Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 4
Almoço


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo aí...



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Ele ficou um tempo parado ali em frente, a garota o tinha confundido um pouco. O que ela era, afinal? Era esnobe, fora fútil, um pouco arrogante, mas o estranho foi que ao mesmo tempo foi simpática e gentil. Ela se vestia bem, muito bem, um tanto vaidosa. Parecia uma daquelas modelos de TV. Ela havia sorrido, e Thomas poderia jurar que aquele sorriso era o mais lindo da face da terra, ficava bobo com aquilo toda vez. 

O segurança, vendo-o ali parado, o olhou com certo desprezo, dando a entender que era pra ele sair dali. E depois de dar uma risada, Thomas foi andando a passos lentos para sua casa, na vila. Onde, a essa altura, todos já deviam estar lá. Quando abriu a porta, viu todos no sofá conversando e biliscando alguma coisa que estava na mesinha de centro. Seu pai sempre fazia uma entrada, apenas porque ele estava acostumado com essas coisas no restaurante, e segundo ele, não poderia faltar. Era camarão empanado. Todos, que conversavam, olharam para a porta, onde estava Thomas. 

- Oi Thom. - Amanda levantou do sofá e deu um abraço caloroso como sempre no amigo. Thomas deu um beijo na sua testa, Nick e Caleb cumprimentaram de longe, dizendo que estavam com preguiça de levantar. Ele foi logo pegar os empanados na mesa de centro, era louco por tudo aquilo. Louis Löhnhoff era bastante exagerado, faltar ali nunca faltava, podiam ser humildes, mas a mesa estava sempre farta. Foi pegando vários empanados seguidos, mas todos já estavam acostumados, eram da família praticamente. Nick, Thomas, Amanda e Caleb se afastaram de seus pais, foram todos para o quarto de Thom, o que os obrigava a passar pela cozinha e, automaticamente, a sentir aquele cheiro maravilhoso da comida de Louis.

- Tá de parabéns, Louiszinho! - Brincou Caleb, passando por lá e brincando com o quase pai, que apenas gesticulou negativamente e riu. 

Eram todos íntimos por ali, aquilo era muito divertido. Quando chegaram ao quarto do garoto, Thom fechou a porta. Todos falavam muito alto na sala, e como a casa era pequena o barulho ficava alto em seu quarto. 

- Agora nos explique o que diabos foi fazer na mansão - Amanda começou, sentando na cama de Thomas e sorrindo zombateira pro mesmo, que revirou os olhos. Nicholas sentou na cadeira do computador e a virou para os amigos, para participar da conversa, atento. Caleb sentou no chão e deitou a cabeça na cama, sempre fazia isso. 

- Apenas agradecer, Amanda. Não fui agarrar Sophie Montini não. Aposto que minha mãe já contou a história dos livros, ou estou errado? - Ele perguntou, franzindo o cenho. - Ela nunca perde a oportunidade de contar algo. - Nick riu do comentário de Thomas

- Contou. - Ele confirmou. 

- Pois é, só fui agradecê-la. Esses livros são tudo que eu preciso pelo menos pelos próximos 3 anos. - O garoto explicou, sentando na cama também, ao lado de Amanda.

- Não foi só isso que te fez ir até lá, aposto. - Caleb falou, rindo. Todos tinham uma ideia da admiração que Thomas tinha por aquela menina. - Juntou a fome com a vontade de comer. 

Thom sorriu e nada respondeu. 

- Como ela é, Thom? - Amanda perguntou, com os olhos azuis fixados nos de Thomas. Um sorriso bobo surgiu nos lábios dele. 

- Estupidamente linda. - Ele respondeu, abobalhado.

 - Sério. Vocês nunca viram aquela garota de perto, ela é maravilhosa. 

- Eu imagino. A irmã dela era uma deusa mesmo magra demais, imagine ela nas proporções perfeitas.

 - Nicholas falou, parecendo sonhar. Amanda olhou pra ele com uma cara feia. Ela era bastante ciumenta.

- Ah é, então a irmã dela era uma deusa? - Ela perguntou pra ele, carregando a voz no sarcasmo. Nicholas revirou os olhos. 

- Ai Amanda, agora você vai ter ciúmes por causa de uma estrelinha do céu? - Caleb ironizou, se metendo na briga do casal.

- Estrelinha? Uma senhora estrela, eu diria. - Nick falou. Amanda começou a dar soquinhos no ombro dele, que começou a rir. Caleb e Thomas riram junto. A relação dos dois era divertida, ela era puro ciúme e aquilo não o abalava, ao contrário, ele gostava de brincar com a situação. É como dizemos, rir para não chorar. 

Thomas estava um pouco alheio a conversa dos amigos. Na verdade, depois que saiu da mansão, uma pergunta ficou na sua cabeça, além do jeito contraditório da menina, uma série de perguntas: Por que ela tinha aqueles livros se ela não fazia medicina? E quem será que tinha feito anotações sobre as doenças de Katy Montini? Quem tinha estudado sobre aquilo? Por que ela sempre ficava na janela? Por que ela tinha dado os livros pra ele? Não era porque estava a incomodando no closet, aquela com certeza foi a desculpa mais esfarrapada que ele já tinha ouvido. Por Deus, o closet daquela garota deveria ser o mundo, por que alguns livros que segundo ela não valiam nem o preço de um sapato de marca incomodariam? Ela comprou os livros só por que achava que queria medicina? Bem, Thomas não sabia se ela era uma aluna tão aplicada que estudava antes mesmo de começar a faculdade, mas mesmo se fosse... O que a tinha feito trocar sua escolha por psicologia? Eram muitas dúvidas, muitas perguntas que ele queria fazer para Sophie. Mas ora, a menina não quis ao menos apertar sua mão, quem dirá dizer à ele informações sobre sua vida?

- Ei Thomas, qual é seu problema? Estamos te chamando pra comer há séculos! - Amanda, já na porta, chamava Thomas para o almoço.

Ele estava tão concentrado em seus pensamentos que nem ao menos viu seus amigos saindo do quarto para comer. Ainda bem que o esperaram, porque se não esperassem, não sobraria nem uma folha de alface pra ele comer. Eram todos uns trogloditas. 

A mesa da casa dos Löhnhoff's era bem grande, é claro. Sempre com jantares, almoços e lanches, não era pra menos. Durante o almoço, o pai de Nicholas, o Sr. Roberto, fazia umas piadas, eram até engraçadas, fazia com que todos ali dessem risadas altas, nada discretas. O bom daqueles almoços eram os sorrisos, as risadas, a felicidade dali. Por mais problemas que tivessem, sempre estavam sorrindo. Esse era um dos motivos para Anna adorar aqueles almoços, além da felicidade da família dela, aquele almoço proporcionava a felicidade de outras 3 famílias. Felicidade pelo menos por um momento, porque a final de contas, nem tudo na vida é um mar de rosas. 


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Notas finais do capítulo

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