Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 1
Aproximação


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa meus queridos!
Nossa! Estou tão feliz de estar de volta aqui com vocês! Lá vou eu começar mais um longo caminho de fic e espero que vocês gostem assim como gostaram da outra! haha
Demorou, mas aqui está! Um Primeiro capítulo novinho. Imagens novas, vida nova, muitas e muitas novidades!
Podem ter certeza que essa nova temporada promete!
Nossos lindos personagens estão esperando sua nova vida e aqui lá vai a segunda e tão esperando temporada de Quatro Elementos!
Espero que amem e ai vai: Quatro Elementos: O confronto para vocês!Primeiro capítulo! :D(emocionada) Aqui em cima uma montagem lindona para vcs de Rick e Claire ♥
beijos e uma excelente leitura!



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Kate(especial)



Levantei quase sem ar e me sentei rapidamente. Coloquei as mãos no pescoço sentindo uma leve dor e logo olhei em volta. Era uma sala com paredes brancas e iluminadas, tinha uma pequena baqueta perto da cama onde eu estava. Em cima dela uma bolsa de sangue.

Senti a garganta queimar e imediatamente as presas surgindo. Peguei a bolsa de sangue e bebi sem nem se quer pensar de quem poderia ser. Mas pelo que me parecia àquilo era para mim.

Senti a força dominar meu corpo assim que terminei e toda a pequena dor ir embora. Procurei alguém por ali, mas só eu mesma.Levantei e fui ate a porta. Dei de cara com o João assim que a abri.

– Kate! – ele exclamou dando um sorriso.

– Desculpa!

– Que bom que você está bem! – ele parecia mesmo sincero, mas ali no seu rosto estava o toque de preocupação.

– A Jennifer não queria me matar! Era para dar um susto! – passei a mão no pescoço de novo.

– Ainda bem que não! Foi tudo tão rápido!

– Foi sim!- suspirei enquanto ele mexia em algumas coisas que pareciam de hospital. – Onde o Rick e a Claire estão?

Ele se virou e me olhou com tristeza. Quanto tempo tinha passado desde que apaguei?

– Felizmente eles estão bem e foi por muito pouco que não iam ficar nada bem!

– Como assim?

– A Claire levou um ferro no peito e passou raspando no coração dela, parece que a vampira tem uma mira ruim. E ainda bem por isso! Por pouco nós íamos perder o Rick e a Claire!

– E o que aconteceu com o Rick?

– Ele e a Claire estão conectados! Assim que a Claire recebeu a lança nela o Rick sentiu o mesmo que ela. - ele pegou uma caixa de primeiros socorros e a guardou num armário.

– Eles conectados? – me senti confusa.

– Não sei como, mas estão! E acho que isso é muito serio. Já fiz curativo neles e agora estão descansando.

– Vão ficar bem, não é? – eu me sentia culpada de não ter feito nada para impedir a Jennifer de machucar os dois.

– Vão sim Kate!

– E a Bia e o Lipe? – eu tinha ate medo de saber que o Jonny foi atrás dos dois.

– A Claudia foi procurar por eles, já que não ligaram e não deram nenhuma noticia.

– Espero que estejam bem! - suspirei pensando nos dois.

–Eu também! - ele fechou o armário e foi em outro.

– Quanto tempo faz desde de apaguei?

– Apenas algumas horas, umas cinco talvez! - ele me olhou brevemente.

– O que vocês fizeram com a Jennifer? - andei ate ficar perto dele.

– Ela fugiu! Conseguimos pegar um dos lobos dela e a garota que ia ser o sacrifício, parece que deu tudo errado! Sem circulo, sem híbridos!

– Pelo menos uma noticia boa! – tentei sorrir, mas algo dentro de mim dizia que não estava tudo bem...

***

Felipe

Abri os olhos com dificuldade e senti uma claridade me incomodar. Olhei o teto branco com luzes brancas e fortes perto de mim, tentei virar a cabeça e não consegui, tinha algo no meu nariz incomodando.

