Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 5
Noite de Lua Cheia


Notas iniciais do capítulo

OLÁ QUERIDOS!!
Infelizmente não deu para postar quarta-feira! :(
Não deu tempo de escrever e também eu não estava me sentindo muito bem, mas aqui está hoje! Terminado e bem grande o capítulo.
Semana que vem volta minhas aulas e estou chorando aqui por isso. Triste fim!!! Um minuto de silencio pelas férias
...
Bom, vou continuar postando nas sextas, a não ser que tenha imprevisto ai não dá!
Os gifs que prometi para minha leitora linda vão ser colocados quando o capítulo tiver a ver com love! Hoje tem foto do personagem e mais uma vez devo lembra-los que as fotos vem com símbolos e uma frase indicando o enigma do personagem.
Espero que curtam o de hoje e um beijão, ate semana que vem!
Boa Leitura!!! ;DD



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Ele me olhou um pouco surpreso e nada disse. A Claire olhou para ele e depois para mim esperando uma resposta.



– O que você está fazendo aqui? – perguntei.


– Eu é quem pergunto isso a vocês! – falou dando um sorriso sínico.

–Se conhecem? – a Claire perguntou.

– Digamos que sim! – respondi olhando brevemente para ela. – Vou perguntar de novo: o que está fazendo aqui?

– Estou apenas de passagem. – ele falou.

– Apenas de passagem numa cena de crime? Que irônico! – falei.

– Você tem razão! Passando para procurar pistas!

– Desculpe informar, mas o papel de detetives do mês já foi ocupado por e a minha parceira aqui! – apontei para a Claire.

– Vejo que fez uma troca de parceira. – ele deu alguns passos. – Já que a Bianca não é mais útil em uma cama de hospital, você tratou logo de conseguir outra garota. E devo admitir que tem um ótimo gosto! – deu um sorriso malicioso para a Claire.

Serrei os punhos de raiva. A minha vontade é ter avoado ate a sua garganta, só não fiz isso pela Claire que segurou meu braço.

Ele soltou uma risadinha e andou para mais perto de nós.

– O que você está procurando? Sabe alguma coisa sobre os ataques? – a Claire perguntou.

– Não se preocupe, eu não quero prejudica-los. Estou aqui por outro motivo. – ele suspirou. - E quanto aos ataques eu sugiro que procurem outro dia. Hoje não é a melhor ideia ficar por aqui, principalmente em noite de lua cheia! – ele apontou para o céu e todos olhamos vendo a lua brilhar forte. - A menos que tenham balas de prata vocês podem arriscar e ficar para conhecer uma verdadeira matilha em noite de lua cheia!

***

Claire

– Então tem mesmo uma matilha aqui? – perguntei.

– Não especificamente aqui. Estão de passagem, eu acho. – o garoto falou remexendo no cabelo castanho claro. – Talvez estejam atrás de quem está matando por impulso!

– O que sabe sobre eles? – o Rick parecia um pouco irritado.

– Não muita coisa. Não sou um lobisomem como pode ver. – ele deu de ombros. – Mas uma coisa importante eu sei: é melhor irem embora antes que eles apareçam por aqui!

– Se realmente são tão perigosos na lua cheia o que você está fazendo aqui e ainda por cima sozinho? – perguntei lhe encarando.

– Só queria me certificar de uma coisa. – ele deu uns dois passos ficando mais perto de nós. Pude notar que seus olhos tinham assumido o tom natural. Eram castanhos, quase cor de chocolate. A sua pele clara fazia um contraste perfeito com os cabelos espetados castanhos.

Alguma coisa nele me chamava à atenção, não o fato de ele ser extremamente bonito, mas algo ali nos seus traços me era familiares.

– É Henrique? Não é? – ele perguntou olhando o Rick.

– É sim! E você se me lembro bem é o Erick! – o Rick respondeu dando um sorriso de “não gosto de você desde o primeiro dia”.

– Tem uma ótima memoria! – ele falou.

– Eu tenho!

– Desculpem o mau jeito! Só estava tentando me proteger e quando me transformo tudo fica um pouco fora de controle! – ele explicou meio sem graça.

– Selvageria a flor da pele! – o Rick falou rindo.

– Estamos procurando quem está fazendo tantos ataques. – falei.

– Eu fiquei sabendo sobre tantas mortes, mas não estou aqui por isso. – falou.

– Por que está então? – o Rick perguntou.

