Rose ficou o resto do dia na ala hospitalar, Lily ficou ao seu lado e tentou entreté-la, mas a verdade é que a Weasley nunca se tinha sentido tão mal e sem vontade de viver. O seu corpo continuava dolorido, mas os remédios que lhe tinham dado começaram a fazer efeito e a dor foi embora aos poucos. Todos os seus primos queriam vê-la, mas Rose recusava-se a ver alguém que não fosse Lily. A prima mais nova contava-lhe o que tinha acontecido no Baile, como a diretor Minerva McGonagall tinha ficado irritada com o que tinha acontecido e estava à procura do responsável. Rose sabia quem era o responsável, mas não ia denunciá-lo. Ela tinha medo, depois de tudo o que tinha acontecido ela tinha a certeza que Evanna era capaz de fazer qualquer coisa.

Na manhã seguinte, a ruiva acordou sentindo-se melhor e acabaram por deixar-lhe voltar para casa naquele dia. A garota estava feliz por rever os seus pais, mas a verdade é que não se importava com mais nada. Ron e Hermione estavam à sua espera na estação e receberam-na entre beijos, abraços e choros. Rose simplesmente deixou-se ser abraçada, beijada e levada para casa. Quando lá chegou, subiu para o seu quarto e ficou lá o dia todo. No dia seguinte Hermione tentou falar com a filha, mas esta fingiu não ouvir e deixou-se ficar mais um dia trancada no quarto a dormir e a chorar. Não sabia o que se passava com ela, nunca se tinha sentido assim antes, nem quando descobrira que Alex lhe tinha mentido e enganado.

No terceiro dia, Hermione, já desesperada, resolveu chamar as primas de Rose para a tentarem animar.

– Roseeeee - gritou Vic entrando pelo quarto da prima e saltando para a cama dela - Hora de acordar!!

– VIC? - perguntou a grifinória surpresa, acordando com o grito da prima, e logo abraçou a loira - Que saudades, meu Merlin, eu não sabia que já tinhas chegado da França.

– Cheguei ontem - respondeu a garota com um leve sotaque francês.

– E eu também, caso ainda não tenhas notado a minha presença - afirmou Dominique encostada à porta.

– Domi!! - chamou toda feliz, indo abraçar a ruiva - É tão bom ter-vos aqui - declarou olhando para Dominique e Victoire e depois reparando na presença de Lily e Roxanne - E vocês também claro - abraçou as duas.

– Tia Mione falou conosco e disse que não querias falar com ninguém. O que se passa, mon chéri? - perguntou preocupada.

– Podemos falar sobre outra coisa? - a expressão de Rose mudou, ela realmente não queria falar daquilo, não queria chorar à frente das primas, não quando estava tão feliz por revê-las.

– Claro, Rose - respondeu Roxanne e sentou-se ao lado de Victoire - Conta-nos tudo sobre a tua nova loja - pediu animada.

– Oh, mon amour, estou tão animada, está a correr tudo muito bem. E eu e a Domi estamos a viver numa apartamento muito lindo mesmo no centro de Paris - começou a contar toda empolgada - Eu trouxe algumas das roupas da loja, é tudo da última coleção de moda. - Vic sempre fora apaixonada por roupas e o seu sonho era ser estilista, mas depois de trabalhar 2 anos numa loja de roupas, acabou por decidir abrir a sua própria loja.

– Paris é incrível, vocês têm de ir lá um dia, é tão mágico - continuou Dominique, também ela se sentando na cama da Weasley - Eu arranjei um trabalho como modelo e ajudo a Vic na loja nos fins de semana - Victoire e Dominique eram mais do que irmãs, eram melhores amigas e tinham o tipo de amizade que faria inveja a qualquer um, faziam tudo juntas e contavam tudo uma à outra.

– Uau, deve ser mesmo fantástico - comentou Rose, sentando-se no chão em frente das primas e ouvindo o que elas contavam.

– E o Louis? - lembrou-se Lily de repente - Como está ele?

– Oh, o Louis - disse Dominique, mas logo começou a rir e não conseguiu continuar.

– O Louis está apaixonado - afirmou Vic contendo o sorriso - Mas desta vez parece que é mesmo sério. Ele agora quer vir viver para Londres e estudar em Hogwarts.

– Sério? - Roxanne surpreendeu-se - Mas isso é ótimo! Mas os vossos pais não vão deixar, quer dizer, ele só tem 15 anos...

– Oh, os nossos pais já andam a falar nisso à algum tempo e estão neste momento a conversar com a diretora McGonagall para ver se é possível ele começar a estudar lá, mesmo que o ano já tenha começado.