Tentei respirar e todo o corpo doeu. Senti alguma coisa no meu braço e tentei meche-lo e foi inútil.

Olhei o ambiente e tinha paredes brancas, alguns aparelhos e... Eu estava num hospital.

Senti o negocio no nariz incomodar de novo. Consegui levantar o braço esquerdo e fui para tirar o troço no meu nariz.

– Ei! Ei! Nada disso! – alguém me impediu tirando meu braço. Olhei encontrando uma mulher loira, cabelos curtos e olhos azuis.

Minha voz não saiu e eu não lutei contra a mão dela que segurava a minha impedindo.

– Fico feliz que tenha acordado! Eu sou a Liz, a médica que está cuidado do seu caso! – ela falou com uma voz gentil.

Soltou minha mão e foi pegar alguma coisa. Voltou com um parelho de ver a pressão e outro para ouvir o coração.

– Com licença! – ela levantou meu braço e colocou o aparelho lá.

Minha cabeça estava doendo e o meu corpo também. Eu nunca tinha me sentindo tão mal assim, parece que tinha levado a pior surra da minha vida.

– Você é o Felipe não é? – ela perguntou. Apenas assenti.

Ela sorriu e colocou o outro aparelho para ouvir meu coração. Ouviu com atenção e depois tirou.

– Você está ótimo Felipe! Só precisa descansar para se recuperar totalmente! Não tire isso do nariz! Está te ajudando a respirar.

– Que dia é hoje? – finalmente minha voz saiu estranha e rouca.

– Hoje é dia cinco de outubro! Você ficou desacordado durante duas semanas!

Duas semanas? Como isso foi acontecer?

– Que hospital é esse? – perguntei em voz baixa.

– É um hospital regional de Volta Redonda! – ela sorriu torto. – O homem que bateu na sua moto chamou a ambulância e eles te trouxeram para cá. Você teve uma fratura no pé direito, um corte aqui. – ele colocou a mão na minha testa. – E uma torsão no braço. Ficou inconsciente porque bateu a cabeça, mas está se recuperando muito rápido.

Por um momento vasculhei minha mente procurando cenas do acidente. Só me lembrava da luz, a dor, a escuridão e minha mente tentando lutar para voltar, me lembrei de que não estava sozinho.

– E a Bianca? A garota que estava comigo! – me remexi um pouco.

Ela suspirou e me olhou meio triste.

– O caso dela é bem mais complexo que o seu! Ela sofreu uma hemorragia e perdeu muito sangue. O caso dela é complicado Felipe! No momento é estável também, ela se encontra em coma. Um coma que nós chamamos de “coma de espera”, ou seja, não há nada que possamos fazer!

– Como nada? – ela estava em coma? Eu tinha que sair daqui o mais rápido possível!

– Como eu disse: ela perdeu muito sangue e o organismo dela está trabalhando com dificuldade, ela precisa de aparelhos para respirar e o que vai fazer ela se recuperar com mais agilidade é a doação de sangue!

Ela olhou o visor de algum aparelho perto de mim e depois voltou a me olhar.

– O banco de dados do hospital está em falta e o tipo de sangue da Bianca é raro. Ela é uma doadora universal, uma O negativo, mas enquanto doa para qualquer tipo sanguíneo, ela só pode receber de quem também é O negativo! São casos raros e parece que ela é um deles.

– Quando vou sair daqui? – senti uma dor na cabeça.

– Acabou de acordar! Precisa se recuperar por completo. Ai sim receberá alta!

Assenti e fechei os olhos para ver se a dor passava.

– Felipe, vou te dar um sedativo para você dormir melhor e descansar! – ela falou indo pegar alguma coisa.

Abri os olhos de volta e ela estava com um sorriso e uma injeção na mão. Levantou devagar meu braço e aplicou.

