Radioactive escrita por Anna Beauchamp


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora pessoal! Tive problemas com a postagem...boa leitura =*



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Voltamos para o quarto/cela e lá ficamos até a noite. Podia se ver o céu apenas attravés de uma minúscula janela em uma parede, que tinha grades para evitar tentativas de fuga.

Me sentia cada vez mais aprisionada naquele lugar. Ficar ali encarceirada me deixava exasperada , como se o lugar ficasse cada vez menor.

Ficar presa lá com Carly era pior ainda. A garota era como uma espécie de morta-viva. Não dizia uma palavra sequer e ficava apenas sentada em sua cama olhando para a parede. Um comportamento estranho, mas parecia uma espécie de meditação. Mesmo assim, para mim era anormal alguém passar horas apenas encarando uma parede sem se mexer.

Passei o tempo ora olhando para o teto, ora andando de um lado para o outro na espera de uma sensação de liberdade de movimentação, já que quanto mais o tempo passava eu me sentia cada vez mais como se estivesse em uma caixa.

Depois de alguns minutos o soldado que guardava nossa porta entrou no quarto. Era alto, forte e tinha a mesma cara de robô-comandado que os outros soldados de lá tinha.

- Andem logo. Saguão Principal.

Ele nos tirou do quarto e fomos conduzidas pelos corredores com mais uma multidão de outras adolescentes.

Notei que quando chegamos ao Campo de Concentração, eles dividiram o lugar em duas alas: uma para garotos e outra para garotas. Estávamos todos separados naquele enorme presídio.

Adentramos no Saguão Principal, que logo descobri ser uma espécie de cantina - muito parecida com a do meu antigo colégio, mas a semelhança era maior com a dos presídios.

Pegamos as bandejas e fomos servidas com uma comida que mais parecia mingau de cérebro de cachorro - não que eu já tenha visto.

Logo a porta do outro lado da sala se abriu, e os garotos entraram no recinto. Alguns pareciam trstes, outros, furiosos como cães selvagens.

Em meio a multidão pude ver o garoto de cabelos loiro-escuros, os olhos raivosos pareciam ser a única parte dele que demonstravam a raiva, pois ele estava calmo por fora.

Fui cutucada por um dos guardas que me mandou continuar andando.

Saí da fila depois que terminei de pegar a comida. Sentei em uma das mesas que havia sido distribuída pelo saguão e fiquei encarando a refeição sofrível.

Eu havia lembrado que Seth que não estava falando comigo, por essa razão resolvi ficar quieta por enquanto. Pelo menos até que ele me desse uma pista de que era o contrário.

Depois de alguns minutos álguem sentou ao meu lado. Olhei para a pessoa me sentindo aliviada e surpresa.

- Seth! - eu disse, então o abracei forte. Há quanto tempo eu não ficava assim tão perto dele?

- Alex, você precisa me escutar - ele disse afagando meus cabelos. Tinha um pouco de urgência em sua voz.

Ele estava nervoso, eu podia ouvir seu coração batendo acelerado.

- O que foi, Seth? - perguntei me separando dele.

Ele olhou em volta discretamente.

- Alex, precisamos sair daqui o mais rápido possível - ele me disse.

Nada que eu já não soubesse. Mas a urgência era tanta em sua voz que eu fiquei preocupada.

- Porquê está tão nervoso? - perguntei a ele.

- Eu descobri uma coisa - Seth respondeu.

Fiquei aflita.

- Alguns dos voluntários que estão aqui, - ele começou a sussurrar - vieram com o objetivo de eliminar os outros. Alguns sabiam que isso seria uma espécie de competição, mas outros já sabiam que isso seria um campo de experiências.

Tive a sensação de estar sendo observada. Então olhei para o outro lado do salão, a porta - que provavelmente daria para a ala dos garotos - estava fechada e encostada nela estava um garoto alto e grande como um lutador de boxe. A pele morena e o cabelo cortado curto, como o dos militares. Ele me chamou atenção porque enquanto conversávamos, ele permanecia constantemente olhando para Seth. Isso não era nada bom.

- Esse é o motivo das brigas constantes nesses últimos três dias...

Meus olhos se arregalaram.

- O quê? Três dias? - perguntei.

- Todos os dias eles pegam amostras do nosso sangue. Provavelmente porque têm injetado outras drogas para nos preparar para a sobstância que vai criar a Arma Genética.

Era muita informação. Eles já estavam fazendo experiências conosco. Me senti como se estivesse sendo consumida por uma doença. Dormi por três dias enquanto injetavam algum suplemento no meu sangue.

- Ah meu Deus - foi tudo o que consegui dizer - Mas porquê eles brigam entre si, se ambos serão mandados para a detenção?

Era a dúvida que me ocorrera naquele momento.

- É porque...

Ele não teve a oportunidade de me falar. E eu teria que descobrir mais tarde.

Neste momento os guardas nos dispersaram com gritos e ordens, como se algo estivesse acontecendo.

- Rápido! De volta! - eles ordenavam.

Fomos levados novamente para as celas sem mais nem menos.

Jogaram-nos no quarto - Carly e eu - e trancaram a porta à chave.

- Mas o que está acontecendo?

Carly fez um "shiu". Era a primeira vez que ela falava comigo nesses últimos dias. Ela caminhou silenciosamente até a porta e encostou a orelha no buraco da fechadura tentando ouvir alguma coisa.

- O que você ouviu? - perguntei sussurrando.

Ela tinha uma expressão pensativa.

- Alguém morreu.

Fiquei surpresa, mas não tanto.

- Quem? Como?

Ela se deitou na cama sem nenhuma demonstração de surpresa ou horror. Apenas frieza.

- Um nova-iorquino. Parece que foi asfixiado.

Asfixiado. Então ideias começaram a passar pela minha cabeça. As celas são contantemente vigiadas por guardas, ele foi morto por seu colega de quarto, que era o único com ele, já que só ficavam duas pessoas em cada quarto/cela.

Lembrei do que Seth havia dito sobre uma espécie de competição. Mas como alguém espera vencer se arriscando a ter uma punição severa?

O garoto que supostamente ficava no mesmo quarto que o nova-iorquino já deveria estar sendo punido.

Então comecei a pensar em que tipos de punições eles dariam. Violência física? Psicológica? Tortura? Talvez.

Deitei na cama pensando que as eliminações de voluntários estavam ocorrendo assustadoramente rápido. Me senti encurralada.

Depois de algum tempo dormi. Saindo de um pesadelo real para um imaginário.

A noite foi repleta de imagens terríveis de campos de batalha e cenários de guerra que me fizeram não querer voltar a dormir...


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