Por Lina

Acordei em um quarto e tive lembranças de ter estado aqui algum dia, só não me recordo quando. Abri meus olhos bem devagar e o sol estava batendo no meu rosto, estava fazendo um dia maravilhoso.

Uma mulher entrou e deixou uma bandeja em uma pequena mesinha, tinha um cheiro magnifico deduzi que fosse meu meu café da manhã, inalei um gosto muito bom e me levantei um pouquinho ficando sentada. Estava vestindo um pijama de seda, nunca havia vestido algo tão confortável assim.

Ela abriu as cortinas e não me lembro do meu pai ter contratado empregadas, na verdade não me lembro de termos mudado para outra casa.

Senti uma pequena pontada em minha cabeça.

—Ai! - Passei minhas mãos na minha nuca e passou um flash na minha cabeça de tudo o que houve comigo. A cada lembrança eu sentia uma pontada muito forte.
        A mulher me olhou com um cara de preocupação, ela mostrava que queria me ajudar, mas hesitou e saiu do quarto  rápido com sua cabeça baixa.

Queria que ela me ajudasse, pois doía só de lembrar de tudo o que houve.

—Bom dia. -Ouvi uma voz masculina.

Olhei para a porta olhando no fundo dos olhos dele, era o Stefan.

—Seu monstro. O que você fez comigo! O que você fez com Jake! E Seth! -Gritei pra ele saindo da cama.–AH! - Gritei no meio do caminho com a dor.

Senti novamente aquela dor na minha cabeça, que eu não conseguia ficar em pé,  cheguei até a ponta da cama, mas não me sentei nela. A dor me consumia por dentro,  me sentei no chão agonizando de dor.

—Você disse que a memória dela não voltaria. -Stefan disse irritado para alguém.

—E não era pra voltar Stef, eu não sei o que aconteceu!- Uma voz feminina respondeu.

—Para com isso! -Gritei olhando para a mulher que estava fazendo sentir aquela dor.

—Me desculpe Lina, mas é pro seu bem.- Ela me respondeu mas ainda sim continuando a me machucar.

Ainda senti as fortes dores e isso estava me deixando com muita raiva.

—Para com isso ou eu juro que vou matar você e o Stefan!- Cerrei os dentes e ela não parou.

Levantei minhas mãos e sem tocar na garota e ela foi arrastada pra parede com força pra longe de mim. Me assustei com a forma e a velocidade que ela tinha sido empurrada...eu fiz aquilo?

Stefan veio pra me segurar, mas eu o olhei com tanta raiva que ele agonizou de dor.

—Lina, não faz isso!

Ouvi um grito de dor distante mas não pude reconhecer. A raiva era um novo sentimento que eu estava conhecendo. Minha dor já tinha sumido mas a minha raiva só aumentava. As paredes começaram a tremer e os gritos ficavam mais fortes. Stefan estava com suas mãos na cabeça em seus olhos saiam sangue e mal podia se mover.

Com essa brecha eu decidir correr. Corri em direção a qualquer lugar que me levasse a uma porta pra sair daquele lugar. Queria ir embora dali, mas ouvi gritos, gritos muito altos! Eram vozes graves, de algum homem. Algum homem sofrendo. Desci uma grande escada quase tropeçando e vi algumas portas.

Fui tentando abri cada uma delas, mas estavam todas trancadas, continuei andando pelos corredores, a casa era enorme e eu estava me tremendo toda,  estava entrando em pânico.

Ouvi mais fortes os gritos que vinha de um quarto no qual eu fui tentar abri-lo mais sem sucesso.

Uma fúria tomou conta de mim, levantei minhas mãos e a porta se quebrou, assim que ela se abriu vi o tal homem agachado gritando. Ele estava agonizando de dor. Tive uma grande surpresa quando seu rosto encontrou o meu.

—Seth...

Era ele!  Seth o meu melhor amigo que havia morrido. Ele estava aqui e  estava vivo! Senti uma paz enorme ao vê-lo, não estava mais com raiva, estava feliz por ele estar aqui, e então a casa parou de tremer.

—Lina! - Ele suspirou. Fui correndo até ele e o abracei, ele retribuiu o abraço da forma que pode. -Por favor...Para com isso, cada vez que você faz me machuca.

—Do que você está falando? -O soltei e olhei confusa, ele estava mal, estava suando muito.

—De seus poderes querida…-Ouvi aquela voz familiar, me virei e vi Klaus nos olhando em pé na porta recém quebrada.

— Klaus, O que você fez comigo. O que está acontecendo?- Eu o questionei, aquela fúria que eu senti, estava voltando.

— É bem simples sweet, você é uma hibrida agora. E bem...Pra explicar o que está acontecendo nessa casa, é você que está fazendo isso. - Ele dizia com um sorriso - Você é descendente de uma poderosa bruxa e consequentemente herdou os poderes dela, minha mãe.

