Angel Rebel escrita por Jenny Sarfati


Capítulo 15
Quebrando todas as regras


Notas iniciais do capítulo

Mais um... boa leitura!



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***RACHEL***

–Quinn!-Afastei seu rosto quando eu senti a macies do colchão em minhas costas. Isso estava indo longe de mais.

Meu coração estava mais louco que a dona.

–Quinn...eu preciso falar uma... -Seus lábios esmagaram os meus e puxei seu cabelo, a afastando outra vez. -Se você não parar, eu vou ter que partir para violência. –respirei fundo  algumas vezes.

Suas mãos se afundaram em meus cabelos, me encarando.

–Ótimo, presta atenção em mim... isso é um grande passo. E quando eu digo grande... é porque é grande mesmo sabe-. Tentei explicar.

Beijou meu pescoço, totalmente alheia ao que eu estava tentando lhe falar.

–Quinn estou falando serio. Isso vai ser demais pra mim... que droga! Vai ser difícil eu sair dessa confusão depois e você esta bêbada ainda por cima.

–Eu...eu não sei o que fez comigo-. Murmurou.

–Você e o álcool. Não eu e você-. A corrigi, tentando me afastar.

Segurou meu rosto, soltando o peso do seu corpo sobre mim, me impossibilitando sair dali.

–Por que...entrou na minha vida?-. Perguntou fazendo um leve carinho em meu rosto.

Não fui eu que te escolhi. Quis falar, mas não consegui responder, nem pensar, ela já estava me atacando de novo. Eu queria faze-la parar, mas ao mesmo tempo colocava em minha cabeça que essa poderia ser a primeira e a ultima vez que isso aconteceria.

 Santana às vezes me passava um sentimento de: Os chefões estão te enrolando. Traduzindo: Você vai para o inferno do mesmo jeito, não importa o que você faça.

Então vamos lá. Quebrando de vez todas as regras.

Acho que apertei alguma coisa, pois o som de algum lugar começou a tocar alto demais. Quinn parecia estar em todos os lugares. Você já fez isso uma vez Rachel. Uma vez lá longe. Foi por curiosidade, foi desconfortável no começo e não mudou no fim.

Isso não me acalmava nem um pouco.

Brittanny não ficaria feliz quando soubesse que sua adorável irmã rasgou sua obra de arte que era o meu vestido. Estava começando a duvidar de que Quinn bebeu bebida alcoólica. Me encarou nos olhos por alguns segundos ,senti partes dentro de mim se encaixarem e era estranho. Estava sendo estranho como foi da primeira vez, minha curiosidade me fez me arrepender por um tempo. Agora eu não sabia se teria o mesmo sabor.

 Levando em consideração que parte da minha pervertida e perturbada mente chegou a pensar muito nisso. E eu lutei com a parte sensata para esquecer e droga! Eu já havia esquecido. As lagrimas estavam estacionadas, e era algo que sufocava minha garganta. Eu queria gritar e chorar. E mais uma vez, uma vozinha gritou algo como: Você vai se arrepender de estar fazendo isso.

E eu já sabia disso, Quinn me mandaria embora no dia seguinte. Ela me mataria no dia seguinte!. Mordi o lábio com força, abafando o grito pega de surpresa quando suas mãos acariciaram meus seios. Quinn encostou os lábios em minha testa e afagou meu cabelo. Fechei os olhos e meu coração podia ser ouvido no andar de baixo. Você vai se arrepender. Você vai se arrepender. Você vai se arrepender. Cala a boca droga!

Um tremor percorreu minhas pernas, e acho que não as senti por algum tempo. Deixei uma lagrima escapar, porque seria difícil explicar. Mas era importante pra mim. Por que tinha que ser ela? Não podia ser outro idiota da boate? Não conseguia pensar direito, com um pouco de força e agilidade, senti que havíamos passado literalmente dos limites.