Ele ficou em silencio nos encarando. Pude ter certeza de o que conhecia de algum lugar, apesar de não me lembrar dele, mas...

Eu e o Rick nos olhamos e logo todos nós nos viramos para os fundos da casa de onde saiu um barulho de galho se quebrando.

– Estão aqui! – o Erick falou num sussurro. – Vão embora antes que seja tarde!

– Tá! Mas diz por que está aqui! – exigi.

– Vão embora! – ele se virou correndo para o outro lado da casa que dava direto para uma mata.

Olhei para os fundos da casa vendo algumas sombras ali perto.

– Vem! – segurei a mão do Rick e o puxei indo na mesma direção que a do garoto.

Começamos uma corrida rápida seguindo ele que não era tão rápido na forma humana, mas isso não durou muito tempo. Ele deu um pulo para frente e vi seu corpo se transformar no mesmo felino enorme e a sua velocidade ficar ilegível, mas mesmo assim continuei correndo e puxando o Rick.

Nós tínhamos que descobrir o que ele estava fazendo aqui e o que sabia dos lobos.

A mão do Rick se soltou da minha e apenas ouvi sua voz ao longe gritando meu nome. Parei onde estava e definitivamente tinha perdido o Erick e o Rick. Dei meia volta e voltei a correr para ver se encontrava o Rick.

A mata estava confusa, parecia os mesmos lugares o tempo todo. Parei perto de um barranco e só foi o tempo de me virar e logo sai do lugar caindo dali mesmo.

Caí rolando o barranco batendo nas pedras, galhos ate parar e bater numa arvore. Balancei a cabeça e olhei em volta confusa sem saber onde estava.

Ouvi um baque perto de mim e botas pretas, olhei automaticamente para cima encontrando uma mulher alta, pele clara, cabelos médios e cacheados ruivos escuros.

– Que tal batermos um papinho? – ela disse com sua voz basicamente sedutora.

Arrastei para trás antes dela se mexer e me levantei já correndo. Corri olhando para trás e me arrependi disso.

Bati de cara em alguém e me virei levando um susto.

– É bom vê-la de novo dominadora!– era o mesmo cara que tinha atirado em mim outro dia. Agora pude ver mais seu rosto. Eram moreno, olhos escuros, havia cortado os cabelos e uma cicatriz perto do olho direito como se tivesse sido feita por garras.

Ele segurou meu braço e me atirou para o lado com uma força impressionante. Fui parar quando bati numa arvore e cai no chão.

– Indo em algum lugar? – já estava na minha frente.

– Na verdade, estava sim! – falei estendendo as mãos jogando uma rajada de ar fazendo o corpo dele bater numa arvore.

Levantei e corri mais uma vez. Passei por algumas arvores e fui impedida por alguém que segurou meu braço.

– Não vai sumir outra vez! – ele me virou para ver seu rosto e soltou um rugido alto mostrando os dentes.

Realmente eu preferia mil vezes estar assistindo a algum filme de terror do que ver isso. Seu rosto mudou rapidamente, ou melhor dizendo... Se transformado.

As orelhas ficaram maiores e pontudas, pelos surgiram em algumas partes do seu rosto, e os braços também. Os dentes cresceram se transformando em presas enormes assim como as unhas das mãos que viraram garras, os olhos ficaram meio esbranquiçados e as pupilas dilataram.

– Péssimo dia para sair à noite! – me derrubou e rapidamente passou cordas nos meus braços me prendendo a uma árvore. Vi a mulher andar parando do lado dele. Mas ela estava normal, sem nada de diferente.

– É humana... - falei quase que para mim mesma.

– Sim! Sou uma agente da FEM. – ela respondeu minha fala. – Assim como o nosso amigo aqui! – apontou para o cara que havia se transformado em um verdadeiro lobisomem de filme de terror.

– Por que está trabalhando para eles? – perguntei ao cara.

– Fizemos um trato. Eles param de caçar lobisomens e eu os ajudo a encontrar mutantes ou matar os assassinos. – ele falou com uma voz mais forte e grossa.

– Como confia neles nesse ponto? Acha mesmo que vão parar?

– Eles vão! - ele lançou um olhar mortal para a mulher ao seu lado.

– Vão me matar? – não que isso seja medo, mas eles não me perseguiriam atoa.

– Claro que não querida! – a mulher respondeu se abaixando na minha frente. – Você é uma preciosidade e jamais machucaria você!

