Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 9
Laços rompidos


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos!!
Quero agradecer a todos os cometários da Bibs e da Aquasafira. Obg suas lindas!E Aquasafira vou colocar a foto do Jonny no próximo capítulo, okok!
Mas, estou postado hoje um pouco chateada e espero que esse capítulo tenha mais comentários. Porque isso me estimula a continuar e ter mais idéias e se eu fico triste não sai nada bom.
Hoje coloquei a foto da Caroline que vem para trazer algumas surpresas para o nosso Lipe. Bia está melhorando e logo estará de volta.
Espero que curtam o capítulo agitado de hoje e deixem opiniões.
Boa leitura! :/



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Fiquei paralisado sem saber se respondia ou não. Talvez fugir seria a melhor opção!

Nunca imaginei que encontraria a minha... A... Minha... Irmã! Sim, a minha irmã!

De onde foi que ela saiu? Como me achou? Na verdade, o que ela queria comigo? Por quê? Por que isso acontece comigo?

Preciso de um pouquinho que seja de sorte, já que ultimamente tudo tem virado contra mim.

Fiquei simplesmente paralisado a olhando. Ela tinha uma franja caindo na testa que combinava exatamente com o seu rosto. Parecia... Feliz em me ver.

Ela se aproximou mais e eu recuei automático.

- Sou só eu Felipe! – falou.

Não respondi de novo ficando no silencio mortal.

- Olha só pra você... – ela sorriu. – Tão lindo! Não pensei que fosse possível você ficar ainda melhor quando crescesse.

Ela estava mesmo dizendo isso? Nem gostava de mim quando éramos crianças... Meu deus!

- É bom te ver! – seus olhos verdes estavam brilhando.

- O que... – minha voz falhou. – O que você está fazendo aqui?

Foi só o que consegui dizer. Ela me olhou maravilhada ao ouvir minha voz como se tivesse encontrado o tesouro perdido.

- Vim procurar por você! – afirmou.

- O que? Pra que?

- Como pra que? Somos irmãos!

Agora somos irmãos né!

Neguei com a cabeça e virei de costas para ela. Passei uma das mãos no cabelo meio confuso. Realmente eu não sei o que dizer.

- Tantas coisas mudaram... – ela encostou a mão no meu ombro me fazendo pular para frente saindo.

A olhei assustado de olhos arregalados.

- Eu entendo essa sua desconfiança em mim, mas... Não estou aqui para te prejudicar!

- Fica longe de mim! – falei qualquer coisa que pensei.

- Podemos conversar? – ela me olhou passando a mão na franja.

- Não! Vai embora! Volta de onde você veio e não aparece mais aqui! – me virei já saindo.

Se estou sendo grosso? Talvez! Mas não quero saber de mais problemas na minha vida. Não tenho mais espaço para ninguém!

- Por favor! – ela segurou meu braço me impedindo de sair.

Virei à cabeça lançando um olhar mortal para ela que soltou meu braço rapidamente.

- Por favor! – repetiu suplicando.

...

Não me agradava à ideia de ir falar com ela. E dai que é minha irmã? Eu não considero! Grande porcaria ter uma irmã que queria você morto!

Fomos ate uma lanchonete perto do hospital. Ela se sentou numa cadeira na minha frente perto da mesa.

- Vão querer alguma coisa? – uma garçonete perguntou olhando brevemente para ela depois parando seu olhar em mim.

- Não! – falei ríspido abaixando a cabeça na mesa.

- Um café, por favor! – a Caroline falou educada sorrindo.

- Tem certeza que não quer nada? – a garota se dirigia a mim. Levantei a cabeça e ela deu um sorriso malicioso. Retribui dando um sorriso irônico segurando para não manda-la se ferrar.

- Não quero nada! – falei dando um olhar frio.

- Se mudar de ideia... – ela mordeu os lábios e saiu ainda olhando para trás.

Revirei os olhos e me virei para a Caroline que soltou uma risada baixa.

- Sucesso com as garotas? – perguntou.

- Não me interessa! Só uma que me importa! – falei.

- Quer dizer que você já foi fisgado?

A encarei. Estava falando comigo como se fossemos apenas irmãos que não se vinham há um tempo, porque eu fui estudar fora ou alguma coisa do gênero.

- Por que se importa? – perguntei.

- Só queria saber mais sobre você! – ela falou meio desanimada com a minha resposta.