 Soltei o ar pesadamente e agarrei seus cabelos. Precisava me controlar. Quinn não disse uma palavra se quer, eu não conhecia os “humanos” tanto assim, como parecia, eu só gostava de torrar a paciência de todos, falando sobre o assunto. Esse era o meu jeito.

E já podia afirmar que minha primeira e única vez havia sido terrível, primeiro porque fui confrontada com a dor. Segundo, porque eu não fazia mínima ideia do que realmente estava fazendo. Mas isso é lei, antes dos prazeres da vida, você passará pelo terrível caminho da dor.

E pensei que seria assim novamente, pensei que seria avisada com um: "Vou agora...!" seria constrangedor e Quinn perceberia isso, se tivesse com o juízo no lugar. Segurei seus ombros com firmeza e engoli a respiração

Seus beijos eram urgentes e logo depois, calmos. Uma de suas mãos segurou minha perna, enlaçando em sua cintura, e com a outra a senti me penetrar com os seus dedos e começar a se mover, minha mente viajou para algum lugar fora da terra. Não sei bem o que aconteceu, isso não aconteceu na primeira vez.

Ela se movia rapidamente e com perfeição dentro de mim, arrancando alguns sons de minha garganta, meu corpo começou a ter alguns espasmos, tudo dentro de mim se revirou e meu mundo ficou girando.  

...

Não sei quanto tempo se passou, mas ouvi batidas na porta, alguém incomodado com o som provavelmente. Meu corpo já estava exausto, mas Quinn só parou quando me levou ao paraíso mais uma vez. E eu havia perdido as contas de quantas vezes havia tocado o céu. Todo meu corpo tremia, minha respiração era vergonhosa.

Ainda a sentia se mover, só que agora mais lenta. O som de gemidos cessou e Quinn caiu ao meu lado, deixando apenas nossas respirações dando sinal de vida e me abraçou, ficando de conchinha. Eu sabia que ela não gostaria nada disso no dia seguinte, mas eu amei cada momento. E descobri que esperei por isso.

Fechei os olhos e deixei as lagrimas virem quietinhas, sua mão me puxou para mais perto e afundou a cabeça em meu pescoço. Sem palavras, nem sinal de “loucura” ou “sanidade”. Não me mexi, não sabia como fazer isso quando meu corpo fugiu de mim.

...

–Ok, não seja covarde-. Sussurrei.

Dormi por duas horas, minha cabeça estava girando ainda. Que droga. Quinn não tinha mais o braço me envolvendo. Encarei o relógio por cinco segundos e sai da cama. Cai quando dei um passo.

–Opa, reações da noite passada. -Ótimo, eu mesma conseguia me torturar com as minhas idiotices.

Segui em direção a minha mochila, resgatei um vestido qualquer indo em direção ao banheiro. Coisas que despertaram em mim: bater os pés, morder ainda mais os lábios, bagunçar o cabelo. E querer gritar. Mas me segurei na ultima maneira. Banho gelado. Uma ótima pedida.

Me encarei no espelho, respirei fundo enfiando o vestido pela cabeça, abri a porta quase com medo e sai. Quinn se mexeu e eu fiquei parada segurando os sapatos.

–Não acorde agora!-Sussurrei para mim mesma. Ela apenas mudou de posição mostrando mais do que devia. -Esconde esse sorriso bobo. -Me obriguei.

Segui para a porta, fazendo o máximo de esforço para não cair, minhas pernas estavam estranhas.

–Ta nada. -Sorri. -Ah, cala a boca!

Eu parecia louca conversando e brigando comigo mesma. Apertei todos os botões do elevador ate que a porta se abriu. A moça da limpeza me encarava.

–Bonito uniforme. -Falei quando a porta se fechava. Ela não gostou do elogio.

O que eu ia fazer as sete da manha na rua?. Também não sei, chamei um taxi e pedi para que ficasse rodando ate eu decidir. Paramos perto do centro, paguei a corrida e essa era a primeira vez que eu pagava uma. E sai. As pessoas me encaravam. O que? A minha asa estava aparecendo? Quase sorri com a minha própria piada. Atravessei a rua seguindo o fluxo, as pessoas ali eram tão...certinhas.

