Radioactive escrita por Anna Beauchamp


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

*0* choque...to cm a adrenalina da Alex nas minhas veias...me digam se gostaram...! Acho que ficou bom *-----* Boa Leitura !!!



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Eles me amarraram a cama. Eu me debatia com toda a força, em alguns momentos bati nas pontas de metal frio sentindo o choque percorrer os ossos, aquilo deixaria hematomas mais tarde.

– Contenham ela - disse um dos homens que usava uniforme de médico.

Um dos enfermeiros que usava máscara branca perguntou:

– O que vamos fazer com ela?

Eu estava amordaçada, de modo que a única coisa que eu conseguia era emitir sons como grunhidos e gritos.

– Ela é compatível, o Presidente mandou que ela sofresse o processo, já que os voluntários que sobraram são incompatíveis ou desobedientes demais - ele respondeu.

Sobraram? O que ele queria dizer com "sobraram"?

Ao ouvi-los conversando sobre injetar a substância em mim eu entrei em desespero, mais que nunca eu prescisava me livrar deles.

– Segurem ela!

Tentei chuta-los, conseguindo então me livrar de uma das cordas que prendia meu pé a cama. Eu gritava, sentia meu sangue queimar. Eles me seguraram e finalmente conseguiram me amarrar a cama novamente.

– Vamos começar logo com isso.

– Tem certeza de que ela serve? - perguntou um dos enfermeiros.

O outro médico apenas assentiu.

Então uma agulha foi enfiada em minha mão, fios foram presos ao meu pescoço para controlar os batimentos, e um pregador foi colocado na ponta do meu dedo indicador. Os médicos ficavam de olhos atentos às máquinas, e os meus olhos lacrimejavam e almejavam freneticamente tudo o que viam. Até que o médico que era responsável pela equipe voltou com uma seringa fina e de altura de mais ou menos vinte centímetros, a agulha era tão fina que era difícil ve-la, e havia um líquido de uma cor arroxeada e fluorescente.

Meus olhos se arregalaram e senti o coração acelerar.

– Batimentos cardíacos aumentando, doutor. De 190 para 210.

Não! Não podiam me submeter àquilo.

Ele aproximou a agulha do meu braço e pude senti-la perfurando a pele.

Voltei a me debater mas era desnecessário. Eu já havia perdido.

Senti o corpo ficar mais quente, era como se a Substância corresse pelas minhas veias e se transformasse em ácido. Sentia como se eu fosse derreter. Eu ouvia gritos que deveriam ser os meus. Eu estava queimando, meus olhos se reviravam com a febre.

– Está convulsionando! - disse uma voz feminina.

– Faz parte do processo - impôs o Doutor.

O que eles estavam falando?

Por um momento tive enorme dificuldade em lembrar meu nome. Minha cabeça estava explodindo, como se minhas veias fossem estourar.

– Batimentos cardíacos aumentando.

Eu queria gritar, implorar, pedir que parassem, mas não conseguia pensar em nada, apenas na dor insuportável. Meus olhos pareciam ter sido substituidos por carvão.

Foi quando comecei a delirar. Eu ouvia vozes distantes, alguém dizia algo como um nome, coisas que eu não conseguia compreender. Por um momento foi como se eu estivesse sonhando, e estava no corpo de alguém, mas não enxergava nada e não havia nada ao que me agarrar.

– De novo - disse uma voz masculina formal.

Senti um choque que percorreu minha espinha, e meus olhos se abriram como se quisessem desesperados enxergar o mundo.

Aquela mesma luz forte que fazia doer os olhos.

O que havia acontecido?

Eu não via rostos, não via nada, apenas encarava o teto.

– Sucesso! - gritou uma voz.

O que havia se sucedido bem? Minha cabeça era um nó de confusão. Eu me sentia...um fantasma.

– Avisem rápido o governo que temos a Arma preparada. Em vinte e quatro horas ela já estará no Campo de Batalha, se o domínio for bem sucedido também.

– Sim, senhor.

Do que eles estavam falando? Quem eram eles?

Então foi como se uma pedra me atingisse.

A Arma Genética. Eu era o Soldado. Eu era a aberração do governo Americano, eles me colocariam num Campo de Batalha e me controlariam como um fantoche.

Percebi então que eu não conseguia me mexer, nem falar, meus olhos apenas piscavam e mais nada.

Alguém se aproximou do meu ouvido pois eu ouvi o assovio da sua respiração.

– Ouça com atenção, srta. Wilder - e como a voz disse eu obedeci - Você agora precisa colaborar. Do contrário... - ele imitou o som de uma explosão - Você pode ser indestrutível, mas lembre que criamos você e sabemos seu ponto fraco.

Então foi como se houvesse uma troca de slides. Num minuto eu estava ali olhando para o teto, e no outro eu estava sentada, olhando minhas mãos, elas ainda estavam ali, e ainda eram humanas.

De repente foi como se eu estivesse me afogando e finalmente chegasse a superfície. Inspirei todo o ar que pude e comecei a tossir.

