Angel Rebel escrita por Jenny Sarfati


Capítulo 16
Mudando


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo para voces sz



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***RACHEL***

3 DIAS DEPOIS...

–Santana. -A chamei. Passei a fazer isso a cada dois segundos.

Desde que voltamos de Londres, eu não sei mais quem é Quinn Fabray. Não a procurei e de verdade, preciso pensar. Deixar essa fase ridícula passar.

–SANTANA!-Quase gritei.

–Por que a pressa?-Perguntou parando atrás de mim e me assustando.

Pela sua cara, ela já percebeu que eu não estava muito bem. Me joguei no pequeno sofá e me encolhi.

–Seus pensamentos estão perturbados.

–Esta me sondando?

Deu de ombros puxando uma cadeira ficando a minha frente.

–Desde quando usa essas roupas?-Perguntei apontando para o seu novo visual.

Nada de cem por cento branco. Um colete de couro e calças jeans. O cabelo não estava arrumadinho. Ate seu jeito parecia mais solto.

–É... vamos falar de você

–Brittanny?

Me ignorou.

–Vou entender seu silencio como um sim. Boa sorte.

Sorriu.

–Acho que sei por que esta assim.

–Sabe é? Que ótimo. Onde esta a guarda para vir me buscar por eu não estar fazendo o serviço direito. Eu não posso mais Santana.

–Bom, eu fiz o que me mandou enquanto esteve fora. Eu segui Harmony por todos os lados, fiz sombra para Paul  e sim, sua logica esta correta. Harmony esta ajudando Sue.

Eu sabia!

–E eu precisei de Brittanny para isso.

–Você contou pra ela?

Negou.

–Você a usou? Sant...Santana, você a manipulou?

–Eu odeio fazer isso, mas eu precisava.

Sorri, mesmo não tendo graça no momento.

–Mas isso não quer dizer que eu esteja ficando como você

–Ok.

–No sábado eu quase descobri como eles conseguiram uma copia de um tal contrato que os Fabray’s fizeram, mas... -Hesitou.

–Mas?-. A incentivei a falar.

–Rachel antes mesmo de eu chegar aqui, seus pensamentos já corriam solto. E por Deus, se controle. Lembra quando eu disse que você tinha que tomar cuidado, no terraço da Fabray e afirmei que você erraria ainda mais?

Assenti.

–Você errou, não é mesmo?

Droga!

–Santana...

–Eu sei. Eu já imaginava que isso iria acontecer. Mas quando foi que o anjo rebelde me ouviu? Nunca.

Respirei fundo segurando a cabeça.

–Então, no dia que você errou, algo estranho aconteceu.

–Que algo estranho? -Levantei a cabeça.

–Você sumiu no radar deles. Era como se estivesse em todos os lugares ao mesmo tempo e precisei controlar sua aura para mantê-los afastados. Já sabe o que aconteceria, se eles te pegassem com um humano, não sabe?

Abafei o grito.

–Mas esse de longe nem era o problema. Eles foram atrás do Leroy quando perderam sinal.

–Leroy? O que eles fizeram com ele Santana? -Gritei já calçando meus sapatos.

–Calma, Rachel. Eles invadiram a casa e reviraram tudo. Leroy ficou assustado. Você sabe que eles fariam isso em qualquer lugar.

–Mas eu não estava lá!

–Eles perceberam isso. Mas...

Estava odiando suas pausas.

–Fala logo droga!

–Rachel, eles acham que tem alguma coisa que os interessa lá. Eu também senti. Mas não sei o que é.

Minha pena.

–Me diz que eles foram embora e o deixou.

–Sim, foram. Mas estão desconfiados. Foram embora quando você deu sinal há três dias atrás

Puxei meu casaco.

–Aonde vai?

–Vê-lo.

–Você não pode e sabe disso-. Agarrou meu braço.

Puxei o braço.

–Você sabe o que sinto. Então acho que já esta na hora de me entender.

–Eles apagaram a memoria dele de novo.

Sequei a lagrima.

–Isso não importa. Não pretendo deixa-lo me ver. Só quero ter certeza de que esta bem.


...

