Angel Rebel escrita por Jenny Sarfati


Capítulo 21
Confusão


Notas iniciais do capítulo

Hey meus amores
Boa leitura
sz



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***RACHEL***

–Santana, eu consegui!-. Exclamei assim que entrei em meu apartamento. eu havia pedido para que ela me encontrasse lá.

–O que?-. Perguntou confusa e curiosa ao mesmo tempo.

–Os contratos falsos. -Joguei os papeis na cama.

Isso estava bom demais para ser verdade.

–Como os conseguiu?-. Ela perguntou parecendo impressionada.

–Na verdade, esses são copias. Os verdadeiros vão estar na sala da mansão dos Fabray hoje. Sue vai troca-los na hora da festa para comemorar o bom desempenho da campanha. Eu pedi para o Sam avaliar e ele viu erros enormes e disse que isso era uma passagem de ações.

–Como os Fabray assinariam uma passagem de ações sem ler?

–Ai que esta. Quinn já leu os verdadeiros, só precisa ser assinado. Agora eu preciso da pasta. Eu preciso achar os contratos verdadeiros e tirar os falsos da maldita pasta. Mas como vou fazer isso com a casa cheia?

- Voce ode manipulá-los

–Isso não. Se eu manipular mais de cem pessoas em um mesmo ambiente, eu vou estar chamando muito a atenção. Eu preciso dar um jeito. Qualquer um.

–Temos três dias, ate eles verem atrás de você-. Ela finalmente me disse o tempo que me restava.

–Obrigada por me ajudar.

Me abraçou.

–Estou aqui para isso.

...

Quinn estava eufórica, e isso me fazia ficar ainda mais nervosa. Estava desarmando uma bomba com muitas pessoas ao meu redor. Se eu cortasse o fio errado, iria tudo pelos ares.

–Hei Quinn, esta muito quieta.

Me abraçou. Eu ainda estava me acostumando com esse tipo de tratamento.

–Por que não posso terminar com a Harmony agora?-. Me deu um selinho.

–Eu não disse que não podia-. Segurei seu rosto. -Só disse que eu não posso ser declarada como sua namorada agora.

–Por que?-. Fez bico de birra.

–As vezes eu tenho vontade de te socar sabia? Se isso acontecer agora, muita gente vai saber. Inclusive quem quer ferrar a minha vida.

Se afastou, mas a puxei de volta.

–Não faz isso. Eu sei o que estou fazendo. Não quero te perder de uma vez.

–Podemos quebrar as regras de vez em quando?

A beijei. Isso realmente estava virando um vicio. Era estranho, era diferente com ela. Apenas queria que ela me abraçasse e que confiasse em mim. Falar sobre nós duas agora seria arriscado. Eu sei disso.

–Podemos. Eu sempre fiz isso, só que agora eu tenho medo de perder pessoas importantes.

–Estou entre elas?

–Agora está. E por isso, quero te levar a um lugar.

–Que lugar?

–Feche os olhos e pense em qualquer coisa.

Me encarou por dois segundos. Apertei sua mão com medo de solta-la pelo caminho e mais rápido do que eu pensava. Estava na varando do Leroy.

–Pode abrir os olhos. -Sussurrei em seu ouvido.

Por alguns segundos tudo o que ela fazia era encarar a porta. Então me fitou.

–Onde estamos?

–Na casa do meu pai. -Segurei sua mão. Ouvi Leroy na cozinha.-Vem. Ele pode te estranhar um pouquinho...sabe, você já me irritou muito.

–Sei...

Como imaginei, ele estava lá limpando suas velhas armas. Dessa vez, não ficou surpreso ao me ver. Estava aprendendo. Sorriu se levantando e afastando Quinn o suficiente para mostrar que eu era toda dele no momento.

–Rach. Estava pensando em você agora. Como esta?

O beijei no rosto enrugado.

–O que pensava?

–O quanto minha filha anda sumida. Tive um sonho estranho essa noite?

–Que sonho?-. Perguntei preocupada.

Sorriu pegando sua lata de cerveja já quase quente.

–Uns caras estranhos perguntavam sobre você Mas acordei com as batidas do Hiram na porta. Ele também sente sua falta.

O humor de Quinn mudou alguns por centos.

–Foi só um sonho. Bom, pai, esse é a Quinn.

–Quinn? Sua chefe?

Assenti. Quinn encarou as armas na mesa antes de cumprimenta-lo e recusando a cerveja. Leroy me viu chorar por ela, isso fazia seu lado pai querer expulsa-la a base de balas. Mas passei meu olhar de “esta tudo bem”.