– Eu acho bom mesmo nem pensarem nisso! – ouvi a voz do Rick e suspirei aliviada. – Não querer me ver com raiva!

Ele caiu entre os dois e apenas abriu os braços fazendo as chamas brilharem e saírem atirando cada um para lados diferentes.

Agachou-se do meu lado e começou tirando as cordas.

– Tudo bem? – perguntou.

Assenti olhando brevemente para ele e voltei meu olhar para frente.

– Rick! – gritei, mas foi em vão. O cara já havia se levantado e num chute rápido e preciso ele acertou o Rick o jogando perto de uma pedra.

Levantei-me e antes que pudesse fazer qualquer movimento ouvi o barulho de algo sendo atirado na minha direção e foi o tempo de me virar e segurar a flecha que vinha direto no meu rosto.

– Ótimo reflexo dominadora! – a ruiva de cabelos cacheados falou sorrindo. – Mas não é o suficiente!

Avançou na minha direção e a primeira coisa em que pensei foi: é só uma humana Claire!

Acho que pensei cedo demais!

Ela começou movimentos rápidos e únicos, eu diria. Artes marciais perfeitas que eu nem sabia que podiam existir e que alguém conseguisse fazer isso.

Tentei desviar o máximo possível, mas ela era boa. Olhei brevemente para o Rick e o lobo, lobisomem ou sei lá o que do outro lado lutando rapidamente também.

O lobisomem segurou torcendo o braço dele fazendo um estalo. Senti a dor vindo ao meu também.

A mulher aproveitou esse tempo para me acertar com um chute na barriga.

– Rick sai! – gritei, mas já era tarde. O cara o segurava pelo cabelo e fez a sua cabeça ir para frente a batendo com tudo na pedra.

Ouvi um gemido de dor vindo do Rick e uma dor me acertar logo em seguida. A minha mente girou e senti o sangue escorrer pelo meu rosto. Cai de joelhos sendo vencida pela dor.

Vi as botas da mulher ruiva perto de mim de novo, fechei os olhos por um instante e quando os abri ela não estava mais ali.

Olhei para cima e suspirei.

– Precisando de uma ajuda? – ela sorriu.

– Graças a deus Kate! – falei.

– Vou considerar isso um sim!

Seus olhos mudaram ficando vermelhos e as presas surgiram a deixando assustadora. Às vezes eu ate me esquecia de que a Kate ainda era a Kate.

Um rugido saiu da sua garganta atraindo a atenção do cara do outro lado. Ele olhou para ela como se pudesse a matar com os olhos. Bastou um segundo para soltar o Rick e vir na direção da Kate.

– Odeio lobisomens! – a ouvi dizer e logo ir para trás com o peso do cara.

Acho que estava tudo trabalhando muito lentamente dentro mim, pois minha visão não estava acompanhando a luta rápida entre eles. Somente vultos e rugidos baixos da Kate e outros altos e estranhos do cara.

O corte na minha testa estava fazendo uma poça de sangue ao meu redor. Senti uma mão quente no meu ombro e virei encontrando o Rick.

– Acho que nosso emprego de detetives acaba de ir por água abaixo. – ele falou.

Nós dois olhamos para a luta a nossa frente assim que ouvimos um grito agudo da Kate.

O lobisomem estava torcendo o braço dela e assim que terminou a pegou pelo pescoço e pressionou na parede de terra vermelha bem perto deles.

– Sabe quais as criaturas que eu mais odeio que vem primeiro do que lobos transformados? – ele falou. – Vampiros! Sugadores de sangue que não fazem outra coisa a não ser matar para sobreviver!

Ele jogou a Kate no chão colocando o pé na cabeça dela.

– Sabe loirinha... Você pode ser forte, mas não é o suficiente para vencer um lobisomem em noite de lua cheia e que já está por aqui por muito tempo! – ele pisou na cabeça dela que soltou um grito.

Vi um vulto passar perto de nós. Logo estava perto o bastante para tirar o lobisomem de cima da Kate e atira-lo longe. Os olhos de felino passaram por mim rapidamente e depois desviaram. Ele soltou um rugido como um tigre, leão ou sei la o que.

Era o Erick de novo. Ele ajudou a Kate a se levantar e quando dei por mim estava na minha frente com a mão estendida para me ajudar a levantar.

– Deviam ter me escutado! – falou. – Se apenas um lobisomem conseguiu fazer tudo isso com vocês, imagina se fosse uma matilha inteira? Estariam mortos!

