Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 8
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Notas iniciais do capítulo

OII!! Gente me desculpe não ter postado ontem, mas não dormi em casa e só pude terminar hoje. Como foi a semana de vocês? Espero que ótima, como a minha! :D
Bom, hoje tem foto do personagem que resolveu dar o ar de sua graça por aqui!
Cheia de surpresas o capítulo de hoje e personagens novos na área. Espero que gostem e deixem sua opinião.
Beijão e ate depois queridos!
Boa leitura!



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Voltar ao instituto foi bom, na verdade foi ótimo! Eu me sinto melhor só de estar aqui.

Tirando o Rick que parecia um pouco incomodado com minha presença os outros estavam extremamente felizes com a minha volta.

Não tinha mudado muitas coisas por aqui, a não ser o Rick e Claire que parecem estar se dando bem, bem ate demais e...

– Oi! – dei um pulo da cadeira assustado.

Olhei para frente encontrando uma garotinha bem bonita. Cabelos castanhos, compridos, uma franja caindo na testa, à pele pálida com as bochechas rosadas.

Não me lembro de ter crianças por aqui, então mais uma coisa que mudou.

– Oi! – respondi me agachando para ficar mais ou menos da sua altura.

– Você é o Felipe né? – ela perguntou me encarando.

– Sou sim! E você é? – perguntei olhando sua roupa delicada. Um vestido vermelho e sapatilhas.

– Lucy! – ela sorriu.

– Muito prazer Lucy!

– O Rick disse que você vinha! – o Rick?

Assenti e sorri.

– Seus olhos são tão bonitos! – ela se aproximou mais me olhando com atenção. Soltei um sorriso.

– Obrigado! Os seus também! – olhei os seus olhos notando que eram castanhos claros.

– Não desse jeito! Eu gosto mais assim! – ela fechou os olhos.

Os abriu e eu quase caí para trás. Estavam vermelhos vivo. Meio assustadores no rosto de uma menina tão linda.

Fiquei em silencio ate ela voltar ao normal.

– A Lucy está aqui desde aquela noite com o problema com a Jeniffer! – o João explicou entrando na sala dele onde estávamos.

Assenti olhando a garota que havia voltado ao normal e só tinha um sorriso encantador no rosto.

– A Lucy acabou se transformando e aqui está! – o João se aproximou passando a mão no cabelo dela. Ela o olhou e sorriu.

– Posso ir falar com a mamãe? – ela perguntou ao João.

– Claro querida! Vai lá! – ele sorriu.

– Tchau Felipe! – ela se virou para mim.

– Tchau! – sorri.

Ela correu saindo e fechando a porta em seguida.

– Era a garota do sacrifício? – perguntei.

– Exatamente! Agora eu e a Claudia somos pais! – ele deu um sorriso.

– Eu percebi!

...

Sai da sala do João depois que conversamos bastante. Fui ate o meu “quarto” improvisado.

Era bom estar de volta nele, tinha algumas coisas minhas e isso é bom.

Resolvi tomar um banho para tirar o cheiro de hospital. Fiquei um tempo só deixando a água cair sobre meu corpo.

Existiam tantas perguntas na minha cabeça, tantas coisas que eu gostaria de apagar e de voltar no tempo para desfazer. E definitivamente não tenho muita sorte, nunca tive muita sorte e a pouca que me resta sempre me escapa.

Às vezes eu me pergunto como minha vida seria se eu não fosse... Eu! Se não fosse o dominador, o que todos esperam tanto a todo o momento, coisas que eu não consigo fazer.

Como eu disse antes: sem sorte!

Acabei meu banho e me enrolei na toalha. Fiquei olhando no espelho e realmente meu cabelo estava de dar medo. Preciso de um corte urgente! Peguei a tesoura no armário e comecei a cortar. Eu sempre faço isso quando me dá vontade de cortar e quando é preciso.

Depois do meu trabalho ruim, me olhei no espelho e sorri satisfeito. Até que não estava muito ruim. Ficou meio espetado exatamente como eu gosto.

Vesti a calça jeans e parei em frente ao espelho de novo.

Virei o meu braço e olhei a marca estampada nele. Realmente ela tinha mudado, parecia maior e com alguns símbolos diferentes como se tivesse formando um...

Levantei o rosto e olhei o espelho de novo. Estava embaçado por causa do vapor. Olhei com mais atenção e vi um vulto ali perto do boxe atrás de mim. Virei-me e não tinha nada.

