Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 2
Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

Olá queridosss! Sei, sei, não postei ontem, mil perdões!
Mais aqui está o capítulo enorme recompensando minha falta de responsabilidade! (haha)
Gente tenho novidades para vocês! Yesss, podem comemorar! kkk
Vou colocar fotos nos capítulos dos personagens ( não é novidade) e com alguns toques de montagem!( isso sim) ;)
Todo personagem possui uma frase na sua foto, e está frase indica poder, o que pode acontecer com ele na fic, personalidade, enfim... Pode ter muitos significados, mas algo eu posso garantir: é um enigma sobre o personagem e acho que com o tempo vocês vão entender melhor!
Hoje coloquei da Lucy e confesso que ia matá-la, mas resolvi dar outro caminho na vida dela! Espero que gostem e deixem lá embaixo sua opinião se gostaram ou não!
Beijos e boa leitura! ( falei demais kkk)



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A garota parecia hipnotizada pelo Rick e só sabia sorrir sempre que ele fazia um movimento novo. Estávamos na quadra enquanto ele ensinava a ela a tentar usar a força na hora certa.

Eu tinha que admitir que ele levava muito jeito com criança, ou pelo menos com essa dai.

– Claire! – me virei acordando da imaginação. – Está dormindo é?

Ele estava em frente à divisória da arquibancada da quadra me encarando meio impaciente.

– Desculpa Rick! – pulei a proteção e parei do seu lado.

– Para de viajar Cabeça oca! - ele foi ate a Lucy que esperava no meio da quadra.

– Claire, o Rick me mostrou o que ele faz com o fogo e disse que você também é muito especial!

Sorri para ela e olhei brevemente para o Rick que deu de ombros.

– É verdade! – estendi as mãos para ela. – Posso te mostra se quiser!

Ela deu um sorriso e segurou minhas mãos. Fechei os olhos e concentrei sentindo o ar passar por nós.

Senti meu corpo ficar leve e meus pés saírem do chão. Abri os olhos e ela me olhava meio espantada olhando para baixo. Sorri e ela me olhou depois sorrindo maravilhada.

Ficamos flutuando por alguns minutos, ate que desci nossos corpos girando bem devagar ate tocar o chão e soltei suas mãos.

– Eu disse que a Claire é muito especial! – o Rick sorriu para mim e senti meu rosto corar.

Ficamos nos olhando por alguns segundos e meu coração acelerou por algum motivo idiota.

– Vocês são namorados?

Olhamos para a Lucy que nos encarava em duvida.

– Não! – falei imediatamente.

– Sim! – o Rick falou junto comigo.

Olhei incrédula para ele que sorriu. A Lucy parecia ainda mais confusa.

– Lu, eu a Claire somos só amigos, eu estou brincando, bem que eu queria mais só que ela não deixa!

– Isso não é verdade! – falei sem pensar.

– Por que Claire? Você não gosta do Rick?

Não acredito que ele tinha falado isso para ela, agora ficaria me perguntando.

– Não é isso não Lucy! É porque eu e o Rick somos apenas amigos!

– Entendi! – ela sorriu.

– Oi gente! – todos nos viramos encontrando a Kate com uma caixa nas mãos.

– Oi loira! – o Rick sorriu indo dar um beijo na bochecha dela.

– Oi! - respondi meio sem graça.

– Oi! – a Lucy falou meio que com medo.

– Oi lindinha! Então você é a Lucy? – a Kate se baixou perto dela.

– Sou sim!

– Eu sou a Katherine! Mais me chame de Kate!

– Me falaram de você!

– Que ótimo! – a Kate deu um daqueles sorrisos lindos dela. – Vou te ensinar algumas coisas.

A Lucy assentiu e senti alguém segurar meu braço e me puxar para a saída.

– Vou deixar vocês a sós! Tchau loira! Tchau Lu!– o Rick falava enquanto me puxava.

– Tchau Rick e Claire! – a Lucy falou acenando.

Só deu tempo de acenar de volta para elas e logo já estávamos fora da quadra. O Rick segurou meu braço e me encostou na parede e parou na minha frente.

– Eu não queria falar perto dela e depois falo com a loira! – ele falou perto demais de mim.

– Hum... – estiquei a mão para ele se afastar. – Fala!