- Pra que? Ate agora eu não entendi o que você está fazendo aqui!

Ela suspirou pegando o vidro de sal e ficou olhando.

- Sei que aconteceram muitas coisas no passado e nem tinha certeza de que você estava... Vivo. Mas ai quando vi a noticia do acidente e o seu nome, eu tive certeza de que era você. – voltou a me olhar. – Só queria te conhecer melhor!

Ela parecia sincera, mas o meu alarme de perigo estava pulsando me dizendo para não confiar.

- E quem é Caroline? – perguntei fitando seu rosto. Confesso que ela tem traços parecidos comigo.

- Uma idiota! – ela sorriu. – Idiota por deixado que levassem seu único irmão embora.

Fiquei em silencio. Abaixei a cabeça suspirando, senti a leve dor daquele antigo buraco no meu peito surgir de novo.

- Não sei se acredito nisso! – falei fitando o forro xadrez de vermelho e branco da mesa.

- Eu entendo que não acredite em mim, mas... Eu queria mudar isso! – ela colocou sua mão sobre a minha que estava em cima da mesa.

Olhei as nossas mãos e notei um anel com uma pedra azulada no seu dedo.

- Aqui está o café! - a garçonete voltou colocando uma xícara de café em cima da mesa perto de nós. Tirei minha mão da dela e me ajeitei na cadeira.

- Obrigado! - a Caroline agradeceu.

Vi a garçonete me olhando e revirei os olhos virando para a janela ate ela sair de novo.

- Eu visitei você algumas vezes enquanto estava desacordado. Confesso que é melhor te ver de pé! – vi pelo canto do olho ela sorrir. – Fico feliz de saber que melhorou!

Assenti sem dizer nada e voltei a fitar o forro da mesa.

- Como ela está?

A olhei imediatamente e fiquei em silencio tentando analisar sua expressão.

- Por que se importa? Pra que fica fazendo essas perguntas? Eu sei que você não me procurou atoa, então vai direto ao ponto e diz o que você quer! – falei friamente.

- Por que acha que estou aqui com algum interesse? Ela é importante para você e eu só quero ajudar Felipe!

- Para de ficar falando comigo como se me conhecesse! Você não sabe nada sobre mim, assim como eu não sei nada sobre você. Então para! – a encarei.

- Tem razão! Eu não sei nada sobre. Mas você não me dá uma chance de saber. Me cortou o tempo inteiro ate agora!

- Sabe por quê? Porque eu não me importo que você tenha voltado! Quero que vá embora e me deixe em paz.

Ela abaixou a cabeça e de certo modo me arrependi de ter sido tão grosso.

- Quer saber mesmo porque estou aqui? – ela quase sussurrou.

- Finalmente vai falar? Obrigado.

- A Juliana disse que ia falar com você e eu...

- Pera ai! – a interrompi. – Você disse Juliana?

 Ela levantou a cabeça me olhando com seus olhos verdes penetrantes e assentiu.

- Ela te fez alguma coisa?

- P que você sabe sobre ela? – me inclinei na mesa ignorando sua pergunta.

- Não muita coisa. – suspirou. – Ela me enganou. Enganou-me e assim conseguiu sua localização.

- Então é você a informante que ela disse! – encostei-me à cadeira de novo. Baguncei os cabelos com as mãos.

- Não! Ela me enganou! – ela retrucou se inclinando na mesa.

Suspirei tentando pensar. Se a Juliana sabia do instituto foi porque a Caroline...

- Como soube do instituto? – ela se assustou um pouco com minha pergunta.

- Apenas vi você entrando lá. – ela falou isso baixo e por algum motivo não me convenceu.

- Estava me seguindo?

- Não. – ela abaixou a cabeça. – Eu tive ajuda pra achar você...

- Ajuda de quem?

Ela me olhou e permaneceu em silencio.

- Quem ajudou você Caroline? Responde! – exigi a encarando.

Ela me olhou suspirando e em seguida falou meio baixo.

- A Liz!

***

Rick

O Cabeça de Pedra tinha achado a nossa assassina louca e sanguinária. Agora nós só tínhamos que encontrar seu covil do mal.

Se eu fosse uma lobisomem louca e assassina onde me esconderia? Boa pergunta pra quem não é um animal.

Acho que não vai ser tão fácil assim. Talvez devemos esperar ela aparecer de novo atrás da tal lapide, mas antes a Kate nos deve uma boa explicação.