—O que?

—Sweetheart, eu sei que é bem complicado isso para você entender e quase impossível de se acontecer, mas aconteceu com você. Você é uma vampira, é uma loba e também é uma bruxa.- Ele colocou as mãos em seus bolsos e andou próximo á mim. - Você também tem um dom de projetar imagens. Quando Seth estava morrendo você mostrou suas lembranças e não só para ele, mas para mim também.

Comecei a entrar em pânico novamente, como eu poderia ser um ser tão bizarro quanto o que ele acabou de dizer? E por que comigo e não outra pessoa. E novamente a casa começou a tremer mais dessa vez devagar.

—Lina de novo não… - Seth começou a agonizar e Klaus estava nos olhando.

—Cada vez que usar magia, irá ferir Seth.

—Mas eu não estou fazendo nada.

Klaus com sua rapidez estava frente a mim.

—Sim, você está. Agora olha para mim, respire. - Ele falava calmo, olhei para ele e respirei fundo, a casa estava voltando ao normal e Seth já não sentia mais nada.

—Viu SweetHeart, é questão de controle. Apenas controle e eu vou te ajudar com isso.

Era tanta informação que minha cabeça estava muito confusa.

—Como ele está vivo e por que eu estou machucando ele, e onde está o Jacob?

—Ele está vivo por sua causa, você salvou a vida dele.

Eu estava entendendo era nada.

—Devo a minha vida á você Lina, me sinto muito melhor que antes, me sinto outro cara.

Seth disse daquele seu jeito empolgante que não havia mudado. Ele realmente estava bem diferente, seus músculos estava maiores, ele estava mais alto e mais bonito que antes. Parecia que tinha envelhecido uns 5 anos.

Olhando ele algo disparou em mim e eu finalmente pude entender o que estava acontecendo ali. 

—Eu transformei você.- Disse quase que num sussurro.

—Foi a melhor coisa que já aconteceu comigo! Se Sue e Charlie pudesse me ver como eu estou agora.- Ele falava bem empolgado.

Isso estava tudo muito confuso. E então me lembrei de quando dei meu sangue a ele, eu achei que aquilo iria cura-lo. Até que Stefan o matasse. Ele voltou, mas não imaginava que ele voltaria assim! E o pior que além disso,  ele se fere quando eu uso algo que  nem eu mesma estou sabendo o que estou fazendo. Eu não quero isso, eu quero ser normal!

—A melhor coisa? Seth eu estou machucando você e eu nem  sei o porquê disso.

—Klaus pode explicar isso muito melhor que eu Lina.

Olhei para Klaus procurando por explicações que ele estava pronto a me dar.

—Pedi a Bonnie que passasse todo o seu poder pra ela, mas você é espetacular.- Ele dizia com orgulho - Bonnie sabia que fazendo isso suas memórias poderiam ser apagadas, mas pelo visto não deu muito certo...Ainda bem claro.- Ele deu um risinho - Para nossa segurança ela ligou seus poderes restantes ao Seth e não é tão pequeno quanto parece pois você precisa controla-los, então todas as vezes que usar ele irá sentir dores muito fortes.

—E acredite Lina elas são muito, muito fortes.- Seth respondeu e eu fui até ele.

—Seth, me perdoa eu não queria que nada disso acontecesse com você ou comigo.

—Você tá brincando? Eu sou muito mais forte agora, muito mais ágil e veloz!

—Seth, você não está bem da cabeça, nós temos que sair daqui! Preciso encontrar o Jacob, preciso encontrar o meu pai.- Disse com desespero que segurei na mão dele o levando para fora mas Klaus parou na minha frente.

—Nenhum dos dois irão embora daqui. SweetHeart...Eu  que sou o seu pai e se você sair por essa porta nunca irá aprender a controlar os seus poderes, ou sua fome e Seth irá sentir a consequência de tudo isso.

Olhei para Klaus e estava começando a ficar com raiva.

—Foi você quem fez isso! Você sabia que nem eu ou ele viveria com você seu monstro! Fez esse feitiço porque sabe que eu nunca machucaria ele.

—Fique calma Lina.-Ele pediu

—Eu não vou ficar!

Seth apertou sua cabeça e eu percebi que ele ia sentir dor.

—Eu disse controle, é tudo controle.- Klaus falava com calma em sua voz.

Respirei fundo e fiquei mais calma e tranquila. Eu não quero machucar Seth.

— Muito bem...agora, vamos fazer um acordo. - Klaus falou em um tom alto e irônico.

—Eu não farei nenhum tipo de acordo com você.- Respondi.

—Sim, você fará.- Ele deu um pequeno sorriso- Você irá viver comigo durante uma década e eu lhe ensinarei tudo o que precisa para controlar seus poderes. Você terá um lar aqui comigo, não irá lhe faltará nada, terá tudo o que você merece como minha filha, e sendo assim não machucará seu amigo. Após esse tempo você terá a escolha de ir embora, é claro se estiver pronta, e também se for da sua vontade.