– A Lucy tem muita facilidade com as coisas novas que estão acontecendo, como ela virar vampira, o sangue, em nós sermos mutantes e fora o controle que ela tem mais do que qualquer outro vampiro adulto teria. – ele suspirou. – No mínimo ela ficaria louca por sangue e coisa e tal. Acho que o João se enganou falando que ela estava com problemas com controle.

– E isso não é bom? – engoli em seco sentindo seu perfume provocante.

– É sim! Mais pra mim é um dom!

– Acha que ela era uma mutante antes? – pisquei algumas vezes tentando esvaziar minha mente do seu cheiro.

– Ela tem batimentos como um vampiro dotado! Então com toda certeza, sim! – ele se virou e sorriu para duas garotas que passavam e que nos olharam curiosas.

– Se ela tem mesmo um dom de controle isso é muito bom! Menos trabalho para nós! – falei olhando a garota falar algo com a outra e depois soltarem risinhos. Não prestei atenção no que ela disse por que o Rick me encarava.

– É só isso que você queria falar? – perguntei

– Não! – olhei seus olhos avermelhados vagando o ambiente. – A Claudia disse que o Felipe acordou e infelizmente a Bia está em coma!

Sua expressão ficou completamente triste e desanimada.

– Isso só significa que os dois não estão conectados!

– É verdade! – ele suspirou e saiu de perto de mim virando de costas.

Ele ainda sofria muito quando se tratava da Bianca, por mais que não demostre isso, eu consigo ver.

Andei parando na sua frente e tentei sorrir.

– Ela vai ficar bem Rick!

– Eu espero que sim! – ele me olhou em desanimo.

– Vai sim! – toquei seu rosto quente com a ponta dos dedos.

Ele suspirou e deu um sorriso torto que definitivamente é lindo. Sorri também e senti seus olhos esperando algo meu.

– Eu vou indo, então! – falei me afastando. Ele segurou meu braço me virando para ele.

– Obrigado Claire!

– Por nada! – sorri e ele retribuiu soltando meu braço.

Fui andando rumo ao meu quarto e de novo veio àquela sensação de voltar lá e ficar perto dele, como se um imã me puxasse para perto e como se meu corpo não necessitasse da sua presença.

Suspirei aliviada assim que fechei a porta do quarto e me joguei em cima da cama. Peguei o livro que tinha começado a ler e voltei de onde tinha parado.

“- Lu, eu a Claire somos só amigos, eu estou brincando, bem que eu queria mais só que ela não deixa!”

Bem que eu queria mais... Bem que eu queria mais.

Balancei a cabeça tentando sumir com esses pensamentos idiotas das coisas idiotas que o Rick falava. Ele as vezes demostrava isso, que queria mais.

Neguei com a cabeça e ri baixinho. Será que eu também queria mais?

Claro que não Claire! Claro que não!

***

Felipe

Acordei com o barulho das cortinas se abrindo e alguém mexendo em alguma coisa perto de mim. Abri os olhos e vi uma mulher de cabelos cacheados e castanhos virada de costas.

Ela se virou para mim e arregalou os olhos de surpresa.

– Desculpe! Não queria acorda-lo! – ela falou em voz baixa.

– Tudo bem! – tentei sorrir e percebi que meu corpo não doía tanto como no dia em que acordei.

– A doutora Liz já deve estar chegando!

Assenti e fechei os olhos escutando apenas o meu coração batendo calmamente e o da mulher meio acelerado.

Olhei para ela de novo que me encarava de um jeito estranho.

– Tudo bem? – perguntei.

– Sim! E você?

– Bem! Obrigado! – a vi com uma caixa nas mãos.

– Eu já vou indo! – ela sorriu. – Se precisar de alguma coisa a outra enfermeira já deve estar vindo aqui para examina-lo!

– Tudo bem! – voltei a fechar os olhos.

Ouvi o barulho da porta se fechando e caiu um silencio bom fazendo minha mente viajar tentando se lembrar do acidente...

A porta se abriu de novo e se fechou fazendo logo depois o barulho da chave a trancando.

Abri os olhos vendo que era a mesma medica loira.

– Bom dia Felipe! – ela sorriu e colocou a mão no meu pulso.

– Bom dia! – sorri.