Dei um sorriso torto e ela retribuiu, depois ficou me observando.

– Agora você vai dormir e tenho certeza que amanha estará melhor! E nada de tirar isso! – ela apontou para o tubo no meu nariz.

– Tudo bem! Obrigado!

Ela sorriu e saiu da sala em silencio.

Fiquei olhando o teto e senti minha cabeça pesar de cansaço. A Bia estava mal e isso tudo tinha sido culpa minha, o acidente... Eu nunca vou me perdoar se alguma coisa acontecer a ela... Nunca.

***

Rick

Coloquei a mão na cabeça e fui impedido pela decima vez. Finalmente abri os olhos encontrando as paredes brancas e o ambiente iluminado. Sentei-me na cama e fui impedido por alguém que me deitou de novo.

– Fica quieto ai! – olhei a pessoa virada de costas mexendo em alguma coisa perto de mim.

– Claire... – minha voz saiu baixa e estranha.

– Não! Sou eu! – finalmente meus olhos enxergaram direito. Era a Claudia com seus cabelos castanhos e curtos.

Senti uma dor no abdômen e tentei me levantar.

– Precisa ficar quieto Rick! – ela me impediu mais uma vez.

Estremeci quando ela encostou um pano no lugar de onde vinha à dor.

– Cadê a Claire? – estremeci de novo.

– Ela está bem! Está descansando no quarto dela!

– O que você está fazendo? – tentei levantar de novo e fui impedido.

– Tentando te fazer um curativo! Mas se você ficar quieto eu agradeço! – ela colocou alguma coisa no machucado.

Eu tinha ate dormido enquanto ela mexia no curativo. Puxa a vida! Eu realmente estava cansado de ter que ficar fazendo curativos durantes essas duas semanas.

Parece que esse maldito machucado não queria se curar e eu teria de esperar.

– Parece que já cicatrizou bastante e agora você só vai precisar colocar gases e vai melhorar rapidinho.

– Está demorando ate demais para cicatrizar! – reclamei.

– Sim, está! Mas pode ser a conexão agindo de novo! Você e a Claire agora são um corpo só!

– Pensei que tinha morrido! – falei estremecendo de novo.

– Ainda bem que não! – ela suspirou. – Vocês dois tem muita sorte mesmo!

Tremi mais uma vez e senti meu corpo cansado demais. Eu não estava tremendo por causa da dor e sim porque estava com muito frio, eu nunca sentia frio e agora estava tremendo.

– O que está acontecendo comigo? – tremi de novo.

Ela encostou a mão na minha testa e depois sorriu.

– Parece que está com febre!

– Febre? Isso é ridículo!

– Rick você e a Claire ficaram fracos com a conexão e parece que tem uma barreira sendo ultrapassada!

– Droga! – tremi mais ainda.

– Prontinho! – ela sorriu.

– Tem noticias da Bia e do Cabeça de pedra? – tremi de novo.

Ela suspirou como se estivesse cansada e eu consegui me sentar sentindo o corpo doer.

– Estão no hospital ainda e nenhuma novidade!

– Vocês não voltaram lá ainda?– comecei a bater os dentes de frio.

– Ainda não!

Eu sabia do acidente deles. Duas semanas e nenhuma novidade dos dois, eu estava começando a ficar preocupado. Eu ainda não tinha ido ate o hospital para vê-los e acho que não iria tão cedo com o João e a Claudia no meu pé.

– Eu vou lá para cima então! – me levantei sentindo minha pele se arrepiar.

– Se cuida! – ela deu um sorriso.

– Pode deixar! – peguei minha camisa em cima da cadeira e vesti.

Sai do laboratório e meu corpo tremeu mais uma vez. Subi as escadas e parei em frente ao quarto da Claire. Bati duas vezes e logo a porta se abriu.

– O que você quer? – ela falou friamente.

– Oi pra você também! – retruquei e já fui entrando.

