Contos do Escritor Anônimo escrita por Queen Vee


Capítulo 8
Marionete francesa. / 8#


Notas iniciais do capítulo

Yaay! Nem demorei, flws? u---uNyahaha, obrigada à quem ainda acompanha, certo?!Bom, espero que gostem e até as notas finais! ~♥



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O prédio era gigantesco. As letras com o nome da editora estavam bem grandes logo na entrada, e admito que fiquei brincando na porta giratória. Simmone finalmente guardara aquele inferninho em forma de aparelho e tentei parecer uma pessoa decente.

Mas aí entramos no elevador e comecei à fazer caretas no espelho até chegarmos ao 10° andar, onde vim perceber que tínha uma câmera ali. Certo, mais famoso do que imaginei.

Na porta da sala onde deveria ser minha “entrevista”, respirei fundo. A mulher preferiu não entrar comigo, mas ficou parecendo minha mãe, dando mil e uma recomendações sobre o que dizer e o que não dizer, como se fosse a primeira vez que passava por algo como aquilo.

Antes que batesse na porta, ela se abriu, e um senhor meio calvo de terno sorriu.

– Boa tarde, Christopher! Como vai? Estou revendo o seu material! Entre, sente-se! - Parecia gentil para um cara barrigudo que deveria tomar muita cerveja e trair a esposa.

Não me perguntem como sei disso. Posso ver nos retratos de sua sala que ele não é tão legal quanto aparenta ser. Acostumei-me à isso.

– Boa tarde, Senhor... - Li seu crachá. - ...Manson. É, certo.

Sentei na poltrona chocolate e esperei ele terminar de ler os papéis sobre a mesa. Apoiei a cabeça na mão e senti-me estranho de não ter mais a barba rala e mal-feita de antes. Observei mais o seu escritório e bati de olho com algo que parecia uma marionete de madeira.

Era um bonequinho extremamente adorável, e ainda assustador. Tinha um sorriso meio perturbador e vestia roupinhas extravagantes e cheias de pequenas plumas e penas. Sabe, coisas macabras não só me atraíam como eu era atraído por elas.

Sim, lembra alguém. Hunter. Seu nome me lembrava coisas engraçadas, já que significava “caçador” e ele me lembrava mais “caça”. Pelo menos antes de conhecê-lo de verdade. Era um garoto de traços delicados e que se vestia de um jeito...exótico.

Roxo com bolinhas e penas. Azul com listras e rosas vermelhas. O cara era realmente muito esquisito, para todos!

Acho que o conheci em um jogo de handebol do colégio. Alguém deu uma bolada nele e teve de o acompanhá-lo para a enfermaria...Esse cara sou eu. Até a enfermeira chegar, ele me deu uma lição de moral com o falso sotaque francês e fui obrigado à escutar.

Ele tentou me matar umas quatro vezes com uma seringa. E ela estava vazia.

É, Hunter nunca me pareceu uma pessoa perigosa. Era só um doido que fazia cosplay da Lady Gaga (que nem existia na época) e queria me fazer acreditar que era francês com o nome “Hunter”, que admitemos, é feio.

Mas, haha, ele era perigoso sim! Nada diferente de metade do pessoal que conheci.

Acabei tirando um cochilo, já que estava cansado de jogar e de esperar a enfermeira, e eis que quando acordo, tem um maluco com uma bisturi no meu rosto. Ele disse que queria “apenas deixar meu rostinho deformado como fiz com ele”.

Isso explica o motivo d’eu ter uma cicatriz perto do queixo, mas enfim.

Naquele dia, nós deixamos a enfermaria de cabeça para baixo só no tempo em que a enfermeira chegou. Derrubamos a maca, derrubamos remédios...e ele ainda queria me deformar porque eu tinha dado uma bolada em seu rosto.

Acabou que a moça chegou e tivemos de ir para a diretoria...e ele quase me jogou em cima do bebedouro. Bati a cabeça dele no armário e assim fomos até chegar lá. Tudo que ele murmurava pelo caminho com o sotaque irritante e falso deveria ser alguma maldição para mim, sei lá.

Chrrrrrrrrristopher, irrrrei parrtir seu rrrosto lindinho em duas partes.”, foi o que ele me disse pouco antes de entrarmos na sala do diretor. E é, ele ele falava mais ou menos assim.

Cala a boca, Hunter!”, foi o que pude dizer enquanto imaginava meu rosto partido em dois.

O menino era meio descontrolado, e ainda bem que eu sai de lá antes dele, ou teria sido atacado de novo. Não sei onde ele foi parar e nem quis saber, mas sempre que ia me deitar ficava olhando pela janela esperando ver suas plumas esvoaçantes e seu sorriso enorme.

Na última vez que o vi, ele estava vestido um pouco menos bizarro. Não sei o que o diretor lhe disse, mas pelo menos nunca mais ele tentou me matar.

É...havia alguns boatos na mesma época, naquele colégio, que um garoto do ginásio praticava ritos satânicos pelos cantos do lugar. Não sei se o garoto era mesmo Hunter, mas que era possível colocar a própria alma em uma marionete, era sim.

Tão...parecidos.

– Pronto, Christopher! Podemos falar sobre seu livro agora?

Respirei fundo e apertei o braço da poltrona de forma involuntária, olhando a marionete pela última vez.

Por favor, não me parta em dois...conto com você, Hunter.

Enquanto Manson me passava a papelada toda para sinalizar o que queria, só pude ouvir aquela voz na minha mente, em uma resposta que nunca esperei:

Boa sorrrrte, Chrris...vai prrrrecisarr.


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Notas finais do capítulo

É isso, povo! Esperrrrrrrrrrrrrro que tenham gostado XDSe sim, comentem ~ obrigando ~♥ ATÉ MAISSS ~



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