– Como tem passado? – ela me olhou e pude ver algo diferente nos seus olhos, mesmo não a conhecendo tão bem.

– Bem e você? – olhei ela ir pegar alguma coisa na gaveta de um armário.

– Ótima! Melhor impossível! – ela parou perto da cama com uma tesoura nas mãos. – Você se lembrou do acidente?

– Poucas coisas! – ela andou ate o outro lado da cama.

– É realmente uma pena que a Bianca esteja pior que você! – ela girou a tesoura nas mãos.

– Realmente! - o que ela ia fazer?

– Não se preocupe! Vim te dar uma mãozinha para se juntar a ela!

Arregalei os olhos quando ela pegou um dos fios do aparelho e cortou.

– Não! – falei estendo a mão.

Senti meu corpo estremecer e tudo voltou a doer, minha respiração falhou, meu coração também.

– Você já atrapalhou demais meu caminho Felipe! – a vi cortar outra coisa dos aparelhos.

Minha visão ficou nublada e estava mais difícil respirar.

– Foi um grande prazer ajuda-lo a se encontrar com sua querida Bianca! – estendi a mão de novo, mas não tinha mais forças.

– Jeniffer... – não consegui mais respirar e a escuridão tomou minha mente.

***

Rick

Acendeu, apagou, acendeu, apagou. Assim estava a vela na minha frente, acendendo e apagando. Eu realmente não tinha nada de mais importante para fazer e estava um tédio total.

– Por que você não faz uma coisa útil? – ouvi a voz doce perto do meu ouvido.

– Não tenho nada útil para fazer ainda! – me virei sorrindo encontrando seus olhos dourados.

– Percebi! – ela sorriu.

– Loira, não sei se você percebeu... Mas a Lucy com certeza era uma mutante antes de se transformar.

– Eu percebi sim Rick! Por isso vim falar com você!

Assenti me sentando de frente para ela que havia pegado uma cadeira e se sentado.

– Ela tem tanto controle de si! Para uma vampira tão jovem, ela é muito boa Kate!

– Rick, a Lucy realmente tinha um dom antes de se transformar e pelo que entendi na mente dela... – ela me olhou preocupada.

– O que Kate?

– O dom da Lucy é autoconfiança! Se alguma coisa acontecer dessa autoconfiança cair, ela também cai! – ela aproximou a cadeira da minha. – Ela precisa de um escudo, alguém que não deixe essa confiança ir embora e assim o controle dela é absoluto!

– Como assim um escudo? – olhei seus olhos dourados.

– Um protetor! E assim ela será como uma guia daquele que for escolhido.

– Então ela precisa logo disso!

– Ela já escolheu Rick!- ela sorriu. – Escolheu você!

Olhei surpreso para ela que apenas deu de ombros.

– É como se o próprio dom escolhesse aquele que ele acha ser mais confiável!

– Então, toda a autoconfiança dela está depositada em mim?

– Basicamente isso! – ela sorriu. – Talvez seja pelo fato de você ter sido o primeiro a falar educadamente com ela lá no galpão.

– Eu só preciso deixar ela segura e não atrapalhar a confiança dela! É isso?

– Seja aquele que ela possa dar a mão sempre que ver que irá cair!

...

Acordei e não fiz absolutamente nada, então decidi ir ver a Lucy treinar com a Kate. Elas tinham começado ontem e hoje eu queria ver o que a loira estava ensinando para ela.

Fui ate a quadra num tédio total e me sentei em uma cadeira para poder assistir ao treino.

Ela sorriu para mim de novo e eu retribui, depois se virou para a Kate.

– Lucy mantenha a concentração em mim! – a Kate gritou para ela.

Ela assentiu e começou a correr em direção a Kate que se abaixou e esperou que chegasse.

Assim que a Lucy chegou perto o suficiente a Kate pulou no ar caindo atrás dela e a pegou pelo pescoço batendo o seu corpo com tudo no chão.

Levantei imediatamente ao ouvir o estalo da coluna da Lucy.

– Um vampiro não pode ter distrações! – a Kate falou perto do ouvido da Lucy. – Sua morte pode vir em questão de segundos!

A Kate se levantou e veio andando rapidamente na minha direção, a Lucy se manteve deitada no chão.

– Acho que está pegando pesado demais! – falei assim que ela estava perto de mim.

