(Simultâneo enquanto Lina estava com Henrik)

POV por Kol

Assim que acordei vi meu irmão Klaus desacordado no sofá, Seth e Agnes estavam conversando e folheando o grimório. Rebekah estava discutindo alguma coisa com Elijah e assim que me viu veio até mim.

—O dorminhoco acordou.— Rebekah cruzou os braços em deboche— Que merda foi essa que você fez agora Kol...

—Beks. — Passei a mão no meu pescoço ainda estava dolorido.— Alguém precisava fazer alguma coisa e eu fui pelo caminho mais rápido, que era criar o que Takan se alimenta para ter vantagem, dã.

Rebekah ia falar algo quando meu irmão Klaus acordou.

—Onde a minha filha desnaturada está? —Ele perguntou com fúria em seus olhos.

—Niklaus, mantenha a calma ela não sabe o que está fazendo e está assustada.—Elijah disse tentando acalmar nosso irmão. Mas Klaus ergueu a sobrancelha para ele que revirou seus olhos.— Ela está com Henrik lá em cima. 

—No que você foi nos meter Kol, você podia ao menos ter impedido dela ter alguma relação com eles.— Rebekah disse.

—Controlar os sentimentos da Lina? Tá bom.— Disse e ela revirou os olhos.— A questão é a seguinte, Lina precisa entender que o melhor a ser feito é sacrificar eles, todos eles.

Seth pediu para Agnes esperar enquanto me encarava.

—Cara, isso não vai acontecer para de insistir.

—Olha moleque, eu estou me segurando por respeito a minha sobrinha, mas dá pra você calar a maldita boca e deixar os adultos aqui resolver as coisas?— Ele rangiu os dentes e Seth começou a deixar seus olhos sombrios.

—Seth.—Klaus e Elijah disseram juntos e por milagre ele assentiu.

—Olha, cada um deles tem um passado, eles são da linhagem de bruxos e são órfãos! Sem família pra chorar no enterro. 

—Kol, você fez sua pesquisa errada irmãozinho Nate ainda tem família viva e vocês não iriam acreditar se eu contasse quem.— Beks disse.

—Estou curioso pra saber mais, mas uma outra hora Rebekah.— Klaus disse— Vamos focar nisso e entender nossas opções. Podemos sacrificar 36 pessoas ou podemos ser ágeis e sacrificar 12 híbridos.

Parece que meu irmão entende.

— Isso não vai acontecer.— Seth novamente disse. 

—Eu acho que essa segunda opção é a que mais pode dar certo.— Agnes disse.— Teríamos muito mais tempo e como Kol disse, Katrina já tentou fazer e não deu muito certo...E...Nos últimos dias ela estava tentando ter o sangue de Henrik e Lina, eu achei que fosse para um tipo especifico de feitiço, mas agora examinando tudo com atenção, era para outra coisa...

Balancei a cabeça pra ela que não, meu coração se apertou.

—Por que? — Klaus perguntou quando viu.— Tem algo que eu não sei nessa  história?

Agnes entregou um pequeno papel que estava no grimório me ignorando completamente, ele pegou em suas mãos e quando viu a imagem que ali estava ficou  imóvel. 

—Nik?— Rebekah disse e foi até ele vendo a página. — Oh meu Deus, Kol seu sádico!

—Deixe me ver.— Elijah pegou de suas mãos e ficou muito surpreso.— Puta merda. Desculpe  as palavras.

—O que é gente?— Seth olhou para Elijah perplexo e foi perto para ver,  arregalou os olhos.— Cara, você é doente.

Me sentei novamente no sofá com as mãos no rosto envergonhado, aquele momento era o que eu mais temia em toda a minha vida. Eu sabia que não iria esconder tudo por muito tempo. Mas agora é a hora de enfrentar os meus irmãos.

—Kol— Klaus ficou com a voz amargurada me entregando a página que continha um desenho feito á mão.— Você pode me explicar, o que o desenho da minha filha faz em uma folha que está assinada por você datado por décadas atrás?

 Não tinha como fugir disso. Não poderia mentir por que estava ali. Respirei fundo, eles merecem toda, e dessa vez toda a verdade.

—Não é a Lina, é Kahilah. Foi desenhado por mim e Katrina guardou como lembrança.— Desabafei.

