O Amor Acontece escrita por Isa


Capítulo 25
You're a sky full of stars


Notas iniciais do capítulo

Último capítulooo :(



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Os primeiros dias de Nathan em casa foram agitados. Pais e filho precisavam se adaptar a nova vida e para isso uma rotina bem estruturada era tudo que precisavam. Arthur e Molly permaneceram na casa de Lily para ajudar no que fosse preciso com Ginny ou o bebê. Harry e Ginny tentavam manter o bom humor e a esperança de ter logo Theo em casa, mas toda manhã quando eles voltavam do hospital sem o filho, o pessimismo era o sentimento que prevalecia.

Os dias se transformaram em semanas e Theo ainda estava no hospital. O bebê estava progredindo, apenas fazia isso a passos lentos ou o que Emma preferia chamar de ser o jeito dele, não iriam apressar nada, Theo iria seguir o seu ritmo.

Assim como faziam todas as manhas, Harry e Ginny foram para o hospital ver o filho e hoje eles levavam Nathan junto, que iria para a sua consulta de rotina com Emma.

–Bom dia! Emma os recebeu em seu consultório. –Olá, Nathan!

Nathan brincava com os cabelos ruivos de Ginny, o bebê não parava por um minuto, sempre mexendo suas pequenas mãozinhas. Emma o pesou e mediu, Nathan estava com três quilos e cinquenta centímetros, havia crescido bastante desde a sua saída do hospital. Não parecia nem um pouco ser um bebê prematuro.

–Você pode ficar com ele enquanto vamos ver Theo? Harry perguntou a Emma após a consulta.

–Por que vocês não levam Nathan para visitar o irmão também? Ela os surpreendeu e logo sorrisos apareceram nos rostos de Ginny e Harry.

–Podemos? Ginny perguntou duvidosa.

–Sim, Nathan está bem e uns minutos com o irmão irá fazer bem a todos.

O berçário estava cheio e principalmente barulhento com todos aqueles bebês, provavelmente todos estavam com fome. Theo estava no seu berço, quieto até escutar a voz de Ginny, seus olhos verdes procuravam pela mãe.

–Oi, filho! Ginny o pegou no colo, feliz por ter o filho em seus braços.

–Ele está sem o tubo de oxigênio! Harry observou o filho e falou preocupado a Emma.

–Sim, ele está sem o tubo desde ontem à tarde. Ela respondeu sem esconder o sorriso. –Theo passou a noite toda respirando sozinho, sem a ajuda do aparelho. Talvez logo seja a hora dele ir para casa.

Os quatro ficaram juntos por quase uma hora, Theo e Nathan sentiam a presença um do outro e dormiram juntos no berço de Theo, como faziam quanto estavam na barriga de Ginny. Com o coração apertado por separa-los e ter que deixar Theo, Harry, Ginny e Nathan foram embora.

–Eu preciso passar no escritório. Harry olhou as várias chamadas em seu celular e e-mails que tinha recebido quando eles saiam do hospital. –Aquele lugar deve estar uma loucura...

–Tudo bem. Ginny colocou Nathan na cadeirinha do carro. –Você já está fora há três semanas e talvez seja a hora de voltar.

–Mas eu não quero deixa-los e...

–Harry, nós não podemos parar a vida e esperar até o dia que Theo vá para casa. Ela segurou na mão dele apoiada no volante do carro. –Além do mais, ajuda é o que não falta naquela casa. Consegui que meus pais voltassem para casa, mas mamãe está todo dia lá e tem sua mãe e Olivia para me ajudar.

–Tem certeza? Harry relutava em aceitar, queria estar com Ginny nesse momento difícil e voltar a trabalhar não parecia o certo.

–Tenho. Ginny o beijou e depois sorriu. –Alguém tem que trabalhar para nos sustentar, afinal não sei quando poderei voltar a floricultura ou se ela ainda sobreviverá aos cuidados do meu pai e Sirius.

–Esse seu humor sempre aparecendo nas melhores horas. Ele riu e não conseguiu se imaginar sem Ginny e seu senso de humor.

Antes de ir para o escritório, Harry atendeu ao pedido de Ginny e a deixou com Nathan na floricultura. Ginny sentia falta da floricultura e queria ver se o lugar estava inteiro sob os cuidados de Arthur e Sirius.