Relaxei o corpo e sai do banheiro ainda olhando para trás. Olhei para a cama e quase escorreguei-nos próprios pés quando a vi.

– Quem é você?

***

Claire

Apaguei a luz e me deitei a fim de dormir muito. O dia foi bem agitado e acho que a volta do Felipe promete!

Tudo estava voltando ao normal por aqui, tirando o fato da Bia ainda estar no hospital e ainda termos um assassino em serie lá fora ou a Kate ter ficado louca de deixar aquele hipócrita na casa dela, estava tudo certo!

Eu ainda não acredito que o Jonny queira nos ajudar assim! Talvez ele esteja dando um de bonzinho porque pretende alguma coisa com a doida da Jeniffer.

Eram tantas coisas na minha cabeça que nem sei por onde começar a ficar preocupada por completo.

Pelo menos uma coisa boa estava acontecendo: o Rick! Dei uma risadinha só de pensar nele.

Isso está ficando serio e eu preciso fugir antes que me prenda demais. Ou será que isso já aconteceu?

Maravilha Claire! Por mais que eu goste dele, eu sei que é roubada... Ou não!

Aí que confusão na minha cabeça! Prefiro não pensar em nada disso. Só dormir...

Quase pulei da cama quando ouvi duas batidas rápidas na porta. Soltei um suspiro e me sentei na cama.

– Quem vai ao quarto dos outros uma hora dessas? – sussurrei para mim mesma.

Levantei olhando minha roupa no escuro: uma blusa transparente, short quase do mesmo jeito e o cabelo bagunçado.

Passei a mão no cabelo e abri a porta devagar.

Arregalei os olhos e forcei para fechar a porta e ele me impediu me puxando para fora.

– Eu falei que queria dormir em paz hoje! Que parte você não entendeu?

– Como vai dormir bem sem mim? – ele se aproximou.

– Rick, não! – quase gritei entrando de novo.

– Claire! Eu não consigo dormir! – ele falou segurando a porta.

Eu não acredito que o Rick está fazendo isso! Preciso me livrar dele.

– Para Claire! – ele empurrou a porta me vencendo na força.

Conseguiu entrar e fechou a porta.

– Eu quero dormir! – falei.

– E eu não consigo dormir. Não paro de pensar em você!

Revirei os olhos e fui abrir a porta para jogar ele pra fora.

Ele segurou meu braço e deu um sorrisinho. Encurralou-me na porta e se aproximou.

– Como você é chato! – falei virando o rosto.

– Ah... Você ama esse chato, não é? – ele beijou minha bochecha.

– Não! Te odeio!

Ele soltou uma risada e virou meu rosto com uma das mãos para poder me olhar.

– Não odeia mesmo! – ele se aproximou ficando a centímetros do meu rosto. Deixando sua respiração bater na minha pele.

Engoli seu perfume e me xinguei por dentro.

– Odeio! – passei os braços no seu pescoço e o puxei colando nossos lábios.

Afastei-me da porta e o joguei em cima da cama e subi sentando no seu colo. Voltei a beijá-lo, passando as mãos ate alcançar seu cabelo.

– Você pode ficar. – ele deu um sorriso. – Mas... Só se for pra dormir!

– Como você pensa mal de mim! – ele soltou uma risadinha.

– Sei! – lhe dei outro beijo e sai de cima dele deitando.

Ele deitou me abraçando por trás e suspirou.

– Sabe Rick... Eu não penso mal de você, eu sinto! – remexi comprovando isso.

Ele me soltou e caiu na gargalhada.

– Fazer o que se você me deixa assim! – ele me abraçou de novo.

– Adoro esse meu poder! – sorri.

– Eu também! – ele riu e depois beijou o meu pescoço. – Boa noite!

– Boa noite!

***

Felipe

Fiquei olhando a mulher sentada na minha cama. De verdade, eu não faço idéia de quem seja!

Ela tinha a pele morena clara, cabelo castanho com algumas mechas loiras e bem lisos, um franja caindo de lado e um sorriso um tanto malicioso, assim como o seu olhar em mim.

Olhei para mim mesmo notando que estava só de calça jeans e que minha blusa estava meio longe.

– Quem é você? – voltei a perguntar e ela suspirou cruzando as pernas.

Estava usando uma calça preta colada, blusa prateada com brilhos e um salto de dar ate dor só de olhar.

– Juliana! É um prazer dominador! – ela sorriu mostrando os dentes brancos e bem alinhados.