– E esse garoto por quem ele se apaixonou? Estuda em Hogwarts? - perguntou Rose curiosa. Louis era gay e assumiu isso a toda a gente aos seus 13 anos. Os pais, no início, como é óbvio, não gostaram, mas depois acabaram por aceitar.

– Sim, é por isso que ele quer tanto ir para lá estudar - respondeu Dominique. Na verdade toda a gente da família Weasley até tinha aceitado bem o facto do loiro ser homosexual, mas Domi e Vic estavam tristes com o facto dos seus pais e irmão mais novo irem viver para outro país, mas elas tinham as suas próprias vidas e já eram adultas.

– E por cá? Alguma novidade? - questionou Vic subitamente, tentando parecer natural, mas a verdade é que ela queria saber novidades sobre Teddy Lupin. Os dois sempre foram muito próximos e a loira sempre tivera uma quedinha pelo garoto.

– Acho que está tudo mais ou menos igual - respondeu Roxanne.

– Oh Rox, não vês que a Vic quer saber do Ted? - afirmou a Potter mais nova fazendo a loira ficar um pouco vermelha - Ele continua a trabalhar como Auror e aparece quase todas as semanas n'A Toca ou em minha casa.

– Oh, eu não estava a falar do Ted, mas é bom saber isso.. - a loira tentou disfarçar mas as suas bochechas ainda ficaram mais vermelhas.

Todas riram menos Rose que olhava pensativa para a janela, embora gostasse de estar ali com as primas, aquela nuvem de tristeza ainda pairava sobre ela.

– Rose, não nos vais contar mesmo o que aconteceu? - perguntou Domi preocupada vendo a tristeza nos olhos da prima mais nova.

Rose respirou fundo, tentando conter as lágrimas e finalmente respondeu:

– Eu conto, mas vocês têm de prometer que não dizem nada a ninguém. - afirmou séria, não queria que os pais sequer sonhassem o que tinha acontecido.

– Nos prometemos - declarou Roxanne e Rose logo começou a relatar tudo o que tinha acontecido.

(...)

Hermione andava de um lado para o outro na ampla sala de estar enquanto Ronald lia o profeta diário. A morena estava preocupada com a filha, nunca tinha visto a sua pequena Rose assim e estava assustada. O que será que tinha acontecido para deixar a garota naquele estado?

– Será que está tudo bem lá em cima? Pelo menos ela deixou-as entrar, talvez elas consigam convencer-lhe a contar o que se passou, não achas, Ron? - parou de andar encarando o marido que lia o profeta diário distraído - RONALD!

– O que foi? - perguntou atrapalhado olhando Hermione - Desculpa, amor, estava aqui a ler uma notícia sobre Quidditch.

– Eu estava a falar sobre a nossa filha, tu não estás preocupado com ela? - cruzou os braços séria.

– Sim, a Rose não parece estar bem, mas ela está a falar com as amigas e tenho a certeza que tudo vai ficar bem - voltou a olhar para o profeta diário.

– Espero mesmo que tenhas razão - afirmou e foi para a cozinha.

(...)

– EU NÃO ACREDITO QUE AQUELA VADIA FEZ ISSO! - Dominique gritou chocada e irritada ao mesmo tempo quando Rose contou o que tinha acontecido no dia do baile.

– Porque é que não contaste a ninguém? - Vic perguntou, também ela muito chateada. Não conhecia Evanna, mas já a odiava com todas as suas forças. Também, filha de quem era, não era de se esperar outra coisa.

– Eu tenho medo, o que mais me faria se eu contasse? - afirmou assustada e sentindo um arrepio só de imaginar.

– E esse Scorpius... como ele foi capaz de te enganar dessa forma? - Rox comentou, triste pela prima. Não conseguia imaginar pelo que ela estava a pensar - Devias-te vingar deles.

– Vingar? - perguntou chocada, pois nunca tinha pensado nisso. Ela não tinha forças nem coragem para enfrentar os três sonserinos.

– Sim!!! - quase gritou Dominique, levantando-se da cama em seguida - Sabes, devias tentar mostrar-lhes que não te afetam, ignorá-los, mostrar-lhes que és melhor que eles.

– E também podias começar a vestir-te melhor - comentou a loira fazendo todas olharem para ela - Que é? É verdade, uma mudança de visual só te faria bem e mostraria a esse Malfoy o que ele perdeu.

– Eu estou a começar a gostar dessa ideia - concordou Rose enquanto a sua cabeça se enchia de ideias.

