My Best Mistake escrita por LEvans, Cella Black


Capítulo 2
...foi amar você.


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas aqui está o último capítulo dessa fic curtinhaa!!
Boa leitura!



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Havia milhares de pessoas dançando no meio do enorme salão da escola, pulando e vibrando de acordo com o ritmo da música. Lily me puxava pela mão, guiando-me pelo meio da multidão. Por vezes, parávamos para cumprimentar conhecidos e colegas de classe, antes de voltarmos a caminhar. Por fim, finalmente, achamos uma mesa vazia, que não ficava assim tão longe da caixa de som. Meus ouvidos já zumbiam devido ao som alto. Céus, não é que eu abomine festas, mas eu ainda não havia entrado no "clima"!

Desde que entramos, tentei disfarçar e não virar muito o meu rosto para os lados, caminhando de cabeça baixa. Não queria encontrar Remus. Não saberia o que falar ou como agir, nem ao menos me lembrava a última vez que ficamos tanto tempo sem nos falar. Mas, como sempre, Lily tinha razão.. eu não poderia fugir pra sempre.

-Acho que ele ainda não chegou, Doe. - Disse-me Lily, sentada na minha frente.

Eu nem precisei perguntar para saber de quem ela estava falando.

Suspirei e forcei um sorriso. Eu não deveria ficar com cara de mosca-morta em uma festa, por Deus.

-Ruiva! -Uma voz que eu conhecia muito bem, vinda de trás de mim, me fez pular da cadeira com tamanho susto que levei. -Como vai, Meadowes?

James Potter, aquele que é completamente louco - e super gato, tenho que admitir- cumprimentou-me, com um sorriso nada inocente no rosto. Por um momento, pensei que Remus estivesse com ele, já que ambos são bem amigos, mas James estava sozinho, o que era estranho.

-Oi James. - Falei, sorrindo amigavelmente para ele.

-Potter! - Repreendeu Lily, olhando-o de cara feia - Quer nos matar de susto? Por que não subiu no palco e anunciou no microfone a sua chegada? Acho que assim você chamaria bem mais atenção.

-Uh, bela ideia, ruiva! Mas entre o palco e você, quem você acha que eu escolhi? - Contrabateu ele, fazendo Lily corar, enquanto eu segurava um riso.

-Diga logo o que você quer!

Lily e James, provavelmente, eram o casal mais falado da escola. Viviam brigando, embora todos soubessem que eles se gostavam.

-Quer sentar, James? - Perguntei, e Lily me lançou um olhar assassino. - Que? Só estou sendo educada!

James deu seu famoso sorriso de lado, mexendo no cabelo com uma das mãos, o que fazia Lily suspirar... e ela ainda tinha coragem de negar!

-Obrigada, Dorcas, mas vim aqui propor uma dança para a minha ruiva. -Ele virou-se para Lily e estendeu um braço - aceita?

-Não! Não está vendo que estou com a Dorcas? Não posso deixá-la sozinha, Potter.

Ok, eu sabia que aquilo era só uma desculpa para não acompanhá-lo. Lily havia me arrastado até ali, mas eu não seria apenas um peso pra ela. Não a impediria de se divertir e, além do mais, eu era totalmente e favor de que ela e James se casassem!

-Não se importe comigo, Lily, Ficarei bem sozinha. -Falei.

-QUE? M-mas Dorcas...

Virei-me para James, que sorria galanteador.

-Ela aceita, James. Mas faça o favor de não irritá-la e... - Sorri - Divirtam-se!

Lily me olhava com uma cara de 'que tipo de amiga você é?', mas a verdade é que eu não me importava. Eu só queria que ela não se prendesse por minha causa. Então ela se levantou, um pouco vermelha e raivosa, mas segurou na mão de James mesmo assim, que fez um gesto exagerado ao se inclinar para beijar sua mão.

-Prometo que você não vai se arrepender - Ouvi ele dizer, antes de lavar a minha amiga para a pista.