–Olá! Arthur cumprimentou a filha e pegou o neto que mesmo dentro do seu bebê conforto estava atento ao novo ambiente.

–Como está o Theo? Sirius perguntou brincando com Nathan.

–Passou a noite respirando sem a ajuda do aparelho. Ginny respondeu alegre por poder compartilhar a boa notícia.

Sirius e Arthur estavam cuidado muito bem da floricultura, Ginny ficou surpresa principalmente com o desempenho de Sirius que se propôs a ajudar, mesmo nunca tendo mexido com flores.

–Acho que alguém está com a frauda cheia. Arthur foi até o apartamento onde a filha morava e a encontrou mexendo em algumas caixas que ainda estavam ali. –Saudades daqui?

–Um pouco. Ginny olhou pelo lugar que morou por anos e tudo que restou foi sua cama e algumas caixas. –Como dizem, foi bom enquanto durou. Não me vejo morando em outro lugar que não seja com Harry e os meninos.

–Eu sei. Arthur deitou o neto na cama e sob o olhar atento da filha, começou a trocar a frauda do bebê. –O que? Fique sabendo que eu troquei muitas fraudas suas e dos seus irmãos!

–Não falei nada. Ela riu e entregou a frauda limpa para o pai. –Para quem não troca uma frauda há vinte e oito anos, você se saiu muito bem!

–Obrigado. Ele entregou o neto para a filha e sorriu. –Você é uma ótima mãe, Ginny. Você e Harry irão ficar bem.

–Será que seremos tão bons quanto você, mamãe e Lily? Ginny deixou a sua dúvida escapar, tinha medo de não ser uma boa mãe.

–Tenho certeza! Arthur abraçou a filha.

–Posso interromper? Sirius falou mostrando as várias sacolas que carregava. –Trouxe o almoço! Adam disse para eu ir comprar no restaurante do fim da rua, pois é o seu favorito.

–Ele está certo! Ela respondeu.

–Então vamos almoçar! Arthur arrumou a mesa e pegou os pratos da antiga cozinha da filha para eles almoçarem.

Ginny pediu para que Adam fechasse a floricultura, assim poderiam almoçar todos juntos. A comida estava do mesmo jeito que Ginny se lembrava, quando morava ali, quase todas as suas refeições eram feitas neste restaurante. Ginny agradeceu ao almoço e a atenção que recebeu de todos, prometeu voltar mais vezes e trazer Theo e Nathan junto.

Após o almoço era hora de voltar para casa, Molly e Lily já haviam ligado várias vezes preocupadas e Nathan começava a chorar, querendo voltar para casa. Harry ligou e avisou que ficaria mais algumas horas no escritório, resolvendo alguns problemas. Mesmo com Sirius e Arthur oferecendo para leva-los para casa, Ginny não quis mais atrapalhar e pegou um taxi.

Harry só conseguiu ir embora ao final da tarde e teria que voltar amanhã, não poderia mais prolongar a sua licença.

–Boa noite. Ele entrou pela cozinha e encontrou sua mãe e sogra fazendo o jantar.

–Boa noite. Elas responderam e antes que Harry perguntasse, Lily falou. –Ginny e Nathan estão descansando no quarto.

–Obrigado. Harry agradeceu beijando as duas mulheres na bochecha e antes de subir, pegou um pedaço do bolo que estava em cima da bancada.

No quarto, Nathan dormia no seu berço portátil ao lado da cama do casal e Ginny estava sentada no chão cercada por caixas e cartas.

–Planejava se mudar enquanto eu estava fora? Harry perguntou sem entender o que estava acontecendo no seu quarto.

–Não, senhor. Ela respondeu apontando para as caixas. –Trouxe algumas coisas que ainda estavam na floricultura, à maioria são roupas que nem por força do pensamento eu consigo vestir na minha atual situação ou se um dia eu irei conseguir.

–Drama. Ele falou brincando e Ginny jogou uma almofada nele. –E essas cartas? São dos seus antigos namorados e admiradores?

–Não. Ao contrario de você, eu não tive vários relacionamentos. Ginny respondeu rindo e lhe entregou um cartão. –São cartões que as pessoas mandam junto com as flores e alguns têm mensagens bonitas, então eu fiz uma cópia e guardei.