Segurei sua mão e ele me puxou me colocando de pé. Olhei dentro dos seus olhos amarelados que foram ficando castanhos e senti como estivesse olhando para a...

– O que você é da Bianca? – falei sem prensar.

– Pergunta errada para o momento errado! – ele soltou minha mão e parou esperando o cara se levantar.

O lobisomem passou como uma sombra perto dele e quando olhei já tinha subido o barranco e só vi seus olhos cintilarem. Ele se agachou soltando um uivo alto fazendo meus tímpanos arranharem e fui obrigada a colocar as mãos tampando os ouvidos.

Logo sumiu deixando um silencio cair.

– Odeio noites de lua cheia! – ouvi a Kate reclamar.

– Mais um para minha lista negra! O cara que bateu a minha cabeça numa pedra pontuda! – o Rick falou.

– Devia tê-los deixado morrer! – o garoto falou.

– Você de novo! – a Kate falou se aproximando de nós.

– Um agradecimento seria um pouco mais gentil da sua parte vampira! – ele falou.

– Obrigado! – falei em voz baixa e vi ele se virar para me olhar.

– Tá legal! Chega de agradecimentos ao tigrão aí! – o Rick falou. – Agora alguém me responde o que esse cara realmente é? Porque eu fiquei assustado com essa cara dele de filem de terror!

– É um lobisomem original! – foi a Kate a responder.

– Pera ai! E os lobos bonitinhos que a gente lutou naquela noite com a Jeniffer?

– São lobos transformados! – o Erick respondeu. – Ou melhor, são pessoas transformadas por lobisomens originais!

– Como assim? – perguntei.

– Os lobisomens originais tem essa forma que vocês viram agora. Os lobos são pessoas que foram mordidas e assumem a forma de lobo! – explicou.

– Os lobos não recebem tanto efeito na noite de lua cheia quanto os lobisomens verdadeiros! – a Kate disse.

– Que coisa bizarra! – o Rick falou. – Agora será que podemos ir antes que o ator dos filmes de lobisomens de Hollywood volte para nos matar!

– Eu recomendo que vá mesmo! – o Erick falou.

– Pera ai! E você? O que está fazendo aqui? – a Kate perguntou ao Erick.

– Agora eu salvei sua vida e a deles! – ele respondeu.

– Vem conosco e aí podemos conversar! – falei me aproximando dele.

– Não, obrigado! Já tenho uma casa!

– Então diz o que você queria aqui? – o Rick perguntou.

– Quer mesmo saber o que vim fazer aqui? – o Erick perguntou olhando para todos nós.

O Rick deu de ombros e logo assentiu.

– Vim ter noticias da Bianca! – ele abaixou o olhar. – Só isso!

...

– Tem certeza de que estão bem? – a Kate perguntou pela decima vez depois que saímos da padaria.

O Erick sumiu enquanto voltávamos para casa, ele é mais rápido do que eu e o Rick juntos. Então eu, a Kate e o Rick viemos para a padaria dar um jeito no corte da nossa testa.

– Foi coisa demais para minha linda cabeça hoje! – o Rick falou segurando gelo no machucado.

– Eu quero falar com você depois a sós! Pode ser? – falei no ouvido da Kate.

– Pode sim! – ela deu um meio sorriso.

– Obrigado Kate! E desculpe também! – falei.

– Somos uma família Claire! – ela revirou os olhos. – Uma família estranha, é verdade! – sorrimos. – Mais ainda assim uma família que se preocupa e ama cada membro dela!

– As famílias estranhas são as melhores! – falei sorrindo.

– Ou quase isso! – o Rick nos abraçou por trás.

Sorrimos e depois ficamos nos olhando.

– Estou preocupada com o Felipe a Bia. – a Kate falou.

– Eles vão ficar bem Kate. – falei a fim de melhorar.

– E se não ficarem? O que vamos fazer? - ela perguntou.

– Nem brinca com uma coisa dessas! Eu me sentiria culpado ate a minha morte! – o Rick falou.

– Eu só quero que tudo fique bem! – falou.

– Acho que é o que todos nós queremos!

...

– Vai ficar aqui comigo hoje? – ele perguntou me olhando rapidamente.

– Não! Tenho o meu quarto!