– Não quero você aqui no próximo treinamento! – ela estava meio irritada.

– Kate ela é só uma criança!

– Não Rick! Ela é uma vampira! E se ela não souber se defender, vai morrer na primeira oportunidade!

– Tá legal! Mas não precisa trata-la como se fosse para uma guerra!

– Vampiros adultos não medem esforços quando encontram um vampiro adolescente ou criança! – ela olhou brevemente a Lucy se levantar. – Eles matam Rick! Matam sem dó!

– Ela não vai enfrenta-los Kate! Estamos aqui para isso! Para ajuda-la.

– Como tem tanta certeza de que ela não vai enfrenta-los algum dia?

– Eu vou estar lá para protegê-la!

Ela suspirou e me olhou.

– Tudo bem Rick! Mas ainda não quero você aqui no próximo treinamento! – ela saiu sem deixar com que eu falasse.

Passei a mão no cabelo e me virei encontrando a Lucy parada me olhando.

– A Kate ficou brava não foi? – ela perguntou meio triste. Abaixei-me de frente para ela e sorri.

– Ela só está cansada! E preocupada com os outros.

– Não quero que ela brigue com você! – ela olhou em volta depois se focou em mim.

– Não se preocupe! Ela está bem e eu também estou!

Ela sorriu e arrumou os cabelos castanhos com as mãos.

– Já sei! – falei me levantando. – Que tal a gente ir ate a praça tomar sorvete?

– Seria ótimo! – ela deu um sorriso iluminado.

– Então vamos? - perguntei estendendo a mão.

– Vamos! – ela segurou e minha mão e já me puxou para porta.

...

Fiquei olhando ela escolher o sorvete de chocolate e dar um lindo sorriso para o vendedor e se virar e vir correndo se sentar do meu lado no banco.

– Gosto muito de chocolate! – ela falou sorrindo. Parece que o gosto dela por comida não tinha mudado muito. O sangue só era mais um elemento do seu cardápio.

– Qual o seu favorito Rick? – ela me olhou curiosa.

– Hum... Na verdade Lu, eu não gosto muito de sorvete! Prefiro coisas mais quentes! – sorri.

– Não sei como não gosta tanto de sorvete! É tão bom! – ela comeu mais uma colherada.

Apenas ri da sua expressão e voltei a observar a praça que na verdade, estava um pouco vazia, mais do que de costume.

Olhei a Lucy sentada do meu lado, os cabelos castanhos e lisos um pouco compridos estavam jogados de lado, ela tinha também uma franja caindo na testa e a pele pálida, acho que por causa da sua nova imortalidade.

Às vezes eu fico pensando que por um lado vai ser bom ela ser imortal, vai ser bom ser criança o tempo inteiro, sem preocupações, sem sofrimento por causa de namorados estúpidos, sem o medo que da droga de adolescência e sem os outros problemas de adulto.

Por outro lado... Ela não teria as experiências, por mais idiotas que sejam. Nunca mais vai crescer e nunca vai ter os grandes e maravilhosos prazeres da vida, pelo menos não os que ela não aprendeu. E tem também o fato dela ter que lidar com tudo isso sendo apenas uma criança.

– Oi! – fui despertado dos meus pensamentos com a voz delicada na minha frente.

Foquei o olhar vendo a Claire com um sorriso mais do que lindo.

– Oi Claire! – a Lucy respondeu retribuindo o sorriso.

– Oi! – dei um sorriso malicioso olhando ela da cabeça aos pés. Ela usava uma calça jeans escura, camiseta preta e uma jaqueta por cima. Os cabelos estavam soltos caindo na cintura dando leves ondas deixando seu rosto perfeito.

– Estou indo ate o hospital visitar o Felipe, já que não pode entrar na sala onde a Bia está! – ela deu um sorriso tímido. – Pensei que talvez você quisesse vir junto!

– Eu e você? Você e eu? – dei um sorriso divertido.

– Não Rick! Eu, você e o Papai Noel!

– Ignorante! – suspirei. – Para visitar o Cabeça de Pedra? Serio? Eu ate iria porque ia ter a chance de ficar perto de você e sozinho! Mas não vai dar não!

– Por quê? – ela parecia meio desanimada, e de certo modo gostei disso.

