liz passou por ele, subindo um lance de escadas, e ele seguiu atrás. – Ok, eu faço isso! – Liz falou, entrando no quarto de Legolas e sentando-se na cama. – Mas vais ter de me prometer uma coisa.

Legolas sentou-se ao seu lado depois de fechar a porta e Liz abraçou-o fortemente.

- Nunca pares de ser essa pessoa fantástica que és, este ser lindo e maravilhoso, possuidor de tanta simpatia, sem preconceitos inúteis. Sê assim para sempre, Legolas! – Ela sussurrou ao seu ouvido.

- Eu prometo.

***ALGUM TEMPO DEPOIS*****

- Estás a ver, Legolas? – Ela sorriu, acertando mais uma vez no alvo. – Tu és um ótimo professor de arco!

- Não, Liz, tu é que és uma ótima aluna! – Ele elogiou prontamente. – Passou-se um ano desde que chegaste aqui e já aprendeste imensa coisa, inclusive arco.

- Só falta espada! – Ela falou efusivamente, pousando o arco e rindo alegremente, olhando para o sol.

- Amanhã começo a ensinar-te.

- Obrigada, Legolas! – Ela estava verdadeiramente agradecida. – Eu gosto muito de ti! – Ela abraçou-o fortemente, e as palavras dela surpreenderam-no.

- Eu também gosto muito de ti, Liz! – Ele disse-lhe, cheirando-lhe beijando-lhe os cabelos enquanto fechava os olhos.

- Liz!

Liz separou-se do abraço assim que ouviu as vozes misturadas dos pais e rodando sobre si mesma, viu-os surgir juntamente com Dithinia, sua avó materna. Correu velozmente a abraçá-los fortemente.

- Que bom que vocês voltaram! – Ela falou. – Estava cheia de saudades vossas! – Ela chorava, assim como os seus pais e avó, mas era um choro de alegria. – Vieram buscar-me? Temos de partir já? Eu só preciso de ir buscar as minhas coisas… - Ela disse entusiasticamente.

- Vamos partir ainda hoje, mas não imediatamente. Queremos agradecer a Thranduil pela sua hospitalidade. – Ibetu respondeu-lhe calmamente, separando-se do abraço e olhando para Legolas, que os fitava. – Legolas, meu caro amigo, como foi este ano?

- Foi ótimo! – Ele respondeu, abraçando-o suavemente. – Thranduil, meu pai, está no Salão. Entramos?

- Sim. – Os cinco entraram calmamente.

- Ah, já chegaram! – Thranduil exclamou assim que os viu. – Não sei o que sinto com o vosso regresso. Se alegria, se tristeza…

- Tristeza como? – Liz exclamou.

- Alegria sinto por ver que a tua família está bem e sã, mas tristeza sinto por saber que vais partir brevemente e, contigo, toda essa alegria que habita em ti. – Esclareceu o rei.

- Oh… - Liz percebeu o que ele quis dizer. – Eu também sentirei saudades tuas, Thranduil! Sentirei saudades de Mirkwood, mas amo meus pais, e o meu lugar é com eles.

- Bem o sei, Liz, bem o sei… Porém, saber tal não impede a tristeza. – Thranduil abriu seus braços e ela abraçou-o fortemente. Ia realmente ter saudades dele.

- Obrigada por tudo, Rei Thranduil! – Liz disse, separando-se do abraço.

- Como prova de gratidão, queremos oferecer-te isto, Thranduil! – Melody mostrou-lhe uma pedra prateada, que encantou o rei.

- Só aceito tal prenda, porque sei que ma quereis dar, mas quero que saibam que muito mais me encanta vossa filha e que nela brilham todas as pedras preciosas da Terra-Média. – Liz sorriu abertamente.

- Obrigada, Thranduil!

- Filha, precisas de ajuda para preparar as tuas coisas para podermos partir? – Perguntou Ibetu.

- Não, pai, eu vou num instante!

Liz saiu para o seu quarto e começou a arrumar tudo o que trouxera para Mirkwood quando viera com os seus pais. Guardou o presente de Legolas na sua mochila e alguns produtos que eles haviam feito com algumas plantas de Mirkwood.

- Posso entrar? – Ela viu Legolas à entrada do quarto e sorriu, dando-lhe permissão.

- Legolas! – Ela fechou a mochila. – Já tenho tudo. Estou pronta!

- Que bom… - Ele sorriu suavemente. – Vou sentir saudades tuas, Liz!

- E eu tuas, Legolas! Mas tenho de partir! – Ela parecia entusiasmada. – Estou muito feliz por ver os meus pais novamente.

- Eu sei, consigo vê-lo. – Ele sorriu abertamente.

- Mas estou também muito triste por te deixar, Legolas! Gosto muito de ti! Fazes sentir-me livre daquilo que sou… E isso é bom, pois não gosto de me sentir a Guardiã.

- Só te faço sentir assim, porque olho nos teus olhos e vejo liberdade. – Ele confessou, esfregando-lhe a cabeça. – E lembra-te de que tu não és a Guardiã, mas sim a Liz! – Ele falou seriamente.

- Mas eu sou a Guardiã…

- Não! – Legolas deu-lhe a mão. – Tu és a Liz! E tens uma missão de Guardiã.

- Obrigada, Legolas! – Eles saíram do quarto, andando lado a lado. – Achas que voltaremos a ver-nos, Legolas, antes de encontrarmos o amor? – Ela perguntou-lhe quando já estava reunida com a sua família que esperava por ela para partir.

- É difícil dizer! – Ele respondeu, olhando para a árvore com os seus nomes gravados e, de seguida, para ela. – Mas espero que nos encontremos o mais cedo possível.

- Eu também! – Liz abraçou-o.

- Talvez depois possamos ir juntos mandar caretas ao mar e dizer que não vamos ceder ao seu chamado!

Eles riram francamente divertidos e foi assim que Liz abandonou Mirkwood.

ESPAÇO DE AGRADECIMENTOS:

Agradecer a todos os leitores que acompanham a história, particularmente aos que comentaram no capítulo anterior:

Elven Princess of Mirkwood: Muito obrigada! E eu espero que este capítulo tenha matado a curiosidade toda.

Tathiane Rodrigues de Souza: muito obrigada! Como podes ver, Legolas já concordou antes com a Liz.

Nathalia Lopez Lobo: Muito obrigada! E espero que também adore este!

Park Soo Ah: Muito obrigada! Este capítulo saciou a sua sede?

Black Angel: Muito obrigada pelo seu comentário e eu espero um grande grande grande para este capítulo que fiz com tanto carinho. Já decidiu o seu time?

Quel: Muito obrigada! Será que Legolas descobrirá a verdade? Ou será que ele simplesmente a não quer ver?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Foi bem encaixado? Ou acharam terrível? Comentários, please!

Kiss kiss,

CR, a autora