– Podiamos comprar-te umas roupas mesmo lindas e não faria mal nenhum a esse Malfoy se ele sofresse um pouco ao ver como tinhas mudado para melhor - afirmou Lily, levantando-se num salto - Então, vamos às compras?

Mas, na cabeça de Rose, ela começou a pensar na palavra "sofrer". Sim, faria Scorpius sofrer, não só ele, como também John e Evanna. Não, não melhor, ela não ia só fazê-los sofrer, ia torturá-los, como eles lhe tinham feito.

(...)

Roxanne, Dominique, Lily, Victoire e Rose Weasley caminhavam pelas ruas de Londres animadas e empolgadas enquanto entravam em várias lojas e escolhiam o que levar. Rose, que nunca fora uma pessoa que ligasse muito a roupas, nunca se tinha sentido tão animada na sua vida, não só pela prespetiva de um visual novo, como também pelas ideias que enchiam a sua mente.

– UAU! - foi a única coisa que Lily conseguiu pronunciar ao ver Rose experimentar um vestido tomara que caia vermelho e preto bastante curto - Tens de levar esse!!

– Mon chéri! - chamou Vic correndo com 3 pares de saltos altos nas mãos - Não são lindos estes bebés?

– Sim - concordou a ruiva calçando os sapatos de salto alto - Quais devo levar?

– Todos! - respondeu Dominique enquanto se via ao espelho - Adoro esta saia, devo levar?

– Sim, é muito bonita - afirmou Roxanne enquanto escolhia uma blusa para comprar.

Depois de comprarem tudo, sairam radiantes e caminharam entre as pessoas enquanto falavam sobre o que fazer com o que cabelo de Rose que era um total desastre. Rose gargalhava e dava a sua opinião quando parou em frente de uma loja, reparando num pequeno caderno preto que na verdade se parecia muito com um diário. A ruiva não sabia o que lhe atraia no caderno, era tão simples e normal, sem nada de especial, apenas um caderno preto, mas mesmo assim sentiu-se obrigada a entrar na loja e comprá-lo. Não fazia ideia do porquê de tê-lo feito então, guardou dentro de um saco e correu atrás das primas.

(...)

O dia seguinte era véspera de Natal e Rose passou a manhã toda a decorar a sua casa junto com os seus pais e o seu irmão mais novo. Natal sempre fora a sua época preferida do ano e embora aquele Natal tivesse começado de forma trágica, a grifinória estava mais animada do que nunca. Uma nova Rose começava a nascer.

Durante a tarde foi a casa dos Potter e ficou horas conversando sem parar com Lily sobre coisas banais e depois, há noite, voltou para casa para se arranjar para a grande noite que iria passar n'A Toca junto com todos os outros Weasleys.

A ruiva acabou de alisar os seus cabelos ruivos, ficando contendo com o resultado final. Sempre odiara os seus cabelos por serem tao rebeldes, mas agora finalmente começara a cuidá-los como deve ser. Colocou um vestido preto rendado que tinha comprado no dia anterior e um salto alto preto simples. Acabou de se maquiar e desceu até à sala onde o seu pai e irmão esperavam-na.

– Finalmente - Hugo resmungou e revirou os olhos entediado pela demora da irmã.

– Estás muito bonita - afirmou Hermione orgulhosa.

– Esse vestido é muito curto - resmungou Ron e Hermione gargalhou alto e revirou os olhos.

Rose foi a primeira a dirigir-se até à lareira, pegar o pó de flu e gritar "A Toca", mas logo Hugo a seguiu e depois os seus pais. Quando chegou à lareira d' A Toca, começou a limpar as cinzas do seu vestido e do seu rosto. Nunca gostara muito de viajar por Pó de Flu e só queria fazer 17 anos para aparatar sempre que quisesse.

Levantou os olhos vendo que muita gente já tinha chegado, foi cumprimentar os seus primos e tios, sendo abraçada, beijada e elogiada por todos. Viu James e Fred II lançarem-lhe alguns olhares e sorrisos, ouviu o seu pai reclamar mais uma vez sobre o tamanho do seu vestido e viu mais e mais Weasleys chegarem enquanto o relógio se aproximava da meia noite.

Decidiu ir um pouco até ao jardim e, enquanto passeava e pensava no que estava a fazer à sua vida, viu Teddy e Victoire conversarem. Os dois pareciam muito próximos e íntimos. Suspirou, invejando-os de certa forma, eles não estavam juntos, mas sempre tinham tido uma amizade muito especial e todos sabiam que gostavam um do outro. Ela queria que as coisas entre ela e Scorpius tivessem sido doutra maneira, se ele não tivesse lhe feito aquilo tudo...