Sai do trabalho mais cedo inventando uma desculpa de dor horrível de cabeça. E não é que funcionou!

Outra coisa nova que o Pedrita me contou foi que a tal médica dele e da Bia era uma bruxa, sei lá o que. Ele disse também que a conexão funciona com sentimento. Mas eu só disse que amava a Claire agora, depois da gente já estar conectado.

Muito estranho isso. Na verdade eu não entendi muito bem e preciso perguntar para ele essa historia direito. Por isso nem falei com a Claire.

Andei meio apressado ate a casa da Kate. Cheguei perto da calçada da casa dela onde a rua estava vazia e o tempo estranho, meio nublado.

Levei um susto e não deu tempo de agir ou defender quando ele me pegou pelo pescoço me batendo na arvore mais próxima. Bateu com minha cabeça algumas vezes.

- Bom vê-lo de novo dominador! – sua voz estava meio grossa como da ultima vez. Era o mesmo cara que havia se transformado num lobo de filme de terror do dia em que eu, Kate e a Claire fomos ate a casa onde teve mortes e encontramos esse lobo e a mulher da flecha.

- Argh! – reclamei tentando me soltar.

- Soube que você também está atrás da lapide. Mas tenho uma novidade para você... – senti as suas garras arranharem meu pescoço. – Nem você e nem aquela loba inútil vão pega-la. E nem que eu tenha que matar a vampira loira, eu vou tê-la para mim!

- Estupido! – falei. Quer dizer então que ele também sabe sobre a lapide.

- Devia ser mais educado. – rugi quando senti as garras dele perfurarem meu pescoço fazendo o sangue escorrer. – Sabe o que a mordida de um lobisomem original pode causar a um dominador?

 Tentei esticar as mãos para tirar as suas. Senti que suas garras iam alcançar minha veia e ai sim eu teria um problemão.

- Se eu morder você meu amigo, você não vai se transformar. Vai morrer! – ele falou isso com os dentes perto do meu rosto.

- Sabe o que acontece quando o fogo acerta um lobo? – falei meio sufocado sentindo dor pelas suas unhas que estavam fincadas no meu pescoço. – Na verdade eu não sei. Mas vamos testar!

Esquentei as mãos ate as chamas saírem o pegando de surpresa.

Ele soltou um rugido soltando o meu pescoço. Coloquei a mão sentindo alguns buracos e o sangue pingar.

Ele se agachou em posição de ataque e soltou um rugido mostrando as presas enormes.

Fechei as mãos em punho e esperei seu ataque. Ele veio na minha direção com toda a raiva. Dei um pulo no ar antes dele me acertar.

Cai atrás dele o acertando com um chute fazendo seu corpo bater na arvore. Ele se virou com os olhos brilhando de raiva.

vai ver aquele arranhão que ele tem no rosto é porque perdeu uma briga.

- Você precisa de um adestrador urgente lobinho! – dei um sorriso irônico e lancei o fogo nele sem dó.

Seu rugido ecoou para mata adentro que estava do nosso lado.

Suspirei colocando as mãos de volta no pescoço sentindo a dor voltar. Senti uma dor ainda maior no peito do lado esquerdo.

Olhei a flecha quase atravessando meu corpo. Soltei um gemido e a segurei puxando, pude ate a ouvir rasgando minha pele.

Mais sangue para minha sorte. Meu corpo ficou pesado e cai de joelhos.

Droga! Mil vezes droga!

Só pode ser a parceira de tiro dele e...

- Muita maldade da sua parte dominador! – olhei para cima comprovando meu pensamento. A mulher de cabelos cacheados e ruivos do outro dia estava me olhando e apontando uma arma na minha direção.

- Legal! Ele tem uma defensora. – falei dando um sorriso.

- É. Ele tem. – ela girou alguma coisa na arma e colocou o dedo no gatilho.

Ia ser o meu fim se ela acertasse na minha cabeça.

Apenas ouvi o tiro perto do meu ouvido e fechei os olhos.

Os abri devagar e vi um vulto passar perto de mim. Procurei no meu corpo e coloquei a mão na testa para me certificar que não havia levado um tiro. Não tinha nada!

Ouvi um rugido agudo e uma flecha ser disparada.

