Darkness Feed escrita por S A Malschitzky
Notas iniciais do capítulo
Não sei se vocês entenderam o lance das tesouras mágicas neh, masok.
Se forem comentar, acrescentem o que vocês achavam que era.
Valeu. :D
A casa está quase pronta para receber os pais de Carter e Georgia, mas eu ainda sinto a farinha em meus cabelos, mesmo depois de um longo banho.
Abro a porta do closet e ando por ele.
Analisando cada vestido, calça, casaco blusa ou sapato nos cabides e prateleiras.
Um vestido branco me chama a atenção. Não é comprido como os outros.
Tem o busto branco com um tecido de renda que cai até a cintura de maneira desigual, continuando o vestido.
A última camada do vestido bate um pouco antes de meus joelhos.
Coloco o vestido e Maria bate na porta depois que eu consigo finalmente fechar o zíper nas costas.
Ela olha para mim e lágrimas se formam em seus olhos.
– Era o favorito dela.
– Ai não. - digo desesperada. - Me desculpa. Eu vou encontrar outro.
– Não. - diz ela sorrindo. - Está perfeito. Carter vai adorar.
– Mas e os pais dele? O que vão pensar de mim se virem uma garota que nunca viram com o vestido da filha falecida?
– Eles vão adorar saber que você é parecida com ela e que Carter é amigo seu. Não se preocupe.
Suspiro e concordo com a cabeça.
– O que vai fazer no cabelo?
Dou de ombros.
– Uma trança, talvez? - pergunta ela. Dou de ombros novamente, imaginando como ficará com o vestido. - Ora, diga alguma coisa?
– Não sei se vou descer. - murmuro.
– Como assim? - pergunta ela indignada.
– Eu acabei de chegar aqui. Nathan é quase namorado de Georgia então tudo bem, mas eu mal conheço Carter.
– Ora, deixe disso. - diz ela sorrindo. - Sente-se.
Sento-me na frente da penteadeira e ela começa a mexer em meu cabelo.
Quase caio no sono com as mechas de meu cabelo serem puxadas sem força, fazendo uma massagem em minha cabeça.
– Pronto. - diz ela sorrindo. - Ficou ótimo.
– Obrigada. - digo observando os gomos perfeitos da trança que começa do topo de minha cabeça e termina em minha espinha. - Ficou ótimo mesmo.
– Estão todos esperando. - diz ela sorrindo e olhando para a gaveta aberta de sapatos. - Ah. - Ela pega um par de sapatos de salto bege e coloca na frente de meus pés. - Sabe andar de salto, certo?
Concordo com a cabeça, me lembrando de minha mãe me ensinando a andar com isso quando eu tinha apenas dez anos.
Coloco os sapatos e maria abre a porta para mim. Desço as escadas e vejo Carter sorrindo para mim.
– Era o favorito de minha irmã. Ficou perfeito. - diz ele segurando minha mão e beijando-a. - Madame.
– Para com isso. - digo vendo que Georgia lança um olhar furioso para mim. Seu vestido é preto metálico, seus olhos estão cobertos por uma maquiagem escura e seus cabelos loiros estão presos em uma trança de lado. - Porque Georgia está olhando daquele jeito para mim?
– Ah, de acordo com ela, o corpo dela não era para o vestido. - Ele dá de ombros. - Talvez porque ela nunca conseguiu usar este vestido e uma garota estranha chega e o vestido serve.
– Ah. - digo. Vejo um garoto com os cabelos curtos e castanhos, a barba rala, mas admito que é bonito. - Aquele é o Nathan?
Saio de perto de Carter e vejo que é realmente Nathan, uma garrafa de cerveja em sua mão.
– Nathan? - pergunto.
– Não. - diz ele sério e estende a mão. - Meu nome é Edmundo, acabo de sair de Nárnia. - Ele revira os olhos. - É claro que sou eu. Porque está com essa cara de que achou um corpo no armário?
– Você cortou o cabelo. - digo tocando seus cabelos curtos. - Está melhor assim.
