A Herdeira Da Feiticeira Branca escrita por Stark


Capítulo 3
A Viagem




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Capítulo III- A Viagem.

Estavam no quarto, sozinhas ,apenas Dani e Mag. Maggie estava deitada na sua cama enquanto tentava tocar sua língua no nariz. Ela era meio piradinha e nojenta às vezes. Enquanto isso Dani estava sentada na penteadeira, penteando seus cabelos loiros. Enquanto ela o fazia, também olhava pra Maggie pelo reflexo do espelho.

–Sério, qual é o seu problema ?- perguntou Dani à amiga.

–Óbvio que nenhum né. Só estou testando minha capacidade de concentração e força.- respondeu continuando o que fazia.

–Você deveria é testar sua capacidade mental e pô-la em prática. Você é estranha.- brincou .

–Olha só quem fala, a garota que faz água virar picolé. – provocou Maggie agora sentando-se na cama.- E ainda fala com espíritos. Cara eu preciso arrumar novos amigos.- completou olhando em direção a Dani que lhe levantou o dedo do meio.

–Dani onde está a sua educação ?

–No mesmo lugar onde a sua normalidade está.- retrucou Dani sorrindo, o que fez a amiga rir também.

–Maggie , o casal já chegou.- dizia a irmã Lucinda na porta do quarto.

–Estou indo ! –gritou.- Dani eu sei que você vai sentir minha falta mas não chore, já já eu volto. – a garota saia saltitante pela porta.

–Tá prometo que vou tentar não me matar pela sua ausência !-gritou Dani à Mag, rindo da “modéstia” da amiga.

Era dia de entrevista no orfanato. Casais que não tinham filhos iam tentar entrevistar as crianças , e se gostassem de algumas dela as adotavam. Maggie sempre era devolvida, ela aprontava coisas estranhas com todos os casais que a entrevistavam. Na ultima vez ela assustou um cara quando ela resolveu mostrar o que sabia fazer com as pernas. Era constrangedor. Já Danielle se recusava a fazer isso, ela não queria correr o risco de uma nova rejeição.

–Danielle , você tem certeza que não quer vir ? Há vários casais que querem filhos já crescidos lá fora. – disse a irmã Marie entrando no quarto. Ela tinha uma certa afeição por Dani, afinal ela a conhece desde muito pequena.

–Não, a irmã sabe que eu tenho medo.

–Está bem .Não vamos forçar nada. Mas venha comigo, quero lhe mostrar uma coisa.

Assim Dani se levantou e saiu do quarto com a Irmã. Elas passaram pelo refeitório, também pelas salas onde aconteciam as entrevistas , até chegarem numa varanda no ultimo andar do prédio. Lá estava Londres, o céu nublado como o de sempre, os pombos voando entre as casas e edifícios, as pessoas andando nas ruas e o grande relógio o Big Ben. Dani olhava tudo aquilo com brilho no olhar. Londres era linda.

–É realmente linda. Mas o que a senhora quer me mostrar?

–Exatamente isso. A cidade, pense comigo .Se você fosse adotada poderia explorar essa cidade minha querida. Iria poder sair para os lugares mais lindos daqui. A vida é mais além do que dentro desse orfanato.- dizia a irmã tentando convencer Dani da melhor forma possível.

–Eu sei irmã. Mas eu não consigo, eu sinto que aqui é o meu lar. Por mais que eu quisesse ser adotada é aqui que eu sei que tem pessoas que me amam de verdade. A senhora por exemplo , a Mag também. Eu sou feliz aqui.

–Oh minha criança. Está bem fique o tempo que quiser. –disse a Irmã Marie a abraçando.

Logo as duas saíram dali, e foram até a cozinha. Sentaram as duas numa mesa e tomaram um prato de sopa, a comida mais comum do orfanato.

–Está uma delícia Irmã. Quem fez?

–A irmã Carmem.

–Ai Santo Deus ! Ela me envenenou !- gritou Dani brincando com a irmã que ria enquanto Dani fazia sua encenação.

–Não a envenenei senhorita Danielle, não que eu não quisesse , mas seu enterro iria me gastar um fortuna.- uma terceira voz surgiu entrando na cantina. Irmã Carmem. A irmã Marie logo se calou e seu sorriso sumiu como um passe de mágica.

–Eu só estava brincando.- dizia Dani agora com a voz rouca e baixa.

–Não tolero esse tipo de brincadeiras ! Irmã Marie , francamente achei que você não permitira esse tipo de ultraje contra a minha pessoa. Sai imediatamente e vá rezar um rosário. Já !- a irmã Carmem estava cuspindo fogo. Para um freira supervisora ela quebrava muitas regras ,principalmente nos seus palavreados.

–E você peste, já pro seu quarto. Você vai ficar de jejum até amanhã pela manhã. –ordenou a Danielle a puxando pelo braço e levando-a até o quarto. Chegando lá a irmã tirou de debaixo de sua túnica uma palmatória. Colocou Dani sentada na cama e lhe deu uma na cara. A essa altura Dani chorava muito.

–Aprenda a respeita-me sua petulante, insignificantemente rejeitada.- falou a irmã uma ultima vez saindo do quarto e atrancando lá dentro.

Do lado de fora Maggie retornava ao quarto rindo com o que houvera acontecido na sua entrevista, ela mostrou o que praticara no quarto com sua língua. Quando avistou a irmã Carmem desmanchou o sorriso imediatamente.

–Você ! Pro dormitório do lado .Sua amiga precisa de uma noite de reflexão.- disse a carrancuda a Mag voltando às salas da entrevistas.

E logo Maggie chegou a porta do seu quarto tentando abrir a porta.

–Dani você está bem ?! –perguntava Mag desesperada do lado de fora do quarto.