– Para vai! Eu sei que você quer ficar aqui! – ele se aproximou me dando um beijo surpresa. Sua língua roçou na minha fazendo meu corpo se arrepiar. Apenas retribui como se tivesse sentido falta da sua temperatura quente perto de mim.

– Ainda não vai ficar? – ele fez uma carinha tão linda.

Revirei os olhos e sorri.

– Adoro sua companhia! – me deu um beijo rápido e foi para a cômoda.

– O que aquele garoto tem a ver com a Bia? – perguntei enquanto ele que procurava algum livro.

– Eu sei lá! Ele veio procurar por ela uma vez e agora de novo! – ele me olhou rapidamente e voltou sua atenção para as gavetas.

– O que ele queria?

– Da ultima vez disse que tinha a ver com a mãe da Bia! – ele pegou um livro. – Achei!

Virou-se sorrindo com um livro de capa preta.

– A mãe dela?

– É Claire! – se sentou do meu lado na cama dele. – Parece que a mãe dela resolveu procura-la agora de novo!

– Entendi. –abaixei o olhar. – Você acha que ele pode ser alguma coisa dela?

– Da mãe da Bia? – ele me olhou.

– É! - olhei também. – Ele me lembra a Bianca.

O Rick ficou em silencio refletindo e depois me olhou.

– Como um irmão?

Acho que ele entendeu o meu pensamento.

– É! Como um irmão!

***

Felipe

Ficar olhando o teto é mesmo um saco! Acho que o tempo não passa desse jeito. Aqui estou eu depois de mais três dias e nada de sair.

Minha vida consegue ficar pior a cada dia que passa. A Bia não mudou nada e se eu for contar desde o dia em que entramos aqui, já faz um mês e lá vamos nós sem nenhuma melhora.

Ouvi a porta se abrir e olhei automático vendo a Liz entrar com uns papeis nas mãos.

– Oi Felipe! – falou educada.

– Oi Liz! – eu já me acostumei de chama-la assim.

Ela mexeu na cama a fazendo inclinar me deixando quase sentado e isso definitivamente é ótimo.

– Eu não ia falar isso com você ate que recebesse alta, mas não tem jeito. Eu preciso.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntei.

– Seus exames.

– O que têm eles? – ela parecia preocupada ou alguma coisa do tipo.

– Eu mesma fiz os exames de sangue e... – ela suspirou. – Você possui um mínimo de H2O no sangue e mesmo assim as moléculas se multiplicam numa velocidade extrema e por isso acelera a cicatrização do seu corpo. Para uma pessoa normal esse tanto de H2O que você tem, não seria o suficiente para sobreviver. A espessura do seu sangue também é muito grossa e isso tudo só significa uma coisa: você é um mutante!

Fiquei em silencio olhando seu rosto com traços delicados, os olhos azuis preocupados e um vinco na testa de... Como se já soubesse.

– Por que não me disse? – perguntou.

– Não podemos contar todos os nossos segredos. – falei.

– Sabe Felipe, você não é só um mutante, é muito mais do que isso. Você é um elemento da natureza. – ela deu um sorriso. - E sabe o que eu devo fazer?

Neguei com a cabeça apenas pensando no que falar.

– Devo entrega-lo a FEM!

– O que? – falei automático meio surpreso.

– A FEM abriu uma nova busca aos quatro elementos e eu acabo de encontrar o dominador da terra!

***

Rick

Três dias se passaram e nada de novidades. Acho que o tédio está começando a pesar na minha cabeça.

Era como se o tempo estivesse sendo parado ou passasse lentamente. Todos me perguntavam o porquê de não ficar querendo saber noticia da Bianca e eu digo o porquê. Porque não quero vê-la indo embora. Na verdade não quero perde-la.

Acho que admitir isso é o mais difícil do que ate mesmo ver. Talvez esse seja o meu problema, admitir o sinto. Admitir o que realmente se passa dentro de mim.

– Você está distante hoje... – olhei para cima vendo a Claire com um sorriso tímido. – Posso saber onde está viajando?

Balancei a cabeça e me concentrei nela ali.

– Na maionese! – sorri.

– Você está bem Rick? – ela se inclinou para me olhar melhor.

– Preocupado! Na verdade, muito preocupado!

– Ela vai ficar bem! Tenho certeza!

– Como sabe que é isso? – olhei meio triste e ela deu de ombros.

– Quando você está pensando nela, quando está preocupado... Seu olhar muda. Você fica serio demais e isso não é normal vindo de você! - ela sorriu. – Você fica confuso!