Levantei-me andando lentamente ate me encostar-se a arvore. Suspirei devagar sentindo que os machucados no meu pescoço estavam se curando.

Antes de respirar mais uma vez, meu corpo bateu com tudo na arvore.

- Está na minha lista negra agora! – era o lobisomem de novo. Esse cara não morre não?

Ele mostrou as presas e veio para morder meu rosto. Foi tirado de perto de mim e só o vi bater em outra arvore.

- Entra na casa agora! – era a Kate que o tinha tirado de cima de mim e agora falava.

Apenas assenti sem discutir e comecei a andar lentamente ate a casa da Kate que não estava muito longe.

Consegui abrir a porta e entrar ate cair no sofá mais próximo sendo tomado pela escuridão.

***

Kate (especial)

Sei que não estava sendo a melhor ideia ter o Jonny aqui dentro, mas ele estava sendo tão gentil que chego a acreditar que quer mesmo ajudar.

Eu nem falei disso para o Felipe, mas com toda certeza o Rick ou a Claire iam falar e logo ele estaria aqui para jogar o Jonny da primeira janela.

Olhei ele colocar mais uísque no seu copo e dar um sorriso torto para mim.

- Que foi? – perguntou.

- Nada! Só estou pensando se te jogo da janela ou não!

Ele deu um sorriso mostrando os dentes e veio na minha direção. Aproximou-se do sofá onde eu estava sentada e passou um dos braços colocando no encosto e ficou bem próximo de mim.

- Você não quer fazer isso Katherine!

Suspirei olhando dentro dos seus olhos negros e ele ergueu uma sobrancelha sorrindo em seguida. Aproximei-me quase encostando os lábios nos seus.

- Talvez eu queira! – sussurrei.

- Não! Você não quer. – ele encostou os lábios nos meus.

Fechei os olhos esperando seu beijo e ao invés disso ele se afastou. Abri os olhos e ele encarava a janela como se ouvisse algo.

- Que foi? – perguntei olhando para o mesmo lugar que ele não vendo nada de anormal.

- Shii! – me advertiu e andou lentamente ate a janela deixando seu copo na mesa. – Escuta!

Andei parando perto dele e coloquei a mecha de cabelo atrás da orelha ficando atenta para ouvir.

Passos, um baque no chão como se alguém estivesse caindo, cheiro de...

- Sangue. – falei.

Um rugido alto surgiu e nós nos olhamos.

- Acho que temos problemas! – ele falou indo ate a janela.

- O que você vai fazer Jonny?

Ele não respondeu e quando dei por mim ele já havia pulado a janela e corria pela mata.

- Jonny! – gritei. – Droga!

Pulei a mesma janela e o segui. Parei assim que avistei o Rick perto da calçada caído de joelhos e a mesma mulher ruiva de cabelos cacheados que encontramos em outra noite apontando uma arma para a cabeça dele.

Nem movi do lugar, só vi o vulto do Jonny passar por mim e pegar a mulher pela cintura. Ouvi o barulho tiro que acertou uma arvore.

Olhei o Jonny mostrando os dentes para a mulher ruiva que apontava seu arco e flecha para ele.

- Sai! – gritei e ele me olhou brevemente com os olhos vermelhos.

A mulher atirou outra flecha que ele segurou com uma das mãos. Soltou um rugido agudo lançando a flecha de volta que acertou no braço da mulher.

Olhei procurando o Rick e o encontrei sendo pressionado na arvore pelo mesmo cara que havia se transformado num lobisomem.

Avancei o tirando de perto do Rick jogando-o longe. Ele bateu numa arvore.

- Entra na casa agora! – ordenei para o Rick que apenas assentiu saindo.

Virei-me para o lobisomem que já tinha se levantado e mostrava os dentes para mim.

Abri a boca deixando as presas surgirem e senti meus olhos mudarem.

Avancei contra ele que fechou as mãos em punho e me acertou me jogando numa pedra. Levantei-me e fui mais uma vez.

Antes de chegar perto dele fui impedida pelo Jonny que segurou meu braço.

- Volta para casa agora! – ordenou me fitando com os olhos vermelhos. Neguei com a cabeça. – Agora!

Suspirei com raiva e puxei meu braço me soltando. Corri ate em casa e entrei fechando a porta.

- Rick? – me aproximei dele que estava deitado no sofá.