Pensei em mil maneiras de vê-la surtar e nenhuma estava ajudando muito o meu auto controle. Pensei em Santana, mas ela não apareceu. Depois pensei que era bem melhor ela não aparecer. A minha manha terminou em lojas, gastar é sempre bom, mas eu não tinha dinheiro e não estava com coragem para manipular ninguém.

–Vai levar? -Uma atendente me perguntou olhando o sapato em meus pés.

Me encarei no espelho com um sorriso. Serio que eu conseguia sorrir?

–Não, mas não custa nada usa-la enquanto estou aqui dentro. -A deixei para trás

Algumas pessoas ali já me odiavam. Outras gostavam das minhas dicas, sim, essas tinham bom gosto.

–Você é um anjo, sabia?

Um garoto moreno devia ter 15 anos no máximo sorria de frente ao espelho.

–Ah, eu sei.

–Acha que vou me divertir no baile?

–Confie em mim. Mas já aviso, faça isso por você. Garotas são idiotas e destroem corações, ao menos que ela seja uma nerd. Acredite, essas vão te amar ate os últimos dias da sua vida. -Sorri lhe entregado uma gravata. -O único problema que algumas são depravadas.

–Oi?

–Ah, nada. Esquece.

Sorriu jogando os cabelos de lado.

–Já se decepcionou ,não é?

–Nunca liguei muito pra isso...Mas acho que é o contrario, eu sempre decepciono.

–Você é bonita.

–Você vai para o céu garoto. Me da um abraço.

Meia hora depois meu novo amigo me deixou. E saiu revoltado com a verdade sobre as garotas. Não foi minha intenção, só tenho dó da sua parceira essa noite. Encontrei a atendente na porta me encarando e ela me irritou bastante com isso. Respirei fundo e sai.

–Vai leva-los?

–Vou sim, combinaram comigo.

–Precisa pagar.

Nada de manipular gente inocente. Olha que louco, ela não é nada inocente.

–Eu já paguei. Na verdade, você acabou de compra-los para mim. Um presente por eu ter sido muito útil aqui hoje.

Sorriu passando as mãos no uniforme.

–Ah claro. -Abriu a porta. -Volte sempre. Gostei da sua visita.

–Também fofa, isso aqui é incrível

Eu não sabia para onde ir. Mas não queria voltar ao hotel e ser degolada pela fúria de Quinn Fabray. Me sentei na calçada encarando o céu. Não queria saber das horas, mas aquela parte da cidade parecia a suíça, tinha relógio demais e acho que precisamos para-los. Um apito horrendo soou e carros se aglomeraram. Opa, os semáforos não.

–Da pra parar com essa buzina. -Gritei ao carro a minha frente.

A ruiva peituda me mostrou o dedo do meio. Acho que fiz um “O” ridículo com a boca, antes de acabar com seus pneus. Bati o pé e voltei a caminhar. Acho que o transito vai ficar pior agora.

***QUINN***

Abri os olhos encarando a luz entrando pela janela. Minha cabeça estava pesada. Demais, apenas para reforçar. Respirei fundo tateando meu lado oposto e não encontrando nada ali. Rachel? Puxei o lençol.

–O que eu estou fazendo sem... roupas?-. Murmurei confusa.

Dois segundos e meus neurônios se encaixaram.

–Oh droga! Não!

Você bebeu demais, e sonhou. Você sonhou com ela, como anda sonhando todo esse tempo. Vocês não dormiram juntas, droga! Encarei o relógio, duas horas da tarde. Segui para o banheiro, meu corpo parecia ter sido moído quinhentas vezes seguidas. Encontrei sua roupa no chão.

Por que ela saiu? Ah sim, porque ela te seduziu noite passada. Já pensou no quão grave isso é? Não. Você estava bêbada demais para pensar nisso.

