Radioactive escrita por Anna Beauchamp


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

haha obg pelos comentários, favoritos e a recomendação (Maria Fernanda *-*) :') gente, amo vocês (principalmente você Gilya minha gênia *-*)...Bom, de agora em diante, vou programar os capítulos para serem postados às 7:00 da manhã, assim vocês terão um capítulo novinho sem precisar esperar até a noite ! o/ Boa leitura, pessoal =*



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Acordei de manhã com o que parecia ser uma campainha, mas era bem mais alta. As portas do meu quarto se abriram e dela entrou aquele mesmo médico do dia anterior. Eu não tinha reparado muito nele, e desta vez pude ver que ele até tinha uma aparência atraente. Os cabelos eram negros, como os olhos, que eram cobertos pelos óculos de armação prateada, e lentes quase invisíveis. Era alto e tinha porte atlético - o que me fez questionar se médicos gostam de praticar exercícios físicos.

– Bom dia, Alex - ele disse.

Na minha condição eu não estava tendo bons dias.

– Já começou péssimo - respondi mau-humorada - Que horas são e o que está fazendo aqui?

Esfreguei os olhos e escondi o corpo nos lençóis, afinal, eu estava de camisola e não queria que outro cara me visse.

– São seis da manhã. O Capitão me mandou cuidar do seu intinerário - ele respondeu parecendo um pouco tímido por causa do meu comentário um pouco rude.

– Intinerário? - perguntei.

Ele assentiu.

– Mudaram os planos. Acharam que seria melhor você ser apresentada como o Soldado oficial e ser preparada antes de ir ao campo de batalha - ele disse.

Aquilo me irritava. Todos estavam tentando controlar o que eu fazia, me mandando fazer o que eles queriam a hora que bem entendessem.

– Ótimo. O que quer dizer com "ser apresentada"? - perguntei desconfiada.

Ele me olhou como se fosse um pouco óbvio demais.

– Vai aparecer na TV.

Eu devo ter ficado séria ou chocada demais porque logo depois ele perguntou:

– Você não sabia?

Respirei pesadamente.

– Acho melhor eu me arrumar para ser o fantoche americano - eu disse com ironia.

Então depois de alguns segundos eu olhei para o médico.

– Vou me arrumar - eu disse esperando que ele saísse do quarto, mas ele continuou lá, piscando.

Foi preciso mais um tempo para que ele finalmente percebesse o que eu queria dizer.

– Ah - ele exclamou. Depois ele riu. Ele riu. O que me deixou surpresa - Alex, eu sou médico.

Eu continuava séria. E fiquei mais irritada.

– Não estou nem aí. Não quero que me veja nem levantando da cama - respondi.

– Tudo bem. Vou esperar lá fora - ele disse seguindo para a sala, mas parou na porta - Sugiro que leve um vestido, vamos te levar para uma Emissora depois do treinamento.

Antes que ele saísse eu o chamei novamente.

– Ei!

Ele voltou.

– Qual o seu nome?

Não tinha parado para pensar que ele sabia o meu nome, mas eu não sabia o dele.

– Noah.

Ele riu e fechou a porta quando eu atirei um travesseiro nela.

Levantei indo até o banheiro e enchendo a banheira. Eu devo ter me perdido completamente em meus pensamentos, pois minutos depois Noah bateu na porta dizendo que eu precisava estar no vigésimo andar às sete e quinze.

Terminei de tomar o banho e voltei para o quarto vestindo apenas um par de jeans e uma camiseta azul que estavam na gaveta.

Quando cheguei na sala, o rapaz estava sentado no sofá vendo um noticiário na TV. No holograma, aparecia a insígnia dos Estados Unidos. Antes que a luz se apagasse, pude ver uma chamada para o Soldado.

Quando Noah me viu se levantou rápido e desajeitado.

– Vamos?

Eu assenti.

Nós saímos do quarto encontrando quatro homens fardados tomando conta da minha porta. O que era aquilo? Estavam com medo que eu fugisse?

– O que é isso, afinal? - perguntei. Áquela altura da vida eu já nem me importava em ser hostil.

– Estamos em guerra, e atualmente você é nossa melhor arma contra o governo russo - disse Noah enquanto me conduzia para o elevador, onde os guardas nos acompanhavam.

– Quer dizer que eu posso ser sequestrada? - perguntei incrédula.

Um sequestro. Não sei o que eu acharia disso. Imaginei-me andando na rua e de repente quatro homenzinhos vestidos com sobretudos azul-marinho e me colocando no porta-malas de um carro.