Ela segurou meu braço me impedindo de entrar e me empurrou para fora.

– Não entra! – ela abaixou o olhar olhando meu braço. – Por que está quente desse jeito?

– Não sei! – desci o olhar e ela usava um short rosa e camiseta, deixando suas curvas à mostra, a deixando sexy.

– Tchau Rick! – ela empurrou a porta fechando na minha cara.

Segurei e a não deixei fechar.

– Não seja mal educada Claire! – empurrei com força e entrei a ouvindo bufar atrás de mim. – Como você está?

– Estava bem ate você chegar aqui! – ela deu um sorriso sínico.

– Quanta gentileza!

– Tem noticias do Felipe e da Bianca?

– Não! Sabe que o João e a Claudia não vão nos deixar sair tão cedo! – suspirei sentando na cama.

– É! Eu sei!

Estremeci um pouco e me levantei, apenas sorri para ela que me olhou curiosa, foi ate a sua cama e se cobriu com um edredom.

– Com frio é? – perguntei pegando um livro dela que estava em cima da cômoda.

– Muito! – ela se encolheu.

– Acho que essa conexão é mais forte que tudo! - ela olhou curiosa e eu me aproximei encostando a mão no braço dela.

– Credo Rick! Você está super quente! Parece ate um forno acesso!

– A Claudia disse que pode ser febre!

Ela soltou um risinho baixo e depois abriu o edredom para que eu entrasse e me deitasse com ela.

– Dale conexão! – ela segurou minha mão e notei sua pele quente também.

Sorri e me deitei ao seu lado. Às vezes a Claire conseguia ser legal comigo, às vezes!

– O que conectou nós dois? – ela deu um olhar meio preocupado.

– Talvez o fato de você estar encantada por mim!

Ela começou a rir e eu não resisti rindo também.

– Eu não sei! – falei serio.

– Eu jurava que a Bia e o Felipe estavam conectados e não nós dois!

– Eu também achei isso! – suspirei.

– Por favor, só não faça nada que nos mate! – ela sorriu.

– Sim senhora dominadora! – sorri e ficamos nos encarando por alguns segundos deixando um silencio mortal passar.

A Claire podia ser chata e tudo mais. Uma coisa eu tinha que admitir: ela era linda, independente da sua personalidade.

Nossos olhos se encontraram e vi o seu cor de mel com um leve toque verde, seu rosto de boneca combinava perfeitamente com tudo nela. Seu rosto corou um pouco com meu olhar e ela desviou olhando a janela.

– Sinto muito pela conexão! – ela quebrou o silencio.

– Também sinto! - ela voltou a me olhar e deu um sorriso angelical.

– Você sempre foi assim?

– Assim como? – perguntei curioso me virando para ela.

– Ah! Sei lá! Chato, irritante, ou é só comigo?

– Me acha chato? – ergui uma sobrancelha.

– Muito! – ela sorriu mostrando os dentes perfeitos. – Brincadeira! Às vezes!

– Você também! Não sabe viver pacificamente comigo! – dei um sorriso torto.

Ela me encarou de um jeito estranho e depois desviou o olhar.

– O que foi? – perguntei.

– Nada! – ela suspirou.

– Fala ai Claire! – cutuquei seu braço.

– Não é nada Rick!

– Qual é? Fala! – fiz carinha de pidão e ela revirou os olhos e me encarou.

– Só que... Você fica bonitinho quando é legal comigo!

Abri a boca de surpresa. Nunca pensei que ela falaria isso algum dia comigo.

– Eu sabia! – quase gritei. – Você me acha lindo!

– Eu não falei lindo! Falei bonitinho! – ela me corrigiu.

– Tanto faz! Lindo, bonitinho, maravilhoso é tudo a mesma coisa! – comecei a rir.

– Me arrependi de ter falando seu chato! – ela fez biquinho.

– Prometo que não falo para ninguém que você admitiu! – sorri.

