Contos do Escritor Anônimo escrita por Queen Vee


Capítulo 9
Namorados/ 9#


Notas iniciais do capítulo

Nhaam, já voltei para os braços seqsis de vocês! É, tudo se abriu quando eu terminei minha outra fic, agora só tenho duas! XDBem, esse capítulo ficou grandinho e eu gostei *u*Até as notas finais! ~



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Pronto. Aquela era minha hora. “Quem sabe faz ao vivo”. Eu deveria mostrar que tenho potencial e que posso sim publicar um livro em uma editora grande. Daria o meu melhor, e mesmo que não fosse o suficiente, ainda tentaria.

Parecia um idiota se esforçando para nada.

– Então, Christopher...a primeira coisa que reparei em sua escrita é que você narra totalmente na pele e sentimentos da personagem. É incrível, parece que é real! Gosto muito desse aspecto!

Esboçei um sorriso e assenti, sem pronunciar palavra alguma. Deveria deixá-lo dar sua opinião primeiro, até porquê esses elogios não durariam para sempre. Do contrário, ele seria um fanático, não um editor.

– Pois sim, a história é ótima, mas...bastante depressiva, do começo ao final. Na realidade, a garota era realmente uma paciente, não é? Os blackouts que ela tem...épico!

Pendei a cabeça para um lado e ajeitei a manga da camisa social. Olhei nos olhos de Manson e tentei parecer mais educado e gentil. O fato era o seguinte: Já tinha me cansado de tudo aquilo.

Não, não sou mal-agradecido, posso muito bem ver que era uma única oportunidade, mas...se tinha algo à me dizer, não preciva enrolar e enrolar com aquelas palavras bonitas. Já tinha ouvido muito mal ao meu respeito, não tinha o que temer em ouvir mais.

– Bom, acho que até posso modificar certos aspectos em minha narração. Sei que é bastante melancólico, mas é algo que simplesmente flui de mim. Obrigado aos elogios.

Algo como um sorriso brotou em seus lábios, e ele coçou a parte da sua nuca que ainda tinha cabelo, suspirando e rindo um pouco. Continuei calado, esperando ele dizer mais alguma coisa.

– Ahm, bem...é só isso. Sua escrita é impressionante. Alguns não gostam de livros assim, mas estamos investindo bastante nisso. Com certeza temos que trabalhar juntos, Chris.

Ele tinha me dado a chance. E eu consegui. Agarrei ela. Depois disso fiquei meio eufórico demais para narrar. Falamos mais sobre o livro, contratos e mais, até que voltei correndo como se fosse um ser purpurinado e encontrei Simonne na limusine.

Me parabenizou, abraçou e disse que deveríamos comemorar, bebendo um capuccino na cafeteria que ficava por lá. Sim...canela. Entramos, sentamos em uma mesa, pedimos capuccino’s com donouts variados e só mergulhamos no silêncio.

Nada para dizer, absolutamente nada.

Simmone era realmente uma mulher bela. Cabelos com enormes cachos moldados em um castanho-escuro, olhos sem maquiagem alguma e de cor negra, labios em vermelho e aquela expressão de tédio.

Era realmente uma mulher de atitude.

– Mas então, Simmone...Já conseguiu um namorado? - E...não parava uma semana com um namorado decente. Só arrajava uns mal-encarados, idiotas e nunca entendi isso.

– Ha, quem me dera, Chris! A verdade é a seguinte: Amar só me trás problemas!

Suspirei e não consegui evitar rir com aquela frase simples. De fato, muitas pessoas pensavam desse jeito, e às vezes nem exergavam o que estava na sua frente. Já tive um caso sim, e percebi o quão idiota isso é. Não se trata do amor...se trata de você.

É, a história de hoje é sobre mim.

Essa história aconteceu um ano depois de Kyle, se é que você ainda se lembra dele. O colégio andava frenético, graças ao dia dos namorados que se aproximava, mas o colégio prosseguia com sua conduta rígida de “nada de namoro”.

Todos os alunos se mobilizando para mudar essa regra por um dia ou algo assim, e eu não dava a mínima...até conhecer Lizzie. Cara, como ela era linda! Uma menina divertida e esperta. Conheci-a por meio de Ísis, já que as duas participavam do clube de tecelagem.

Curvas perfeitas. Cérebro que servia para alguma coisa decente. Sorriso encantador, fora engraçada. Na semana do dia dos namorados (quando a conheci), ela já tinha recebido umas vinte e cinco cartinhas de amor.

Os estudantes conseguiram. Por um dia, teríamos uma festa do dia dos namorados, onde iríamos em pares e poderíamos ficar mais “próximos”, mas não tanto. Foi o suficiente. Um dia antes, tomei coragem e chamei-a para ir comigo.

É, bem, depois de um um tempo convencendo-a, Lizzie aceitou. Fiquei tão feliz que nem percebi Mary e Ísis pintando minhas unhas de rosa no meio da aula (acabei indo para casa com aquilo nas mãos, tive que tirar com os dentes, já que minha mãe não tinha removedor).