A maioria dos cartões era desejando felicidades ao casamento de alguém, feliz aniversário, a chegada ou nascimento de um bebê, pedidos de desculpas e arrependimentos.

–Qual o seu favorito? Harry perguntou depois de ler alguns cartões, estava encantado com as belas palavras que havia lido.

Ginny pegou o seu favorito e começou a ler.

“Querida filha,

Hoje é o seu casamento e assim como aconteceu durante toda a sua vida, eu não estou presente. Sei que perdi seus primeiros passos e palavras, seu primeiro dia na escola, quando seu primeiro dente caiu, seus aniversários, não estava lá quando você trouxe seu primeiro namorado para casa, quando você entrou para universidade ou se formou, não estava lá quando você ficou noiva. Só quero que saiba que eu te amo e o maior erro da minha vida foi ter perdido tudo isso e sei que vou perder muito mais. Espero que você seja muito feliz com seu marido e a família que vocês irão formar.

Felicidades, seu pai.”

­–Nossa, eu não sei o que faria se recebesse algo assim. Ele falou após Ginny terminar a leitura. –Você não sabe o que aconteceu depois disso?

–Não, eu apenas entreguei o buque no lugar que esse senhor pediu e fui embora. Ela lembrou-se do dia que o homem entrou na floricultura, escolheu as flores e pediu para entregar no endereço junto com o cartão. –Gostou de algum?

Harry gostou de vários, mas um em especial o emocionou mais. E foi esse que ele escolheu ler.

“Julia,

Hoje faz cinquenta anos que nos casamos e posso dizer que me senti o homem mais sortudo do mundo ao sair daquela igreja com você ao meu lado, como minha esposa. Olhando para esses cinquenta anos, tivemos bons e maus momentos, altos e baixos nessa estrada que trilhamos. Tivemos quatro lindos filhos que nunca nos deram problemas ou preocupações fora do normal, agora temos lindos netos para mimar. Julia, obrigado por ter compartilhado uma vida comigo e saiba que todos os dias antes de dormir, eu agradeço por isso. Feliz Botas de Ouro, querida.

Te amo, Robert.”

–Você vai me mandar um cartão assim daqui cinquenta anos? Ginny perguntou em tom de brincadeira.

–É tudo que eu mais quero. Ele respondeu e depois a beijou. –Será um prazer passar o resto da minha vida com você, senhora Potter.

–É, tudo bem, senhor Potter. Ela riu e apoiou a cabeça no ombro dele. –Acho que consigo ficar cinquenta anos casada com você.

–Cinquenta anos aguentando esse seu senso de humor. Harry brincou e a fez rir também. –Aqui vamos nós!

Voltar ao trabalho e passar praticamente todas as noites sem dormir cuidando de Nathan, não estava sendo uma rotina fácil para Harry. Entre uma reunião e outra, Harry fechava os olhos por alguns minutos, tentando descansar um pouco.

–Harry? Charlotte entrou na sala e encontrou o chefe dormindo em sua cadeira.

–Só fechei os olhos por um minuto. Ele respondeu um pouco assustado por ter sido acordado e rapidamente começou a mexer nos papeis que usou de apoio para dormir. –Esses relatórios estão muito bons, Charlotte!

–Obrigada, mas você não precisa ler esses relatórios agora. Ela tirou os papeis da mesa dele e guardou na sua pasta. –A reunião foi cancelada.

–Por quê? Harry relaxou, pois não estava nem um pouco preparado para essa reunião. –Aconteceu alguma coisa?

–O neto do presidente nasceu e ele pediu para adiarem a reunião para semana que vem.

–Acho que preciso agradecer o neto do senhor Heyman. Ele se serviu de mais uma xicara de café.

–Nathan está dando muito trabalho? Charlotte estava preocupada com a quantidade de café que ele estava tomando.

–Ele ainda não aprendeu que a noite foi feita para dormir. Harry tentava prestar atenção nos papeis que estavam a sua frente. –E quando esta amanhecendo e Nate finalmente dorme, Ginny e eu não podemos dormir muito, pois precisamos ir ao hospital ver Theo.

–Vá para casa e descanse. Ela o aconselhou. –Martha fechou a sua agenda hoje apenas para essa reunião, posso cuidar do resto.