Olhei dentro dos seus olhos e senti a dor da verdade batendo em mim. Como se o que eu ainda sinto pela Bia não me deixasse confuso!

– Acho que você anda olhando muito para mim, para poder saber tudo isso! – falei sorrindo.

– Eu confesso que ando mesmo te observando demais. Tem virado uma fraqueza minha! – vi suas bochechas corar de leve e ela sorrir timidamente mais uma vez. Estendi a mão e acariciei seu rosto.

– Sabe por que me sinto confuso? – ela balançou a cabeça devagar. – Por que o que eu sinto pela Bianca agora é apenas preocupação, porque o que eu sentia antes por ela... Tem outra pessoa tomando esse lugar... – sorri. – E ela é linda, teimosa, amiga, tem um perfume maravilhoso e é muito deliciosa! - dei um sorriso malicioso.

– Pode para com seus elogios, eu já disse!

– Quem disse que estou falando de você? – fiz uma careta.

– Não está? – ela ergueu uma sobrancelha.

– Hum... – me aproximei mais dela. – É! Estou!

Ela sorriu e eu retribui ficando a centímetros do seu rosto.

– Você confundi meus sentimentos senhorita Claire!

– E você me deixa louca, literalmente! – ela sorriu se aproximando para um beijo que senti falta.

Levantei devagar e passei uma das mãos segurando sua nuca e a outra desci a puxando pela cintura. O que eu sinto pela Claire? Eu não sei. Mas é bom estar perto dela e ate mesmo aguentar as suas teimosias.

Pressionei mais o beijo e a empurrei na parede perto da porta, aproveitando e fechando a de uma vez.

– Sala do João! – ela falou entre os meus lábios.

– Hum... – soltei sua boca e comecei a beijar o pescoço.

– Rick é serio! – ela segurou um gemido quando deslizei a mão que estava na sua nuca por baixo da sua blusa.

– Relaxa Claire! – a encarei e dei um sorriso divertido.

Ela negou com a cabeça e me puxou para mais um beijo.

Afastamo-nos rapidamente quando a maçaneta da porta girou. Abri a porta e sorri.

– Tudo bem por aqui? – a Claudia perguntou entrando e olhando curiosa para a Claire.

– Tudo ótimo! – respondi.

A Lucy entrou logo correndo na minha direção. Agachei e abri os braços para recebê-la. Estava usando uma blusa com detalhes de renda, um short branco e sapatilhas. Os cabelos castanhos estavam soltos e a franja na testa a deixando encantadora.

– Oi Ri! – ela falou sorridente.

– Oi linda! – falei beijando a bochecha dela.

– Estavam sozinhos? – a Lucy perguntou curiosa olhando para a Claire que ainda se mantinha encostada na parede.

– Estávamos esperando o João! – a Claire falou sorrindo para a Lucy. A Claudia se virou para mim.

– É! Esperando o João! – falei passando a mão no cabelo bagunçado.

– Ele foi ate o hospital ver o estado do Felipe e da Bianca. – falou. – Estava te procurando Rick. A Lucy queria te ver!

– Ah! Claro! – falei sorrindo para a Lucy.

– Aprendi uma coisa nova e queria te mostrar! – a Lucy falou se soltando de mim.

– Legal! Mostra! – falei empolgado.

Ela assentiu e se afastou um pouco. Olhou a Claire que sorriu e depois para a Claudia que assentiu aprovando.

Abaixou a cabeça um pouco fazendo a franja tampar seu rosto. Quando se levantou levei um susto.

A garotinha encantadora havia desaparecido e ali estava na minha frente a vampira que ela se transformou. A pele ficou mais pálida, os olhos vermelhos e as presas a mostra dando um ar assustador.

Ela deu um meio sorriso e abriu a boca soltando um rugido agudo mostrando as presas afiadas.

– Nossa! – falei quase um sussurro.

Sua pele ganhou vida e os olhos ficaram no seu tom castanho novamente e as presas sumiram.

– Não é muito bonito, mas... Posso assustar alguém com isso! – a Lucy falou sorrindo de novo.

– Com toda certeza! – falei olhando a Claire que deu de ombros.

– Tudo bem né Lu! Você já viu o Rick. Que tal irmos tomar sorvete enquanto esperamos o papai! – a Claudia falou estendo a mão para a Lucy.

– Tudo bem! Tchau Ri! – ela sorriu e depositou um beijo na minha bochecha.