Olhei seu pescoço que tinha marcas de furos, como se tivesse sido garras. Levantei sua camisa suja de sangue e me arrependi disso. Tinha um buraco enorme no seu peito do lado esquerdo.

Afastei-me escondendo as mãos sujas de sangue e prendi a respiração. Eu não consigo com tanto sangue.

- Rick? – falei de novo e acho que ele não vai acordar tão cedo.

A porta se abriu e o Jonny entrou arrastando junto com ele a mulher das flechas. Sua camisa estava rasgada e tinha um arranhão no seu braço.

- Acho que você terá uma prisioneira! – falou jogando ela perto de mim.

***

Claire

Comecei arrumando o quarto, depois lavei os cabelos, vesti um vestido que estava socado no meu armário. Olhei-me no espelho e me lembrei do Rick por algum motivo idiota. Sorri para mim mesma.

Senti uma dor me incomodar no pescoço e passei a mão e não tinha nada.

Suspirei e comecei a procurar meu celular. Odeio quando as coisas somem assim.

Senti outra dor me acertar do lado esquerdo. Minha respiração falhou e tive que me sentar na cama antes que caísse.

Fiquei ali por um tempo tentando entender o que estava acontecendo. A não ser que... Rick!

Voltei a procurar o celular e finalmente achei caído em baixo da cama.

Onde você está?

Mandei para o Rick sentindo a dor no peito aumentar, mas não algo que fosse me matar.

Ele não respondeu e comecei a ficar preocupada.

Deitei na cama e fiquei com a mão no lugar da dor ate sentir o celular vibrar. Peguei quase deixando cair.

Temos um probleminha!

Ele respondeu. Cliquei na tela digitando rapidamente.

Que tipo?

Ele respondeu em seguida:

Vem aqui na casa da Kate! Na verdade sou eu que estou escrevendo as mensagens!

Balancei a cabeça sentindo uma dor chata.

Kate?

Sim! O Rick não parece muito bem. Consegue vir ate aqui?

Levantei-me já abrindo a porta.

Estou indo!

Andei o mais rápido que pude sentindo uma dor de cabeça terrível junto com a dor no peito. Se o Rick estava machucado ou alguma coisa assim estava me afetando de novo por causa da conexão.

Suspirei aliviada assim que cheguei à porta da casa da Kate. Ela se abriu antes que batesse.

- Você está bem? – vi uma imagem embaçada da Kate a minha frente.

- Mais ou menos! – fui amparada por ela quando quase cai.

- Vem! – ela me levou ate o sofá. Estava tudo meio embaçado na minha visão.

Olhei o outro sofá vendo o Rick ali deitado. Levantei e andei ate ele, sentei na beirada do sofá e peguei seu rosto com uma das mãos.

- Ri? – no seu pescoço tinhas algumas marcas e ele estava sem a camisa mostrando um machucado no peito.

Eu não entendo! Eu sinto uma dor exatamente nos mesmos lugares onde estão os machucados dele, mas sem sangue ou algo que me deixe desmaiada.

- O que houve? – perguntei me virando para a Kate que me olhava preocupada.

- Aquele lobisomem apareceu de novo. – ela suspirou. – Eu não entendo! Era para você está exatamente igual a ele agora!

- Nem eu sei o que está acontecendo. – falei me virando para o Rick. – Ele vai ficar bem?

- Vai acordar logo! – foi o Jonny a responder descendo as escadas. – A flecha estava envenenada, mas não algo que vá mata-lo.

Passei a mão no seu rosto. Sua pele estava na mesma temperatura da minha e isso não é normal.

- Parece que a conexão foi rompida! – o Jonny falou.

- Isso de certa forma é bom. – a Kate falou dando um sorriso.

- Mas não estamos preocupados com isso. – o Jonny falou andando pela sala. – Acho que precisa ver uma coisa Claire.

Olhei para ele e depois para a Kate.

- O Rick vai ficar bem. – ele falou.

Suspirei e levantei vendo que minha visão já tinha melhorado e só estava sentindo uma dor de cabeça.

- Vem! Eu mostro! – o Jonny apontou para a escada.

Olhei para a Kate que assentiu. Apesar de não confiar nele o segui mesmo assim.

Ele foi ate uma sala no fim do corredor depois de subirmos as escadas.

- Acho que temos um problema! – ele abriu a porta estendendo a mão para que eu entrasse.

Entrei arregalando os olhos em seguida.