– Preciso falar com a loira e o João que falar comigo sobre alguma coisa qualquer!

– Tudo bem então! – ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. – A gente se vê depois!

Assenti e ela deu um beijo na bochecha da Lucy e já ia saindo.

– E o meu? – perguntei apontando para minha bochecha.

Ela olhou para mim e depois para a Lucy que deu um sorriso aprovando, suspirou e deu um sorriso irônico e se aproximou de mim. Virei o rosto bem na hora que ela ia beijar minha bochecha e foi rápido demais para que pudesse fazer algum movimento, só senti seus lábios tocarem os meus rapidamente e ela se afastou meio que com raiva.

– Tchau Lu! – ela sorriu para a Lucy. – E tchau Henrique!

Apenas acenei e dei um sorriso. Eu adoro quando ela fala meu nome todo, nunca saiu tão lindo e mais provocante.

Fiquei olhando ela andar meio apresada ate sumir virando a esquina. Soltei um suspiro e olhei a Lucy que me encarava.

– Que foi? – perguntei.

– Você não pode fazer isso! – ela falou seria.

– Fazer o que Lu?

– Ser tão lerdo! – ergui uma sobrancelha surpreso.

Ela colocou a mão no meu ombro e suspirou.

– Se você não agir e pegar ela de jeito nunca vai conseguir um beijo!

Minha boca se abriu automaticamente e fiquei sem palavras olhando ela revirar os olhos.

– Homens! Nunca vão entender as mulheres! – ela se levantou e saiu indo em direção ao instituto.

Olhei meio perplexo para ela e balancei a cabeça tentando voltar ao mundo. Comecei a rir r levantei indo atrás dela.

– Espera ai conselheira amorosa! – corri atrás dela e andei do seu lado.

– Preciso fazer alguns deveres com a tia Claudia! Nos vemos depois Rick! – ela me olhou e fez um gesto para que eu me abaixasse.

Abaixei e ela beijou minha bochecha, sorriu e saiu, entrou rapidamente no instituto.

Dei um sorriso e me virei para ir a padaria falar com a Kate. Como a Lucy podia ficar falando... Deixa pra lá!

Entrei na padaria e acenei para a Kate que estava no balcão. Ela sorriu e acenou de volta.

– Nossa como você trabalha em loira! – brinquei assim que cheguei perto.

– Estou morta! Lembra? – ela sorriu.

– Queria falar com você! – escorei no balcão.

– Entra aqui e podemos conversar enquanto atendo se chegar algum cliente!

Assenti e passei atrás de uma mesa e entrei no pequeno ambiente onde ela estava.

– Fala ai Cabeça Quente!

Sorri e enfiei a mão no bolso direito da minha calça jeans e tirei o papel que tinha pegado ontem na internet e coloquei em cima de uma pequena mesa perto dela e apontei para a foto e fiz uma expressão de adivinha.

– Mais mortes? Causadas por vampiros? – ela pegou a foto e olhou.

– Não é bem isso! – falei e ela me olhou meio surpresa.

– São mortes! Mais não causadas por vampiros!

***

Claire

Olhei o endereço no papel e vi que estava no lugar certo. Tinha algumas plantas decorativas em frente ao hospital e vários carros.

Entrei olhando em volta, tudo muito iluminado e branco. Tinha um rapaz loiro na recepção que me olhou de cima abaixo assim que cheguei perto.

– Vim fazer uma visita ao paciente que está aqui há algumas semanas! – falei.

– Ah sim! O horário de visitas acabou de começar! – ele sorriu educado. – Quem é o paciente?

– Felipe Aguiar! – eu tinha pegado o nome dele com a Claudia.

– Pode me dar sua identidade?

Assenti e tirei do bolso da jaqueta, ate porque odeio carregar bolsas. Entreguei a ele que olhou atentamente.

– Claire! Você é parente?

– Não! Sou uma amiga, e nós e mais alguns amigos dividimos uma casa! – menti.

– Entendi! – ele mexeu no computador. – O senhor Felipe foi transferido de quarto ontem!

– Transferido? Por quê?

– A situação dele piorou! De acordo com os dados daqui: ele teve três paradas respiratórias e teve de ser reanimado.

– O que aconteceu para chegar a isso?

– Eu não sei! Só a medica responsável pode te falar! – ele devolveu a identidade.