Bom, eu tinha que ficar calmo! Uma garota que nunca vi, sabe que sou o dominador e sabe do nosso “lar secreto”.

Fiz uma expressão confusa e ela se levantou vindo na minha direção.

– Foi um pouco difícil de encontrá-lo aqui! Mas tive uma excelente ajuda e pelo visto você não faz idéia de quem eu sou! – ela se aproximou mais e eu recuei ficando encurralado na parede. – Não é mesmo mentira o que me disseram! – ela me analisou de cima a baixo. – Você é perfeito!

Engoli em seco ouvindo seu coração que batia um pouco acelerado.

– O que você quer? – foi só o que veio na minha cabeça. Ela deu uma risadinha e se aproximou mais chegando perto o suficiente do meu pescoço para sentir o meu perfume fazendo minha pele se arrepiar com a sua respiração.

– Bom... Agora que eu te vi... Muitas coisas! Podemos negociar!

Revirei os olhos e virei o rosto notando uma cicatriz no seu rosto.

– Vou perguntar de novo: o que você quer? – falei.

– Sua amiga vampira tem algo que me interessa! – ela falou andando para o lado para me analisar.

– O que ela tem? – perguntei a seguindo com os olhos.

– Um pedaço de uma lapide poderosa! – falou. – Uma lapide que eu preciso muito!

– Pra que?

– Sabe, Felipe, eu fui enviada para realizar os sacrifícios que você está vendo aqui na sua cidade. Agora preciso dessa lapide para terminar!

– Sacrifícios? – perguntei logo me lembrando a que ela se referia. As mortes, os assassinatos. – São assassinatos! Então é você quem está os fazendo?

– Sacrifícios vêm para o bem! E eu só faço porque sei o que vira depois!

– Você é um mostro! Uma assassina! – não medi as palavras.

– Sou apenas uma seguidora! – ela falou com naturalidade.

– Você é louca! Completamente louca! – me virei segurando seu braço.

Ela me olhou um pouco surpresa.

– Se depender de mim, eu mato você por ter causado tanta dor a tantas famílias! – apertei mais seu braço.

– Solta! – ela exigiu.

– E foi bom você ter poupado meu tempo vindo ate aqui! – girei seu braço e bati com o seu corpo na parede segurando seu pescoço. – Menos trabalho para mim!

– Solta! – ela repetiu.

– Assassina! – falei segurando com mais força tirando o seu corpo do chão.

– Solta agora! – ela gritou dessa vez, mas com uma voz grossa e estranha.

Seus olhos se arregalaram e mudaram de cor rapidamente ficando cinza, como de um felino. Ela não só gritou como depois abriu a boca soltando um rugido mostrando os dentes que havia se transformado em presas afiadas.

– Ah não! – tirei seu corpo da parede e a atirei rumo à janela, onde ela bateu fazendo um barulho alto.

Ela se levantou andando na minha direção. Ouvi barulho dos seus ossos se quebrando e eu sei exatamente o que aquilo significa.

Suas unhas das mãos se transformaram rapidamente em garras, e ela estalou o pescoço algumas vezes.

Dei alguns passos para trás, ate chegar à porta e abri-la rapidamente. Sai correndo pelo corredor, pois sabia que ela me venceria facilmente transformada, e ainda mais que acabei de sair do hospital.

Olhei para trás e tentei correr, ainda mais quando vi o lobo grande e cinza vindo na minha direção. Não sei como ela conseguia se transformar com aquele salto enorme. Não deu tempo de correr.

Senti seu peso em cima de mim assim que cai escorregando um pouco no piso.

Ela bateu a pata no meu pescoço me prendendo ali e aos poucos foi voltando, ficando apenas com as garras nas mãos e os olhos cinzentos.

– Você vai me dar o que eu quero! Ou será que vou ter que matar alguém que ama?

Engoli em seco. Seria o meu fim!

– Eu quero a lapide o mais rápido possível. Ou algum dos seus amigos terá de morrer!

Soltou-me e quando me sentei apenas vi a janela meio aberta. Ela se foi.

Eu só não entendo o porquê dela mesma não ter ido atrás da Kate, já que afirmava que ela está com a tal lapide.

Fiquei sentado colocando minha respiração em ordem. Quem tinha falado pra ela sobre mim? Como ela encontrou o instituto? E por que eu? Se existe os outros!

Acho que simplesmente era a minha maldita sorte vindo de novo.

***

Rick

Acordei com a claridade me incomodando. Virei de lado e encontrei a Claire num sono sereno.