Ele está de brincadeira comigo, só pode! Eu poderia até aceitar porque ele pode me ajudar e assim eu não machucaria Seth, mas por que depois desse tempo ele acha que eu vou querer ficar aqui com ele? Claro que não!

—Você quer brincar de casinha comigo então.-Respondi irônica.

—Não, eu quero que você faça suas próprias escolhas em sua vida, mas antes você tem que aprender a lidar com tudo. Quero que você conheça o mundo, conheça o que você pode fazer de melhor, você pode ser o que quiser Lina, ser desse jeito não é tão mal quanto você acha, pelo contrário é a melhor coisa da vida.

—Melhor coisa da vida, você se ouve quando fala? Você mata pessoas.

—Apenas aquela que entram no meu caminho ou não estão de acordo comigo.-Respondeu ele sério.

—Então se eu disser  que não você vai me matar? Ótimo, minha resposta é não, acabe com essa tortura de uma vez.

—Por favor, eu não mataria a minha própria filha.

—Para com esse negocio de me chamar de filha!  E de achar que vamos viver felizes para sempre, porque isso não vai acontecer! Eu não sou a sua filha, nunca vou ser!

Klaus com sua velocidade ficou a poucos centímetros de mim segurando os meus braços.

—Você é minha filha Nicolina.  Você foi tirada de mim quando nasceu.-Fiquei surpresa com a velocidade que veio até mim e segurou meus braços, não sei do que ele poderia ser capaz de fazer. Ele viu medo  em meus olhos e logo se afastou. Soltei a respiração que eu nem reparei que tinha segurado, ele se virou ficando de costas pra mim mas continuou a falar –Eu matei todos que ajudaram a roubar você de mim, matei todos que entraram no meu caminho que me impediam de poder te ver só mais uma vez - Ele se virou pra mim chegando mais perto, olhou no fundo dos meus olhos- Eu passei eterno 16 anos da minha vida procurando por você. E você vem me dizer que eu quero apenas brincar de casinha?

Estava negando para mim que cada palavra que foi dita por ele era sincera.

—Você matou a minha mãe e deixou que me levasse. Por que não impediu? Você não é famoso hibrido?-Fui mais perto dele o provocando.

—Eu nunca matei sua mãe, ela se foi por vontade própria.

Minha mãe está viva? Não pode ser. Klaus é um mentiroso, meu pai Marcel nunca mentiria pra mim.

—Meu pai disse que você queria se vingar por ela ter me dado a ele e a matou.

—Lina, eu já disse que eu sou o seu pai.- Klaus disse cerrando seus dentes e soltou meus braços -  SweetHeart, as coisas são complicadas nem tudo que Marcel disse a você em toda a sua pequena vida é verdade, ele é meu Frenemie a muitos anos, ele te disse coisas para ficar contra mim.

—Ele nunca mentiu pra mim, ele pensava em vingança na noite que me levou  mas ele mudou de ideia. Ele quis ser um pai pra mim,  um pai que ele saberia que você nunca seria! Ele pode ter me dado uma vida limitada de muitas coisas mas nunca me prendeu ou tentou fazer um tipo de acordo comigo.

Klaus começou a dar suas gargalhadas que me irritava muito naquele momento.

—Por favor Lina, você acha que viveu livre esses anos todos? Que você teve suas próprias escolhas? Claro que não, Marcel tinha medo de eu encontrar vocês, de te levar e matar ele por ter me traído dessa forma.

—Ele tinha medo sim, mas o único medo dele era você me tirar da vida dele, apenas para me usar e fazer os seus híbridos, ele me ama como um verdadeiro pai!

Klaus parou um momento e seus olhos aparentava estar lagrimejando mas mesmo assim ele estava fumaçando pela cabeça. Ele mostrava raiva e ainda sim mostrava estar magoado, eu não posso entender ele...

—Eu não vou discutir com você sobre esse assunto, você ficará e ponto final.

Quando eu pensei em abrir minha boca, Seth se intrometeu.

—Lina, escuta ele, você não tem controle sobre seus poderes e nem controle da sua fome, se você sair, é capaz de você matar uma cidade toda, e matar a mim também.

 Seth estava me alertando, eu não sei nem quem eu sou agora, eu não tenho controle algum e eu não quero machucar ninguém muito menos meu amigo. Eu quero saber como fazer pra controlar toda essa raiva que eu sinto, eu não quero viver com Klaus. E se esse é o sacrifício que eu tenho que fazer pra ser uma pessoa melhor, eu acho melhor estar aqui e além do mais, eu preciso saber da verdade, eu preciso saber da minha verdadeira história. 

—Ok, eu irei ficar.