– Obrigado Henrique! – ela fez uma cara sínica.

Ri de novo e depois ficamos nos encarando mais uma vez. Veio o silencio mortal caindo sobre nós.

Fiquei ouvindo seu coração batendo num ritmo rápido e sua respiração silenciosa. Aproximei-me um pouco e ela se afastou sabendo qual era minha intenção.

– Rick, não!

– Por que não? – dei um sorriso. – Não me acha bonitinho!

– É! Mais... Melhor não!

Ergui uma sobrancelha confuso.

– Só acho que... Não quero essa conexão mais forte ou algo do tipo!

Assenti e sorri desanimado. Se eu roubasse um beijo provavelmente ela me mataria.

– Eu entendo! Mas quando quiser, eu estou aqui! – sorri malicioso.

– Vou me lembrar disso! – ela sorriu.

– Vou me embora então!- sentei-me e ela também. – Obrigado Claire!

– Por nada!

Não resisti e me aproximei de novo. Ela não se afastou, cheguei perto e dei um selinho rápido.

– Tchau! – levantei indo para a porta.

– Tchau! – ela sorriu.

Sai tremendo do quarto e fui direto pro meu. Passei em silencio sem olhar o Alisson na sua cama com a Aline.

– Oi Rick! – ele gritou.

– Oi gente! – respondi olhando brevemente.

– Nós não estamos pelados não! – ele brincou.

– Muito obrigado! – sorri. – Vou tomar um banho!

Os dois assentiram e eu entrei no banheiro.

Deixei a água quente cair e relaxei os músculos. Era bom ter a água quente no corpo.

...

Olhei o machucado no abdômen e tinha só um corte pequeno, ainda bem! Suspirei e voltei a me secar com a toalha. Vesti uma roupa de frio e enfie debaixo do edredom.

– Você com frio! – o Alisson riu vestindo uma camiseta. A Aline já tinha ido embora.

– A Claudia disse que é febre! – tremi um pouco.

– Serio? – ele me encarou. – Toma um remédio que passa!

– Acha mesmo que remédio vai funcionar? – voltei a tremer.

– Quem sabe! – ele jogou uma caixinha azul pra mim.

– O-o-obrigado! – gaguejei com o frio.

– De nada Cabeça quente! – ele se virou pra mim. – Tem noticias dos outros?

– A Claudia disse que estão na m-mesma! – engoli o comprimido e joguei a caixa de volta pra ele.

– Que pena! Espero que se recuperem logo!

– Eu t-t-também! – exclamei.

Ele riu da minha tremedeira e abriu a porta.

– Vou jantar fora com a Aline! Devo voltar mais tarde!

– Boa s-sorte! – sorri.

– Valeu! Melhoras!

– Obrigado! – tremi mais uma vez.

Ele saiu e fechou a porta. Fiquei ali tremendo por um bom tempo, ate o sono pesar minha mente e me dominar.

***

Claire

Olhei o relógio e senti meu corpo ruim como nunca havia sentido antes. Suspirei e me sentei na cama toda revirada. Levantei e olhei no espelho, meu rosto parecia cansado, os cabelos bagunçados. Era como se tivesse passado um trator em cima de mim. Estava mais cansada do que no dia da luta. Eu tive uma febre daquelas de noite, algo que acho que nunca tive e me apareceu agora!

Entrei no banho e fiquei longos minutos deixando a água cair sobre meu corpo. Olhei o machucado e tinha apenas uma marca de cicatriz, e isso definitivamente era muito bom, pelo fato de ter que ficar fazendo curativo todos os dias.

Escovei os dentes e prendi os cabelos num rabo. Olhei meu pulso esquerdo notando que a marca estava maior e um pouco diferente. Suspirei e vesti uma calça jeans, camiseta e uma jaqueta por cima, um tênis e sai para tomar um café.