Meu irmão estava pronto para partir minha cabeça ao meio, o restante estava sem acreditar e de fato era inacreditável. Eu, Kol Mikaelson fui apaixonado por uma cópia da minha sobrinha. E eu nunca contei isso á ninguém. Katrina também soube esconder esse segredo muito bem.

—Eu confiei á vida dela nas suas mãos!— Klaus disse.— Você disse que a amava...E...Céus... Não posso acreditar que mentiu pra todos!

—Nik, não menti para ninguém! Eu "omiti" isso, porque era desnecessário contar! Ninguém precisava saber desse detalhe.

—Detalhe?— Seth disse.— Cara, você olha para Lina todos os dias, nunca pensou em contar, nem mesmo á ela?

—É claro que sim, todos os dias. — E todos os dias eu sinto culpa.

Agnes estava ficando estressada.

—Pessoal, eu não quero me envolver no drama da família, será que podemos focar no que realmente importa?— Agradeci mentalmente por ela interromper.— Sabemos que os híbridos  são linhagem da Lina que por sua vez é cópia da Kahilah. Se fizermos o ritual com eles e Lina, é  bem provável que  Takan fique extremamente vulnerável por que ela pode se passar pela Kahilah e dizer que quer o amante junto dela. E isso dará tempo de coloca-lo no Lado Alternativo.

— Essa é a ideia.—Kol respondeu.

—Takan é caçador de almas, ele pode matar qualquer ser sobrenatural até mesmo os híbridos. —Seth alertou.

— Talvez de alguma forma eles possam voltar a vida estando ligada á ela.— Rebekah falou.

—Nem todos estão mais ligados á ela. — Elijah disse.

—Beks não está dizendo de uma ligação de criação Lijah, mas sim um feitiço de ligação.— Respondi — Talvez isso seja possível, porém não sei se Lina aguentaria estar ligada com 12 pessoas de uma só vez.

—Só iremos descobrir quando estiver feito. — Seth disse e finalmente pareceu estar um pouco mais tranquilo em relação á isso.

—Por mim tudo bem até aí, mas Lina não pode saber que Kol se apaixonou por uma cópia dela, isso a deixaria confusa com suas intenções.— Hayley entrou me encarando.— Ouvi tudo enquanto descia, ela está em uma conversa séria com o irmão, não vai ouvir nada. — Ela chegou bem próximo de mim—E depois conversamos sobre isso.

—Então é isso, vamos fazer o ritual com os híbridos e Lina.— Elijah afirmou, Klaus estava apreensivo.

—Kol... Irmão...isso realmente me deixa...magoado. — Ele disse.— Mas de qualquer forma você tentou ajudar e eu respeito isso, vamos fazer desse jeito.— Ele chegou perto de mim e apertou minha mão olhando no fundo dos meus olhos.— Mas quando tudo isso acabar, você vai ficar bem longe da minha filha.

—Se isso quer dizer que você vai me perdoar meu irmão, farei isso por você —Respondi e ouvimos Lina descer e gritar com os híbridos. 

—Fará isso por ela, e agora se me dão licença, eu vou convencer minha filha a matar seus híbridos.— Ele olhou para Seth.— E você vai me ajudar lobinho.

—Nik, calma aí! - Rebekah disse e foi atrás dele.

[... Voltando ao agora...]

POV por Lina

Não posso acreditar que o meu melhor amigo, se rendeu á essa maluquice. Isso está  errado. Muito errado.

—Lina, escuta.— Ele pediu.

—Não — Dei um passo chegando próximo a ele apontando um dedo.— Não! E essa é a minha palavra final.

Ele ignorou. E de repente senti uma zonzeira.

—Temos uma vantagem sobre Takan...—Ele olhou para o meu pai e depois voltou para mim— Podemos fazer o sacrifício sem que ninguém se machuque...permanentemente... ao não ser ele é claro, você pode coloca-lo no Lado Alternativo que você criou. 

Olhei séria para ele, era real quando disse que seria a minha palavra final, ninguém vai me convencer do contrário que pra derrotar Takan eu terei que matar meus híbridos. Tio Kol apareceu do lado de tio Elijah e minha mãe atrás. E mais uma vez fiquei meio tonta, enquanto olhava eles ficavam duplicados e depois em um só como se o mundo tivesse sido desmembrado e voltado ao lugar, senti meu corpo quase sair do chão.