Abanou a cabeça tentando tirar aqueles pensamentos da sua cabeça. Não podia deixar-se levar daquela maneira, já tinha decidido o que ia fazer e não ia deixar os seus sentimentos pelo sonserino intervirem na sua vingança. Ela estava apaixonada por ele, mas o seu ódio era muito maior.

(...)

A meia noite chegou e todos juntaram-se na sala de estar d' A Toca entregando presentes uns aos outros. Rose viu a avó Molly entregar sweaters a todos os seus netos, cada um com as suas iniciais e não conseguiu deixar de rir e vestir o seu quando o recebeu. Minutos depois Lily correu até ela mostrando a caixa de feijões de todos os sabores que tinha recebido de Hugo e as duas primas começaram a comer animadas. Ouviu Hermione chamá-la e foi até à mãe que lhe ofereceu uma máquina fotográfica. A garota abriu um grande sorriso e abraçou a mãe e depois o pai.

Os minutos foram passando e os Weasley começaram a ir-se embora um por um. Rose e a sua família foram dos últimos a sairem, despendindo-se dos seus avôs que a abraçaram com força.

– Você vai usar o sweater, não vai, minha querida? - perguntou avó Molly dando um beijo estalado na bochecha da garota.

– Claro vovó - mentiu com um sorriso inocente nos lábios. Ela costumava usar os sweaters da sua avó, mas não podia mais fazê-lo. Deixaria-o guardado numa gaveta qualquer, uma lembrança da antiga Rose.

– Feliz Natal, minha pequena Rose - afirmou o seu avô, dando-lhe um abraço de urso.

– Feliz Natal - respondeu acenando e indo até à lareira.

(...)

Para Scorpius Malfoy, o dia de Natal era como um dia qualquer, a verdade é que na sua família não costumavam festejar muito o Natal. Claro que tinha ido passar o dia 24 à mansão dos Malfoy, mas tinha sido um jantar normal de família em que os seus pais e avôs falavam sobre o Ministério da Magia e ele e Megan ficavam entediados sem nada para fazer.

Mas, naquela manhã de Natal, ele sentia-se diferente, não porque aquele Natal tivesse sido diferente dos outros, mas porque ele tinha comprado algo especial para alguém especial. Tinha comprado um colar à alguns dias e tinha pensado oferecer-lhe depois de se declarar, mas a verdade é que tudo tinha dado errado e depois do que Evanna fizera com Rose, a grifinória não quis vê-lo. Ele percebia porquê, ela pensava que ele tinha ajudado Evanna e que sabia o que loira lhe iria fazer, mas a verdade é que o sonserino nem sonhava e quando descobriu que a sua ruiva tinha sido torturada daquela maneira, discutiu com Evanna, uma briga muito feia.

Levantou-se ainda um pouco sonolento e foi até ao quarto da irmã, que sempre acordava cedo, especialmente nas manhãs de Natal.

– Posso? - perguntou batendo à porta.

– Sim - respondeu Megan escondendo algo debaixo da cama, não queria que o irmão visse o presente que o namorado lhe tinha dado. - O que é que se passa?

– Queria pedir-te um favor - disse um pouco reticente, não gostava de pedir favores a ninguém, mas a verdade é que precisava mesmo da ajuda dela.

– Diz lá - encorajou-o, estava curiosa para saber que coisa tão importante era essa que ele queria-lhe pedir.

– Podes escrever um bilhete à Rose? - aproximou-se da cama da loira.

– Hã? Explica lá essa história. - pediu ela, levantando-se e indo até ele.

(...)

Rose, naquela manhã, acordou com os pais entrando no seu quarto muito empolgados. Esfregou os olhos, abrindo-os ainda muito sonolenta. O que eles faziam alí? Era normal os pais entrarem assim no seu quarto nas manhãs de Natal quando ela era criança e ela costumava pular em cima deles e abracá-los enquanto eles lhe ofericiam presentes. Mas Rose tinha crescido e eles tinham deixado de fazer isso.

– Feliz Natal, minha querida - a mãe deu-lhe um beijo em cada bochecha - Temos um presente para ti.

– Sério? Quero ver!! - pediu animada, sentindo-se como uma criança.
Ronald, que estava junto á porta, aproximou-se da filha, mostrando um pequeno gato que dormia nos seus braços.

– Pensamos que como tens andado um pouco triste, um animal de estimação iria fazer-te bem. - explicou o seu pai.