Cheguei ao refeitório e olhei as poucas pessoas sentadas comendo ou somente conversando. Parei olhando em volta e dei um pulo para frente quando alguém apertou minha cintura por trás.

Virei encontrando o Rick com um sorriso divertido no rosto.

– Que susto! – reclamei.

– Bom dia! – ele falou meio animado demais pro meu gosto.

– Bom dia! – respondi seca e me virei indo pegar um copo.

– O João quer falar com nós dois! – ele já estava andando do meu lado.

– Só vou tomar café e já vou! – peguei um copo e enchi de café.

– Vou te acompanhar! – ele pegou um copo também.

– Não! Obrigado! – me sentei na primeira mesa que vi.

– Vou do mesmo jeito! – ele se sentou na minha frente e deu um sorriso torto.

Tentei olhar o máximo possível para a parede ao invés de olhar para ele que me fitava como se esperasse algo. Levantei e fui saindo.

– Não adiante me ignorar, eu continuo aqui! – ele falava enquanto andava atrás de mim.

– Não estou te ignorando Rick!

– Ah! Muito obrigado Claire!

Virei-me e dei um sorriso. Entramos juntos no espaço de treinamento. Estava o João, a Claudia e uma garotinha sentada numa cadeira parecendo um pouco assustada.

– Fico feliz que já estejam melhores! – a Claudia exclamou dando um sorriso.

– Também fico muito feliz! – o Rick falou se sentando numa cadeira.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntei olhando a garotinha que me parecia familiar.

– Essa é a Lucy! – o João falou apontando para a garotinha que varreu o ambiente com os olhos rapidamente. – É a garota que vocês tentaram impedir da Jennifer machucar!

Eu sabia que ela era familiar! Dei um sorriso e ela me olhou assustada.

– O circulo não foi completo, ela não foi morta e nem vocês! Mas a Jennifer acabou mordendo a garota e agora ela é uma vampira! – a Claudia explicou.

– Mais tão pequena assim? – o Rick falou olhando a garota.

– Infelizmente! – o João suspirou e estendeu a mão para ela que segurou meio receosa.

Ela olhou para mim rapidamente e depois parou o olhar no Rick.

– Por ser tão jovem, a imortalidade lhe deixa um pouco confusa e sem controle, muito mais do que outros vampiros adultos. – o João falava.

– Ela precisa de ajuda para se adaptar ao novo mundo ou... Será complicado se a FEM descobrir! – a Claudia falou olhando preocupada.

– A Kate ficou de vir aqui mais tarde! – o João falou. – Mas acho que a ajuda de vocês seria menos complicado para ela e a Kate poderia ajudar em outros aspectos!

– Eu vou adorar ajudar! – falei dando um sorriso.

– Eu também! – o Rick se levantou e parou se agachando perto da garota.

– Oi! Eu sou o Henrique, mas pode me chamar de Rick! Essa moça bonita aqui. – ele apontou pra mim. – É a Claire!

– Oi Lucy! – me agachei ao lado Rick e ela deu um sorriso amarelo.

– Oi! – respondeu em voz baixa.

– Eu e a Claire podemos te ajudar? – o Rick falou e ela assentiu sorrindo.

– Quantos anos você tem? – perguntei.

– Doze! – ela respondeu sem tirar os olhos do Rick.

– Onde você morava? – ele perguntou olhando para ela também.

– Com minhas mães no orfanato!

– Suas mães?

– Elas cuidavam de mim ate uma família ir me adotar!

O Rick se endireitou e pegou a mão dela e depois sorriu.

– Quando eu era criança, também morava num orfanato e sempre estive esperando uma família para me adotar! Mas o fato de ser diferente sempre afastava as pessoas de mim.

– Você conseguiu uma família?

– Sim! – ele sorriu. – Eles são minha família! – ele olhou para nós. – Você faz parte da nossa família agora!

– É mesmo?

– É sim! E é muito especial para nós!

Ela sorriu e depois olhou para todos da sala.