– E você sabe sobre a outra paciente que teve entrada no mesmo dia, por causa do acidente! É Bianca Ferraz!

– Bom... O caso dela pelo que sei é bem estável mesmo! Nada de mudanças ate hoje!

– Obrigado então! – dei um sorriso desanimado. - Posso entrar?

– Pode sim, mas como o caso dele é delicado o horário é reduzido para todos os visitantes! A garota mesmo que veio aqui ontem ficou bem pouco tempo!

– Pera ai! Que garota? – quem poderia ter vido. A Claudia que não foi e nem o João.

Eu não me lembro do nome dela! Mais ela disse que era bem próxima dele!

– Como ela era? – que maldita garota era essa? A Jeniffer?

– Tinha os cabelos compridos, castanhos, olhos claros e era bem bonita!

Não me lembro de ninguém assim. A Jeniffer tem olhos castanhos e cabelos pretos. Bem que ela poderia estar se passando por alguém.

– Ah sim! Obrigado! – sorri.

– Por nada! – ele sorriu de volta e me entregou um crachá. – É o quarto 43 o dele!

Assenti e passei por uma roleta e comecei a andar pelo corredor vazio. Segui os números ate o andar de cima e consegui encontrar o quarto 43.

Abri a porta devagar e entrei fechando logo em seguida. Aproximei-me da cama e senti como uma pontada no coração.

Ver o Felipe assim... Tão frágil me trazia lembranças dos meus pais e de que eles não mereciam nada do que aconteceu, assim como o Felipe.

Tinha aparelhos por todo lado: uma mascara de oxigênio no nariz dele, alguns tubos na veia, soro e mais algumas coisas que eu não sei o nome. Dava para ouvir com clareza a respiração dele e os bipes do aparelho que estava do seu lado.

Olhei seu rosto e senti certa dor de vê-lo assim. Eu não conhecia tão bem o Felipe, mas o conhecia o suficiente para me sentir mal por ele.

– Oi Felipe! – falei em voz baixa. – Desculpe não ter vindo antes!

Sei que era idiotice falar com ele, já que estava totalmente inconsciente. Mas acho que ainda pode me ouvir.

– Vai ficar tudo com você! Tudo vai ficar bem! – senti meus olhos se encherem de lagrimas e as tranquei assim que ouvi a porta se abrir.

– Desculpe! Não sabia que o Felipe tinha visitas! – uma mulher loira falou entrado.

– Visita surpresa! – falei tentando sorrir.

– Eu sou a doutora Liz! Medica responsável pelo estado dele! – ela estendeu a mão educada.

– Prazer! Sou a Claire! Uma amiga. – peguei sua mão e uma eletricidade percorreu meu corpo. Soltei a mão dela meio surpresa e ela apenas sorriu.

Olhei seus olhos azuis cintilarem e ela se virou.

– Claire, você sabe se o Felipe tinha algum problema com alguma pessoa?

Tem problema com a ex-namorada vampira e poderosa que quer transformar pessoas em híbridos, e para isso precisa arrancar nossas cabeças inclusive a minha e do Felipe. Nada demais!

– Eu não sei! Por quê?

– O Felipe tinha se recuperado quase que por completo! – ela suspirou e olhou algum aparelho perto dele. – Alguém entrou no hospital e cortou os aparelhos que estavam ajudando ele a se recuperar!

– Cortou? – olhei confusa.

– Sim! Ele teve paradas respiratórias e foi por muito pouco que ele conseguiu voltar graças às reanimações que tivemos que fazer! Como se alguma coisa o tivesse puxando de volta pra cá!

– Vocês não tem ideia de quem foram? – eu tinha ideia de quem foi.

– Nada! – ela abaixou o olhar meio triste. – Quem quer que seja, está tentando acabar com seu amigo!

...

– Doutora o cara da recepção disse que o Felipe teve outras visitas! – falei assim que ela fechou a porta quando saímos. – Gostaria de saber quem foi?

– Na verdade além de você e daquele casal que você disse que conhece só outra garota esteve aqui!

– Você sabe o nome dela?

– Hum... Se me lembro de bem era... Caroline! É isso! A garota se chama Caroline.

– Caroline... – pensei, mas não me lembro de ninguém com esse nome.

– Conhece? – ela me perguntou me olhando.