Harry aceitou a oferta, algumas horas de sono era tudo que precisava. Dirigiu o mais rápido que pode para casa, seu relógio marcava uma hora da tarde, se tivesse sorte Nathan estaria dormindo após o almoço e ele poderia acompanhar o filho.

–O que está fazendo aqui? Ginny se assustou ao chegar à garagem e ver o marido dormindo dentro do carro.

–Acho que peguei no sono. Ele pegou suas coisas e saiu do carro, era a segunda vez no dia que dormia em lugares inapropriados. –Minha reunião foi cancelada, então vim para casa e...

–E quem sabe dormir um pouco. Ela completou a fala dele e Harry concordou. –Aproveite que Nate está dormindo e faça o mesmo.

–Você não vai descansar? Harry perguntou ao ver que a esposa não o acompanhou.

–Tenho que lavar as roupas dele. Ginny segurava um cesto de roupa cheio com as pequenas roupas do filho. –Nathan suja mais roupa que todos nos juntos!

–Não seja boba! Ele pegou o cesto da mão dela, jogou as roupas na maquina de lavar junto com o sabão em pó e ligou a maquina. –Pronto, agora as roupas estão lavando e você pode descansar! Os livros sempre dizem que quando o bebê dorme os pais devem fazer o mesmo!

Harry pegou Ginny pela mão e a levou para casa, quando passavam pela sala, Lily os chamou segurando o telefone. Era uma ligação do hospital. Ginny rapidamente atendeu. Harry ficou nervoso ao lado dela tentando escutar algo.

–O que foi? Molly perguntou a filha depois que ela desligou.

–Emma ligou. Ginny tentava ficar calma. –Ela disse que podemos ir buscar o Theo.

–Theo pode vir para casa? Harry não estava acreditando e Ginny afirmou deixando lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

Ginny rapidamente trocou de roupa e ela e Harry foram para o hospital. Emma os esperava com Theo pronto para ir para casa. A médica explicou que o bebê estava bem e não tinha mais motivos para ficar no hospital, era hora dele ir para casa e estar junto com a família.

Finalmente estavam levando o filho para casa, depois de angustiantes semanas, Theo estava bem e pronto para conhecer o seu lar. Ginny olhava para o filho tranquilo na cadeirinha do carro e ainda não acreditava que o dia que ela tanto esperou estava acontecendo.

Em casa, Molly, Lily e Olivia preparavam um verdadeiro banquete de boas-vindas. Toda a família iria vir para o jantar e recepcionar o bebê. O cansaço de Harry ficou em segundo plano, ter a família finalmente reunida era mais importante.

–Você deveria dormir um pouco. Ginny disse ao marido após colocar Theo no berço ao lado da cama. –Hoje a noite vai ser agitada.

–Eu sei. Harry fez com a esposa deitasse ao seu lado e começou a mexer nos cabelos ruivos dela. –Só estou feliz demais para dormir, tenho medo de dormir e tudo não passar de um sonho.

–Pode dormir. Ela fechou os olhos e sentiu a respiração do marido diminuir, o cansaço o venceu. –Esse sonho ainda estará aqui quando acordarmos.

Os pais conseguiram dormir por algumas horas até os meninos acordarem com fome ou precisando trocar a frauda. Logo as pessoas começariam a chegar e uma pequena festa iria acontecer.

Não tinha nada melhor do que ver toda a família reunida e comemorando a chegada de Theo, até Nathan estava mais tranquilo com a presença do irmão. Nesse momento, Harry entendeu o que seu pai disse sobre felicidade quando ele era pequeno: “ser feliz não é um destino, você precisa ir atrás dela e não esperar que ela venha até você. E quando você encontrar a felicidade pare um momento e aprecie, assim como fazemos quando vemos o céu estrelado em uma bela noite de verão.”. Ter os dois filhos bem e saudáveis, estar casado com a mulher da sua vida e uma família, nada poderia fazer Harry mais feliz. E ele sabia que Ginny sentia o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Ok, primeiro desculpa a demora. Meu notebook estragou e eu perdi o capítulo que havia escrito, então tive que reescrever!
Bom, esse é o fim da história... Pretendo nos próximos dias postar um pequeno epilogo. Mas quero desde já agradecer todos os comentários que recebi!
Espero que tenham gostado do capítulo! Beijos :)



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