– Nós vamos ajudar você e tudo vai ficar bem! – o Rick falou dando um sorriso torto e depois aproximou beijando a mão da garota que sorriu em resposta.

...

– Eu não sabia que você gostava de crianças e muito menos que sabia lidar com elas! – exclamei enquanto o Rick colocava as luvas de boxe. Todas já tinham ido e o João ficou de levar a Lucy para conversar com a Kate.

– Já falei com você que existem muitas coisas sobre mim que não conhece! – ele sorriu.

Segurei o saco de boxe enquanto ele começava a dar socos.

– Nunca conheceu seus pais? – perguntei e ele apenas deu de ombros e voltou a socar.

– Pra que? Me abandonaram quando era um bebe!

– Não tem vontade de saber quem são eles?

– Não! O mais importante eles já fizeram: Me colocar no mundo. E se me deixaram é porque não queriam!

Ele falava com tanta naturalidade que parecia nunca parar para pensar nisso e como se fosse à coisa mais normal no mundo ter sido deixado num orfanato.

– Acho que se estivesse no seu lugar eu com certeza ia ter vontade de pelo menos saber quem foram eles! – falei olhando ele tirar à camisa deixando os músculos a mostra.

– Devem estar mortos! – ele sorriu e continuou seus socos quase me arrastando para trás.

– Nossa!

– O que? – ele parou para me olhar.

– Apesar de tudo Rick, são os seus pais, suas origens...

– Eles não quiseram conhecer o Henrique e pouco importa quem eles são Claire! Nunca se interessaram por mim. Por que eu me interessaria por eles? – ele suspirou. – Foram egoístas e não me interessa quem foram ou quem são!

Ele tirou as luvas e saiu indo se sentar na escada com uma garrafa de água nas mãos.

Eu não devia ter falado nada disso. Agora ele ficaria chateado. Sentei-me ao seu lado.

– Desculpa Rick!

– Tudo bem! – ele se virou pra mim e sorriu. – É bom que conheça meu lado abandonado!

Caiu um silencio e ficamos nos encarando, ate eu me dar conta que estava vagando com os olhos no seu corpo. Ele riu baixinho e olhou a porta a nossa frente.

– E seus pais Claire? Quem foram?

– Foram tudo! Tudo pra mim!

– Deve ser difícil pra você! – ele me olhou.

– Sempre é difícil me lembrar deles e de quem os matou! Eu queria vingança, queria poder saber que fiz alguma coisa por eles!

– Pode ter certeza que eles têm orgulho de você! A vingança não vai trazê-los de volta!

Olhei para ele que mantinha uma expressão calma e reconfortante.

– É! Eu sei! – suspirei. – Descobri que posso fazer coisas melhores pelos meus pais, ao invés de desperdiçar a minha vida tentando alcançar alguém que na verdade nem sei o que realmente é!

– Às vezes precisamos ser mais fortes do que aparentamos e juntar as ultimas forças e seguir em frente! Porque o mundo não para e nunca vai parar para cada um!

– É! Não vai! – sorri e ele retribuiu.

De volta o silencio mortal e a troca de olhares. Desviei o meu e levantei pronta para sair. Ele segurou meu braço e me fez virar para ele de novo.

– Saiba que estou aqui! Sempre que precisar!

– Obrigado Rick! – sorri e ele soltou meu braço.

Sai em passos lentos como se meu corpo quisesse voltar e ficar por lá. Eu tinha medo dessa tal conexão e nunca imaginei que ficaria conectada ao Rick, ate porque não somos próximos, ou pelo menos não éramos.

Eu só queria que tudo ficasse bem e espero que a Bia e o Felipe não tenham se conectado também!


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Notas finais do capítulo

Então queridos, gostaram? Espero que sim!
Primeiro capítulo para vcs e já deixando aki bem claro que irei postar nas sextas-feiras!
OKOK
Beijos e ate mais!



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