O Amor Acontece escrita por Isa


Capítulo 17
You're just the part of me I can't let go




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O começo do ano não estava sendo um dos melhores para Harry, o trabalho voltou a consumir toda a sua energia e tempo com reuniões e mais reuniões, soluções que deveria tomar o quanto antes, problemas que deveria solucionar, talvez se não fosse por Charlotte, seu nível de stress estaria mais alto. Quando Harry achava que não poderia aguentar mais o stress e a pressão, lembrava-se que faltava pouco para finalmente ter seus filhos nos braços e, principalmente, saber que depois do seu cansativo dia, Ginny estaria lhe esperando e tudo ficaria bem.

Em uma das viagens, quando tudo que mais queria era desistir dessa promoção e voltar para o seu antigo cargo, Harry percebeu o quanto Ginny fazia falta e estar com ela melhorava o seu dia. Não era apenas para Harry que acontecia isso, todos os seus colegas que eram casados, tinham filhos e uma família, aguentavam melhor todo esse stress, pois sabiam que quando voltassem para casa, as pessoas que mais amavam estariam lá e tudo ficaria melhor. Harry também queria ter isso em sua vida, um lar para voltar e encontrar Ginny e os meninos, nada neste mundo lhe faria mais feliz.

–Pode pedir para a aeromoça trazer um copo de água, por favor? Charlotte pediu a Harry, pois ele estava sentado na poltrona do corredor, seria mais fácil ser atendido.

–Como? Harry estava totalmente perdido em seus pensamentos que não escutou o que ela disse.

–Desculpe, não queria atrapalhar a sua leitura. Ela se desculpou e sinalizou chamando a aeromoça. –O que está lendo?

–Nada demais, apenas um livro sobre gravidez e bebês que Ginny me aconselhou a ler. Quando digo aconselhou, ela praticamente me obrigou! Pegou meu ipad e comprou à versão digital, ela disse que assim eu não teria desculpas para não ler. Ou eu leio o livro ou tenho que acompanha-la naquelas aulas sobre bebês.

A aeromoça trouxe o pedido de Charlotte, interrompendo brevemente a conversa que Charlotte logo retomou.

–Acho que todos os homens deveriam pelo menos ler um livro sobre o assunto, teríamos pais melhores.

–Espero que sirva para alguma coisa ou irei pedir o meu reembolso!

–Em algum momento irá te ajudar. Ela segurou a mão dele. –Não se preocupe, você será um ótimo pai.

–Obrigado. Harry ficou sem jeito por Charlotte segurar sua mão, como daquela vez que ela o beijou no rosto. –É melhor eu voltar a ler ou terei problemas com Ginny. Ele desvinculou sua mão da dela e voltou a atenção para o seu ipad.

Ginny voltou do seu futuro lar decidida a contar a Harry seu plano de mudança de endereço. Preparou um delicioso jantar, arrumou devidamente a mesa com os melhores pratos e taças que tinha, tudo para deixar o clima agradável na hora de contar o que precisava.

–Cheguei! Harry subiu até o apartamento, cansado e puxando sua mala pela escada. Todo o seu cansaço pareceu sumir quando viu Ginny e sua enorme barriga finalizando o jantar. –Que cheiro incrível é esse? Diga que é o que eu estou pensado, por favor!

–Fico feliz que esteja de volta! Ginny sorriu feliz ao revê-lo, deixou a travessa de qualquer jeito na mesa para ir ao encontro dele e o beijou. Um beijo longo, carregado de saudade e amor.

O jantar não poderia estar melhor. Ginny havia feito risoto, a receita de Molly que Harry havia amado, e pudim para a sobremesa. Em suas viagens, Harry frequentava somente os melhores restaurantes, mas nada se comparava a comida feita por Ginny e sua mãe.

–Eu estive pensando durante esses dias e não gosto mais de Noah. Ginny comentou durante o jantar. –Vamos escolher outro nome.

–Por que a mudança repentina? Ele perguntou curioso enquanto devorava o seu segundo prato de risoto.

–Serão nossos filhos, então o certo é que ambos gostem dos nomes.

–Se você realmente quiser escolher Noah, eu estou disposto a esquecer o passado e aceitar que o nosso filho tenha este nome.

