A Fuga escrita por Summer


Capítulo 8
Corra para longe, e quando você estiver sem fôlego


Notas iniciais do capítulo

Não demorei HUE
Eu perdi MUITOS leitores, e eu si que a culpa é minha, mas eu estou desanimando :
Vamos ver né?



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Eu sei exatamente onde a casa fica, vou lá desde que eu era tipo um feto, mas eu não tenho muita certeza sobre qual é a direção de carro, dá trabalho lembrar quais estradas eu posso ou não pegar, por isso tive que deixar de lado meu surto de adrenalina e ficar no final da fila, e eu realmente não sei quem deixou Frank no inicio da fila, porque sinceramente o garoto é uma ameba dirigindo, santo Poseidon, nem a minha avó dirige tão devagar, estou lutando para não passar por cima do carro de Michael e dar um bom peteleco na cabeça de Frank, ele parece não entender o conceito de “Estão nos perseguindo”, ele e Hazel devem estar encarnando algumas cenas de Amor sublime amor no carro, do tipo pegar nas mãos, olhar nos olhos, e dizer que está tudo bem, enquanto é claro tudo ao redor deles está em câmera lenta e os olhos dos dois brilham, tento não ficar nauseada com as imagens que vem na minha cabeça, mas é uma tarefa quase que inútil, quando já estou convencida de que o carro está sendo dirigido por um zumbi que teve metade do cérebro comido por algum tipo de vírus e estou pronta para meter o pé na cara desse zumbi eu finalmente reconheço a rua onde estamos, e acelero passando facilmente por Michael e pelo zumbi Frank que como eu temia estava segurando as mãos de sua amada apaixonadamente e é claro ridiculamente, eles obviamente não conhecem os perigos de andar de carro com apenas uma parte da atenção no volante, bobões.

As árvores são familiares, o ar tem um cheiro e lar que nada no mundo pode ser comparável, boas lembranças invadem minha cabeça e eu me permito imaginar como seria se tudo isso não tivesse acontecido, se nós fossemos apenas adolescentes comuns escapando de casa em busca de uma pequena aventura de uma noite, eu queria tanto ser essa adolescente, mas por alguma incidência do destino eu estou aqui, fugindo de um inimigo que não pode ser ganho, nunca.

A verdade é que a única coisa que eu realmente quero no momento é estar em casa, não o conforto, apenas a segurança, eu quero meus pais falando que está tudo bem, e mais do que isso eu quero que esteja tudo bem, e eu quero isso desesperadamente, eu novamente luto contra as lagrimas e venço, não é tão fácil me fazer chorar, de longe eu consigo ver a silhueta da casa em estilo colonial na qual eu passava os verões na minha infância, ela ainda parece a mesma, mas eu sei que está faltando algo, e no mesmo segundo eu entendo o que falta: minha família.

As janelas estão escuras, e tudo está calmo, minha ansiedade aumenta a cada pequeno segundo, a distância diminui e meu coração acelera com a felicidade de alguma forma estar indo para casa, para minha casa, meu lar. Estou tão feliz que acelero ainda mais deixando todos para trás, mal posso ver seus faróis na distância, mas não importa porque eu estou indo para casa.

Saio da moto, não tiro meu capacete, tamanha é minha atenção, tudo está tão escuro, mas meus olhos se acostumam rapidamente, procuro com os olhos pela chave reserva que fica escondida no jardim dos fundos, mas um brilho inesperado me chama a atenção, um brilho que eu conheço, mas não deveria estar ali, de maneira nenhuma deveria estar ali, levo um segundo para entender, e eles levam um segundo pra ver a compreensão em meus olhos, mais um segundo para a ação, eu não consigo me mexer, vejo eles seguindo na minha direção, mas só uma palavra vem em minha mente, e ela grita tão alto que elimina qualquer outro pensamento: Traição.

Meu pai não poderia fazer isso, ele não fez isso, eles devem ter descoberto, ou ter esperado por nós a noite toda, essa é a resposta, é a única possível e cogitável, apenas isso, meu pai não sabia sobre isso, não sabia de nada sobre isso.

Eles estão pulando em mim, é muito complicado tentar escapar de todos, por sorte eu estou de All Stars, não estou muito longe da moto, mas eles continuam atrás de mim, até que percebo que eles estão interceptando minha moto, são muitos deles e estão mais perto dela que eu, agora todos estão indo atrás da moto, porque eles sabem que eu preciso dela para escapar.

E eu preciso muito mesmo dela.

Tento pensar rápido, isso está se tornando uma rotina, pensar rápido enquanto eu corro de policiais loucos é meu esporte.