A mesma mulher que vi na outra noite. A ruiva de cabelos cacheados estava amarrada numa cadeira, com a boca tampada e pude ver pelo seu olhar a fúria.

- Ela tentou matar o seu Henrique! – o Jonny falou andando ate ela. – É bem malvada!

- E se o lobo vir atrás dela?

- É isso que vamos descobrir. – ele pegou o arco-flecha dela e olhou atentamente. – Não é minha querida? – perguntou se aproximando do ouvido dela.

Ela se agitou na cadeira rugindo de raiva.

- Acho que é um grande problema!

***

Felipe

Quando fui expulso da minha casa quando criança a Caroline não era tão esperta assim, ou pelo menos era isso que eu pensava.

Agora o que não entendi foi o fato da Liz ter ajudado ela e não ter me falado nada disso. Acho que mais uma vez fui enganado.

- A Liz? A médica? – perguntei.

- A Liz!

- Como assim ela te ajudou? Como achou o instituto?

Ela não respondeu tomando um gole do seu café.

- Caroline, responde! – falei irritado.

- Fez um feitiço de localização. Falou algumas coisas e só. Eu ia falar com você lá, mas a Juliana me enganou e acabou indo primeiro!

- Onde conheceu a Liz? E a Juliana? E como ela te enganou?

- Uma pergunta de cada vez, por favor! – ela deu uma risada e eu fechei a cara.

- Conheci a Liz no hospital em uma das minhas visitas. A Juliana foi... Em um dos ataques que aconteceu por aqui.

- Como assim nos ataques? – ela era detetive por acaso?

- Trabalho na investigação de policia do Rio de Janeiro. Acabei topando com ela em um dos casos. Agora é trabalho da FEM pega-la já que é uma loba maluca e assassina.

- Você trabalha na investigação? É serio? – não sei por que não acredito.

- Sim! Já faz um tempo. – ela bebeu outro gole. – A Juliana não era suspeita, ate o dia que vi com meus próprios olhos.

Ela se apoiou nos cotovelos e passou a mão na franja que caia na testa.

- Ela não age sozinha, mas é a principal em tudo isso. Eu tinha feito um acordo com ela. – tomou folego para continuar. – Que ela parasse com os assassinatos e eu não a entregaria para a FEM.

- Fez um acordo com uma assassina? Que tipo de policial você é?

- Do tipo que protege a sua população!

Dei uma risada não acreditando no que estava ouvindo.

- Ela falou alguma coisa sobre lapide e... Sobre os elementos.

 A olhei com atenção me interessando agora.

- Eu falei sobre você e ela disse que a única maneira de parar um sacrifício só pode ser feita por um dominador. Felipe, os sacrifícios são feitos para evitar uma coisa pior que está por vir. Algo grande e poderoso.

- O que, por exemplo?

- Eu não sei!

- E quanto a Liz? Por que te ajudar? – essa parte ainda me deixou confuso.

- Sou sua irmã. Qual o problema de querer me reaproximar de você?

- Depende do que você quer. E no meu caso, não quero uma irmã agora.

- Você é sempre assim com todo mundo? Fica tentando afastar as pessoas de você?

- Geralmente são elas que pedem para a FEM me levar. – dei um sorriso sarcástico.

- A culpa não foi minha, Felipe! A nossa mãe sempre foi assim, nunca aceitou o fato de você ser diferente, mas eu tenho certeza que se ela te ver agora, ver como está perfeito, único, ela vai pedir perdão.

Não segurei o riso que saiu. Ela me olhou confusa.

- Não quero perdão dela nem de ninguém! Quero que me deixem em paz. E quanto a ser perfeito, único... Não tem me ajudado muito.

- Eu quero ajudar!

- Chega! O que me interessa que você sabe da loba maluca e vai me contar.

Ela assentiu e eu suspirei.

- Você falou sobre os sacrifícios serem feitos porque tem algo pior vindo, e o que mais ela te falou?

- Mais nada! Mas de algo eu tenho certeza: os únicos que podem parar tanto os sacrifícios como o mal que está por vir são vocês. Os quatro elementos!


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam??
Tenho alguns leitores invisíveis e mais uma vez eu peço que deixem opiniões, pois isso é muito importante para mim e eu fico muitoooo feliz.
Podem criticar, elogiar e ate deixar um "gostei"! que já é o suficiente.
Obrigado e ate semana que vem!
bjuss



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