Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 10
O guarda-roupa morto e as tesouras mágicas.


Notas iniciais do capítulo

Não sei se vocês entenderam o lance das tesouras mágicas neh, masok.
Se forem comentar, acrescentem o que vocês achavam que era.
Valeu. :D



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A casa está quase pronta para receber os pais de Carter e Georgia, mas eu ainda sinto a farinha em meus cabelos, mesmo depois de um longo banho.

Abro a porta do closet e ando por ele.

Analisando cada vestido, calça, casaco blusa ou sapato nos cabides e prateleiras.

Um vestido branco me chama a atenção. Não é comprido como os outros.

Tem o busto branco com um tecido de renda que cai até a cintura de maneira desigual, continuando o vestido.

A última camada do vestido bate um pouco antes de meus joelhos.

Coloco o vestido e Maria bate na porta depois que eu consigo finalmente fechar o zíper nas costas.

Ela olha para mim e lágrimas se formam em seus olhos.

– Era o favorito dela.

– Ai não. - digo desesperada. - Me desculpa. Eu vou encontrar outro.

– Não. - diz ela sorrindo. - Está perfeito. Carter vai adorar.

– Mas e os pais dele? O que vão pensar de mim se virem uma garota que nunca viram com o vestido da filha falecida?

– Eles vão adorar saber que você é parecida com ela e que Carter é amigo seu. Não se preocupe.

Suspiro e concordo com a cabeça.

– O que vai fazer no cabelo?

Dou de ombros.

– Uma trança, talvez? - pergunta ela. Dou de ombros novamente, imaginando como ficará com o vestido. - Ora, diga alguma coisa?

– Não sei se vou descer. - murmuro.

– Como assim? - pergunta ela indignada.

– Eu acabei de chegar aqui. Nathan é quase namorado de Georgia então tudo bem, mas eu mal conheço Carter.

– Ora, deixe disso. - diz ela sorrindo. - Sente-se.

Sento-me na frente da penteadeira e ela começa a mexer em meu cabelo.

Quase caio no sono com as mechas de meu cabelo serem puxadas sem força, fazendo uma massagem em minha cabeça.

– Pronto. - diz ela sorrindo. - Ficou ótimo.

– Obrigada. - digo observando os gomos perfeitos da trança que começa do topo de minha cabeça e termina em minha espinha. - Ficou ótimo mesmo.

– Estão todos esperando. - diz ela sorrindo e olhando para a gaveta aberta de sapatos. - Ah. - Ela pega um par de sapatos de salto bege e coloca na frente de meus pés. - Sabe andar de salto, certo?

Concordo com a cabeça, me lembrando de minha mãe me ensinando a andar com isso quando eu tinha apenas dez anos.

Coloco os sapatos e maria abre a porta para mim. Desço as escadas e vejo Carter sorrindo para mim.

– Era o favorito de minha irmã. Ficou perfeito. - diz ele segurando minha mão e beijando-a. - Madame.

– Para com isso. - digo vendo que Georgia lança um olhar furioso para mim. Seu vestido é preto metálico, seus olhos estão cobertos por uma maquiagem escura e seus cabelos loiros estão presos em uma trança de lado. - Porque Georgia está olhando daquele jeito para mim?

– Ah, de acordo com ela, o corpo dela não era para o vestido. - Ele dá de ombros. - Talvez porque ela nunca conseguiu usar este vestido e uma garota estranha chega e o vestido serve.

– Ah. - digo. Vejo um garoto com os cabelos curtos e castanhos, a barba rala, mas admito que é bonito. - Aquele é o Nathan?

Saio de perto de Carter e vejo que é realmente Nathan, uma garrafa de cerveja em sua mão.

– Nathan? - pergunto.

– Não. - diz ele sério e estende a mão. - Meu nome é Edmundo, acabo de sair de Nárnia. - Ele revira os olhos. - É claro que sou eu. Porque está com essa cara de que achou um corpo no armário?

– Você cortou o cabelo. - digo tocando seus cabelos curtos. - Está melhor assim.