Eu acho que meus problemas são uma caverna ao invés de um túnel porque sinceramente não estou conseguindo ver a luz no fim de tudo isso, eles estão mais próximos e a luz divina ainda não me iluminou com a decisão, não estou perdendo as esperanças, porque esse não é o tipo de coisa que eu faço, estou apenas obrigando meu cérebro a trabalhar com mais velocidade, preciso salvar meus amigos, preciso me salvar, eu posso ser altruísta o suficiente para dar a vida por eles, mas eu realmente não estou com muita vontade de fazer isso no momento.

A luz não veio em forma de inspiração divina — ou talvez tenha vindo e eu não percebi — mas veio em forma de farol, farol de carro para ser mais exata, é tudo que eu tenho, embora não seja o mais brilhante plano que eu já tive, nem o mais seguro, mas era o mais rápido e meu pobre cérebro só quer um pouco de adrenalina no momento.

O carro de Frank está se aproximando rápido, eu corro naquela direção, os policiais levam apenas dois segundo para entender que eu mudei meu rumo, e voltam a me seguir, faço sinal para que Frank passe quando ele faz menção de parar, ele continua andando agora com mais velocidade, o carro de Michael desacelera ligeiramente, e dessa vez eu apenas jogo meus dois braços para o lado de dentro, inicialmente dói, mas logo o pânico varre a dor para um local mais distante no meu cérebro, u estou sendo arrastada, meu tênis estão esfolados, meus braços dormentes, só se passaram alguns segundos, mas ainda parecem séculos, eu uso o que me resta de força e impulsiono meu corpo para dentro, minhas costas batem estrondosamente na picape, Michael acelera, ainda estamos em uma perseguição, mas no momento eu tento recobrar o ar, o baque fez meus pulmões esvaziarem, eu não consigo respirar, meu corpo está pegando fogo, meus braços e pernas doem e o ar não chega até os meus pulmões, patética, depois de tudo o que eu passei é assim que termina? Bela maneira de morrer, nada de luz branca, nem flashback, nada disso? Perfeito.

Meu corpo começa a ficar dormente, o que atenua a dor e pouco a pouco o ar volta, sorrio aliviada, mesmo com meus hematomas, meus pés esfolados, minha família me mandando para o covil, minhas viagens na moto, minhas quedas, minhas perdas e todas as outras coisas, eu continuo acordada, eu continuo de pé.


Eu sei exatamente onde a casa fica, vou lá desde que eu era tipo um feto, mas eu não tenho muita certeza sobre qual é a direção de carro, dá trabalho lembrar quais estradas eu posso ou não pegar, por isso tive que deixar de lado meu surto de adrenalina e ficar no final da fila, e eu realmente não sei quem deixou Frank no inicio da fila, porque sinceramente o garoto é uma ameba dirigindo, santo Poseidon, nem a minha avó dirige tão devagar, estou lutando para não passar por cima do carro de Michael e dar um bom peteleco na cabeça de Frank, ele parece não entender o conceito de “Estão nos perseguindo”, ele e Hazel devem estar encarnando algumas cenas de Amor sublime amor no carro, do tipo pegar nas mãos, olhar nos olhos, e dizer que está tudo bem, enquanto é claro tudo ao redor deles está em câmera lenta e os olhos dos dois brilham, tento não ficar nauseada com as imagens que vem na minha cabeça, mas é uma tarefa quase que inútil, quando já estou convencida de que o carro está sendo dirigido por um zumbi que teve metade do cérebro comido por algum tipo de vírus e estou pronta para meter o pé na cara desse zumbi eu finalmente reconheço a rua onde estamos, e acelero passando facilmente por Michael e pelo zumbi Frank que como eu temia estava segurando as mãos de sua amada apaixonadamente e é claro ridiculamente, eles obviamente não conhecem os perigos de andar de carro com apenas uma parte da atenção no volante, bobões.

As árvores são familiares, o ar tem um cheiro e lar que nada no mundo pode ser comparável, boas lembranças invadem minha cabeça e eu me permito imaginar como seria se tudo isso não tivesse acontecido, se nós fossemos apenas adolescentes comuns escapando de casa em busca de uma pequena aventura de uma noite, eu queria tanto ser essa adolescente, mas por alguma incidência do destino eu estou aqui, fugindo de um inimigo que não pode ser ganho, nunca.