Fiquem uns bons minutos olhando-os, sorrindo feito uma boba por ter feito aquilo.

Minutos haviam se passado, e cada um a pista ia ficando mais cheia. Ainda não havia avistado Remus. Na verdade, eu não fazia esforço para encontrá-lo. Será que ele vinha acompanhado? Balancei a cabeça, tentando apagar da minha mente a imagem dele com outra garota... Céus, eu estava tão apaixonada...

Passei uma das mãos por meu cabelo, suspirando, repetindo para mim mesma que tudo daria certo, e que tudo se resolveria.

Algumas pessoas vinham falar comigo, perguntando se eu estava bem e o por que de estar com uma cara "triste". Me senti mal por mentir, mas eu não podia simplesmente espalhar para a escola toda que eu me descobri completamente apaixonada pelo meu melhor amigo!

Cansada de ficar sentada, me levantei e comecei a caminhar até um balcão onde serviam as bebidas. Eu precisava de alguma coisa para molhar a garganta. Estava quase lá quando ouvi alguém me chamar.

-Dorcas!

Me virei e dei de cara com Dédalo Diggle, um garoto que já havia me convidado para sair diversas vezes.. e eu sempre negava.

-Ah, oi Dédalo.. -tentei soar simpática.

-Não te vi na escola esses dias.. eu queria ter te convidado para vir a festa comigo, mas eu não te encontrei nenhuma vez na escola... Estava saindo cedo?

-Huum, sim... Eu estava um pouco gripada, mas melhorei - Essa deve ser a milionésima mentira que eu contei nessa semana.

Dédalo sorriu pra mim e, por trás dele, avistei Remus. Meu coração disparou na mesma hora. Ele estava lindo vestindo uma camisa de botões com mangas compridas junto com uma calça jeans. Ele não era muito musculoso e nem tão alto quanto James ou Sirius - seu outro amigo - mas, ainda sim, era completamente lindo pra mim. Seus olhos castanhos me encaravam. Ele estava parado, com as duas mãos dentro do bolso de sua calça, e completamente sério. Não que ele estivesse com raiva, não era isso, mas seu rosto não demonstrava nem uma expressão.

-Hã.. Dorcas? Você me ouviu? -Chamou-me Dédalo, dando 'tchauzinho' na minha frente.

-Ah, desculpe Dédalo! Eu.. eu me distrair.. O que você disse? - Perguntei, olhando de volta para ele.

-Se você aceitaria uma bebida..

Demorei a responder, olhando novamente por trás dos ombros de Dédalo, constatando de que Remus nem se mexera.

-C-Claro.. - Respondi, sorrindo nervosa.

Demos as costas para Remus e Dédalo segurou em minha mão, puxando-me em direção ao balcão de bebidas. Sentei-me em um banco e ele em outro. Eu nem percebi que ele havia feito o pedido por mim quando o garçom colocou um copo em minha frente, e eu bebi logo em seguida.

-O que é isso?! - Exclamei, sentindo o gosto da bebida arder em minha garganta. - Isso tem álcool!

-É.. Me desculpe. Pensei que você iria beber alguma coisa...

Larguei o copo de lado e pedi um refrigerante. Dei uma espiadela por cima do ombro a procura de Remus, mas não o vi em parte alguma. Céus, será que ele estava com raiva?

Ao meu lado, Dédalo enchia o copo com um líquido que eu não sabia o nome, mas que tinha certeza estar cheio de álcool. E eu odeio caras bêbados. Eu odiava o fato dele estar fazendo aquilo com a esperança de me conquistar. Eu odiava o fato dele não ser Remus Lupin.

Eu tinha que me livrar dele.

-Dédalo, eu vou ao banheiro, se não se importa...

Nem esperei ele me responder e muito menos olhei para trás para ver se ele tinha ao menos me ouvido. Apenas saí dali o mais rápido possível e fui andando por entre algumas mesas, rezando para que ele não viesse atrás de mim. Mas logo senti alguém segurar meu braço, fazendo-me olhar para trás.

- O que você...