– Não pareço mais um vagabundo? - ele pergunta com os olhos apertados.

– Eu nunca disse isso.

– Mas pensou.

– Porque cortou o cabelo? - pergunto.

Ele dá de ombros.

– Já fazia um tempo que eu não cortava. - Cruzo os braços. - Não foi por causa dela.

– Ah não. - digo sarcasticamente. - Quer dizer que vai usar copo neste jantar?

– Vou. - diz ele dando um gole na garrafa de cerveja. - Algum problema? Se estiver pensando que é só por causa da Georgia, eu bebo o vinho do gargalo.

– Não precisa. - digo. - Mas gostei.

– Achei que gostaria.

– Chegaram! - grita Carter abrindo a porta. De um carro preto, descem uma mulher com um vestido azul longo e apertado com os cabelos loiros como os de Gerogia na altura do pescoço e um homem de terno preto e gravata borboleta. - Oi. - Carter abraça os dois.

– Você cresceu. - diz o homem olhando para Georgia e seu vestido curto. - Cadê o resto do seu vestido? - Ele cruza os braços.

– Tenho dezenove anos. - diz ela abraçando-o. - Vocês demoraram. Alguns anos. Oi mãe.

A mulher abraça Georgia e abre os olhos, se deparando comigo e com o vestido de sua filha morta.

– Esse é... - Ela vem em minha direção com o dedo apontado e um sorriso no rosto.

– É. Eu até perguntei á Maria se não haveria problema em...

– Oh não. Ficou perfeito. Como ficava nela. E quem são vocês dois?

– Shannon.

– Nathan. - diz Nathan acenando rapidamente com uma mão. - Nosso carro quebrou á dois dias aqui na frente e ficamos por aqui. Espero que não seja incômodo.

– Claro que não. Nem dormiremos aqui hoje. - diz a mulher.

– Como assim? - pergunta Carter. - Não vão ficar.

– Mas é claro que não. - Sr. Lewis solta uma gargalhada. - Tenho trabalho á fazer Carter, não estou de férias.

– E vai ter um dia? - pergunta Carter irritado.

– Isso não vai dar certo. - diz Nathan aproximando a garrafa marrom da boca.

– Vamos jantar, sim? - diz Sra. Lewis.

Georgia enlaça o braço de Nathan e o puxa para seu lado na cadeira, ainda me encarando com desgosto.

Sento-me na frente de Nathan e ao lado de Carter, que não está com um humor muito agradável.

**

– Como foram estes anos na Rússia? - pergunta Carter um pouco irritado.

– Bons. Frios. Estudamos bastante. - diz Sr. Lewis.

– Não sentiram nossa falta. - diz Georgia com uma taça de cristal na boca. Sr. e Sra. Lewis se engasgam com os pedaços de carne em suas bocas e encaram Georgia. - Estou mentindo? Se sentissem, não teriam ficado tanto tempo e mais importante, não iriam embora hoje mesmo.

Sr. Lewis pigarreia.

– Estamos tentando salvar o mundo desta bagunça. Ora tenha vergonha Georgia, temo convidados.

– Eu não tenho vergonha. - diz ela sorrindo para Nathan que toma um gole da taça de vinho branco e encara a toalha branca da mesa. - E seus filhos? Como ficam? Com Maria e com Howard? Eles são praticamente da família mas eu quero meus pais.

– Podemos ir para a Rússia. - diz Sra. Lewis.

– Eu não vou para a Rússia. Eu quero meus pais em casa. - diz Carter. - Esquece Georgia, eles não vão voltar.

Maria a Howard se entreolham e recolhem os pratos, trazendo os dois bolos de chocolate.

– Não sabia que cozinhavam. - diz Sra. Lewis para Carter e Georgia.

– Foi o Nathan. - diz Carter. - E a Shannon.

Sorrio.

– Não, só o Nathan. Eu derrubei a farinha em cima de nós. Só isso. - digo observando o clima tenso nesta mesa. É, parece que esta não é uma família muito pacífica.








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Notas finais do capítulo

Nathan de cabelo curto hein? ;)