—Sweet. — Meu pai mudou o seu tom dessa vez e eu balancei minha cabeça e tudo voltou ao normal.— Existem coisas que precisam ser planejadas e pensadas com a cabeça fria, você precisa ir descansar e depois conversamos sobre isso.

Aquela sensação estava estranha, apenas balancei a cabeça que sim. Minha mãe me olhou  franzindo os olhos, ela percebeu que eu não estava bem e veio até á mim.

— Tudo bem filha?

Não.

—Sim, vou fazer o que meu pai está mandando e descansar. — Todos estranharam minha decisão.— Por curiosidade, qual é a vantagem que temos? Caso eu aceite essa condição.

 Eles se entreolharam e me olharam cuidadosamente, Seth engoliu seco e deu um sorrisinho.

—Hã...Podemos fazer uma ligação de sangue entre você e os híbridos. 

Minha garganta estava seca e a zonzeira piorando. Não conseguiria raciocinar.

—Pensarei a respeito.

Seth abriu um pequeno sorriso, e Stefan entrou no complexo, suas roupas estavam um pouco sujas de sangue e olhou direto pro meu pai e acenou, depois franziu a testa olhando para todo mundo. 

— O que é dessa vez?

—Eu te explico cara. — Seth acenou para o escritório do meu pai, ele olhou para mim e eu acenei que tudo bem.

 Passei por eles e senti uma brisa em meu rosto. Algo estava errado. Fui direto pelo quarto do Henrik  para me certificar de que ele estava bem, e para a minha surpresa ele estava deitado em sua cama virado de costas, não vi seu rosto, mas ele estava dormindo, então está tudo bem.  Com certeza era o cansaço e talvez até mesmo minha fome falando mais alto.

[...]

Me alimentei para ver se passava esse mal estar e até que fiquei um pouco melhor depois de várias bolsas de sangue. Peguei no sono e acordei na madrugada, Stefan estava dormindo do meu lado abraçando á mim, parecia um anjo. Dei um beijo na testa dele e me levantei da cama, fui ao banheiro e lavei meu rosto, fiquei me olhando ao espelho.

Quando foi que minha vida começou a virar de ponta a cabeça? Anos atrás eu era uma garotinha nômade, hoje eu posso destruir o mundo com um estalo de dedo.

Estalei meus dedos rindo e olhei para a minha mão assustada. O estalo foi bem mais alto do que eu esperava. 

—Lina?— Stefan disse preocupado na porta do banheiro.— Você está bem? Que barulho foi esse?

Quando eu ia responder nós ouvimos um grito. E eu soube que não era eu que tinha feito aquele barulho.

—Skyller.— Respondi e sai na frente de Stefan em velocidade, cheguei no hall do complexo e Sky estava agachada gritando desesperadamente e chorando, ela se virou para mim e suas mãos estava sangrando. — O que você...Oh! Não!

Dei um passo para trás assustada com o que vi e esbarrei em Stefan, segurei nas mãos deles com muita força. Aos poucos alguns dos híbridos apareceram e ficaram chocados com o que estava a nossa frente. 

—O que está acontecendo aqui! — Meu pai perguntou nervoso e chegou perto de Sky. — Ah não...Tommy.

Ele estava nos braços de Sky, sangrando, o seu pescoço estava com marca de uma enorme mordida e em seu peito sua camisa estava rasgada com marcas de  aranhões.

Stefan  me soltou e foi para perto de Skyller.

—O que houve?— Ele perguntou calmamente se agachando até ela e analisando Tommy, ela estava em estado de choque, trêmula e muito assustada.

—La bestie, mi muerte. — Ela repetia varias vezes, Stefan não estava entendendo nada daquilo e segurou em seus ombros tentando puxa-la dali.

O que ela estava dizendo agora mais baixinho não era algo estranho, para mim. Era como se eu já tivesse escutado aquelas palavras... E então me lembrei de ter ouvido aquilo em algum lugar, de alguma pessoa....Eva. 

Eva disse isso quando...

—Henrik. — Disse baixinho e olhei para cima, deixei meus ouvidos atentos e não consegui ouvir as batidas do coração do meu irmão. Ignorando totalmente o que estava acontecendo, subi em velocidade ao seu quarto  e vi Caroline imóvel olhando para a porta, ela estava chorando segurando o objeto mistico que eu dei á ela para sair do complexo.— Merda. O que ele te disse?