-Oi.. - Disse Remus, me encarando. E eu tive certeza que, se não fosse pela música alta, eu poderia ouvir as batidas do meu coração.

-R-Remus! Er.. oi. -Respondi, forçando um sorriso.

AI. MEU. DEUS.

-Você está bem? O que você tinha? Por que não respondeu as minhas mensagens? -Perguntou-me ele, ao mesmo tempo em que uma mulher bêbada esbarrava em seu braço.

Olhei para os meus pés, enquanto colocava uma mecha de cabelo para trás de minha orelha esquerda.

-Me desculpe... Eu tive alguns problemas. -Eu não poderia mentir. Não pra ele.

Ele ficou me encarando por longos minutos. Não sabia o que se passava por sua cabeça, só esperava que ele não me odiasse. Fiquei aguardando mais perguntas, e eu sabia que eu lhe devia respostas. Ele era meu amigo...

Uma música lenta começou a tocar, e alguns casais se levantavam para dançarem no meio da pista. Remus desviou seu olhar para o grande salão e pareceu pensar seriamente em algo. Quando ele voltou a me olhar, chegou um pouco mais para perto de mim - o que me deixou ainda mais nervosa- e segurou uma das minhas mãos.

-Vem.. - Falou Remus, me guiando com a mão.

-O que você está fazendo? - Perguntei, enquanto passávamos pelo meio de alguns grupinhos de amigos e casais se beijando... se é que aquilo poderia ser chamado de beijo. Eca!

-Te puxando para a pista de dança, oras. -Respondeu ele, me fazendo arregalar os olhos.

-Você o que? Remus... Desde quando você gosta de dançar?

-Na verdade, eu nunca disse que não gostava. - Respondeu-me ele.

Quando chegamos no meio da pista, Remus me olhou nos olhos e, lentamente, envolveu minha cintura com seus braços. Eu sabia que ele estava nervoso, pois suas orelhas ardiam, tão vermelhas quanto os cabelos de Lily. Levei meus braços até seu pescoço e os envolvi, sentindo nossos corpos se encostarem, causando-me arrepios. E, muito desajeitadamente, começamos a dançar.

Bem, eu não sou uma especialista em dança, muito menos Remus, mas depois de um tempo, conseguimos achar um ritmo e segui-lo, tentando não pisar nos pés um do outro. Não emitimos nenhuma palavra, e quando eu olhei nos olhos, ele apenas sorriu pra mim, e eu descansei minha cabeça em seu peito, desejando voltar a gostar dele somente como amigo, por que não havia nada mais doloroso do que não ser correspondida.

Eu tinha que acabar com isso.

-Me desculpe Remus... -Falei, somente para que ele ouvisse.

-Pelo o que?

-Por não ter respondido as suas mensagens...

Afastei-me um pouco dele e o olhei nos olhos, vendo-o sorrir para mim.

-Ei.. ta tudo bem. Eu entendo que você tava doente e... - ele abaixou a cabeça e suspirou, com as orelhas levemente vermelhas. -...Mas se eu fiz alguma coisa de errado...

-Não! Não, Remus, você não fez nada de errado. Fui eu! - Disse, apressadamente.

Aquele era um dos motivos por amá-lo. A forma como ele tentava resolver os problemas, como se preocupava com os amigos, o modo de ele fazer os exercícios de matemática com rosto próximo do caderno, ou de quando fica envergonhado e sem jeito, passando as mãos por sua nuca.. Tudo. Tudo aquilo, ele por inteiro, é a razão de eu ter me apaixonado.

E também a razão por eu ter que afastá-lo.

Abracei sua cintura, encostando meu rosto em seu peito e, provavelmente, molhando boa parte de sua blusa com minhas lágrimas.

-Me desculpe... Eu não posso ser mais sua amiga, Remus.. Sinto muito. Muito mesmo - Ter que dizer aquilo em voz alta foi ainda pior.

-Que? O que você está dizendo, Dorcas?