As luz baixa da sala estava acesa, e podia apostar que ele esqueceu a porta dos fundos aberta. Não me incomodei com o frio, ele pouco importava. Eu só tenho você agora, preciso saber se ainda se lembra de mim. E como imaginei, a porta estava aperta, entrei depois de ficar mais de dez minutos parada ao lado do carro dele observando qualquer movimento. Sorri com a louça na pia.

A TV estava ligada e pela primeira vez não estava em um jogo do campeonato. Eu me sentia em casa mais uma vez. Quase na ponta dos pés segui para o quarto, minha cama estava arrumada, minhas coisas estavam arrumadas. Tapei a boca quando o choro começou e isso estava doendo. Dessa vez era de verdade.

Porque eu faço tudo errado e quem estava pagando era ele. Leroy não tem culpa de eu ter entrado na vida dele, não tem culpa de eu ter sumido depois de dormir com a Quinn e muito menos, dessa mulher a ser quem eu...

–Onde você esteve Rach?

–Leroy... -Ele não me esqueceu?

–Quem mais poderia ser e o que estava fazendo lá fora?

Não sabia o que dizer no momento. Minha cabeça estava girando.

–Eu te amo pai. Nunca se esqueça de mim. –Pedi, o abraçando de surpresa.

Eu gostava de sentir aquele abraço. Ele mostrava que estava comigo e que ninguém iria me fazer mal

–Isso é impossível garota. Sou seu pai, certo? E os pais não esquecem suas crias.

Como ele não me esqueceu? Eles apagaram a memoria dele. Santana apagou!

–Parece que acabei de acordar. -Sussurrou brincalhão.

–Pai. -Sequei as lagrimas. -Presta atenção. Precisamos conversar.

E como ele sempre fazia, colocou sua mascara de “tudo bem, eu não me importo com o que seja”.

–Sou todo ouvidos.

O puxei para a cama o sentando a meu lado.

–Algumas coisas andaram acontecendo e não são boas.

–Sua chefe? Ela te despediu?

Antes fosse.

–Não. Isso é com outras pessoas, eu só quero pedir uma coisa e vai ser bem egoísta. Você devia me esquecer, devia mesmo me esquecer.

–Rachel...

–Mas, como isso parece impossível, eu peço que vá embora. Não agora, passe uma temporada com Hiram. Mas quando eu não estiver mais aqui e você ouvir uma vozinha bem lá no fundo dizendo que precisa ir, por favor. Vá.

Me abraçou com força.

–Eu sempre fingi que as coisas estavam normais filha. Mas dessa vez estou realmente assustado. Não comigo, mas com você Não se esqueça, eu sei atirar e posso te proteger.

Enterrei o rosto em seu peito.

–Só faça isso, ok? Depois as coisas vão se resolver.

–Isso não é uma despedida, é?

Eu não conseguia falar.

–Rach!

–Não, Não é pai.

–Eu só tenho você garota. Não deixa o seu velho e some no mundo. O mundo é perigoso para minha garotinha.

Me senti uma criança. Eu não me lembrava de quando era criança, meu passado foi se apagando com o tempo.

–Se eu pudesse escolher nascer de novo...eu escolheria você como meu pai.

Beijou meu cabelo.

–E eu por sorte, seria mais uma vez seu pai. -Sorriu. -Ainda tem pizza quentinha no forno, fica aqui que vou lá buscar pra você -Beijou minha testa. -Não some como nos filmes me deixando sozinho.

–Vou estar aqui quando você voltar.

Porque eu não quero ir embora. Pizza requentada, eu já sabia. Leroy me observava como se tentasse me ler quando voltou.

–O que foi?

–Nada. Só observando.

Apoiei os pés em seu colo, sua massagem era boa.

–Ainda tem uma ruguinha de preocupação ai, quer dividir com o seu velho?

–Meu trabalho, como sempre. -E não era mentira. -Eu preciso arrumar um jeito de fazer tudo certo para me ver livre da minha chefe, aquela idiota.

Sorriu.

–Olha como ela fala da chefe. Os olhos brilhando significa o que?-. Me provocou.

–Leroy!

–Vamos lá, te conheço. Sua chefe é mais do que um problema?

Cruzei os braços tentando mostrar que eu não queria falar sobre isso. Mas ele estava disposto a me tirar qualquer coisa.

