Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 11
Galanteador, não?




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Thomas deixou esses pensamentos de lado e foi até a cozinha jantar. Gostava de comer no sofá, mas Dona Anna não permitia de jeito nenhum aquilo. Imagina se ela soubesse que quando não estava o marido e o filho comiam sempre ali? Com certeza teria um surto e diria que os dois eram irresponsáveis e porcos.  

Tomou um banho morno e voltou pra sala, voltando a assistir TV com a mãe. Ficou ali com ela até a hora que seu pai chegou do trabalho, o que devia ser umas 23 horas. Estava morrendo de sono, ficar na faculdade até tarde era bem cansativo. Se despediu dos pais e foi logo dormir.

O dia estava muito estranho, o céu cinza dava aquela aparência de que ainda era madrugada, mas já passava das 7 horas da manhã. Thomas já estava a caminho da faculdade, obviamente de skate. A partir de hoje, para ir para a faculdade, não faria uma trajetória diferente da que ele fazia para ir pra praça, propositalmente passaria em frente a mansão, mas dessa vez não apenas pra olhar a linda menina, mas sim para conversar um pouco. Céus, que tipo de louco era Thomas Löhnhoff que pegava o caminho mais longo pra chegar na faculdade apenas pra conversar às sete horas da manhã? Ela estaria acordada? Estaria em casa? Quando chegou em frente a grande casa, começou a andar devagar e parou na cabine do segurança. Era outro, não mais aquele que ele havia tentado conversar. Devia ser troca de turno, ou apenas férias. O homem o encarou, com cara de poucos amigos. Por que nenhum segurança ia com a cara dele, afinal? 

- Ei, qual é o seu nome? - Perguntou Thom. O segurança revirou os olhos e apontou para o nome, no bolso do terno. Baker Lewis. Era engraçado como que, pelo menos a primeira vista, todo mundo daquela casa parecia antipático. - Ah sim, Baker Lewis. - Ele leu em voz alta. O homem sentiu vontade de bater palmas ironicamente, mas ele tinha que manter uma postura de sério. - Você sabe se Sophie está aí? 

- E você quem é? - Ele quis saber, parecendo desconfiado. 

- Eu sou um amigo, eu acho. - Thomas respondeu, um pouco na dúvida, parecendo estar pensativo. 

- Ela não está. - O segurança disse, de maneira curta e grossa. 

- Ah, então pode dizer que Thomas Löhnhoff esteve aqui? 

- Digo. Agora já pode ir. - Ele falou, rude. Thomas bufou e virou de costas, pegou o skate nas mãos e estava pronto pra andar, mas antes que o fizesse, algo veio a sua cabeça. Foi até a cabine mais uma vez, e encarou a expressão de impaciência do segurança mais uma vez. 

- Você tem um papel e uma caneta aí? - Thom perguntou, o olhando. Ele murmurou que não tinha, mal humorado. - Tudo bem, eu tenho. - O menino abriu sua mochila rapidamente e arrancou um pedaço de uma das folhas do seu caderno, pegou uma caneta qualquer jogada lá dentro e começou a escrever alguma coisa na folha rasgada. O segurança franziu o cenho, se tratava de um garoto esquisito aquele que estava na sua frente. O que ele estava fazendo, meu Deus?  

Thomas, depois de alguns minutos, parou de escrever e segurou o papel. 

- Pode entregar isso a Sophie? - Thom pediu, olhando para o homem como se estivesse implorando por algo. 

- Entrego. - O segurança respondeu, tirando o papel de sua mãe quase que arrancando. 

- Pode ler, não tem problema. - Falou num tom debochado, percebendo a curiosidade do cara a sua frente. O cara passou os olhos no papel, como quem não queria nada. 

"Esqueci de te dizer ontem, mas seu sorriso consegue ser ainda mais bonito que seus olhos. Obrigado por ter confiado em mim pra contar a sua história. - Thomas Löhnhoff"

- Sou muito galanteador, não acha? - Thomas gargalhou, fazendo com que o homem ao seu lado apenas fizesse uma careta. - Bem, tenho que ir, estou atrasado. E fique com a caneta, é bom ter uma com você sempre. 

Podia não parecer de vez em quando, mas Thom fazia o tipo brincalhão, deixar uma pessoa com vergonha, sem reação ou sem graça era um de seus passatempos preferidos. Antes de subir no seu skate e andar a caminho da faculdade, ele deu dois tapinhas nas costas do homem. - Bom trabalho, Bakerzinho. 

Thomas foi andando de skate para faculdade rapidamente, estava com medo de se atrasar. Não achava atraso uma coisa abominável, mas sabia que além de desagradável por atrapalhar a aula com sua chegada, os professores o considerariam, no mínimo, irresponsável, e geralmente, aqueles que chegavam atrasados eram os que não queriam nada, se desinteressavam.

O rapaz quando finalmente chegou na sala de aula agradeceu a Deus, a professora ainda não estava ali! Sentou em uma mesa no meio, ao lado do seu melhor amigo da faculdade, que o recebeu de forma bastante... hum, dolorosa.

- Quem te viu quem te vê, Thomaszinho! Chegando em cima da hora hein, quem diria! - O amigo disse, dando um forte tapa nas costas de Thom, ao seu lado. 

- Daniel, seu filho da mãe! - Gritou, fazendo uma careta. 

- Ah, deixe se ser florzinha,  isso não foi nada. - Brincou o outro garoto, dando uma risada em seguida. 

Daniel... Ah, o maravilhoso Daniel, ou apenas Dan, para os mais íntimos. Inteligentíssimo, olhos cor de mel, forte, cabelos loiros naturais bem curtos, arrepiados e com um pequeno topetinho que Thomas adorava implicar. Difícil encontrar desses nos dias atuais. Estava sempre com uma menina diferente, era bastante mulherengo. Ele nem ao menos estudava, e, para a raiva de Thom, nas provas do amigo não tinha nunca um número menor que 8,5. Morava longe dali, na cidade grande, por isso era difícil que os dois saíssem ou algo assim, mas nada impossível, visto que a mãe e o pai de Daniel adoravam Thomas e abriam as portas da casa deles pro garoto pelo tempo que fosse. 


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Notas finais do capítulo

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