O dia veio. Admito que parecia uma menininha tentando ajeitar o cabelo, vestir à roupa e disfarçando os restos de esmalte na minha unha. Acabou que o cabelo nem ficou tão diferente e a roupa não foi nada impactante.

Com 16 anos, o que eu poderia arranjar? Calça jeans, tênis novo, camisa do Nirvana com blusa xadrez azul por cima e vamos na sorte! É, quando cheguei lá não era tão diferente. Meninas lindas e impecáveis, meninos normais e nem tão purpurinados.

Se Hunter não tivesse sumido anos antes, ele com certeza estaria purpurinado.

As luzes do jardim estavam bonitas, mas nem se comparavam à Lizzie. Usava uma blusa e uma saia (cujo não sei explicar, pois não sou mulher ou estilista), e seu brilho acelerava totalmente o meu coração.

A noite andava bem divertida, e nem me sentia aquele garoto estranho de antes. Não me importava se tinha um capítulo pela metade para eu terminar, aquela menina me daria inspiração para o livro inteiro!

É, eu pensava isso.

Já pelo fim da noite, estávamos sentados em uma mesinha no jardim. Ela quis sentar na grama, mas sempre fiz isso com Ísis e acho que seria uma ofensa à nossos costumes. Conversávamos sobre pintura, sobre os professores e tudo parecia ótimo!

Até que um cara alto, forte e musculoso parou na nossa frente.

Mentira, ele era magrelo, descabelado e usava óculos. Enfim, ele parou na frente da mesa e meio que o diálogo foi assim:

Lizzie, o que você está fazendo? Não vínhamos juntos para a festa?”, ele disse, enquanto me encarava como se fosse um estorvo.

Ah, bem...O Chris é meu amigo e ele pediu para vir comigo...”, sabe, eu nem esperei ela terminar de falar. Pedi desculpas pelo transtorno e levantei, me sentindo um tonto.

Fiquei duas horas escrevendo mil e uma frase sobre o amor me odiar em um bloquinho de idéias que sempre levo comigo. Depois dessas duas horas, percebi o quão idiota eu estava sendo, dei de ombros e fui para a merda da festa.

Acabou que passei o dia dos namorados dançando em grupo com meus amigos. É bem, Mary e Alec estavam se agarrando, Marion estava se acabando de beber ponche (ele pensou que tinha alcóol, mas só era suco de uva) e Ísis tinha arranjado um carinha para dançar.

Ficamos eu e Oliver, parados no meio daquela gente toda. Nunca me importei para essas coisas, então tirei meu melhor amigo para dançar uma música lenta e foda-se. Como ele era mais alto, deixei-o conduzir, mas só daquela vez!

Acabei encostando minha cabeça em seu ombro e suspirando. Logo percebeu meu humor e não deixou passar:

Encontrou o namorado da Lizzie, não foi?”, como ele sabia, eu nunca soube, mas naquele momento só assenti com a cabeça, sentindo meu coração tão apertado. “Ah...Candy! Você é mais frágil do que imagina.

Acho que ele tinha razão quando disse aquilo. Apenas escondi meu rosto em sua blusa e respirei seu cheiro de tinta mais de perto. Paramos repentinamente de dançar e ele me abraçou forte.

Oliver, o que...”, ele beijou minha testa e bagunçou meu cabelo que levou horas para ser arrumado. Apontou para trás de mim e somente vi uma das minhas colegas de classe, olhando acanhada para o chão.

Quando olhei para ele de novo, já estava se afastando e sorrindo.

Suspirei e fui até a garota, que era bastante bonita também, chamando-a para dançar. Só tivemos a última dança juntos, pois a festa já estava no fim. Me despedi da garota e me senti mais leve, somente de ter dançado um pouco.

Acabei indo para casa com Oliver, já que estava tarde.

Ah, Oliver! Afinal, com quem você foi para a festa? Não te vi com ninguém.”, perguntei, enquanto ele ia embora. Parou, virou para mim e sorriu.

Com você, oras! Me viu dançando com outra pessoa?”, não sei o motivo, mas minhas bochechas inflaram e ficaram avermelhadas, como se fosse uma criança mimada. Ele acenou e foi embora, me deixando daquele jeito, na porta de casa.

É, bem, isso é vergonhoso de contar, mas sim. Os capuccinos chegaram com os donouts e logo depois da primeira mordida, olhei para Simmone disse:

– Não é o amor que te traz problemas. É você que acaba desejando o que não precisa e confundindo o amor. - Sorri e bebi do meu café, em silêncio, apenas vendo sua expressão perdida às minhas palavras.

Ah, e à propósito, Lizzie morreu um ano depois, perto da formatura. Rolou de um barranco ou coisa assim, e parece que viram um garoto magrelo de óculos empurrando-a. Não vi, não posso dizer nada.

...Certo?


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Notas finais do capítulo

Nyehehehe, espero que tenham gostado!Ain, quem não quer o Chris, minha gente?!Aloks, até mais! ♥



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