– Meu Merlin! - a ruiva exclamou correndo até ao pai e pegando o pequeno animal no colo - Ele é tão lindo, muito obrigada - abraçou os pais e sentiu o gatinho acordar. O animal olhou-a e miou e a garota começou o seu pêlo.

(...)

Scorpius chegou até ao seu quarto, tirando a sua coruja preta que se encontrava dentro da gaiola. Só esperava que Rose não reconhecesse o animal... Tinha feito tudo para ela não saber que era ele, até tinha pedido a Megan que escrevesse o bilhete, assim não tinha como a ruiva saber que tinha sido ele e para além disso, tinha colocado as suas iniciais ao contrário.

Pegou o colar que estava em cima de uma mesa e olhou-o uma última vez. Tinha sido caro, mas valia a pena, só esperava que Rose gostasse... Não estava a tentar comprá-la, nem nada do tipo, só queria conquistá-la e fazê-la perceber que ele gostava dela e que não tinha culpa do que Eva lhe tinha feito. Mas sabia que a grifinória ainda estava magoada com ele, pois nem o deixara vê-la e agora não podia simplesmente oferecer-lhe um presente. Ela nunca iria aceitar...

Abriu a janela para a sua coruja sair e ficou a ver o animal afastar-se ao longe.

(...)

Rose estava sentada em cima da sua cama com o gato em cima das suas pernas enquanto brincava com ele e acariciava o seu pêlo sedoso. Ouviu um barulho na janela e viu uma coruja batendo com o bico no vidro. A ruiva levantou-se e deitou o gato em cima da sua cama e foi até à janela, abrindo-a. Não reconhecia a coruja, então ficou curiosa e pegou no pequeno embrulho que o animal trazia. Abriu-o vendo um pequeno bilhete e um colar muito lindo. Ficou alguns segundos de boca aberta olhando para o colar que era bonito, mas provavelmente tinha custado uma fortuna. Quem lhe enviaria uma coisa daquelas?

Desdobrou o bilhete e começou a lê-lo:

Espero que gostes do colar e espero que também tenhas gostado da rosa. MS

MS? Ela questionou-se, mas não conseguia ninguém com essas iniciais. Então, lembrou-se da rosa branca que um dia tinha encontrado no seu quarto, pensara que tinha sido Alex a oferecer-lhe, mas agora sabia que não. Ela tinha um admirador secreto.

Flashback On:

Lily entrou no quarto da prima, estranhando por esta ainda nao estar acordada, Rose era sempre a primeira a acordar e a tomar o café da manhã.

O dormitório de Rose estava um pouco desarrumado e as companheiras de quarto da ruiva já tinham saido. A garota aproximou-se da cama da prima reparando numa rosa branca que se encontrava junto a uma mesinha. Lily sorriu animada e começou aos pulos.

– ROSE AHHHH ROSE ACORDA!!!!! - a garota gritava animada enquanto pulava em cima da cama da prima.

– Lily, por amor de Merlin, eu tenho tanto sono, me deixa dormir!! - a ruiva resmungou tapando a cara com o travesseiro.

– Primeiro: Faltam 30 minutos para as aulas começarem, segundo: Tu recebeste uma rosa branca e terceiro: QUEM ÉS TU E O QUE FIZESTE COM A MINHA PRIMA NERD QUE É SEMPRE A PRIMEIRA A ACORDAR E TOMAR O CAFÉ DA MANHÃ? - Lily sentou-se no chão de pernas cruzadas fazendo bico indignada.

(...)

– Claro, claro - a ruiva revirou os olhos e fingiu concordar. - Ei, não vais sequer ver a flor?

– Qual flor? - perguntou confusa até que se lembrou - Ah sim, a rosa branca - ela pegou a rosa branca e sorriu - O Alex é mesmo muito querido - ela ficou levemente corada.

– E depois sou eu que estou fazendo filmes.

Fim do Flashback:

Colocou o colar em volta do pescoço e foi ver-se ao espelho. Aquele era provavelmente o colar mais lindo e mais caro que ela alguma vez usara, mas, embora não soubesse quem o enviara, gostou da jóia e iria usá-lo sempre.

Reparou que o gato já não se encontrava em cima da cama e olhou de um lado para o outro, vendo-o sentada em cima da sua mesa. Pegou-o ao colo e reparou no caderno preto que tinha comprado à dois dias atrás quando fizera compras. Repentinamente, sabia o que fazer com ele. Sentou-se em frente à mesa, pegou uma caneta vermelha e escreveu na capa preta com letras grandes e gordas a palavra: "Revenge". Afinal, aquele caderno seria-lhe mais útil do que ela pensara...