A verdade é que a única coisa que eu realmente quero no momento é estar em casa, não o conforto, apenas a segurança, eu quero meus pais falando que está tudo bem, e mais do que isso eu quero que esteja tudo bem, e eu quero isso desesperadamente, eu novamente luto contra as lagrimas e venço, não é tão fácil me fazer chorar, de longe eu consigo ver a silhueta da casa em estilo colonial na qual eu passava os verões na minha infância, ela ainda parece a mesma, mas eu sei que está faltando algo, e no mesmo segundo eu entendo o que falta: minha família.

As janelas estão escuras, e tudo está calmo, minha ansiedade aumenta a cada pequeno segundo, a distância diminui e meu coração acelera com a felicidade de alguma forma estar indo para casa, para minha casa, meu lar. Estou tão feliz que acelero ainda mais deixando todos para trás, mal posso ver seus faróis na distância, mas não importa porque eu estou indo para casa.

Saio da moto, não tiro meu capacete, tamanha é minha atenção, tudo está tão escuro, mas meus olhos se acostumam rapidamente, procuro com os olhos pela chave reserva que fica escondida no jardim dos fundos, mas um brilho inesperado me chama a atenção, um brilho que eu conheço, mas não deveria estar ali, de maneira nenhuma deveria estar ali, levo um segundo para entender, e eles levam um segundo pra ver a compreensão em meus olhos, mais um segundo para a ação, eu não consigo me mexer, vejo eles seguindo na minha direção, mas só uma palavra vem em minha mente, e ela grita tão alto que elimina qualquer outro pensamento: Traição.

Meu pai não poderia fazer isso, ele não fez isso, eles devem ter descoberto, ou ter esperado por nós a noite toda, essa é a resposta, é a única possível e cogitável, apenas isso, meu pai não sabia sobre isso, não sabia de nada sobre isso.

Eles estão pulando em mim, é muito complicado tentar escapar de todos, por sorte eu estou de All Stars, não estou muito longe da moto, mas eles continuam atrás de mim, até que percebo que eles estão interceptando minha moto, são muitos deles e estão mais perto dela que eu, agora todos estão indo atrás da moto, porque eles sabem que eu preciso dela para escapar.

E eu preciso muito mesmo dela.

Tento pensar rápido, isso está se tornando uma rotina, pensar rápido enquanto eu corro de policiais loucos é meu esporte.

Eu acho que meus problemas são uma caverna ao invés de um túnel porque sinceramente não estou conseguindo ver a luz no fim de tudo isso, eles estão mais próximos e a luz divina ainda não me iluminou com a decisão, não estou perdendo as esperanças, porque esse não é o tipo de coisa que eu faço, estou apenas obrigando meu cérebro a trabalhar com mais velocidade, preciso salvar meus amigos, preciso me salvar, eu posso ser altruísta o suficiente para dar a vida por eles, mas eu realmente não estou com muita vontade de fazer isso no momento.

A luz não veio em forma de inspiração divina — ou talvez tenha vindo e eu não percebi — mas veio em forma de farol, farol de carro para ser mais exata, é tudo que eu tenho, embora não seja o mais brilhante plano que eu já tive, nem o mais seguro, mas era o mais rápido e meu pobre cérebro só quer um pouco de adrenalina no momento.

O carro de Frank está se aproximando rápido, eu corro naquela direção, os policiais levam apenas dois segundo para entender que eu mudei meu rumo, e voltam a me seguir, faço sinal para que Frank passe quando ele faz menção de parar, ele continua andando agora com mais velocidade, o carro de Michael desacelera ligeiramente, e dessa vez eu apenas jogo meus dois braços para o lado de dentro, inicialmente dói, mas logo o pânico varre a dor para um local mais distante no meu cérebro, u estou sendo arrastada, meu tênis estão esfolados, meus braços dormentes, só se passaram alguns segundos, mas ainda parecem séculos, eu uso o que me resta de força e impulsiono meu corpo para dentro, minhas costas batem estrondosamente na picape, Michael acelera, ainda estamos em uma perseguição, mas no momento eu tento recobrar o ar, o baque fez meus pulmões esvaziarem, eu não consigo respirar, meu corpo está pegando fogo, meus braços e pernas doem e o ar não chega até os meus pulmões, patética, depois de tudo o que eu passei é assim que termina? Bela maneira de morrer, nada de luz branca, nem flashback, nada disso? Perfeito.

Meu corpo começa a ficar dormente, o que atenua a dor e pouco a pouco o ar volta, sorrio aliviada, mesmo com meus hematomas, meus pés esfolados, minha família me mandando para o covil, minhas viagens na moto, minhas quedas, minhas perdas e todas as outras coisas, eu continuo acordada, eu continuo de pé.



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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Uma bosta? Um lixo? Uma droga?



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