–E-e-e-eu estou bem Mag. Agora saia daqui se não vai sobrar pra você.- respondia Dani com a voz tremula.

–Você não está bem ! Espera aí que eu vou chamar a irmã Marie, pra te soltar.

–Não! A Irmã Carmem vai castiga-la .- respondeu Dani chagando mais perto da porta.

–E você vai ficar aí até quando ?

–Até amanha . Eu acho. Agora vá , se a Irmã Carmem voltar ela pode fazer algo com você.

–Aquela Satã !- berrou Mag chutando a porta.

–Vai Maggie enquanto há tempo.

–Está bem , eu vou. Mas mais tarde eu venho te ver tá ?

–Está bem.

E assim a amiga maluquinha de Dani saiu dali , indignada e foi para o dormitório do lado. Danielle agora sentara novamente em frente ao espelho olhando sua pele pálida, agora absurdamente vermelha pela palmada. Ela olhava o seu reflexo fixamente enquanto seu rosto ia desaparecendo ,dando lugar a outra face. Dani se assustou, afastando-se um pouco da penteadeira com os olhos ainda molhados e arregalados.

–Não tenha medo.- o rosto pálido e de olhos mais negros que o normal falava.

–Quem é você ? O que é você ?- perguntava Dani confusa e assustada.

–Eu sou Jadis. Sua mãe Jessie.

–Jessie ? Quem é Jessie?- perguntava Danielle novamente.

–Você . Seu nome de batismo é Jessie.

–Não, meu nome é Danielle.

–Não seu nome é esse o qual eu lhe chamei. Eu sou sua mãe minha querida.- dizia Jadis passando seu dedo indicador pelo espelho. Isso fez Dani pular para trás. –Não tenha medo.- completou.

–Como eu posso confia em você ? Como eu posso saber se você não é algo da minha cabeça ?

–Por favor me ouça . Eu sou sua verdadeira mãe, você é de Nárnia o país o qual governei por vários anos. Antes de quatros malfeitores, os dois filhos de Adão e as duas filhas de Eva me tirarem o poder.

–Filhos de Adão ? Filhas de Eva ? Do que você está falando?- perguntava Dani agora se aproximando novamente sentando-se.

–Das pessoas das quais você deve me vingar minha filha. Eles me mataram.

–Essas pessoas das quais fala te mataram ? Porque ?

–Por traição, inveja do meu governo, do meu poder.

Agora Dani tinha coragem para tocar do dedo de Jadis. Ela não conseguia tocar , os dedos de Jadis estavam como holograma.

–Se você morreu ,como está aqui ?

–Quando eu morri fui presa num espelho de gelo. Logo depois um dos filhos de Adão o quebrou e fui expulsa do mundo concreto, agora podendo transitar apenas pelo mundo paralelo.

–Eu não acredito que eu tenho uma mãe.- dizia Dani sorridente com os olhos cheios d’agua.

–Mas você tem minha filha. Eu estou aqui para te pedir ajuda. Ainda há um meio de me trazer de volta à vida.

–Me diga como ?- perguntava Dani atenciosa.

–Você tem que retornar a Nárnia e exterminar Aslam e Os reis filhos de Adão e as rainhas filhas de Eva.

–Aslam , quem é ?

–Um leão intrometido, que ajudou na minha derrota.

–Eu não sei se posso fazer isso. Eu nunca machuquei ninguém, imagine tirar sua vida. Eu não posso.

–E você vai deixar barato o que fizeram comigo ? Sua mãe.

–Desculpe , eu não posso.- disse Danielle olhando em direção ao chão.

–Querida olhe pra mim. No fundo dos meu olhos.- falou Jadis, e Dani logo obedeceu.- Você irá aniquilar os filhos de Adão e Eva e vai tomar o trono que é seu por direito. Vai me libertar e colocaremos Nárnia num inverno eterno e a governaremos.

Jadis teve a coragem de usar os seus poderes de persuasão em sua própria filha, que agora estava destinada a matar Aslam, Pedro , Edmundo , Susana e Lúcia.

–Você tem razão mamãe. Eles tem que pagar caro pelo o que fizeram com você. –dizia Dani com um olhar profundo ao nada. Seus olhos agora estavam mais negros do que antes.

Jadis estava com um sorriso maligno no rosto. Estava tudo saindo como o planejado. Ela tinha uma nova chance de governar Nárnia.

–Agora vá, você não pode ficar nem mais um dia aqui.

E o guarda –roupas de Dani abriu com a rajada de vento que Jadis fez emanar de dentro do espelho. E uma floresta ensolarada surgiu ao fundo do móvel.

–Aquilo é Nárnia ?- perguntou Dani sorrindo.

–Sim o seu lar.- disse Jadis observando a filha entrar no guarda-roupas .

–Até logo.- dizia Dani dentro no guarda-roupas virando-se para o espelho.

–Espere! O colar !- disse Jadis fazendo sua ventania levar a caixinha até às mãos de Danielle.

–Obrigada !- disse Dani sorridente o colocando.- Vamos vencer mãe.

–Justamente querida, justamente.

E assim Danielle sumiu mergulhando da floresta e o guarda-roupas se fechou. Jadis sumiu do espelho logo em seguida.

Der repente a porta do quarto foi aberta por Maggie e a irmã Marie. A garota não resistiu, foi chamar a irmã para salvar a amiga.

–Dani estamos aqui! –falou Mag sorridente procurando Dani com os olhos pelo quarto.

–Onde ela foi ?- perguntou a irmã Marie.

Então Mag se lembrou do que Dani falou sobre Nárnia, ela viu a caixinha da amiga no chão ,vazia. Ela sabia que Dani estava segura.

–Ela está em casa Irmã, em casa.- respondeu.


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