Eu confesso que queria ficar só olhando ela dormir e não ter que sair dessa cama, mas o dever está me chamando.

Hoje era meu dia de ir treinar com a Lucy e acho que ela me mataria se eu me atrasasse. Ela conseguia ser mais chata que a Claire quando se trata de horário. E olha que ela ainda é só uma criança. Tirado a parte de que não vai mais crescer...

Bom, eu tinha que ir antes da Claire acordar, porque não ia conseguir sair depois.

Suspirei e me aproximei beijando a sua testa.

Levantei e vesti minha camisa, calcei o tênis e me olhei rapidamente no espelho. Abri a porta e fechei com todo cuidado para ela não acordar.

Fui para o meu quarto torcendo para não entrar e dar de cara com o Alisson e a Aline sem roupa. Dei sorte, pois só estava o Alisson dormindo.

Entrei no banheiro e escovei os dentes e fiz tudo o precisava antes de sair. Ele nem acordou quando sai. Eu agradeci por isso.

Fui ate a quadra onde a Claudia e a Lucy estavam sentadas fazendo alguma coisa importante.

Aproximei-me delas e sorri assim que me olharam.

– Como você é atrasado! – a Lucy reclamou.

– Desculpa Lu! – beijei o alto da sua cabeça.

– Você vai querer ajuda Rick? – a Claudia perguntou me olhando.

– Não precisa não Claudia! Eu e a Lucy nos damos muito bem! – falei piscando para a Lucy.

– Tudo bem então! Vou só assistir vocês dois! – ela falou indo se sentar na arquibancada.

A Lucy se levantou e parou na minha frente esperando alguma coisa ou ação minha.

– Pronto Ri? – perguntou.

– Já nasci pronto Lucy! – fechei as mãos em punho e senti o fogo brotar delas.

– Pois eu também! – ela retrucou dando um sorrisinho.

Ela avançou para cima de mim já com os olhos vermelhos e a pele pálida. Esperei paciente ate ela pular no ar vindo me atacar com um chute.

Apenas segurei seu pé com a mão direita e sem dó a lancei do outro lado da quadra. Ela bateu na parede e se levantou rapidamente vindo de novo.

Dessa vez não esperei por ela, fechei as mãos em punho e corri também na sua direção.

Estiquei as mãos antes de alcançá-la e atirei o fogo sem dó de acertá-la. E foi o que aconteceu.

O fogo pegou em cheio a atirando para trás.

O que mais me doeu foi o grito que ela deu caindo no chão. Eu estava fazendo exatamente como a Kate tinha dito, mas fiquei morrendo de raiva de mim por isso.

Parei ao seu lado a agachei pegando sua mão.

– Desculpa Lucy! Eu não queria te machucar! – falei desesperado.

– Está tudo bem Rick! – ela me olhou. – Você é melhor que eu!

Suspirei aliviado vendo que estava tudo certo com ela.

– Mas não por muito tempo! – falando isso ela se levantou e não deu tempo de reagir. Só senti seu pé bater no meu nariz e com toda a força meu corpo ir para trás ate bater na grade de proteção onde a Claudia levou um susto.

Uma dor chata começou onde ela havia me acertado. Eu me sentei e coloquei a mão no nariz sentindo a dor aumentar.

– Tudo bem? – ela gritou lá do meio da quadra.

Fiz que sim com a cabeça e torci meu nariz para o outro lado o colocando no lugar com um estalo.

– Ela está ficando cada dia mais forte! – a Claudia comentou se aproximando de mim.

– Eu senti isso! – suspirei me levantando vendo tudo girar.

Balancei a cabeça a fim de votar ao normal e andei lentamente ate onde a Lucy me esperava.

– Aí pirralha, agora você tem que ficar esperta, porque quase quebrou meu nariz! – reclamei quando cheguei perto.

– Quem manda ser um lerdo! – ela sorriu.

– Vou te mostrar o lerdo!

Corri na sua direção para me vingar do seu golpe.

...

Foi tudo bem tranqüilo, ou quase. A Lucy era muito boa e seria perfeita numa batalha por ter o privilegio de ser pequena e poder fazer seus ataques surpresas sem que a gente veja.

Uma vantagem e tanto em minha opinião. Já que fui derrotado varias vezes!

Estou cansado depois dessa. Vou deixar essa parte de luta com a Kate, mesmo sabendo que ela pode ter ficado doida depois de colocar aquele sanguessuga dentro da casa dela.

Acho que ou o Jonny tem um poder de arrasar ou seu charme é impecável.