–Não quero que você fique lembrando-se de algo que o deixou triste sempre que ver o bebê. Ela segurou a mão dele em cima da mesa e sorriu. –Temos várias outras opções!

Harry insistiu em lavar a louça e arrumar a bagunça do jantar, era o mínimo que poderia fazer para retribuir todo o esforço e tempo que Ginny havia ficado em pé e com dores para preparar o jantar.

–Estamos de acordo com Theo William Potter? Harry retomou o assunto depois de tomar banho e deitar na cama com Ginny.

–Eu gostei. Ginny se apoiou nos travesseiros para que pudesse ver Harry enquanto conversavam. –E James já escolheu seus padrinhos, será Ron e Hermione.

–Como isso aconteceu?

–No dia que era para você voltar, mas nevava muito e seu voo foi cancelado, eu estava na casa deles. Ela resumiu a história, indo para a parte que interessava. –Sabe que James sempre fica agitado quando escuta a voz de Hermione ou Ron, pois nesse dia ele ficou demais! Sua mãe disse que era ele querendo escolher os padrinhos.

–Ótimo! Ele riu, isso seria mais uma ótima história para o garoto explicar na escola quando fosse falar sobre a família. –Menos uma decisão para nós tomarmos.

–Foi exatamente isso que eu pensei! Só precisamos de um nome para James e podemos ir para o próximo tópico na lista!

Eles ficaram dizendo todos os nomes da lista, mas nenhum agradava ambos ou achavam que combinava com William.

–Nathan! Harry sugeriu.

–Não me lembro desse nome na lista. Ginny simpatizou com o nome.

–Pensei agora. Nathan James Potter é um bom nome para gritar quando ele não nos obedecer!

–É. Ela se imaginou gritando esse nome para chamar o filho quando ele aprontasse algo. –Gostei! Mas preciso saber o significado, temos essa tradição na família de saber o significado do nome que daremos ao bebê.

–Posso resolver isso agora mesmo. Harry buscou seu ipad e depois de alguns minutos, disse. –Bom, segundo esse livro, Theo significa Deus deu e Nathan presente de Deus. Gostei, podemos ficar com esses?

–Como? Ginny não entendeu de onde ele tirou esses significados.

–Quando você me fez comprar aquele livro, esse livro sobre significado de nomes veio junto. Acabei de buscar o significado de Theo e Nathan, gostou?

–Sim. Lágrimas se formavam nos olhos de Ginny, era exatamente isso que seus filhos significavam. –São perfeitos nomes, acho que nossa escolha está feita.

Eles ficaram em silencio por um momento, apenas encarando o teto e contemplando orgulhosamente os nomes que acabaram de escolher para seus filhos. Ginny lembrou outro assunto que estava pendente e aproveitou o momento.

–Eu encontrei outro lugar para morar. Ela começou a falar, ainda encarando o teto. –Um lugar maior para eu e os bebês morarmos.

–Como? Ele não sabia o que dizer, tinha a sensação de ter levado um soco na boca do estomago e isso dificultava o caminho do ar para os seus pulmões. –Não sabia que estava procurando outro lugar para morar...

Ginny contou toda a história, desde o dia que Melissa apareceu lhe entregando o apartamento até hoje quando levou praticamente todos os seus pertences para a nova casa.

–Se você quisesse um lugar maior, poderia ter me avisado! Harry estava bravo. Bravo por ter sido enganado durante dos esses dias quando achava que tudo estava bem entre eles. –Eu teria comprado um apartamento para você ou você poderia morar comigo!

–Nem tudo se resume a dinheiro, Harry. Ginny detestava quando Harry mostrava esse lado materialista. –A questão é que o apartamento é do meu irmão e eu vou morar lá com meus filhos, quer você queira ou não!

–Você não pode tomar essa decisão sozinha! Harry esbravejava. –São meus filhos também! É da minha vida que estamos falando! E sobre nós também... Você não pensou em nós quando tomou essa decisão?

–Nada irá mudar entre nós!

–Você não pensou em nós, não é? Ele questionou magoado. –Tudo que eu escutei até agora, foi somente o quanto você está sendo egoísta!