—A bebê chorou e aí eu vim ver como ela estava e ele...—Ela chorava assustada— Ele me chamou, era o Henrik até que...— Ela parou.

—Até que o quê? — Virei o seu corpo e rosto pra mim.

—Aqueles olhos vermelhos...Aquele monstro me obrigou a...— Ela levantou o objeto e chorou desesperada, não conseguiu mais falar. Mas eu já havia  entendido.

Sabia que tinha algo errado, eu estava sentindo! Como eu pude deixar isso acontecer? Takan está no meu irmão agora e matou um dos meus híbridos, ele pode não estar aqui, mas sei que não pode ter ido longe.

—Vai ficar tudo bem. — Sorri pra ela o minimo que eu pude, peguei o objeto das mãos dela — Pai! — Gritei — Caroline, preciso que se acalme e quando puder conte ao meu pai, ok? — Ela balançou a cabeça que sim. E eu andei em direção contrária.

—Onde você vai?—Ela perguntou e eu não tive tempo de me virar.

— Eu vou acha-lo e mata-lo.

[...]

Havia um monstro á solta por aí possuindo o meu irmão, ele matou o meu...o meu Tommy... Ele não vai se safar dessa. 

O seu cheiro não estava muito longe como eu sabia que não estaria. New Orleans ainda estava cheia á essa hora, como ele passou desapercebido por aí? Como se eu não soubesse a resposta, ele está no corpo do meu irmão, e Henrik conhece muito bem essas ruas e sabe como passar sem que ninguém o veja.

—Eu sei que você está ai em algum lugar, e acredite em mim eu vou te achar...- Disse caminhando.

—Kahilah...—Ouvi um sussurro de uma voz estranha, me virei e havia um beco. — Lina...

Dessa vez era a voz do meu irmão. Era ele.

Fui em direção a voz e vi uma sombra atrás de uma caçamba de lixo, estava aumentando e diminuindo. Por um momento hesitei e parei. Ele estava se transformando. 

—Irmão...

Disse baixinho quando a sombra diminuiu...Andei lentamente e o encontrei  assustado, suado, agachado com as mãos na cabeça e olhos fechados, ele estava se debatendo, estava lutando contra isso.

—Lina...—  Ele chamava e dei um passo cauteloso me aproximando á ele.

—Eu estou aqui, vai ficar tudo bem Rik... Você precisa lutar contra ele, eu vou te ajudar.

Levantei minhas mãos para chegar mais perto do meu irmão e ajuda-lo, mas demorei demais. Suas garras surgiram e cortaram no meu braço fazendo o sangrar, gritei de dor e ele olhou em meus olhos. Caroline estava certa, aqueles terríveis olhos vermelhos, eram assustadores. Eu acho que senti, medo. Travei olhando para ele e não consegui me mover.

—Kahilah. — Ele resmungou com sua voz horrível. Eu ainda o olhava e talvez meus olhos mostraram o meu medo e eu tive a impressão de que naquele momento ele não ia me ferir, mas eu sim.

— Deixa o meu irmão em paz! — Segurei em seu pescoço com a força que eu tentei reunir. E ele fechou os seus olhos, grunhiu alguma coisa e o  abriu.

—Lina, não...— Era o meu irmão de volta, soltei seu pescoço —Não tenho controle, ele pode voltar, por favor sai daqui.— Suplicou.

—Não. 

—Para de teimosia! — Ele gritou e sua voz se misturou com a de Takan. —Eu não posso ficar perto de você é perigoso demais, eu te amo.

Os olhos vermelhos e amarelos se misturaram como se tornasse um. Segurei na mãos do meu irmão e apertei com força.

—Henrik!— Gritei e meu irmão voltou— Eu não vou te deixar!

—Eu sei que não...—Henrik segurou no meu rosto e abriu um pequeno sorriso falho.—Eu confio em você e sei que você confia em mim, nossas mentes não estão mais seguras, preciso que você faça de tudo para acabar com esse demônio nem que isso custe á minha vida. Eu vou saber quando você estiver pronta e voltarei.— Ele deu um beijo em minha testa.—  E agora dessa vez é você quem precisa me desculpar.

—O quê?...— Ele segurou no meu pescoço e em segundos eu não vi mais nada.