Darkness Feed escrita por S A Malschitzky
Notas iniciais do capítulo
Bueno, não me matem.
Acho que os próximos capítulos podem... ALERTA DE SPOILER.
Não não.
Vejo os olhos assustados de Brook, mas não sei se é por meu estado ou pelo o que eu acabei de dizer.
Bem, acho que pode ser um pouco dos dois.
Ela engole em seco e encara meus olhos, como se fosse explicar que meu pai morreu.
- Não me olhe com essa cara – digo revirando os olhos e tusso mais uma vez, sentindo minha garganta sangrar. – Você pediu a solução.
- É, mas é quase impossível – Ela suspira, esfregando o rosto. – Mas vamos tentar. – Ela ri. – Sabe que a Shannon vai ficar maluca.
- Ela não pode ficar aqui – digo balançando a cabeça. – Se eu morrer ela vai... Pirar.
- Modesto... – Ela revira os olhos, mas concorda com a cabeça. – Mas tenho que admitir que é verdade. Ela já perdeu o irmão assim.
- Eu tive que matar o irmão dela – digo com o estômago revirando mais uma vez, mas não por causa da doença, mas por me lembrar da maneira que me senti quando precisei fazer aquilo. – E eu realmente não quero morrer.
- E se conseguirmos mais vacinas? – Ela propõe e eu balanço a cabeça.
- Acho que é tarde demais. Para os dois lados. A fábrica parou de produzir e... Acho que não vai funcionar. – Suspiro. – Acho que deveria leva-la para a casa do meu pai.
- Tudo bem – Ela concorda com a cabeça e ri. – Não reclame se ela voltar como uma prostituta.
- Se eu voltar a vê-la, você quis dizer.
- É, não foi isso o que eu quis dizer. Acho que poderia se... Despedir. Caso não funcione.
Concordo com a cabeça, vendo-a bater as mãos nas coxas e andar na direção da porta, girando a maçaneta e passando por ela, batendo a porta atrás de si e me deixando sozinho.
- Oi – Shan abre a porta menos de dois minutos depois, andando em minha direção. – Brook disse que John precisa de ajuda para a casa. – Ela ri. – Meg poderia ajudar, não acha? Eu preciso cuidar de você.
- Eu estou bem – Mentiroso. – Não preciso que cuide de mim. – Mentiroso.
- Tem certeza? – Ela estreita os olhos, parecendo pedir para ficar.
- Tenho – concordo com a cabeça, mesmo tentando disfarçar meu olhar para todo seu corpo, talvez por uma última vez. – Acho que meu pai precisa mais de você. E Meg vai me curar rapidinho, sabendo que terá que ficar aqui até que eu me cure para ver John novamente.
- Porque você chama seu pai de John às vezes?
- Você chama ele de John – digo rindo e encolho os ombros, mesmo que eles estejam doloridos. – Não faço ideia.
- Tudo bem, Brook vai me levar agora então... – Ela diz mais alguma coisa, mas estou ocupado demais para ouvir, pensando que talvez seja a última vez que eu vou vê-la.
- Tudo bem – Mentiroso. – Tchau.
- Posso te dar um abraço? – ela pergunta e eu praticamente imploro por isto.
- Pode, mas vai ficar fedorenta. – digo rindo e ela me abraça, parecendo não ligar. – Eu te amo.
- Eu também – Ela pressiona os lábios, como se já tivesse percebido o que está acontecendo. – Já superou uma doença de bicho, vai superar uma gripe. – É, parece que não.
Ela segura meu queixo e sorri, puxando a mochila e colocando algumas roupas, passando pela porta e acenando uma última vez.
Não sei se eles tentarão buscar a cura com tanta urgência apenas para mim, mas é melhor acreditar nisso para não enlouquecer sabendo que tenho apenas três dias.
**
- Porque eu estou aqui? – pergunto, encarando Brook bater na porta com o punho fechado. – Brook.
- Porque vai acabar ficando doente também se ficar perto do Nathan e John realmente precisa de ajuda dentro desse buraco que ele chama de casa. – Ela soca a porta. – Meg eu sei que você está ai! Abre essa droga de porta! – grita ela.
A porta se abre e John nos encara com um suspiro.
- Oi Brook. – Ele esfrega o rosto.
- Cadê a Meg? – Ela pergunta.
- Brooklyn. – Meg aparece atrás dele, abanando as mãos para que ela vá embora.
- Não tenho tempo para papinho – Brook revira os olhos. – A senhora safadinha vem comigo e Shannon vai ajudar a limpar a casa por três dias, lembrando que se ela voltar como uma prostituta, Nathan te dá um tiro na testa. – Ela arqueia as sobrancelhas para ele e John suspira, concordando com a cabeça e esfregando os olhos. – Vamos logo!
Meg beija os lábios de John e sorri, encarando Brook com uma cara séria enquanto elas vão para o carro.
- Oi Shan – Ele sorri, segurando minha mochila.
- Lembrando que eu não me ofereci para isso – digo entrando na casa e vendo que ela não está tão ruim assim. Eu diria que está até... Limpa. – Meg limpou isto aqui, não é?
- Ela disse que parecia um buraco – Ele arqueia as sobrancelhas passando pelo corredor até a cozinha.
- Brook também disse isso – digo e ele ri, sentando na cadeira e erguendo a mão para a outra na sua frente para que eu me sente. – Então... Nathan está doente.
Ele suspira, bebendo um gole de... Água?
- É, eu falei com ele agora a pouco – Ele suspira novamente. – Mas é só... Uma gripe. Vai passar.
- Ele está mal – digo e suspiro, mas querendo sair correndo para dizer a Nathan que John se importa com ele. – Mas acho que mais alguns dias e passa.
- É, esperamos que sim – Ele sorri, bebendo mais um gole de água.
**
Covarde.
Tem medo de morrer na frente dela e a manda para mim sem que ela saiba o que é, achando que é apenas uma gripe.
Isto será tortuoso.
Ela não faz ideia.
Mas acho que pior será para o pessoal da colônia.
Eles têm três dias para achar uma cura que nunca foi descoberta até agora.
Se eles conseguirem, salvarão o mundo e exterminarão Carter e Georgia – eu espero.
Mas se não conseguirem, meu filho morrerá e Shannon não ficará nada bem.
Ela continua falando sobre Nathan e como ele disse alguma coisa bonitinha ou engraçada que ela gostou e eu escuto sem prestar muita atenção, até porque aquele sorriso bobo não durará muito e quando ele se for, talvez não volte nunca mais.
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Acho que posto outro capt hoje mesmo
beixos