–É egoísta da minha parte querer dar aos meus filhos um lar com mais conforto? Se for assim, então tudo bem! Pode me chamar de egoísta!

–Espero que se lembre dessas palavras quando os meninos perguntarem pelo pai. Harry a olhou friamente, escutar isso de Ginny o machucou mais do qualquer coisa.

–Por quê? Porque agora você tem a desculpa perfeita para abandonar esta loucura e voltar para a sua vida sem sentido, onde tudo o que importa é o dinheiro e trabalho? Ginny não entendeu a reação dele. –Vá em frente, Harry! Ficaremos bem sem você!

–Desculpa. Ele começou a rir do que acabara de escutar, aquelas palavras o haviam machucado. –Sabe o que eu mais amo em você? Esse seu jeito solto e alegre de levar a vida, mas sem deixar de pensar nas pessoas que estão ao seu redor por um segundo! Você deixou uma carreira promissora para abrir uma floricultura com seu pai, usando o dinheiro que seu irmão deixou!

–Harry...

–Só que desta vez você não pensou em ninguém, não é Ginny? Você não pensou em mim e o quanto essa sua escolha afetaria a minha vida sem sentido?

–O que a minha mudança irá te afetar? Mais nada nessa conversa fazia sentido. –O apartamento fica há poucas quadras daqui! Nada irá mudar!

–A distância não importa, o que importa é que você simplesmente ignorou tudo o que construímos nesses últimos meses! Ele andava e gesticulava pelo quarto, estava nervoso e triste demais. –Você só pensou em si e isso foi muito egoísta da sua parte, pois você não está sozinha nisso!

–Eu não vou levar seus filhos para longe! Ginny estava nervosa com essa conversa. –Nada irá mudar na nossa relação, você poderá ver seus filhos sempre que quiser, como eu disse que poderia desde o começo. Você só irá fazer isso em outro lugar!

–Sabe o que mais me deixa magoado? Ele sentou na ponta da cama e a olhou com um sorriso triste. –Eu queria me casar com você! Nós poderíamos morar provisoriamente com a minha mãe, afinal o quarto dos meninos está pronto lá, até que nós encontrássemos um lugar perfeito para morarmos.

–Casar?

–Não importa mais, mudança de planos, não é? Fico feliz pelo seu novo apartamento e espero que vocês sejam muito felizes na nova casa.

–Por que quer se casar comigo? Ela perguntou com a voz trêmula.

–Quero me casar com você, pois quero que você seja a primeira pessoa que eu veja ao acordar pela manhã e a última antes de dormir. A primeira vez que te vi, sabia que você era especial, mas a deixei escapar da minha vida sem sentido. Quanto te vi no casamento, soube naquele momento que não poderia mais deixa-la ir embora da minha vida. Mas principalmente, porque quando se ama alguém como eu te amo, casar é a única coisa certa a fazer. Ele respondeu honestamente. –A sua escolha de se mudar e principalmente ter feito sem me dizer nada, soa como uma grande traição para mim e eu já senti isso antes, mas pode ter certeza que desta vez doeu mais.

Harry vestiu a primeira roupa que encontrou e saiu do apartamento dela carregando sua mala pelas ruas, sem saber para onde ir. Queria voltar e consertar as coisas com Ginny, mas seu orgulho e o sentimento de traição não deixavam. Na sua cabeça, ele estava certo por ter agido desta maneira, Ginny havia feito tudo pelas suas costas, não pensou em como ele se encaixaria nessa mudança. Foi caminhando pelas ruas vazias e geladas de Londres até chegar ao prédio em que trabalhava, poderia passar a noite no sofá do seu escritório, assim não teria que explicar a ninguém as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

A noite não foi fácil para Ginny, a raiva e o nervosismo gerados durante a briga a impediam de dormir. Só conseguia pensar no que Harry havia falado sobre ela estar sendo egoísta, isso era mentira, ele não entendia o que ela pretendia com a mudança. Só estava agindo como mãe e pensando no melhor para seus filhos.

–Bom dia! Arthur entrou na floricultura na manhã seguinte e não encontrou Ginny do jeito alegre que costumava encontra-la. –Aconteceu alguma coisa, filha?

–Apenas não dormi bem. Ela recebeu um beijo do pai, o que a fez sentir um pouco melhor.