Abaixei a cabeça e me soltei dele, que me olhava confuso como se eu tivesse acabado de falar algo completamente absurdo. E que, de algum modo, era. Um enorme absurdo extremamente necessário.

-Eu tenho que fazer isso, me afastar de você...

-Por que? -Indagou-me ele, olhando-me diretamente nos olhos.

-Porque eu te amo.

A música estava mais alta do que nunca, e havia alguns bêbados gritando e algumas amigas conversando, e por um momento, pensei que ele não havia me ouvido, mas quando Remus franziu o cenho e me olhou confuso, tive certeza de que ele entendera cada palavra que saíra da minha boca.

Ele suspirou, dando um sorrisinho aliviado, como se não acreditasse em minhas palavras.

-Eu também te amo, Dorcas! - Exclamou ele, falando alto para que eu pudesse ouvi-lo. E doeu. Doeu porque o "eu te amo" dele não tinha o mesmo significado que o meu.

-Não, você entendeu errado... -passei uma de minhas mãos por meu rosto, secando algumas lágrimas - Eu te amo, Remus, mas bem mais que um amigo. E me desculpe por isso... quer dizer, amigos não sentem vontade de beijar um ao outro e... eu n-não acredito que disse isso, eu... eu tenho que ir..

Olhei ao redor. Pessoas dançavam freneticamente no ritmo de uma música agitada que começara a tocar e um pouco mais afastado da pista, vi Lily e James aos beijos, e eu sorriria se não estivesse naquela situação. Me afastei de Remus e comecei a andar pelo meio da multidão, tentando sair do meio da pista o mais rápido possível. Eu deveria ter deixado Remus paralisado, mas não olhei para trás para confirmar, apenas continuei andando, sentindo mais lágrimas caírem.

Cheguei perto da saída do ginásio, que me levaria ao banheiro feminino. Queria lavar meu rosto para que ninguém me visse naquele estado.. Não iria suportar ter de explicar. Mas, eu o ouvi. Ouvi Remus vindo atrás de mim, chamando meu nome. E senti quando ele segurou em meu braço pela segunda vez naquela noite, fazendo-me virar para ele.

-Dorcas... espera. - Falou ele, ofegante. -Você que entendeu errado. Eu amo você da mesma maneira...

-O que...-Comecei, mas não consegui terminar. As palavras ficaram presas na minha garganta.

-Droga... - Remus suspirou e olhou pra baixo, tentando regular a respiração. Suas mãos ainda me seguravam, certificando-se de que eu não fugiria- Eu.. eu amo você também, Dorcas, mas não como amigo. Entendeu?

-Eu...

Remus levantou o rosto que estava um pouco vermelho. Olhou para um lado e mexeu em seu cabelo, antes de chegar mais perto de mim e segurar meu rosto em suas mãos. Minhas pernas tremiam, e eu senti um frio na barriga como se eu estivesse em uma roda gigante. Ele encarou meus lábios e depois me olhou nos olhos.

E, segundos depois, eu estava sendo beijada pelo meu melhor amigo.

Me assustei de primeira, pois eu não esperava aquilo de jeito nenhum. Arregalei meus olhos, surpresa, mas logo depois os fechei, envolvendo o pescoço de Remus com meus braços.

No início, era apenas um beijo tímido, mas quando comecei a correspondê-lo, Remus se sentiu mais seguro para aprofundá-lo. Sentia sua mãos segurarem em minha cintura me puxando para mais perto, e sua língua encontrando a minha... Deus, eu queria que esse momento durasse pra sempre! Estava beijando o meu melhor amigo e pelo contrário do que todos bons amigos deviam pensar, a sensação era a melhor coisa que eu já senti na vida!

É claro que eu já havia beijado alguns poucos garotos, mas Remus era o mais especial de todos... Deve ser porque eu estou completamente apaixonada por ele. Eu já disse isso, né?

-Eu... - Murmurou Remus, perto do meu rosto, quando o beijo se encerrou. Não que eu quisesse que terminasse, mas fomos obrigados a separar nossas bocas por falta de ar. Malditos pulmões!

