Após alguma horas de viagem Fatinha chegou no México. Ficou totalmente perdida, nunca tinha saido do país antes, e pra piorar não falava nada de espanhol. Sempre pensou que por ser parecido com o português era mais fácil, mas agora via que não. Não dava para entender tudo que eles falavam, mais a maioria das coisas.  Chegou facil em seu predio, andava sempre com um mapinha na mão, para facilitar as coisas. Começaria seu trabalho amanha, sorte dela que na agencia de turismo precisavam de uma pessoa que falasse português. Sorte entre aspas não é? Pois ali era o ultimo lugar que ela queria estar. A uma hora dessas já estaria casada, dormindo de conchinha com Bruno. Como ele devia estar se sentindo agora? Pior do que ela, é claro. Mais não queria pensar nisso, lhe doia cada vez mais. Só de pensar que nunca teria a vida dela de voltar. Dali para frente seria só ela e seu filho. Passado uns  10 dias conheceu uma mulher que trabalhava no mesmo lugar que ela, e por coincidência morava na porta em frente ao seu apartamento. Erica era uma doce de menina, uma das poucas pessoas com quem Fatinha tinha conseguido fazer amizade. As pessoas naquele lugar eram estranhas, com a cara emburrada, pereciam que estavam sempre de mau com a vida. Ela nunca iria se acostumar com aquilo. Por um momento pensou em ligar para sua mãe,mais tinha medo de como ela ia lhe tratar. Isso não importa-pensou- pior do que estava agora não podia ficar. Então foi isso que ela fez.

Fatinha: Alo. Mãe?

Vilma: Maria de Fatima, onde você esta minha filha. O que aconteceu com você. Você esta bem?

Fatinha: Eu to bem mãe. Eu to morando aqui no México.Por favor, não me pergunte nada.

Vilma: Como não perguntar minha filha? O que você fez com você Maria de Fatima.

Fatinha: Não fui eu mãe, por favor, acredite em mim.

Vilma: Tudo bem, eu não vou dizer mais nada. Mas eu quero ir ai te visitar, mais só posso no mes que vem

Fatinha: Eu vou adorar,mas se você puder vir daqui a 2 meses melhor ainda

Vilma: Então ta minha filha. Te ligo pra combinar tudo. Te amo meu amor.

Fatinha: Tambem te amo mãe - Daqui a 2 meses Fatinha já estaria com quase 4 de gravides e então sua mae poderia perceber. E, alem do mais, ela poderia ir junto para ver o sexo do bebe-

Brasil:

Tinha se passado quase 10 dias desde que Fatinha tinha ido embora. Bruno estava ficando algumas vezes com Ana na tentativa de esquecer Fatinha, mas tudo em vão. Lembrou-se do bilhete que Fatinha tinha deixado para ele. Estava em cima de uma mesinha no seu quarto, do mesmo jeito que tinha deixado a 10 dias atras. Intacto.Sera que agora teria coragem de ler? Pegou o bilhete e se sentou na cama.Estava nervoso para saber o que estava escrito ali e ao mesmo tempo não queria saber de nada. O medo o consumia naquele momento.

"Moreno, você não sabe como me dói escrever isso, e mais ainda ter feito isso que eu fiz. Talvez você nunca me perdoe por isso ou eu mesma não me perdoe. Mas as vezes nas vida somos obrigados a fazer aquilo que não queremos. Mais independente de tudo que aconteça eu te amo infinitamente, e por favor, nunca duvide disso.  Estou perdida, mais como diria Clarice Lispector:  Perder-se também é caminho. Não te peço que me perdoe, nem que me entenda. Sei que errei, mas foi inevitavel, o que carrego dentro de mim é muito mais forte do que eu."

Ao ler essas palavras Bruno derramou rios de lagrima, nunca mais teria sua loira de volta. E nem a ouviria citar Clarice Lispector. sorriu ao lembrar disso. Mas o que ele podia fazer? Não foi uma escolha dele.