Dispensei o café seguindo para o taxi que me esperava. Algumas pessoas me encaravam, outras lançavam risinhos. O que fizemos noite passada em?

–Para onde senhorita?

–Circula. -Rachel poderia estar em qualquer lugar.

Ficamos meia hora parados no mesmo lugar, ate que o guarda nos deixou passar. Dispensei o taxi e caminhei, as vezes parava e dava suas características para as pessoas, tentando encontra-la, mas não sabia como ela estava vestida exatamente. O sol já havia se escondido quando liguei de volta ao hotel perguntando por ela, mas nada.

–Onde você esta?- Quase gritei no meio da rua.

Sete horas. Deixei meu ponto e voltei a caminhar, a rua estava movimentada perto da praça. Um músico de um lado, garotos de skate do outro. Encarei o céu azul escuro e fiquei ali. Ate uma silhueta me chamar atenção e como magica, o músico ganhou muito dinheiro a cada musica que tocava.

Te achei. Atravessei a rua, quase fui atropelada, parei alguns metros de distancia dela.

–Rachel!

Percebi quando respirou fundo e se virou, fez uma careta.

–Por que sumiu?

–Não vai me matar? -Perguntou cruzando os braços.

–Tenho todos os motivos do mundo, certo?-. Levantei uma sobrancelha.

Negou silenciosamente e saiu me dando as costas depois de acenar ao velhinho. Seus passos eram rápidos mesmo estando em cima de um salto.

–Espera. -Mandei.

Me mostrou o dedo sem se virar e continuou sua caminhada.

–A gente dormiu... tipo dormimos juntas? –Perguntei torcendo para que ela negasse.

Assentiu me encarando.

–Que droga Rachel! Por que você deixou?

–Por que eu não consegui parar uma bêbada!-. Respondeu raivosa.

Soltei um grito frustrado.

–Pare de gritar infeliz!

–Eu dormi com você e você é um...

–Pare de surtar ta ok?

–Mas você é um anjo droga!

–Ok, dormimos juntas e agora to gravida. Pode surtar de verdade. Mas faça isso longe de mim!

O que?

–Hei, hei, hei. O que esta dizendo?

–Você não quer surtar? Então surta Quinn.

–Você não esta gravida, esta?

Acariciou a barriga com um sorriso, ate se transformar em uma mascara raivosa.

–Não Quinn! Não estou, isso seria meio que impossível sabe. Pare de fazer tempestade, ok? Você estava bêbada e eu tentei te parar, mas tipo, você parece um animal quando bebe e eu não tenho força o suficiente para para-la quando esta assim. Então eu acho que quem deveria estar surtando, no caso seria eu! -Gritou.

Respirei fundo, uma parte aliviada, a outra eu não sabia o que era.

–Arrependida?- Perguntei

Assentiu.

–Bom...-. Tentei falar, mas ela me interrompeu.

–Estamos atrasadas. Nosso vôo é daqui a meia hora. Hora de voltar pra casa. – Falou sem me olhar nos olhos e passou por mim.

Essa era a primeira vez em todo esse tempo, que eu presenciei a Rachel realmente chateada.

Droga! Eu sou uma idiota.

...

Seguimos em fileiras diferentes. Rachel encarava a janela do outro lado, os braços cruzados. Não dormi, nem consegui relaxar. Ela quase não olhou pra minha cara desde que havíamos voltado para o hotel e se seguiu assim ate o avião.

Oito horas de vôo e ela já estava de pé seguindo a multidão. Pegamos taxis diferentes e não a vi. Ainda era cedo, eu precisava me preparar para dar a noticia que havia voltado e contar tudo o que havia acontecido. Ou quase tudo.

 Só tinha a certeza de que quebramos todas as regras. E eu precisava me desculpar por ter agido daquela forma com ela... Se ela voltasse.


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Notas finais do capítulo

Até o proxio capitulo meus amores sz



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