–Eu vim pegar algumas coisas. Não vou demorar. -Puxei Quinn comigo, segurando o riso.

–O que ele estava pensando?-. Ela me perguntou assim que nos afastamos.

–Em te fazer de peneira, mas fica calma. Ele me ama e sabe que se te machucar, estará me machucado também

Quinn respirou fundo. Leroy voltou a seu serviço, empurrei a porta do meu quarto. Quinn encarava o espaço, talvez percebendo o que eu disse sobre: eu tenho uma vida. Mas era outra coisa que eu procurava agora. Empurrei a cama afastando o tapete. O piso falso que Leroy fez era mais seguro que muito cofre. Com um empurrão ela se soltou e consegui pegar a caixinha escondida ali há anos. Quinn me encarou.

–Quem é Kurt?

–Falamos disso depois-. Segurei sua mão. -Precisamos ir agora.

Me despedi rápido do Leroy. Ele não insistiu para que eu ficasse e isso foi bom, me sentia menos culpada. Voltamos ainda mais rápido para o apartamento de Quinn. Mas ela estava estranha.

–Quem é Kurt?-. Voltou a perguntar.

–Um amigo. Mas como sabe que eu conheço alguém com esse nome?-. Eu estava um pouco confusa.

–Estava escrito na parede de seu quarto.

–Esta com ciúmes?-. Levantei uma sobrancelha.

Deu de ombros

–Olha pra mim. -Suspirou e me encarou. -Não quero acreditar nem por um segundo que estamos começando com o pé esquerdo, entendeu? Kurt é apenas um amigo. É com você que eu estou. É por você que eu estou afundando mais, então não duvide de mim, nem por um segundo.

E para minha alegria, Harmony estava subindo.

–Harmony está vindo. Droga! Te espero lá no quarto.

Ta, eu não consegui esperar no quarto. Fiquei sentada na escada tendo que presenciar a deploração da presença de Harmony. Quinn não tinha uma cara boa, mas isso parecia ser minha culpa. Ela não vai começar a sentir ciúmes agora vai?

–Pode me explicar por que esta fugindo de mim?

–Porque tenho outra pessoa. Estava pensando em falar hoje com você.

O que?

–QUINN!-. Gritei indignadai.

Ela não me olhou.

–Como assim, outra pessoa?

–Eu sinto muito. Aconteceu.

Desci as escadas de dois em dois degraus. Quinn estava me vendo, mas aprendeu a disfarçar muito bem.

–Quem é ela? O que esta fazendo Quinn?!

–NÃO FALA!-. Gritei desesperada.

–Rachel-. Harmony tapou a boca. -Sim, essa Rachel. Eu ia te contar ontem, mas você não deixou. Não quero que fique com raiva, eu...

–Como não vou ficar com raiva Quinn? Ela sempre esteve aqui e você sempre me enganou. Sempre. O tempo todo. Ela sempre esteve de olho em você. Desde aquela noite na boate. Eu vi. Eu a odeio! Eu odeio vocês duas.

–Meu amor por você é reciproco vadia. -Falei a encarando.

–Você vai se arrepender disso Quinn. Escreve o que estou te dizendo. Ela não serve pra você

–Serve.


A encarei. Quinn não estava me deixando ler sua mente.

–Você esta enganada. E vai ver isso quando ela te decepcionar. Eu te odeio Quinn, você vai se arrepender de ter feito isso comigo.

Quinn ate tentou ser civilizada, mas ela não queria educação saindo e nos deixando embaixo de uma nuvem negra. Quinn e suas atitudes, estavam me deixando confusa. Ela ficou um tempo encarando a porta estávamos indo mal.

–Por que falou pra ela?

Deu de ombros.

–Tem alguma coisa errada com você, Quinn. Esta me bloqueando, não me ouve e agora parece terrivelmente arrependida de ter terminado com ela. Que droga! Eu falei pra você esperar.

–Eu não queria esperar.

Por alguns segundos, coisas que eu não queria passaram por minha cabeça.

–Sabe o que mais que me irrita?-. Grite sem perceber. -O que estou vendo.

Senti a caixa pesar em minhas mãos. Antes que conseguisse me segurar eu já havia dado meu jeito de sumir. Estava em meu apartamento, na minha bagunça habitual.

–O que falamos sobre: Segurar os pensamentos?

–Cala a boca Santana! E pare de me assustar. Gosto de pessoas que usam a porta!

–Desde quando passou a se odiar? Bom, eu consigo ouvir seus pensamentos do outro lado da cidade.