– Vamos ver as pupilas - disse um enfermeiro vindo até mim e apontando uma lanterna no meu olho direito, o que me deixou completamente atordoada - Está ótima. Como se sente?

Engoli sentindo a garganta seca, e com a pouca energia que tinha eu consegui pronunciar as palavras:

– Desidratada. Quero água - a última palavra saiu engasgada.

Eles me trouxeram água e comida. Me levaram para uma outra sala, uma espécie de escritório e eu fiquei lá, me abastecendo como nunca. As paredes eram de vidro, como um aquário, mas sem peixes, onde apenas borbulhava a água. As mesas espalhadas eram de aço, as cadeiras eram de algum material parecido com vidro azul e o chão era espelhado.

Foi então que no meio da minha confusão me lembrei.

Seth. O que havia acontecido com ele? E o que fariam agora que eu era a Arma Genética do governo? Eu não podia deixar nada acontecer com ele, eu o amava. Agora eu tinha que encontra-lo e tira-lo do Campo antes que alguma coisa acontecesse. E eu podia, não sabia como, mas podia de algum jeito. Porém, se eu saísse da linha, eles me matariam. Eles já haviam dito que sabiam a minha fraqueza. Mas minha maior preocupação era o que poderia acontecer a Seth.

De repente, as portas do escritório, se abriram, e as duas pessoas que eu mais odiava naquele momento apareceram.

O Capitão, juntamente de sua nova soldado, Carly Kramer.

Não consigo evitar pular da cadeira e correr até a garota, e então empurrando Carly.

Parece mentira, mas ver Carly indo de encontro a parede que estava a cinco metros atrás dela, foi realmente impressionante. Fiquei em choque ao ver a cena, senti como se aquele não fosse meu corpo. Minhas mãos emanavam uma luminosidade diferente, como quando você coloca uma lanterna e consegue ver suas veias e ossos como num raio-x. Mas era diferente, como se minhas veias não estivessem vermelhas ou verdes, ou até mesmo azuis, como qualquer ser-humano normal, e sim roxas e lilás.

Logo isso mudou e voltou ao normal. Mas era estranho e chocante.

– Vejo que deu certo - disse o Capitão.

Senti meus dentes cerrarem e meus punhos se prepararem para um golpe no Oficial.

– Nem se atreva, Alexandra. Lembre-se que eu tenho tudo o que você mais quer nas minhas mãos - disse o Capitão.

Meus olhos brilharam com a possibilidade de poder acabar com ele ali, mas não podia, pois afinal, ele tinha Seth.

– Melhor assim.

Senti o sangue ferver. Mas me contive.

Carly, que estava no chão até alguns minutos, levantou-se e me olhou com o ódio daquela noite.

– Maldita! - ela rosnou.

Ela limpou o canto da boca manchado de sangue com a barra das mangas de sua jaqueta preta.

– Controle-se, soldado.

Ela se deteve e foi para o canto da sala soltando fumaça pelos ouvidos como uma chaminé.

– Muito bem, agora vamos aos testes - disse o Capitão - Vejo que a experiência realmente obteve sucesso, doutor.

– Sim, senhor. Fizemos tudo como no protocolo, e a Soldado Wilder não correu nenhum risco durante a operação - disse o médico.

Como assim?, pensei. Pelo que me lembro, sofri convulsões e uma febre infernal. Tive vontade de gritar com eles.

O médico me pegou pelo braço com certa delicadeza e me conduziu até o canto da sala, onde havia uma mesa de aço, nela haviam moedas e pedras de uma cor grafite, todas do mesmo tamanho.

– Bom, Alex, preciso que você se concentre nesses objetos. Tente imaginar algo como...uma bolha, em volta deles e que você pode, digamos, faze-los flutuar - disse o médico.

Aquilo era bizarro.

– Quer que eu...faça essas pedras flutuarem? - perguntei, me sentindo uma idiota logo em seguida.

– Exatamente.

Engoli em seco e encarei as pedras e moedas por algum tempo. Pareciam pesadas e frias. Fechei os olhos sentindo que se não funcionasse eu me sentiria uma completa imbecíl tentando fazer telecinese. Imaginei algo como pequenas bolhas roxas transparentes em volta dos objetos, então, tendo isso em mente, tentei imagina-los levitando lentamente - o que parecia bem incrível na minha imaginação não muito fértil. Depois de alguns segundos, senti como se alguém tivesse desligado a gravidade.

– Isso é...incrível - exclamou o médico.

Logo eu ouvia alguns dos que estavam na sala dizendo coisas parecidas.

Não poderia ser verdade, eu estava mesmo conseguindo?

Lentamente abri os olhos me assustando um pouco com a visão de que não só as pedras e moedas, mas também alguns livros, estavam flutuando como no espaço.

Era incrível. Me senti como uma criança. Estava maravilhada com o que acabara de fazer.

Eu era a Arma Genética. Eu era o Soldado...



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Notas finais do capítulo

*0* gostaram??????? comentem!! acho que já mereço uma recomendação, não mereço? :'( ...bjuuusss até os próximos -últimos- capítulos, leitores que amo demais