Balancei a cabeça espantando o pensamento que classifiquei como mais uma das coisas idiotas que eu costumo pensar.

Descemos até o vigésimo andar e desta vez saímos em um pequeno salão, como uma recepção. Entramos pela única porta que havia e nos deparamos com uma enorme área de treinamento e experiências. Haviam mesas com várias substâncias desconhecidas e cientistas por todos os lados.

Não nos demoramos. Eles apenas fizeram mais e mais testes, me ensinaram a usar diferentes tipos de armas de fogo, porém descartaram a possível ideia de que eu precisasse usa-las. Então apenas coletaram amostras de sangue para futuros exames.

Saímos horas depois para seguir até a tal emissora de TV. Lá eu fui arrumada, maquiada e vestida de modo que eu não me reconhecia mais. Meus cabelos castanhos foram escovados e caíam sobre os ombros, a maquiagem era bem clara e destacava apenas os meus olhos claros. O vestido era lindo, preto e com detalhes de pedras que eu desconhecia, talvez fossem brilhantes ou diamantes bem pequenos, mas quem garantia que eles gastariam tanto em um vestido para o Soldado.

Os minutos que se passaram eram como horas. Eu estava nervosa, o que era irônco, por que a garota que foi colocada em um Campo de Concentração e sofreu modificações genéticas estaria nervosa por estar prestes a aparecer na televisão?

Eu não fazia ideia.

A jornalista do cabelo rosa extravagante estava do outro lado do set, cercada de maquiadores e cabelereiros. Naquele momento ela faria o papel de apresentadora e não mais uma jornalista. Ela ria histericamente de algo que seu cabelereiro havia dito.

Engoli em seco e esperei Noah voltar com o copo d'água que havia ido pegar.

Em volta era uma completa correria. Nunca havia parado para pensar em como aquela gente era atarefada. Por todos os lados se viam homens vestidos de preto com aparelhos no ouvido e garotas que tinham penteados ousados. Todos pareciam apressados e extressados.

– Aqui está - disse Noah me oferecendo um copo de vidro.

Eu tomei goles de água enquanto o ouvia falar.

– Relaxe. Tudo que precisa fazer é sentar, ouvir as perguntas e responder espontâneamente. Mas para todos os efeitos, você esteve em um campo de treinamento militar. Nada de citar o lugar onde realmente esteve - ele disse me deixando irritada ao dizer a última frase.

Quem sabe o que havia acontecido com o restante dos Voluntários?

– Noah, pode me responder uma pergunta?

Ele assentiu.

– O que houve com os outros voluntários? - perguntei.

Ele pareceu não querer responder a pergunta, olhou em volta e engoliu em seco. Noah se aproximou do meu ouvido e sussurrou.

– Não é o tipo de coisa que devemos discutir aqui, Alex - ele disse calmo e paciente - Mas já que quer saber: alguns fugiram, outros travaram guerra entre si, o que resultou em suas próprias mortes, e os que restaram estão no Centro de Pesquisas. O Presidente e o Capitão ainda não sabem o que fazer com eles.

Senti o coração acelerar. Mortos e fugitivos. Foi nisso que resultou a competição dos Voluntários e o concurso idiota do Presidente. Como se ajuda um país matando os que se voluntariam para lutar por ele? Era algo tão cruel que senti um nó na garganta. Talvez fosse vontade de chorar, ou vontade de vomitar. A imagem do Presidente fazendo a chamada para o concurso do Soldado me deu repulsa.

– Fique relaxada, Alex... - começou ele, mas eu o interrompi.

– Ficar calma, Noah? - perguntei revoltada - Ponha-se no meu lugar. Eu vi os rostos deles, estavam tristes e agora podem estar mortos.

Ele engoliu em seco. Provavelmente imaginou como seria estar preso. Noah não era uma pessoa ruim, eu pude ver no momento em que o conheci.

Então pude ouvir a voz da apresentadora se preparando para me chamar.

– É agora - disse Noah um pouco apreensivo comigo.

Levantei da cadeira e segui até o canto do cenário de onde eu apareceria e entraria.

– ...E aqui está ela! Sim, senhoras e senhores, nosso Soldado é uma garota - ela deu uma risadinha - Alex Wilder, a super-humana, a Arma Genética...A Radioativa.


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Notas finais do capítulo

Comentem, amores =* bjuuuuss