–Harry ainda não voltou? Ele perguntou enquanto arrumava as novas flores que havia trazido. –Achei que ele voltava ontem.

–Ele voltou ontem. Ginny começou a ajudar o pai, tentando mudar de assunto. –As flores estão voltando ao normal.

–É, a neve está diminuído. Acho que o pior do inverno já passou.

–Nunca se sabe, ainda tem mais um mês de inverno.

–Nós vamos ficar falando sobre o tempo ou sobre o que aconteceu entre você e Harry? O pai a olhou encorajando que ela se sentisse confortável a conversar.

Ginny sorriu e abraçou o pai, ficou um longo tempo com a cabeça apoiada no ombro dele, apenas chorando enquanto Arthur acariciava o cabelo dela e murmurava que tudo iria ficar bem. Depois de sessar o choro, Ginny contou tudo o que havia acontecido.

–Harry está certo em me chamar de egoísta? Ela perguntou depois que contou tudo.

–Depende de que lado nós analisamos. Arthur tentava ajudar. –Coloque-se no lugar do Harry, só por um minuto. Ele tinha todo um plano de se casar com você, é um tanto triste saber que a pessoa com que você planejava casar está se mudando sem te falar nada.

–Eu só queria... Ginny voltou a chorar, tinha cometido um erro.

–Não se culpe, filha. Ele limpou as lágrimas do rosto dela. –Harry deveria ter olhado a situação pelo seu lado, não há nada de errado uma mãe pensar primeiramente em seus filhos. Só posso dizer que vocês devem conversar e entender ambas as situações.

–Obrigada, pai. Será que você poderia ficar cuidando um pouco da floricultura? Arthur concordou e entregou a bolsa e a chave do carro a filha. Ela agradeceu, pegou sua bolsa e a chave, iria atrás do Harry.

Ginny não fazia ideia por onde começar a procurar por Harry, tinha algumas suposições, mas nenhuma era certa. Pensou em ir para a casa de Hermione, Harry provavelmente teria ido buscar conforto em sua melhor amiga, então lembrou que sempre que algo o chateava, Harry preferia ficar sozinho.

–Bom dia, Ginny. Martha cumprimento Ginny quando a viu entrar pelo escritório de Harry.

–Bom dia, Martha. Harry está?

–Ginny, eu não posso...

–Ele está aqui, não é? Martha concordou. –Vou dizer que você tentou me impedir, não se preocupe.

–Obrigada.

A sala de Harry estava totalmente escura, como se não estivesse ninguém ali. Ginny entrou devagar, tentando não esbarrar em nada. Harry estava deitado no sofá, parecia estar dormindo.

–Sabia que Martha iria deixa-la entrar. Ele murmurou ainda com os olhos fechados. –Como me achou aqui?

–Achei que você iria querer ficar sozinho, então vim aqui antes de ir para a sua casa ou na casa de Hermione e Ron. Ginny se aproximou e sentou na poltrona em frente ao sofá. –Você pode não acreditar, mas eu aprendi um pouco sobre você nesses últimos meses.

–Então... Harry se endireitou no sofá, ficando sentado para conversarem.

–Eu queria me desculpar por ontem à noite. Ela começou a falar, indo direto ao ponto. –Não deveria ter feito tudo isso pelas suas costas. Você está certo por ter se sentido traído, eu não pensei em nada além de mim...

–Você só quis o melhor para os bebês, assim como toda boa mãe.

–Então está tudo bem para você, eu me mudar, podemos voltar ao que éramos antes?

–Não. Ele respondeu sério. –Eu quero me casar com você!

–Tem certeza? Eu agi nas suas costas, tem certeza que quer casar comigo? Ginny sorriu emocionada.

–Ótima hora para o seu senso de humor, Ginny.

Harry a puxou para o sofá e respondeu com um beijo, um beijo apaixonante e de tirar o fôlego. Após se separarem ficaram um tempo apenas se olhando até a respiração voltar ao normal, ambos tinham estampado no rosto um enorme sorriso que provavelmente não sairia dali tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham gostado! Obrigada pelos comentários, adoro ler cada um deles e saber que estão gostando tanto quanto eu! Beijos e até o próximo!



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