Sua boca se encontrava um pouco vermelha devido ao meu batom, e seus olhos não se decidiam entre os meus olhos e meus lábios, parecendo travar uma luta interna entre me beijar ou me olhar. Bem, eu preferia a primeira opção, tanto que eu o beijei de volta, mas não durou muito, pois alguém se esbarrou em nós, e foi aí que nos olhamos, ainda completamente agarrados.

-Vamos sair daqui. -Disse Remus, decidido, e eu assenti, querendo beijá-lo tão desesperadamente quanto ele queria a mim.

Saímos correndo de onde estávamos, de mãos dadas e rindo, feito dois adolescentes que haviam acabado de descobrir o amor. O que de fato era verdade. Meu cérebro custava a acreditar que Remus sentia o mesmo que eu. Céus, como essa sensação é maravilhosa! Amar e ser amado.. Tem coisa melhor?

Olhamos um para o outro algumas vezes, cúmplices, quando passávamos por alguns casais completamente enroscados. Não era uma olhar de reprovação, e sim de ansiedade, pois queríamos fazer o mesmo que eles. Nem parecia que Remus era certinho e prendado correndo pelos corredores de nossa escola... Mas eu o entendia. O amor nos faz fazer algumas loucuras... e o resultado é ótimo.

Olhamos para dentro de uma sala para ver se não havia ninguém lá dentro. Entramos por ela sorrindo e Remus trancou a porta, logo depois virando-se para mim.

-Eu não acredito que estamos fazendo isso. - Exclamou ele, um pouco ofegante pela corrida e sorrindo para mim.

Senti uma vergonha inesperada surgir entre nós. Céus, eramos melhores amigos e havíamos acabado de nos beijar! Certo, havíamos nos declarado um para o outro, mas e agora?

-Bem.. podemos voltar para a festa... -Que? Por que, diabos, eu disse isso? Não quero voltar pra festa!

Remus colocou as duas mãos nos bolsos de sua calça e me olhou, um pouco tímido.

-Você quer? Digo.. Você quer voltar pra festa?

-Não... -Minha voz ecoou pela sala de aula.

Ele abriu um sorriso, satisfeito e andou até mim, pegando umas de minhas mãos.

-Doe... eu...

-O que?

Remus suspirou e olhou para baixo, mas logo depois voltou a me encarar enquanto eu controlava a minha vontade insaciável de beijá-lo outra vez.

-Foi por isso? -Indagou-me ele - Foi por isso que você me ignorou durante todos esses dias?

Desviei o olhar para as nossas mãos entrelaçadas, percebendo em como eu fui idiota de tê-lo evitado.

-Me desculpe, Remus... Mas, bem.. Não é todo dia que se descobre que você é apaixonada pelo seu melhor amigo..

Escutei sua risada rouca e o olhei, sentindo minhas bochechas corarem.

-Demorou.. mas valeu a pena.

Franzi a testa, completamente confusa.

-O que você..?

-Eu sou apaixonado por você há tempos, Doe... Acho que só você não notou. -Foi a vez dele de corar. - Eu devia ter te contado.. mas tinha medo de estragar a nossa amizade.

Céus, como eu amo Remus Lupin! Minha vontade era de sair gritando isso pelas ruas.

Pousei uma mão em seu rosto, sorrindo meigamente. Ele me abraçou pela cintura e roçou nossos narizes, fazendo com que nossas respirações se misturassem.

-Eu quero muito te beijar de novo.. -Sussurrou Remus, perto de minha boca.

-Então me beije, Remus... -Sussurrei de volta, e logo depois senti seus lábios tomarem os meus novamente naquela noite.

E não foi um beijo nada calmo.

Suas mãos me apertavam contra ele eu aproveitava para ficar na pontinha dos pés - já que ele era bem mais alto que eu- para brincar com seus cabelos. Seus lábios contra os meus, sua língua contra a minha e nossos corpos completamente colados.. e eu só conseguia pensar em mais.