Talvez ela só precise de ajuda para enxergar que está fazendo uma loucura colocando esse doido na casa dela.

...

A Lucy tinha ido com a Claudia e eu resolvi treinar um pouco de boxe, acho que só por diversão mesmo.

Tirei a camisa e coloquei minhas luvas, comecei a socar o saco de boxe e me senti bem com aquilo.

Eu acho que deixo toda a minha força quando fico fazendo isso. Desconto minha raiva, fico ate menos sedentário.

Continuei a todo vapor e olhei para chão assim que ouvi o barulho da água. A garrafa cheia rolou ate parar no meu pé.

Olhei para cima e ele deu um sorriso.

– Descontando raiva ou só treinando mesmo? – perguntou.

– Os dois! – respondi me abaixando e pegando a garrafa.

– É sempre bom! – ele estava encostado na parede.

– É verdade! – abri e bebi alguns goles.

Olhei para ele atentamente e notei alguma diferença. Tirando o cabelo que ele havia cortado e agora estava mais arrumado, tinha algo diferente nos seus olhos. O verde parecia mais escuro, ou algo assim.

– Tudo bem Felipe? – perguntei jogando a garrafa de volta para ele.

– Acho que sim! – ele levantou o braço pegando a garrafa no ar.

Dei de ombros e voltei a socar com toda força. Não que isso me deixe preocupado, mas tinha algo de errado com ele.

Parei e me aproximei um pouco enquanto ele me observava em silencio.

– Tem certeza? – perguntei de novo.

Ele suspirou e agora sim tive certeza que estava escondendo alguma coisa.

– Olha, você pode falar comigo! Posso tentar ajudar. – falei tirando as luvas.

– Vocês estão procurando a pessoa que está causando todas essas mortes, não é?

Assenti me interessando pelo assunto.

– O que tem? – seria impossível ele saber, já que estava mofando no hospital e acabou de sair.

Enquanto a gente esteve procurando e não encontramos nada!

Ele se desencostou da parede e me encarou falando em seguida:

– Eu sei quem é o assassino!

***

Felipe

Ele arregalou os olhos e sua boca se abriu como se já soubesse o que eu ia falar.

– Isso é impossível! Você acabou de sair do hospital e já... – ele suspirou e passou a mão no cabelo molhado.

– Você tem razão! – concordei. – Ontem à noite, eu descobri.

– Você saiu procurando e simplesmente achou? – ele parecia indignado por isso.

– Na verdade, foi o seu assassino que veio ate mim! – contei.

– O que?

– É uma garota! Não sei se está tendo ajuda, mas ela revelou que está fazendo sacrifícios pela cidade e que precisa de tal lapide que está com a Kate! – franzi a testa me sentindo um idiota.

– Uma garota?

– Uma lobisomem! – revelei. – Ela descobriu o instituto e eu não faço idéia de como me achou e nem porque, mas veio falar comigo ou quase tentar me matar!

– Você está me dizendo que a assassina em pessoa veio aqui falar com você? – ele parecia mesmo indignado.

Fiz que sim com a cabeça e ele suspirou.

– Se ela quer mesmo a tal lapide, vai voltar ou vai atrás da Kate! - falei.

– Acho difícil com aquele sanguessuga enfurnado lá!

– Quem? – ergui uma sobrancelha.

– O jonny! Pensei que ela tinha te falado que ficou louca e resolveu deixar o Jonny como hospede!

– A Kate fez isso? – olhei surpreso.

– Fez! E com a maior cara de pau possível!

Neguei com a cabeça e dei alguns passos andando em circulo.

–Então isso só quer dizer... Que a garota vai voltar aqui, atrás de você! – ele falou me olhando.

– Preciso estar esperando!

– Nós precisamos estar esperando! – ele me corrigiu e eu o encarei.

Ele deu um sorriso tímido e deu de ombros.

– É nosso assassino!

...

Talvez o Rick tenha razão. Talvez tenha sido por isso que a tal Juliana não foi à casa da Kate. Se o Jonny está mesmo lá, tudo se complica.

Ele é forte e junto com a Kate fica quase impossível para uma loba sozinha ir enfrentá-los.

Fico ate feliz por saber que o Rick quer ajudar e se preocupa. Ou quase isso!

Sai do instituto com vontade ir falar com a Kate, mas acho que seria impossível controlar minha raiva com o Jonny lá. Decidi então, ir ao hospital ver a Bia e quem sabe depois vou lá na Kate.