–Eu não gosto dela, antes que ache isso.

–Já falei que não precisa mentir pra mim. Ela é legal com você, ou realmente é uma mala?

–Pai!

–Não custa nada me responder.

Fez cara de inocente.

–Não damos certo. Ela é louca e acho que eu não fico pra trás. Eu só preciso ajuda-la e depois cair fora. Esta sendo difícil, mas eu preciso, pra poder voltar pra casa.

Sorriu.

–Ótimo, então faça tudo certinho e volta pra casa Rach. -Sua empolgação fez minhas lagrimas surgirem.

–Ok, vou fazer isso. Amanha eu volto ao trabalho, vou colocar tudo em pratos limpos e vai ficar tudo bem, não é?

Assentiu.

–Vai sim filha. -Me puxou para o seu colo. -Vai ficar tudo bem. Eu não queria que fosse amanha, mas vou te esperar todos os dias. Como sempre faço. Agora durma um pouco. Amanha vai ficar tudo bem e avise sua chefe que eu sei atirar.

Não consegui segurar o riso.

–Pode deixar.


 

***QUINN***

–Quinn, aqui estão seus arquivos. Brittanny ligou, ela chega na hora do almoço.

–Obrigada Ângela

–Quinn, esta tudo bem?

Não. Não estava.

–Esta sim. Pode ir.

Não consegui me concentrar direito durante quase toda a manha. Brittanny passaria na hora do almoço, ela andava fazendo isso nos últimos quatro dias e sempre me perguntava por Rachel. Eu também queria saber onde ela estava, saber se me deixou como havia dito que faria. Minhas duvidas foram respondidas quando a porta se abriu. Rachel não sorriu quando me viu.

O cabelo estava preso em um rabo de cavalo, sem vestidos dessa vez. Short jeans e camiseta. Fechou a porta quase educadamente e me encarou.

–Apareceu! -Falei.

–É, apareci. Mas antes que comece a protestar, já aviso que não quero ouvir. Vou fazer o meu trabalho e você só precisa colaborar. Já sei que já ouviu isso antes, mas agora é serio Quinn. Não importa o que aconteça, agora mais do que nunca eu quero fazer isso direito.

Me levantei ficando a sua frente. Ela cruzou os braços nos dando distancia.

–Esta assim pelo fato de termos...

–Dormido juntas? Não. Estou pelo fato de ter errado feio em tudo o que faço e colocado quem eu amo em perigo. Me deixei levar por um sentimento idiota.-Gritou sem perceber.

–Sentimento idiota?-. Repeti suas palavras.

Se afastou me dando as costas.

–Vocês costumam chamar de amor. Mas isso é uma droga e estraga as pessoas.

–Esta dizendo que me ama?-. Senti meu coração se acelerar..

Se virou rápido demais e eu sabia o que ela ia fazer. Segurei seu braço e virei o rosto.

–Nem pense em me manipular. Você disse que me ama e sabe que isso é errado, não sabe?

–Isso vai aumentar o seu ego? Pensei que só o fato de termos dormido juntas já havia o elevado o suficiente! -Gritou tentando se soltar.

A sacudi.

–Para de gritar! E não, eu não elevei ego nenhum. E pare de me olhar desse jeito.

Soluçou.

–Vai chorar agora.

–Acha que vou me rebaixar a isso?

Sim, porque ela já estava chorando.

–Eu vou ficar o mais longe possível da sua noivinha e de todos que você acha que vou matar só pelo fato de respirarmos o mesmo ar. Vou me esquecer de tudo o que te disse hoje e do que fizemos há quatro dias, Só peço que faça o mesmo. -Puxou seu braço.

Ficamos em silencio por um longo tempo, ela andava pela sala de um lado a outro.

–Por que resolveu mudar?-. Perguntei.

–Porque já estava na hora.

–Só isso?

Me encarou.

–Não. Também pelo fato de eu ter feito amor pela primeira vez com uma mulher que eu digo amar e isso ser completamente errado. -Gritou realmente irritada. -Entendeu agora?

–Então era você em Londres com ela, Rachel?-Brittanny nos encarava da porta.

–Pode me explicar isso Quinn?! -Harmony!

Rachel me encarou arfando. O que íamos fazer?


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