–Pare de ouvi-los!

Encarou a caixa na minha mão

–Não me diz que isso...

–É a minha pena.

–Por deus seu.... Ah Rachel, o que você faz com isso aqui?

Puxou a caixa encarando a janela. Ela ia começar a pirar.

–Eu tirei ela da casa do Leroy. Ia deixar em um lugar mais seguro.

–Que lugar?

Um lugar que não sei mais se é tão seguro assim.

–Com a Quinn... eles não iam procurar lá. Eu tenho que protege-la, então eles não iriam investiga-la como estão fazendo com o Leroy. Mas Quinn Fabray é uma desgraçada, filho de uma...

–Não!-Tapou minha boca. -Sabemos de quem ela é filha, certo?

E por que eu estou chorando?

–Será que eu faço tudo errado?

–Não. Não faz tudo, tudo. Só um pouco.

–Ah claro . Quer saber, cansei. Eu preciso pensar um pouquinho.

Peguei a caixa de volta a enfiando no armário

–Pra onde você vai?

–Tenho alguns projetos para visitar, mais conhecidos como crianças ou destruidores da minha vida e carreira angelical.

–Você não vai...

–Tchau!

Meia-hora depois...

–Wow, isso é demais-. A criaturinha exclamou impressionada.

Demais era o que eu estava fazendo.

–Mamãe ficaria louca se soubesse onde estou agora.

Estavamos as duas sentadas no parapeito de um prédio.

–Não duvido-. Sorri de lado.

–Se eu cair lá embaixo, você me pega?

Encarei os poucos carros.

–Não Estamos no 55° andar. Muito alto-. Dei de ombros.

–Tudo bem. Eu não quero pular mesmo.

A garotinha a meu lado de alguma maneira, parecia um espelho meu. De todos que assustei para extravasar ,ela foi a única que não se importou. Pelo contrario. Pensou que eu estava brincando.

–Você não é a fada do dente.

–Bem que eu queria ser uma.

–Mas anjos são legais.

A encarei.

–Nem todos. Te aconselho a assistir Desastre na terra 2-a invasão

–Um forte filme de terror.

–Já assistiu?-. Agora eu me impressionei.

–Vi o primeiro. Não gostei muito daqueles defeitos especiais.

Me peguei sorrindo. Realmente, o filme tinha falhas.

–Mas vou assistir o 2 assim que eu conseguir.

–Você tem 6 anos, tem que pedir permissão aos seus pais.

–Eles nunca vão deixar se eu pedir.

–Então assista escondido mesmo.

Uma pedrinha que estava em cima do parapeito caiu. E demorou menos de cinco segundos para se desintegrar no chão Ela se inclinou e olhou para baixo curiosa.

–Pode colocar essa cabeça para trás ou quer cair lá embaixo também?-. A puxei pela gola da sua blusa, afastando um pouco a pirralha do parapeito.

–Por que você esta triste?-. Me perguntou.

A luz do prédio a frente piscou duas vezes. Ótimo. Passei a perna para o lado de dentro e a puxei para trás conseguindo pega-la no colo.

–Eu te trouxe aqui porque você não faz perguntas.

–Ta, eu não faço mais. Vamos sentar lá de novo.

Dois segundos e estávamos no quarto cor de rosa.

–Não, porque já são quase uma da manha e acho que nos viram.

–Podemos ficar invisível

–Não. Não podemos. Preciso ir e durma.

–Você é legal sabia?-. Sorriu, um sorriso de janelinha.

Não. Eu não sabia.

–Você também, mas agora chega. Hora da monstrinha dormir. Tenha belos pesadelos.

Apaguei a luz.

–Igualmente. -Sussurrou.

Voltei alguns passos me sentando a seu lado.

–Por favor, cresça uma criança boa. E não minta. Mentiras são um problema na vida adulta.

–Tudo bem.

–Boa garota. Agora durma.

Não demorou para os pais dela aparecer. Mas eu já estava longe quando eles fizeram isso. Voltar pra casa foi a primeira e única opção Mesmo assim, eu não queria ter uma. Estava tudo confuso.

***

Não vejo Quinn há dois dias. Estava empenhada demais invadindo mentes. Ela não estava mais em seu apartamento quando resolvi aparecer e essa era a primeira vez que usei demais meus dons e fiquei sem força. Precisava recarregar a bateria.

–Rachel, por que não consigo te rastrear?-. Santana me perguntou, aparecendo do meu lado.

–Porque estava em cinco mentes ao mesmo tempo nos últimos dois dias. Não estou conseguindo ficar invisível Mas está voltando ao normal. Preciso estar bem ate amanha, pelo menos por meia hora.