– Não pareço mais um vagabundo? - ele pergunta com os olhos apertados.
– Eu nunca disse isso.
– Mas pensou.
– Porque cortou o cabelo? - pergunto.
Ele dá de ombros.
– Já fazia um tempo que eu não cortava. - Cruzo os braços. - Não foi por causa dela.
– Ah não. - digo sarcasticamente. - Quer dizer que vai usar copo neste jantar?
– Vou. - diz ele dando um gole na garrafa de cerveja. - Algum problema? Se estiver pensando que é só por causa da Georgia, eu bebo o vinho do gargalo.
– Não precisa. - digo. - Mas gostei.
– Achei que gostaria.
– Chegaram! - grita Carter abrindo a porta. De um carro preto, descem uma mulher com um vestido azul longo e apertado com os cabelos loiros como os de Gerogia na altura do pescoço e um homem de terno preto e gravata borboleta. - Oi. - Carter abraça os dois.
– Você cresceu. - diz o homem olhando para Georgia e seu vestido curto. - Cadê o resto do seu vestido? - Ele cruza os braços.
– Tenho dezenove anos. - diz ela abraçando-o. - Vocês demoraram. Alguns anos. Oi mãe.
A mulher abraça Georgia e abre os olhos, se deparando comigo e com o vestido de sua filha morta.
– Esse é... - Ela vem em minha direção com o dedo apontado e um sorriso no rosto.
– É. Eu até perguntei á Maria se não haveria problema em...
– Oh não. Ficou perfeito. Como ficava nela. E quem são vocês dois?
– Shannon.
– Nathan. - diz Nathan acenando rapidamente com uma mão. - Nosso carro quebrou á dois dias aqui na frente e ficamos por aqui. Espero que não seja incômodo.
– Claro que não. Nem dormiremos aqui hoje. - diz a mulher.
– Como assim? - pergunta Carter. - Não vão ficar.
– Mas é claro que não. - Sr. Lewis solta uma gargalhada. - Tenho trabalho á fazer Carter, não estou de férias.
– E vai ter um dia? - pergunta Carter irritado.
– Isso não vai dar certo. - diz Nathan aproximando a garrafa marrom da boca.
– Vamos jantar, sim? - diz Sra. Lewis.
Georgia enlaça o braço de Nathan e o puxa para seu lado na cadeira, ainda me encarando com desgosto.
Sento-me na frente de Nathan e ao lado de Carter, que não está com um humor muito agradável.
**
– Como foram estes anos na Rússia? - pergunta Carter um pouco irritado.
– Bons. Frios. Estudamos bastante. - diz Sr. Lewis.
– Não sentiram nossa falta. - diz Georgia com uma taça de cristal na boca. Sr. e Sra. Lewis se engasgam com os pedaços de carne em suas bocas e encaram Georgia. - Estou mentindo? Se sentissem, não teriam ficado tanto tempo e mais importante, não iriam embora hoje mesmo.
Sr. Lewis pigarreia.
– Estamos tentando salvar o mundo desta bagunça. Ora tenha vergonha Georgia, temo convidados.
– Eu não tenho vergonha. - diz ela sorrindo para Nathan que toma um gole da taça de vinho branco e encara a toalha branca da mesa. - E seus filhos? Como ficam? Com Maria e com Howard? Eles são praticamente da família mas eu quero meus pais.
– Podemos ir para a Rússia. - diz Sra. Lewis.
– Eu não vou para a Rússia. Eu quero meus pais em casa. - diz Carter. - Esquece Georgia, eles não vão voltar.
Maria a Howard se entreolham e recolhem os pratos, trazendo os dois bolos de chocolate.
– Não sabia que cozinhavam. - diz Sra. Lewis para Carter e Georgia.
– Foi o Nathan. - diz Carter. - E a Shannon.
Sorrio.
– Não, só o Nathan. Eu derrubei a farinha em cima de nós. Só isso. - digo observando o clima tenso nesta mesa. É, parece que esta não é uma família muito pacífica.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Nathan de cabelo curto hein? ;)