Senti Remus andar involuntariamente até me encostar em uma parede, fazendo nossos corpos se colarem ainda mais. Seus lábios haviam saído de minha boca para recuperar ar e aproveitou para afundar o rosto em meu pescoço, fazendo-me suspirar. Puxei novamente seu rosto contra o meu e recomeçamos mais um beijo, tão bom quanto os outros. Suas mãos em meu quadril fizeram com que, em uma ação involuntária, uma de minhas pernas subissem e se enroscasse em sua cintura.

Um som mais parecido com um gemido saiu dos lábios de Remus, e uma de suas mãos seguraram em minha coxa enroscada em seu corpo. Meu vestido havia subido, mas eu não estava me importando com nada, nem com o fato de que, talvez, minha calcinha estivesse a mostra. Eu me sentia completamente confortável com Remus.

Soltei um gemido quando sua mão apertou de leve a minha coxa, subindo um pouco seu caminho. Mas, ele não ousou avançar mais. As vezes suas mãos desciam para as costas de meu joelho, e logo depois voltavam a subir, mas nunca completando a trajetória. Esse movimento ficou se repetindo por vezes, fazendo-me suspirar cada vez que sua mão subia.

-Isso.. Isso 'ta indo rápido.. não acha? -Perguntou ele com a voz rouca, depois que descolou seus lábios dos meus e encostou sua testa na minha.

-Não me importo. - Falei, vendo ele sorrir e afastar um pouco seu rosto do meu. A mão que não segurava a minha coxa subiu para meu rosto, mexendo com alguns fios loiros de meu cabelo.

-Doe... não quero fazer nenhuma besteira... Esperei tanto por isso, não quero estragar... -E esse é o meu Remus... Meu melhor amigo e amor.. O garoto exemplar que quer fazer tudo do modo certo, como tem que ser, sem passar por cima das regras.

Não pude deixar de sorrir. Fiz minha perna se desenroscar de sua cintura e a pousei novamente no chão, embora meu desejo fosse fazer com que ela continuasse lá.

-Tudo bem. - sorri, tímida.

Nos abraçamos e ficamos assim por um bom tempo. Deus, com eu amo abraçá-lo... É como se estar em volta dos braços de Remus fosse o lugar mais seguro do mundo. Onde eu sempre deveria estar...

E, pela primeira vez depois de anos, percebi que os contos de fada não são tão ruins assim. Uma garota pode amar, o que consequentemente a levará a sofrer também, mas no fim de tudo, depois que a malvada dor e fase ruim passarem, ela vai ser feliz. O príncipe? Bom, ele nem sempre vai chegar em um cavalo branco, mas cara... quem liga? O cavalo é um mero detalhe, quase imperceptível comparado a quem deve montá-lo.

-Tenho que falar com o seu pai... -Falou Remus, o meu príncipe encantado, uma hora depois de termos saído da escola. Estávamos na frente de minha casa, encostados em seu carro de mãos dadas. Eu não sabia exatamente como seria o dia seguinte, mas viver o presente era mais que o bastante para mim naquele momento.

-Falar o que? Ele deve estar dormindo... Acho. -Respondi, sentindo o vento bagunçar meus cabelos e levantar um pouco meu vestido.

-Tenho que pedir permissão para namorar você, Doe.

Juro que fui na lua e voltei. Não, eu fui em Marte e voltei. Pensando bem, eu fui em outra galáxia e voltei.

-Ah.. Bem, acho que você deveria pedir primeiro pra mim, não acha? -Disse, não segurando o sorriso e vendo o rosto de Remus ficar um pouco vermelho.

-Eu acho que eu já sei a resposta. - Falou ele e eu ri, o abraçando pela cintura.

-Bastante otimista...

-Estou certo, então?

Não respondi. Apenas sorri e o beijei novamente, com a certeza de que me apaixonar pelo meu melhor amigo fora um erro... O meu melhor erro.


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Notas finais do capítulo

N/A: Espero que tenham gostado! Reviews??
Beijãooo



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