Um taxi parou.

–Aonde esta indo?

–Ver a Quinn. Não faço isso desde... aquele dia.

Santana segurou minha mão.

–Tem algum plano se isso tudo der errado?

A fitei. Ultimamente ela vinha falando estranho.

–Não sei. Talvez Kitty ou Jake me ajude. Sei que posso confiar naqueles demônios

Sorriu.

–E se não conseguir?

–Provavelmente vou perder tudo.

O assunto morreu quando Santana sumiu me deixando sozinha. Algumas pessoas me sorriam quando eu entrei na empresa. Sem parar elevadores dessa vez, ate arrisquei a dizer um: oi. A secretaria que tanto infernizo. Sam surgiu assim que as portas abriram. E como imaginei, me abraçou quase me sufocando.

–Você... é forte demais.

–O que faz aqui? Já to sabendo, você e da Quinnie

Sorri.

–Quando irão oficializar a família?

–Não sei. Posso ir ver sua irmã agora?

Abriu caminho.

–Passa na minha sala antes de ir embora.

Acenei. Não era do meu costume bater antes de entrar. Então, apenas entrei. E para minha surpresa, Quinn não estava sozinha. Harmony estava lá, estavam em um abraço apertado. E antes que eu pudesse dar o fora, elas me viram.

–Rachel-. Quinn falou.

–Posso voltar depois.

Harmony sorriu sem humor, enxugando uma lagrima falsa.

–Não...-. Quinn começou. Mas estava difícil decidir o que ela queria e eu não precisava de dons para ver isso.

–É muito fácil se fingir de coitadinha, não é?-. Harmony se dirigiu a mim.

–Deve ser, você faz isso a tanto tempo-. Falei e deixei a porta bater atrás de mim.

–O que esta dizendo?-. Se fez de desentendida.

Eu não posso dizer. Não sem saber qual será sua próxima intenção

–Você não pode duvidar de um amor que nunca viveu. Eu amo a Quinn-. A encarou. -Então você entrou na nossa vida como uma praga e mudou tudo.

Quando dei por mim, já estava cara a cara com a vadia. Quinn tentou me afastar, mas eu a empurrei. Era melhor.

–Eu mudei? Tem certeza disso Harmony?

–Absoluta. Eu tinha planos com ela.

–Destruí-la? Por que era isso que você ia fazer.

–O que esta dizendo?-. Seus olhos vacilaram por um segundo.

–O que você esta fazendo com a … Você sabe.

Quinn me afastou.

–Não Rachel! Para.

Parar?

–O que ela fez Quinn? O que ela fez para te deixar tão cega assim? Feitiço? Ate ontem você me amava. Ate ontem íamos nos casar. E de repente, como magica tudo sumiu. Ela esta interessada no seu dinheiro, não em você

Quinn me encarou. Uma lagrima escapou sem que eu percebesse. E meu segundo impulso foi soca-la com todas as minhas forças. Quinn me soltou quando a viu cair no chão, um nariz ou um olho roxo. Não importava, com tanto que a dor em meus dedos valessem a pena.

–O que você fez?-. Quinn perguntou.

–Mostrei o tamanho do meu interesse. Quer saber? Que se dane.

Segurou meu braço quando tentei me afastar. Sam entrou na sala e Harmony saiu amparada por ele.

–Por que esta agindo assim?-. Quinn me perguntou.

–Porque essa é a primeira vez que faço tudo certo, mas parece errado.

Puxei meu braço.

–Me espere em meu apartamento-. Mandou.

Não respondi.

–Entendeu?

–As suas ordens chefe-. Ironizei.

Segurou minha nuca me beijando de surpresa. Eu queria soca-la, mas não conseguia. Não tinha mais controle de nada sobre mim.

–Sem ironias... -Beijou minha testa. -Me espere lá. Saio em meia hora.

Meu mundo estava girando. Apenas girando.


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Notas finais do capítulo

Explicando:

*Quinn está confusa,pq? Pq a Rachel não era um anjo que pudesse confiar.

*Harmony falando coisas, acabou a confundido, tipo: Ela é interesseira e tals. Rachel não gosta de ninguem ou nao gostava.

*De uma hora pra outra, Quinn e Rach estavam apaixonados. Sim, elas estao. Mas quando a Harmony disse que Rach fez algo pra ela, as coisas meio que se complicaram. Tipo, Rach fez algo comigo pra eu gostar dela?


Comentem e me digam o que acharam
Até amanha (Provavelmente)
sz



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