– Tchau Lu! – ela saiu correndo na frente da Claudia.

– Papai? – a Claire perguntou antes de a Claudia sair.

– A Lucy precisa de uma família. E é isso que estamos tentando dar a ela. Sou a mãe, o João o pai e parece que o Rick é o meu filho mais velho! – sorriu.

– Ela está bem? – perguntei me levantando.

– Ótima! Cada dia melhor! É uma vampira, mas ainda sim só uma criança. – a Claudia deu de ombros. – E nós somos a família! E acho que a Claire fica como... A namorada do filho mais velho.

Soltei uma risada e vi a Claire revirar os olhos.

– Gostei dessa parte! – falei.

– Eu percebi! – a Claudia disse dando um sorriso. – Já vou indo! Ate mais!

– Ate! – respondi e a Claire apenas acenou.

Ela suspirou e me olhou reprovando. Dei de ombros e sorri.

– Onde nós paramos? - perguntei me aproximando.

– Nem pense nisso! - ela passou pela porta e saiu correndo no corredor.

– Vem cá Claire! - gritei correndo atrás dela.

Passei por algumas pessoa e acabei a perdendo de vista. Suspirei quando ela sumiu.

Andei devagar pelo corredor e parei assim que a vi parada ao lado da porta do seu quarto.

Andei ate ela e parei na sua frente dando um sorriso.

– Gostaria de entrar senhor Henrique? - perguntou com uma voz sedutora e um sorriso malicioso.

– Adoraria!

***

Felipe

Olhei ela andar de um lado para o outro e fiquei me perguntando quanto tempo eu levaria para fugir dali e não ser pego. Acho que isso não daria muito certo.

– Sabe Felipe, seria muito bom pra mim se entregasse um dominador. – ela falou ficando perto da cama.

– Vai me entregar? – perguntei a seguindo com os olhos.

– Eu disse que devo não que vou!

Suspirei aliviado. Realmente pensei que ela me entregaria.

– Claro que não vou fazer isso Felipe! – falou.

– Obrigado Liz! – suspirei. – Eu nunca pedi isso sabe... Nunca quis! Na verdade, eu só estou aqui por ser assim!

– Todos nós temos um talento, alguns mais, outros menos, mas todos têm! – ela se sentou numa cadeira perto de mim.

– Isso não é um talento. Na verdade eu nem sei te dizer o que isso realmente é!

– É um dom! A cada mil anos uma família é escolhida para carregar esse dom. Isso é passado pela linhagem familiar e você Felipe, tem uma grande responsabilidade. Um dominador é como um escudo do nosso planeta, você está aqui para manter a natureza em segurança. – ela sorriu. – E ai você se pergunta: por que eu? Porque você tem capacidade de assumir tal responsabilidade!

Fiquei em silencio pensando de onde ela tirou tudo isso.

– Grandes dons vêm com grandes responsabilidades! A vida é cheia de desafios! E sabe qual é o maior desafio de um dominador?

Neguei com cabeça.

– Sobreviver! – ela falou com firmeza e eu engoli em seco.

– Como sabe de tudo isso?

– Todos nós escondemos um segredo! – ela segurou minha mão que ainda tinha um corte que parecia não cicatrizar.

Ela colocou a mão em cima do machucado. Senti uma onda elétrica leve percorrer meu corpo indo em direção onde sua mão estava ate desaparecer ali. Ela tirou a mão dando um sorriso tímido. Olhei o machucado que havia desaparecido, me virei para ela que apenas deu de ombros.

– Com todo dom vem à responsabilidade!

Olhei seus olhos azuis cintilarem nos meus e sorri entendendo tudo.

– É uma mutante! – sussurrei.

– Na verdade sou um pouco diferente.

– Como assim?

– Eu posso ajudar muito você Felipe! Mais do que uma ajuda médica.

Ergui uma sobrancelha confuso.

– Sou uma bruxa Felipe! A chamada bruxa original!


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Notas finais do capítulo

Liz, Liz, Liz! Boa personagem e que vai esclarecer algumas coisinhas para nós sobre os elementos e a conexão!! Finalmente no capítulo que vem vocês vão descobrir o que realmente conectou Rick e Claire!
Foto do Erick lindo!! Vocês concordam com a Claire que ele se parece com a Bia?
Gostaram do capítulo?? Deixem sua opinião!!
Beijão lindos e obrigado!



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