– Não me lembro de ninguém com esse nome! Talvez o Felipe a conheça por ai!

– Nesse caso vou ficar de olho nela! Já que não sabemos quem foi que tentou matar o Felipe! – ela sorriu e tirou um papel do paletó branco. – Um homem veio aqui ontem também, eu tinha me esquecido dele, mas não para visitar o Felipe e sim para deixar este endereço e pediu para que eu entregasse a algum amigo ou parente dele que viesse aqui!

Assenti e peguei o papel.

– E quem era este homem? – perguntei olhando o endereço.

– Disse que sabe de algumas coisas que pode ajudar vocês no que estão procurando! – ela falou meio sem entender.

– Estranho! Mas vou verificar o endereço! Obrigado!

– Só toma cuidado! – ela falou preocupada.

– Pode deixar!

Acenei para ela. Pode sim, ser a Jeniffer com um nome qualquer fingindo ser essa garota ou ate mesmo esse homem. Só pode ser ela!

...

Sai do hospital ainda com o coração na mão por ver o Felipe tão mal. Mas tinha que tentar descobrir se a garota realmente é a Jeniffer e tentar impedir essa maluca de chegar perto do Felipe da bia.

Comecei a andar pela calçada e fui olhando os endereços ate encontrar o meu destino escrito no papel. Era numa construção abandonada, e não fazia sentindo algum me mandarem isso.

Suspirei e passei pelas fitas amarelas que diziam “EM REFORMA”. Cheguei a entrar e olhar e não vi absolutamente nada. E estava na cara que era uma armadilha.

Foi o tempo de me virar e ver um homem alto, moreno, com roupas pretas, óculos escuros e uma arma na mão.

– É um prazer conhece-la dominadora! – ele falou isso e apontou a arma para mim.

Tentei correr mais ele era bom. Só senti a dor invadir meu corpo e tudo girar a minha volta coloquei a mão na cintura sentindo o sangue escorrer.

Forcei meu corpo conseguindo correr para os fundos da construção que dava para uma mata. A dor só aumentava a cada passo embaraçado que eu dava. Tinha alguma coisa de errado com esse tiro, estava me deixando fraca demais e...

Meu corpo cedeu e fui deslizando numa arvore ate me sentar. Pressionei o local do tiro, mas a dor era quase insuportável e não me deixava pensar.

– Querida, não queria fazer isso com você! – ouvi a voz do homem.

– Droga Claire! – resmunguei tentando me arrastar.

Olhei brevemente para o chão notando que tinha um papel caído ali e acho que vi algum símbolo da FEM. Olhei direito e peguei o papel para ler e ver do que se tratava.

Realmente era um papel da maldita FEM, mas não foi isso que me assustou e sim o que estava escrito.

“Aqueles que mentem. Sempre se perdem. Aqueles que fogem, sempre são encontrados. Aqueles que matam, sempre são punidos.”

Tinha um símbolo em baixo dessa frase e logo mais um aviso. O símbolo dos...

“A paz da cidade vem da morte dos chamados equilibristas da natureza”

A FEM inicia mais uma nova caçada, a caçada que irá trazer a normalidade de volta a nossa cidade, a caçada dos Quatro Elementos.

– A meu deus! – falei olhando os símbolos e tinha um exatamente igual o que nasceu no meu braço.

– Querida, nós podemos conversar! Não vou te machucar mais! – ouvi passos perto de mim.

Tentei me concentrar no ar a minha volta para ouvir. Ouvi um tiro, e mais outro, algo se quebrando e passos abafados saindo da mata e logo veio o silencio.

Suspirei aliviada, pelo jeito ele tinha ido embora ou... Fugiu de alguma coisa, já que deu tiros...

– Acho que precisa de ajuda dominadora! – ouvi a voz familiar e automática olhei para cima encontrando o pior herói de todos.

– Você não!


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?? Quem será o pior herói de todos?
Quem será a visitante do Lipe?
....
Espero que tenha ficado bom e espero que tenham gostado da minha montagem la em cima!
Um beijão e ate semana que vem amores!
Obs: Não sejam leitores invisíveis, deixem comentários com sua opinião!!!
É sempre bom saber o que o leitor pensa.
Se quiserem montagem de algum personagem é só falar! ;DD



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