Sem a minha moto, só me restava o ônibus mesmo, afinal de contas eu preciso de um emprego, uma moto nova e algumas roupas também.

Não tenho muita sorte e muito menos paciência.

...

Depois de ficar no transito, finalmente consegui chegar ao hospital. Só precisei de alguns documentos e convencer o recepcionista.

Consegui entrar e fui direto ao quarto da Bia.

Abri a porta devagar e não tinha ninguém ali, além dela.

Cheguei perto da cama notando que alguns tubos tinham sumido e ela parecia mais corada.

Fiquei feliz por isso.

– Oi B! – peguei sua mão. – Como você está hoje? Parece bem melhor!

Sua temperatura tinha ficado mais quente e isso definitivamente era ótimo! Acho que ela vai ficar bem logo.

– Você vai sair logo daqui Bia! Tudo vai ficar bem!

Olhei a porta assim que ela se abriu.

– Que bom que você veio Felipe! – era a Liz com um sorriso animador no rosto.

– Bom te ver!

– Eu tenho uma noticia ótima, mas acho que você percebeu! – ela olhou para a Bia.

– Ela melhorou não é? – sorri.

– Demais! Desde ontem que você veio aqui, ela teve uma excelente melhora! – ela sorriu. – Felipe, vocês tem uma ligação incrível! Só a sua presença já a ajudou demais.

– Nossa Liz, eu fico tão feliz de ouvir isso que você não tem idéia! – sorri feliz.

– Eu quero você aqui todos os dias. Pois só com a sua presença ela pode se recuperar muito.

– Claro! Vou estar aqui todos os dias!

– Isso é ótimo!

...

Eu fico extremamente feliz de saber que a Bia se recuperou só com a minha presença, afinal eu quero mesmo ajudar, mas antes não fazia idéia de como fazer isso e agora só de vir aqui, conversar, tocar nela já é uma ajuda e tanto.

Foi bom ser útil para alguma coisa e isso é ótimo para ela.

...

Fiquei um tempo conversando com a Liz e mais um tempo com a Bia. Era bom ficar bem perto dela assim e ainda mais sabendo que estava ajudando.

Sai do hospital feliz e me sentindo melhor ainda. As preocupações foram substituídas pela minha felicidade.

Parei na recepção para devolver o crachá que visitante tem que colocar.

– Amanha estou de volta! – falei ao garoto da recepção.

– Fico feliz! Volte! – ele era bem educado.

– Volto sim! – sorri indo à saída.

– Ei! Espera ai! – ele gritou para mim.

Virei-me e ele vinha correndo ate mim.

– Já estava me esquecendo! – ele tirou um papel do bolso. – A garota pediu para te entregar isso! Não se preocupe que eu não li!

Olhei o papel meio amassado.

– Que garota?

– Ela veio aqui enquanto você estava lá dentro. Disse que se chamava... Caroline!

– Caroline? – eu não fazia idéia de quem é. Mais problemas não! Por favor!

– Isso mesmo! – ele sorriu.

– Tudo bem! Obrigado!

– Por nada! – ele voltou correndo para a recepção.

Suspirei e abri o papel. Tinha alguma coisa escrita com uma letra bem bonita e formal:

“Encontre-me na praça aqui em frente!”

Acho que ela não ia me matar perto de tanta gente. Resolvi ir.

Cheguei à praça e olhei em volta procurando alguém com olhar assassino pra mim ou algo do tipo. Não tinha nada de normal, só alguns casais, crianças e idosos.

Fiquei na praça quase criando raízes de tanto esperar. Já estava desistindo ate ouvir alguém tossir bem próximo de mim.

Virei-me encontrando uma garota um pouco alta, pele clara com as bochechas rosadas, os lábios em traços delicados, cabelos castanhos escuros e lisos bem compridos, os olhos verdes, extremamente verdes e bonitos.

Não sei por que senti algo familiar no seu olhar e sorriso.

Ela sorriu como se tivesse aliviada, ou como se tivesse encontrado um brinquedo perdido.

Aproximou um passo e falou dando em seguida um sorriso malicioso:

– Lembra-se de mim irmão?


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Alguém lembra da Caroline lá do primeiro capítulo da primeira temporada?
Capítulo que vem tem revelações muito importantes.
Felipe voltando com tudo, hein galera! rsrsrs
Foto foi da personagem Juliana que promete dar uma boa dor de cabeça!
Mas, enfim espero que tenha ficado bom e desculpem pelos erros!
beijão



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